domingo, 13 de julho de 2014

DASSAULT RAFALE. O caro e sofisticado sucessor da dinastia Mirage.



FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95 (1150 km/h)

Velocidade máxima: Mach 1.8 (2000 km/h)
Razão de subida: 18288 m/min.
Potencia: 1.06.
Carga de asa: 41,8 lb/ft²
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 31º/s
Taxa de rolamento: 270º/s.
Teto de Serviço: 15235 m
Raio de ação/ alcance: 1850km/ 3700 Km (com 3 tanques externos).
Alcance do Radar: RBE2 AESA 200 km (alvo de 3m2 de RCS).
Empuxo: 2 X motores SNECMA M-88-2 com 7439 kgf de empuxo máximo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,30 m
Envergadura: 10,90 m
altura: 5,34 m
Peso vazio: 9850 kg
Combustível Interno: 10360 lb.
ARMAMENTO

Até 9500 kg de cargas externas distribuídos por 14 pontos fixos entre fuselagem e asas.
Ar Ar: Míssil Mica, R-550 Magic 2, Missil MBDA Meteor.
Ar terra: Bombas guiadas a laser GBU 12 Paveway II, Bomba AASM Hummer, mísseis Apache, AS-30. Missil SCAP-EG, Míssil antinavio AM-39 Block 2 Exocet.
Ao todo existem 14 pontos fixos para armamentos no Rafale baseado em terra e 13 pontos de cargas no Rafale naval.
Interno: Um canhão Nexter M-791 de 30 mm


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O Rafale é o caça multifuncional que está substituindo todos os aviões de combate franceses atuais, desde o Sepecat Jaguar de ataque até os Mirage 2000-5 de defesa aérea e ataque e os caças navais Super Etendard. Esse caça é uma amostra de como o desempenho dos caças pode evoluir de forma imprevisível. Digo isso porque a 20 anos atrás era impossível imaginar uma aeronave que pudesse superar as marcas de desempenho manobrado de um F-16 de forma tão absoluta como o Rafale foi capaz.
O Rafale foi produzido na versão Rafale M (naval) que é usada no porta aviões Charles De Gaulle e foi a primeira a entrar em serviço no ano de 2001, a versão Rafale C, que é a versão monoplace (um piloto) usada pela força aérea que tem o peso reduzido devido a ausência de alguns sistemas necessários para operações navais, e a versão Rafale B, biplace (2 tripulantes), que é usada para conversão (treinamento) e para ataques a alvos terretres, embora seja totalmente qualificada para combate aéreo.
Acima: O Rafale é um caça do porte de um F-16, porém, com capacidade que se assemelha a de um F-15, uma aeronave bem mais pesada e capaz.
Os Rafales atuais estão equipados com um radar de varredura sintética passiva Thales RBE-2 com um alcance de 135 km, um pouco menor que seu antecessor RDY do Mirage 2000, mas que é capaz de uma varredura aérea e terrestre simultaneamente, característica que é uma vantagem sobre os demais radares dos atuais caças que possuem a necessidade de mudar de modos ou ainda mesmo, ter que mudar alguns módulos do hardware em terra para poderem atuar em missões específicas. Esse radar, no modo ar ar, rastreia 40 alvos e pode atacar 4 alvos simultaneamente, com os mísseis MICA de alcance médio.
A versão F-3 do Rafale, que deve se tornar a versão padrão das forças armadas da França, tem um novo radar RBE-2 AESA (varredura eletrônica ativa) que além de ter o alcance aumentado para 200 km contra alvos com RCS de 3m², também será capaz de engajar 8 alvos simultaneamente. Esse radar tem melhor desempenho para detectar alvos de RCS reduzidos como aeronaves furtivas.
Acima: O novo radar RBE-2 AESA mostrado nessa foto permitirá um grande incremento na capacidade de combate do Rafale.
Além do radar, o Rafale é equipado com um poderoso sensor IRST OSF (Optroniques Secteur Frontal) fabricado pela Thales/Sagen que detecta de forma passiva, pela radiação infravermelha, um avião inimigo à até 80 km pelo quadrante frontal, ou até 130 km se o alvo estiver em fuga (com as saídas de escape dos motores expostas), que permite manter o radar desligado, dificultando para o inimigo sua identificação e ainda podendo monitorar a posição do seu adversário.
De fato o Rafale foi projetado para ser difícil de detectar, mas sem a capacidade furtiva do F-22. Mesmo assim, o Rafale tem maior poder de invisibilidade do que os outros caças de 4º geração. O RCS (Seção Cruzada de Radar) do Rafale é de cerca de 0,75 m2, que já é se mostra mais difícil de se detectar que um F-16 ou um F/A-18E Super Hornet, cujo RCS é de cerca de 1 m2.
O Rafale está equipado com um sistema de comunicação MIDS-LVT integrado ao link 16 que permite ao caça opera em uma rede NCW (Network- Centric Warfare) ou Guerra centrada em rede, onde os participantes do grupo de combate trocam informações em tempo real, com alta resistência a interferência sobre as posições dos inimigos no campo de batalha. Com esse sistema de datalink, o Rafale permite ao piloto ter expandida sua consciência situacional dando maior suporte a uma vantagem tática para vencer o combate.
Acima: O sistema de IRST OSF usado no Rafale tem desempenho superior a os seus similares russos, com alcance de detecção que chega a 130 km contra o alvo em seu quadrante traseiro.
Ainda o Rafale F-3 será equipado com um sistema DVI (Direct Voice Imput) onde muitas funções poderão ser executadas por simples comando de voz do piloto, agilizando e facilitando o trabalho de pilotar o caça durante uma tensa missão de combate.
A capacidade de guerra eletrônica, também foi pensada pelos projetistas da Dassault na concepção do Rafale. O sistema Spectra, desenvolvido pela Thales / MBDA, é um dos mais completos e eficazes sistemas de contramedidas eletrônicas ECM  já instalado em um caça. O Spectra fornece alerta de iluminação de radar hostil (RWR), assim como alerta de iluminação de laser (LWS) e alerta de aproximação de mísseis (MLWS). O Spectra ativa automaticamente o sistema de iscas flares e chaff assim que detecta a aproximação de um míssil.

