segunda-feira, 15 de julho de 2019

BLOHM + VOSS F-123 BRANDENBURG. Uma moderna e econômica fragata da marinha alemã


FICHA TÉCNICA  
Tipo: Fragata Anti-Submarino.
Tripulação: 219 tripulantes.
Data do comissionamento: Outubro de 1994.
Deslocamento: 4900 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 138,85 m.
Boca: 16,7 m.
Propulsão: Duas turbinas a gás General Electric LM-2500 e dois motores a diesel MTU 20V 956 TB-92 com 61250 Hp de potencia total.
Velocidade máxima: 29 nós (54 km/h).
Alcance: 7400 Km.
Sensores: Radar de busca  Thales LW08; Radar de busca aérea e de superfície: Thales SMART-L de varredura eletrônica passiva; 2 radares Thales STIR-180 para controle de fogo, radar de navegação Raytheon Redpath; Sonar de casco Atlas Elektronik  DSQS-23BZ.
Armamento: AAW: 1 lançador vertical MK-41 de 16 células para mísseis RIM-162 ESSM, 2 lançadores MK-49 mísseis RIM-116 RAM; SSM: 4 lançadores mísseis mísseis MM-38 Exocet, 1 canhão OTO Melara 76 mm/62; 2 canhões Rheinmetall MLG-27 em calibre 27x145 mm; ASW: 2 lançadores duplos MK-32 para torpedos leves MK-46 Mod 2.
Aeronaves: 2 helicópteros Westland/ Agusta Sea Linx MK-88


DESCRIÇÃO
Por Ironhead
O navio da classe F-123 Brandenburg é mais um exemplo de fragata que vem substituir um destróier. Esse fato, cada vez mais comum, é consequência da miniaturização dos sistemas embarcados e de sua maior automação, que vem permitindo a diminuição da tripulação dos navios de nova geração. Fragatas modernas, como a Brandenburg são navios que superam com grande margem seus congêneres das gerações anteriores.
A bem sucedida família de navios de guerra MEKO, desenvolvida pela Blohm + Voss teve uma importante influencia nesse projeto encomendado pela marinha alemã com o objetivo de substituir os antigos destróieres da classe Hamburg. Ao todo, foram construídos quatro navios desta classe entre 1992 e 1993 com os respectivos comissionamento ocorridos entre 1994 e 1996.
A missão principal do Brandenburg é a guerra anti-submarino, porém o navio mantém uma capacidade antiaérea significativa.
Acima: Projetado com o objetivo de melhorar a capacidade de guerra anti-submarino da marinha alamã, as fragatas da classe Brandenburg tem uma considerável capacidade anti-aérea também, o que permite a ela ser um bom navio de escolta.
Para cumprir a sua missão, o armamento empregado nos navios da classe Brandenburg é composto por um lançador vertical MK-41 Mod 3, de origem norte americana, com 16 células para mísseis Raytheon RIM-162 ESSM, guiado por radar semi ativo, com um alcance de 50 km. Para defesa antiaérea de ponto, foram instalados dois lançadores MK-49 para mísseis Raytheon RIM-116 RAM. Cada lançador pode lançar 21 mísseis. O RAM é guiado por IR ou por comando de radio passivo e seu alcance chega 9 km. Seu objetivo é destruir mísseis anti-navio que venham a ser lançados contra o Brandenburg, além de aeronaves que se aproximem do navio e que tenham, eventualmente, sobrevivido ao sistema ESSM.
Para guerra anti-superfície, originalmente. os navios da classe Brandenburg usavam dois lançadores para 2 mísseis anti-navio MM-38 Exocet, guiado por radar ativo e com um alcance de 42 km. Este antigo míssil foi substituído pelo míssil norte americano RGM-84 Harpoon, lançado de dois lançadores quádruplos. O alcance é de 130 Km, e seu sistema de  orientação se dá por radar ativo na fase terminal do ataque. Esta arma é bem comum, nos países aliados dos Estados Unidos.
O armamento principal de tubo é o canhão OTO- Melara de 76 mm/62 MK-75 que é usado contra aeronaves e contra alvos de superfície. Este canhão de tiro rápido consegue uma cadência de 85 tiros por minuto e sua granada atinge até 16 km de distancia. Há, também, dois canhões MLG-27 de 27 mm capaz de uma cadência de 1700 tiros por minuto. As granadas deste canhão são particularmente eficazes contra alvos blindados ou reforçadas e são eficazes até a 2 km.
Para guerra anti-submarino há dois tubos duplos MK-32 para torpedos leves MK-46 Mod 2, guiados por sonar ativo/ passivo e com alcance de 11000 metros. Este torpedo é capaz de destruir um submarino uma profundidade máxima de 365 metros. Outro elemento para guerra anti-submarina é a operação de dois helicópteros anti-submarinos Westland/ Agusta Sea Linx MK-88, que além de torpedos, pode ser armado com mísseis anti-navio Sea Skua.
Acima: A proa da Brandenburg trás 3 tipos de armamentos, sendo um canhão OTO- Melara de 76 mm/62 MK-75, logo atrás, um dos dois lançadores MK-49  de mísseis anti-aéreos de curto alcance Raytheon RIM-116 RAM e logo a frente da ponte, o lançador vertical MK-41 empregando 32 mísseis anti-aéreos RIM-162 ESSM, de médio alcance.
Os sensores das fragatas da classe Brandenburg são compostos pelo radar Thales SMART-L de varredura eletrônica passiva de longo alcance, que consegue um alcance máximo de 250 km quando em rotação de 13,5 rpm (rotação por minuto). Um radar Thales LW08, de busca aérea, que opera na banda L também foi instalado nas fragatas Brandenburg. Este radar tem alcance de 260 km contra um alvo de 2 m² de RCS. O controle de fogo é feita pelos dois radares Thales Nederland STIR-180. O radar de navegação é o Raytheon Redpath. Para detecção de submarinos, o Brandenburg está equipado com um sonar Atlas Elektronik  DSQS-23BZ montado no casco e que tem capacidade de detecção de um eco até a 44,4 km.
Acima: A antena do radar Thales LW08 detecta alvos a longa distancias e fornece os dados para os radares de controle de tiro, que fazem a visada para lançamento de mísseis anti-aéreos.
Para mover este navio cujo deslocamento é de 4900 toneladas, foi escolhido um sistema de propulsão do tipo CODOG (combinação diesel e gás) com duas turbinas a gás General Electric LM-2500 e dois motores a diesel MTU 20V 956 TB-92  com 61250 Hp de potencia total. Esse sistema todo move duas hélices que levam o Brandenburg a uma velocidade máxima de 29 nós (54 km/h). A autonomia do navio chega a 7400 km, o que lhe confere capacidade de operar em missões em qualquer ponto do planeta com poucos reabastecimentos.
Acima: O sistema de propulsão que combina duas turbinas a gás LM-2500, da general Electric, norte americana e dois motores a diesel  MTU 20V 956 TB-92, permitem que a Brandenburg desempenhe uma velocidade de 29 nós, dando capacidade de operar junto com navios mais potentes como parte de um grupo de batalha.
A fragata Brandenburg, representa uma solução simples e econômica pra um navio de guerra equilibrado com uma capacidade de combate que foi, recentemente, reformado e se manteve como um navio ainda respeitado. Seu baixo custo leva a considerar que este navio poderia ser empregado por marinhas com restrições orçamentária de forma bastante eficaz, pois seu armamento e sensores são competentes o suficiente para dar alguma dissuasão. Sua autonomia, relativamente alta para uma fragata, sustenta essa argumentação sobre sua adequação à proposta do navio, reforçando os atributos de equilíbrio deste projeto.
Acima: Ao todo, foram construídas 4 fragatas da classe F-123 Brandenburg. Os 4 navios aparecem nesta foto sendo eles o F-215 Brandenburg, F-216 Schleswig-Holstein, F-217 Bayern  e o F-218 Mecklenburg-Vorpommern.