Acima: Embora seja inegável que o painel do Rafale seja extremamente moderno, ele já se encontra atrás dos painéis com uma tela full touch screen que temos no F-35, e no JAS-39 Gripen E.
Os sistemas do rafale são integrados por um barramento de dados (databus) padrão MIL-STD 1553, que facilita a integração de sistemas e armamentos de outras origens.
Outro sistema projetado ara ser usado com o Rafale é o capacete com mira montada na viseira HMSD (Helmet Mounted Sight Display) Topsight-E que permite ao piloto visualizar informações de navegação e do alvo diretamente na viseira do capacete e ainda apontar os mísseis só com o movimentar da cabeça e olhos.
O painel de controle possui 3 telas de cristal liquido multifunção MFDs que fornecem todos os dados de navegação e combate como mapas e dados de radar. A arquitetura de comando é o HOTAS ou mãos no manete e no mache, onde o piloto tem os principais controles da aeronave em botões situados no manche e manete para agilizar e facilitar as operações de combate aéreo.
Acima: O Rafale B é a versão biplace usada preferencialmente para ataques a alvos de superfície, onde o oficial de trás, opera os sistemas de armas do avião, deixando o piloto a frente livre para pilotar.
O armamento do Rafale é formado pelo moderno e manobrável míssil MBDA Mica que tem alcance de 60 km e com total capacidade de combate de curta distancia graças a sua vetoração de empuxo que lhe garante alta agilidade em manobras de curto alcance, quando a queima do combustível ainda está ativa. O MICA pode ser equipado com um sistema de guiagem por radar ativo ou por um sistema de guiagem por infravermelho IR. É interessante notar que esta ultima versão tem duas vantagens de emprego. A primeira é contra aeronave stealth, que embora não reflitam bem as ondas de radar, não conseguem esconder a assinatura térmica com a mesma eficiência. A outra vantagem é que a versão IR não emite sinais, dificultando à aeronave alvo uma medida evasiva ou defensiva.
Logo, o Rafale, será homologado para lançar o novo míssil MBDA Meteor que terá alcance maior que a do míssil Mica (cerca de 100 Km.) e será guiado por radar ativo, sendo capaz, também, de combates a curta distancia. O míssil R-550 Magic 2 também pode ser transportado, mas esse míssil está sendo substituído pelo Mica IR. Para missões Ar Terra, o Rafale pode usar o míssil de cruzeiro Apache que é capaz de atingir o alvo a 140 km, com uma ogiva de submunições com 10 bombas Kriss anti pista com 50 kg cada. O míssil de cruzeiro multinacional SCALP EG (Storm shadow) fabricado pela MBDA e desenvolvido anteriormente pela Inglaterra Itália e França é uma arma mais capaz que o Apache, descrito acima, por ter maior alcance (500 km). A ogiva do SCALP EG, também difere do Apache. No SCAPL EG ela é unitária de penetração com 450 kg de alto explosivo. O objetivo é a destruição de alvos reforçados como um Bunker, por exemplo.
Acima: O Rafale dispõe de 14 pontos fixos para armamentos e cargas externas de apoio como tanques externos e pods de reconhecimento ou designação de alvos.
Outra arma disponível é o AASM Hummer, cujo alcance pode chegar a 55 km se o lançamento ocorrer a altas altitudes. Com guiagem inercial assistida por GPS/INS o Hummer foi idealizado para destruir alvos fortificados do mesmo tipo que o SCALP EG. Uma recente versão ainda tem apoio de guiagem a laser semi ativa na fase final do ataque. Que lhe garante ainda maior precisão.
O Hummer tem um peso unitário de 340 kg podendo ser transportado, e sua ogiva pode ser uma bomba MK-82 de 227 kg ou uma bomba penetradora BLU-11. A Hummer pode ser transportado  em cabides triplos no Rafale.
A bomba norte americana guiada a laser GBU-12 também faz parte do arsenal do Rafale. Esta arma foi bastante usada nas ações francesas no Afeganistão e na Libia.
Para ataque nuclear, o armamento usado é o míssil ASMP-A, um míssil de cruzeiro equipado com uma ogiva nuclear TN-81 co rendimento variável de 150 a 300 KT (quilotons). Para efeito de comparação, a bomba que explodiu em Hiroshima tinha 15 KT.  O alcance do ASMP-A é de 500 km e seu sistema de guiagem é inercial com um mapa carregado em um computador do míssil antes do ataque.
O Rafale pode atacar navios de guerra do porte de fragatas e destroieres com o míssil AM-39 Block 2 Exocet guiado por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil tem uma ogiva de 165 kg de explosivos.
Um canhão Nexter M-791 de 30mm é o armamento orgânico do Rafale sendo especialmente eficaz contra veículos terrestres. Sua cadencia de tiro é de, até, 2500 disparos por minuto podendo ser diminuída para 1500, 600 ou até 300 tiros por minuto através de um controle disponível para o piloto.
Acima: O Rafale tem um excelente desempenho de voo, principalmente em curvas fechadas, onde poucos aviões do mundo rivalizam com ele.
O Rafale é propulsado por dois motores Snecma M-88-2, que rendem 7439 kg de empuxo com pós combustão. Trata-se de um motor confiável de 3º geração, em relação a os motores franceses. Este motor permite uma relação empuxo peso de 1,15, dando muito boa capacidade de aceleração ao Rafale. Segundo a Snecma, este motor produz menos calor que os motores anteriores contribuindo para uma discrição infravermelha. A boa relação empuxo peso somado a baixa carga alar (62,8 lb/ft2) , sua estabilidade artificial, e com canards ativos, dão ao Rafale uma capacidade de curva difícil de bater. Na verdade o Rafale e seus primos Typhoon e Gripen, são as aeronaves com melhor desempenho em curva dentre todos os aviões de combate do mundo. No caso do Rafale, ele consegue uma taxa de giro instantânea de 31º/ seg e uma taxa sustentada de 24º/ seg. Esses dados superam com folga a capacidade de curva do F-16, e mesmo do caças da família Flanker. Outro aspecto de desempenho que se destaca na qualidade de voo do Rafale é sua velocidade de ascensão. Ele consegue subir a 18288 m/min, ou seja, sobre como um foguete!  O F-16 que tem uma boa razão de subida também, sobe a 15240 m/ min. Esse aspecto dá ao Rafale uma vantagem em missões de interceptação
O insucesso do Rafale no mercado internacional se dá pelo preço elevado que é pedido por ele. Porém deve-se observar que ele é uma aeronave com capacidade elevada de combate que faz frente a aeronaves maiores. Certamente, porém, que se os requisitos de um cliente que seja muito exigente, o Rafale acabará sendo adquirido. O Rafale é uma solução bastante completa para uma aeronave de combate multifunção de alto desempenho.