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10 comentários:

  1. Esta belonave seria adequada para nossa MB ou é muito cara de adquirir?

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    1. Boa nooite Regis. Seria sim. O equipamento dela é adequado para defesa e como um navio de escolta.

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  2. Eu observo essas reportagens aqui deste canal e fico só pensando no desperdício de dinheiro público no Brasil com tanta besteira e não investem em defesa. Na hora que esses chineses colocarem uma ilha artificial com um monte de lança mísseis e aviões na porta da nossa casa, quero ver o discurso hipócrita desse monte de deputados e senadores, dizendo: onde está a Marinha que não viu isso. Não vale comprar um cachorro pequeno espantar ladrão e depois reclamar quando for assaltado.

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  3. Como sempre, boas reportagens. Parabéns Carlos. No mesmo nível do Hoje no Mundo Militar, só que na versão escrita.

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    1. Obrigado pelo elogio e pelas considerações. A China criou ilhas artificiais na área próxima a eles e já armou, como provavelmente você já sabe. Mas acho improvável que eles façam o mesmo a distancias tão grandes como na América do Sul. Por outro lado, as forças armadas do Brasil precisam de receber um investimento na ordem dos 2% do PIB como preconiza o presidente dos Estados Unidos Donald TrumP em relação a seus aliados da OTAN. Esse índice já foi estudado para o Brasil, se não me engano na gestão da Dilma, mas nunca conseguiram aplicar.
      Abraço

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  4. Alcance e autonomia são a mesma coisa?
    4.700km ou 7.400km?

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    1. Eu digitei errado e já corrigi. Obrigado por me pontuar sobre isso. É importante quando os leitores observam erros e me apontam para que eu possa melhorar o nível de credibilidade das matérias. Abraços

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  5. Aarão, o alcance é a distancia que o navio pode percorrer. Dependendo da velocidade e esforço da propulsão, você pode melhorar esse alcance ou reduzir ele e ganhar velocidade. A autonomia é um conceito um pouco diferente pois envolve o tempo que um navio pode operar sem receber mantimentos como combustível, alimentos para tripulação e outros insumos. Muitas fontes colocam autonomia como sendo uma distancia. mas considero o conceito incompleto. Observe que um porta aviões americano da classe Nimitz , por ser nuclear, pode operar com combustível atômico sem ser reabastecido por 20 anos! Porém, todavia, ele precisará receber alimentos, medicamentos, combustível de aviação, armamentos e muitos outros insumos o que o obriga a parar em algum porto ou a receber em alto mar de um navio de reabastecimento. Nesse caso, eu digo que estamos falando da autonomia do navio para continuar operando.

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  6. Outro ponto a ser reforçado é que o conceito de autonomia que expliquei se aplica a navios devido a sua muito maior complexidade. Um avião, no entanto, a autonomia pode ser expressa em distancia ou em tempo de voo, apenas.

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