Acima: O Rafale tem uma boa autonomia e graças a o sistema de reabastecimento em voo pode voar missões intercontinentais.


Acima: Um desenho em corte do Rafale B, versão biplace usado para missões de ataque a alvos terrestres e navais.
Abaixo: Um desenho em 3 vistas do Rafale B.




Acima: Nesse desenho podemos ver as armas já integradas ao Rafale.




segunda-feira, 7 de julho de 2014

VOUGHT M-270 MLRS. Chuva de fogo sobre o campo de batalha.


FICHA TÉCNICA
Motor: Motor Cummins VTA-903T e 500 Hp.
Peso: 24560 kg.
Autonomia: 485 km.
Velocidade: 65 Km/h.
Passagem de Vau: 1,2 m.
Trincheira: 2,5 m.
Obstáculo vertical: 0,9 m.
Armamento: 12 tubos de foguetes ou 2 mísseis MGM-140 ATCMS.
Alcance dos foguetes: Foguete padrão M-26: 32 km; M-26A1: 45 km; M-30: 60 km; M-39 TACMS: 97 km; MGM-140 A: 165 km; MGM-140B/E: 300 km; MGM-140C: 140 km.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O sistema de lançamento de foguetes múltiplos (MLRS) teve sua concepção iniciada com o pedido do departamento de defesa dos Estados Unidos em 1976 para um sistema de artilharia com foguetes que tivesse como característica a alta mobilidade e capacidade de saturar o campo de batalha. Muitas empresas ofereceram soluções ao pedido do Pentágono, porém a empresa escolhida foi a Vought, conhecida por algumas criações muito bem sucedidas como o avião de ataque A-7 Corsair e o caça naval F-8 Cruzader. A escolha se deu em 1980 sendo que em 1983 o sistema M-270 MLRS, como ficou conhecido, entrou em serviço no Exercito dos Estados Unidos (US Army). Posteriormente o M-270 foi exportado a 15 nações aliadas dos Estados Unidos, sendo que muitas nações da OTAN adotaram o M-270 como seu sistema de artilharia de foguetes. De forma geral, pode se afirmar que o M-270 MLRS é um dos mais bem sucedidos sistemas de artilharia do ocidente em termos comerciais.
Acima: O sistema de foguetes de artilharia M-270 MLRS é o principal armamento do tipo no ocidente.
O veículo que transporta e lança os foguetes é derivado do veículo de combate de transporte de tropas M-2 Bradley e está motorizado com o mesmo motor Cummins VTA-903T a diesel que proporciona até 500 cavalos de potencia, usado no M-2 Bradley. Esse propulsor permite que o M-270 atinja a velocidade máxima de 65 km/h em estrada, o que pode ser considerado muito bom, para um veículo sobre lagartas que pesa 24,56 toneladas. A tripulação, composta por três homens é protegida por uma fina blindagem capaz de resistir a munições de armas leves, como fuzis de assalto, além, de ter proteção NBQ (Nuclear, Biológico e Químico).

Acima: Hoje, 16 nações usam o M-270 como seu sistema de artilharia de foguetes de saturação. O da foto é da força de defesa de Israel (IDF).
O M-270 transporta 12 foguetes não guiados que podem ser de diversos tipos. Esses foguetes diferem em alcance e ogiva, de forma que a versão básica é chamada de M-26 e usa uma ogiva de submunições com 644 granadas M-77 que se espalham causando estrago em uma grande aérea. O alcance do foguete M-26 é de 32 km e os alvos ideais para esse tipo de foguete são os sítios de mísseis antiaéreos e as baterias de artilharia inimigas. O foguete M-26 tem algumas sub-variantes, como a M-26A1 cujo alcance foi aumentado para 45 km e a ogiva usa sub-munições M-85. Os alvos são os mesmos da versão original. Um tipo de foguete guiado por GPS chamado M-30 GMLRS também pode ser lançado pelo M-270. O alcance desta versão é de 60 km e a ogiva é composta por 404 granadas M-77. Estes foguetes podem ser lançados de forma unitária ou em rajadas com os 12 foguetes sendo lançados simultaneamente. Este ultimo procedimento, no entanto, obriga a se refazer a mira, uma vez que o recuo do lançamento muda o posicionamento do lançador. O recarregamento é feito em até 10 minutos pela própria tripulação com um veículo de apoio M-985 HEMTT que transporta os contêineres com 6 foguetes cada.
Uma alternativa ao uso de foguetes, que pode ser lançada do M-270, é o moderno míssil tático MGM-140A TACMS (Army tactical Missile System). O ATCMS é guiado inercialmente através de um giroscópio laser e seu alcance varia de 140 a 300 km dependendo da versão e sua ogiva pode ser desde submunições na forma de 950 granadas M-74 até uma ogiva unitária de 227 kg de alto explosivo com capacidade d destruir alvos reforçados como Bunkers. O M-270 pode transportar apenas duas unidades do ATCMS.

Acima: O ATCMS é um míssil guiado com alcance que pode chegar a 300 km. Esta é a arma mais potente dentre das que o M-270 é capaz de operar.
Na primeira guerra do Golfo Pérsico, cenas de baterias do M-270 MLRS abrindo fogo de saturação eram muito comuns nos noticiários. Este sistema impôs muitas baixas nas forças iraquianas que estavam estacionadas no deserto que separa o Kuwait e o Iraque e facilitaram as manobras de terra por parte das tropas aliadas se tornando um item imprescindível no campo de batalha.

Acima: O uso de submunições em cada foguete lançado pelo MLRS permite potencializar muito o estrago na área alvo e assim, sua efetividade.

ABAIXO PODEMOS VER UMA DEMONSTRAÇÃO DO M-270 MLRS DO EXÉRCITO DA COREIA DO SUL.

Curtiu o blog WARFARE? Assine a lista de atualizações através da ferramenta de alertas na barra lateral do blog, ou pelo e-mail editorwarfare@gmail.com e siga a fanpage WARFARE no facebook pelo endereço: https://www.facebook.com/warfareblog

sexta-feira, 4 de julho de 2014

CLASSE AQUITAINE. A espinha dorsal da modernização das escoltas francesas.


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata multimissão.
Tripulação: 108 tripulantes.
Data do comissionamento: Comissionada em 2012.
Deslocamento: 6000 toneladas
Comprimento: 142 mts.
Boca: 19 mts.
Propulsão: Uma  turbina a General Electric/Avio LM2500+G4 com 42895 hp de potencia.
Alcance: 11000 Km
Sensores: Radar tridimensional  de varredura eletrônica multifunção Herakles com 250 km de alcance contra alvos aéreos e 80 km contra alvos de superfície. Sistema  multissensor eletro-óptico Artemis de detecção passiva; Sensor Najir MM eletro-óptico de controle de fogo; Sonar de casco UMS-4110C, sonar rebocado UMS-4249.
Armamento: AAW: 1 lançador Sylver A-43 VLS de 16 mísseis Aster 15; AsuW: 1 lançador Sylver A-70 VLS para 16 mísseis de cruzeiro SCALP Naval; 2 lançadores quádruplos de mísseis MBDA MM-40 Block III Exocet;  1 canhão de fogo rápido Oto Melara de 76 mm Super rapid, ASW: Torpedos Eurotorp MU-90 Impact; 2 canhões remotamente controlados Nexter Narwhal em calibre 20 mm; 2 metralhadoras M-2HB calibre 12,7 mm (.50).
Aeronaves: Um helicóptero NH-90 ASW.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
O continente europeu está acostumado a dividir as responsabilidades de defesa entre seus paises. Isso estreita as relações já tão próximas entre aquelas nações, diminui custos e aperfeiçoa a eficiência dos diversos sistemas de armas que ali são projetados. Os projetos como o do caça-bombardeiro Tornado IDS, o caça europeu Eurofighter Typhoon, a fragata classe Horizon, são exemplos bem sucedidos de programas  militares multinacionais europeus. 
No ano de 2002 a França e a Itália formaram mais uma pareceria com a assinatura de um contrato para desenvolver e construir uma nova classe de fragata multimissão cujo programa foi chamado de FREMM (Frégates Européennes Multi-missions) Ou fragata europeia multimissão. Este moderno navio de guerra está sendo construído pela DCNS Francesa e pela empresa italiana Fincantieri. Embora essa classe esteja sendo projetada para operar em funções múltiplas, ainda sim, os navios franceses serão construídos em duas versões distintas com otimização de uma determinada função. A primeira versão será a ASW (Anti-submarine Warfare) ou guerra anti-submarino, e a segunda será a FREDA (Fragata de defesa aérea) que terá a capacidade de combate antiaéreo otimizada além de poder destruir alvos em terra com o uso do novo míssil de cruzeiro MBDA SCALP. Já a Itália usará uma versão que será será levemente diferente em desenho e sensores, lembrando sua irmã mais velha a fragata da classe Horizon com uma capacidade de combate mais equilibrada contra todos os tipos de alvos. Essa versão é chamada de GP (Generel Purpose) ou "uso geral", e a versão uma versão dedicada a missões antissubmarino (ASW).

Acima: O desenho da Aquitaine teve forte foco na redução de sua reflexão de radar epor isso muitos dos sistemas do navio são embutidos sob o convés ou no próprio casco do navio.
Nesse primeiro artigo sobre o projeto FREMM vamos apresentar a versão francesa, a classe Aquitaine. A Marine Nationale (marinha francesa) tinha o desejo de adquirir 17 navios dessa classe, mas por motivos de problemas orçamentários causados pela crise financeira que assolou a Europa e os Estados Unidos, houve um grande corte do numero a ser adquirido desta classe de navios. Hoje, está confirmado que serão adquiridos 8 navios da classe Aquitanine, sendo 6 deles, da versão ASW (antissubmarino), e 2 da versão FREDA (versão de defesa antiaérea). Em 2016 será decidido se serão construídos mais 3 unidades que totalizariam 11 unidades. Hoje, há dois navios prontos, sendo que o Aquitaine foi comissionado em novembro de 2012 e o segundo navio, batizado de Normandie está em testes e deverá ser comissionado ainda este ano.

Acima: Ao todo, 8 navios desta classe estão confirmados para a poderosa Marine Nationale (marinha francesa). O Marrocos, adquiriu uma unidade dessa classe e outras nações demonstraram interesse neste moderno navio, e o Brasil foi uma delas em seu programa PROSUPER.
A propulsão das fragatas FREMM será feita por uma turbina a gás General Electric/ Avio LM-2500+G4 que proporcionará 32 MW e 42895  hp de potencia para duas hélices que podem levar a FREMM a uma velocidade máxima de 27 nós (50 km/h), ou ainda, em operação silenciosa, a velocidade de 15 nós (28 km/h). A autonomia é de 11000 km,  o que pode ser considerado espetacular para esse tipo de navio o que permite, desta forma, operações em qualquer lugar no mundo escoltando um grupo de batalha.
A Aquitaine tem 142 metros de comprimento e 6000 toneladas de deslocamento. Sua tripulação será reduzida para 108 tripulantes devido grande automação dos sistemas operados no navio. A modularidade de seu projeto permitirá a modernização e atualização dos sistemas de combate do navio de forma indefinida, garantindo uma longevidade operacional desta fragata.

Acima: Graças a grande automação de seus sistemas a Aquitaine opera com uma tripulação reduzida de 108 tripulantes, cerca da metade do que era necessário no navio Geroges Leygues que esta sendo substituída pela Aquitaine
A suite de sensores da Aquitaine é composta por um radar de abertura sintética tridimensional Herakles, desenvolvido pela Thales, a gigante empresa francesa de eletrônica e defesa. Este radar tem alcance de busca aérea de 250 km contra alvos de grande porte como uma aeronave de patrulha marítima como um P-3 Orion  por exemplo.
Outro importante sistema é o sensor eletro-óptico Artemis que integra uma câmera infravermelha com uma câmera óptica para busca de alvos navais e aéreos. Esse sistema tem duas vantagens que são o de não emitir sinais para os sensores inimigos (opera totalmente de forma passiva) e de ser imune a interferência eletrônica (jammer). Para apoio ao controle de fogo, um sistema Sagem Nanjir MM, que também é um sensor eletro-óptico com um telêmetro a laser capaz de detectar e dar a distancia do alvos aéreos a até km 16 km, e alvos de superfície como uma corveta a 20 km. Para caçar submarinos, existem dois sistemas de sonar. O primeiro, um modelo de casco, é o UMS-4110C, que fica em uma espécie de bolha embaixo e a frente do casco. Este sonar é capaz de rastrear alvos submersos a longas distancias e ainda fornecer dados para alimentar o sistema de guiagem dos torpedos do Aquitaine. O outro sonar é o do tipo rebocado, de profundidade variável, do modelo UMS-4249 que opera em baixa frequência de forma ativa e passiva. Todos os sistemas mencionados aqui são gerenciados por um sistema de gerenciamento de combate CMS (Combat Management System) desenvolvido pela DCNS, responsável pela parte francesa do projeto FREMM.

Acima: Nessa foto podemos ver o radar de varredura sintética Herakles, desenvolvido pela Thales. Este radar tem alcance de 250 km contra alvos aéreos de grande porte.
As fragatas do projeto FREMM foram pensadas para serem pesadamente armadas. A Aquitaine, versão francesa desse projeto (a versão italiana será abordada em uma próxima matéria), tem duas configurações de armamento, sendo uma versão ASW (antissubmarino) da qual será a mais numerosa, com 6 navios. Já a segunda configuração chamada de FREDA, é a versão otimizada para guerra antiaérea, do qual, serão construídas duas embarcações. 
O primeiro navio da classe, a Aquitaine, é da configuração ASW e está armada com um lançador vertical Sylver A-43 com 16 células que pode ser armado, exclusivamente com mísseis antiaéreos de curto e médio alcance. Os mísseis usados por esse lançador são o MICA VL, T-1 (Crotale de lançamento vertical) e o moderno míssil Aster 15 (preferencialmente são os mísseis usados). O míssil MICA VL é uma versão do MICA, arma originalmente desenvolvida para combate ar ar e usado por caças Mirage 2000, F-1 (MF2000) e Rafale. O MICA VL pode ser guiado por radar ativo ou sensor infravermelho IR trocando apenas sua cabeça buscadora. O alcance desse míssil é de 20 km, quando lançado verticalmente. O míssil T-1, uma versão avançada do famoso míssil Crotale, tem alcance de 16 km e sua guiagem pode ser feita por radar semi ativo (o radar do navio precisa iluminar o alvo), sensor eletro-óptico, ou sensor infravermelho. Já o míssil Aster 15, vem de uma moderna família de armas pensada, desde o início para fazerem parte dos arsenais antiaéreos dos novos navios de guerra europeus. Desenvolvido pela MBDA, existem duas versões do Aster. A Aster 15, compatível com o lançador Sylver A-43, tem alcance de 30 km e seu sistema de guiagem é inercial com radar ativo no final do engajamento. O Aster é o armamento padrão de defesa anti aérea da Aquitaine, embora o lançador possa ser usado com os outros armamentos. Logo atras desse lançador de mísseis existe um segundo lançador da mesma familia, mas de versão diferente. Trata-se do lançador Sylver A-70 de 16 células também, e que está integrado ao míssil de ataque terrestre Scalp Naval Também conhecido pelo acrônimo MdCN ( Missile de Croisiere Naval) Míssil de cruzeiro naval. Este míssil é capaz de destruir alvos terrestres a 1000 km de distancia, o que coloca este míssil na mesma categoria do famoso míssil Tomahawk norte americano, inclusive com um sistema de guiagem similar do tipo Tercom na fase terminal do voo. Um detalhe importante de ser observado é que o lançador Sylver A-70 pode lançar a versão de longo alcance do Aster, conhecida como Aster 30, que possui o mesmo sistema de guiagem porém com alcance estendido até 120 km.

Acima: O lançamento de um míssil Aster 15 de uma Aquitaine. Este míssil tem alcance máximo de 30 km e pode abater uma aeronave inimiga a altitude máxima de 13000 metros.
Para ataque contra navios, o Aquitaine está armado com dois lançadores quádruplos para mísseis MM-40 Exocet Block-III que além da capacidade antinavio, é capaz de destruir instalações terrestres que estejam em áreas litorâneas. O novo Exocet Block III tem um alcance expandido para 180 km (o alcance das versões anteriores era de 70 km) e sua guiagem é feita por radar ativo. O armamento de tubo é representado por um canhão de fogo rápido Oto Melara de 76 mm Super Rapid. Este canhão pode atingir alvos a 16 km usando a granada padrão, sendo, porém, que projéteis especiais como o SAPOMER tem o alcance estendido para 20 km. A granada Vulcano 76 é a granada de maior desempenho para canhões de 76 mm, conseguindo atingir alvos a 40 km e com alta precisão pois é um projétil guiado por GPS. 
Foram instalados dois canhões Nexter Narwhal em calibre 20 mm operado remotamente, a duas metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7 mm (.50). Para destruir submarinos, foram instalados dois lançadores fixos para torpedos leves  MU-90 Impact, capazes de atingir um submarino a uma distancia máxima de 25 km com seu sistema de guiagem por sonar ativo e passivo. Para completar a capacidade antissubmarino, a Aquitaine opera um helicóptero médio NH-90 Caiman que podem desempenhar ataques a submarinos armados com torpedos MU-90 ou em busca e salvamento.
Acima: O Aquitaine opera o moderno helicóptero NH-90 em operações de busca e salvamento ou mesmo de guerra antissubmarino.
A fragata do projeto FREMM fornece uma capacidade extremamente equilibrada entre sensores e poder de fogo, associada a uma modularidade elevada que dão a seu cliente a possibilidade de configurar seu navio com os equipamentos, seja armas, seja sensores ou sistemas de comunicação que melhor lhe convierem. Trata-se de um dos projetos de melhor relação custo benefício disponíveis a marinhas interessadas em novos navios de escolta. A França é uma nação com uma forte tradição na industria naval e usou muito bem sua expertise em sua versão da FREMM. A marinha brasileira poderia ter uma solução ideal com este navio para substituir suas velhas embarcações de escolta da classe Niteroi e da classe Greenhaughem seu programa PROSUPER que prevê a aquisição de novos navios de superfície de escolta.

ABAIXO PODEMOS ASSISTIR UM VÍDEO COM BELAS IMAGENS DO NORMANDIE, A SEGUNDA EMBARCAÇÃO DA CLASSE AQUITAINE.

Curtiu o blog WARFARE? Assine a lista de atualizações através da ferramenta de alertas na barra lateral do blog, ou pelo e-mail editorwarfare@gmail.com e siga a fanpage WARFARE no facebook pelo endereço: https://www.facebook.com/warfareblog

terça-feira, 1 de julho de 2014

BOEING AH-64 APACHE. O mais poderoso helicóptero antitanque ocidental.


FICHA TÉCNICA
Peso: 5165 kg.
Altura: 4,64 m.
Comprimento: 17,73 m.
Propulsão: 2 motores General Electric T-700 GE 701 com 1696 Hp cada..
Velocidade máxima: 276 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: 273 Km/h.
Alcance: 400 km com combustível interno e 1900 Km com combustível externo.
Razão de subida vertical: 541 m/min.
Fator de carga: +3.5/ -0,5 G.
Altitude maxima: 5915 m.
Armamento: 770 Kg de cargas externas. Um canhão  M230 Chain Gun de 30 mm com 1200 tiros, Misseis AGM114 Hellfire, Misseis AGM 122 Sidearm antiradar, Mísseis AIM-9 Sidewinder  para combate aéreo, e mísseis Stingers contra helicópteros. Lançadores de foguetes Hydra 70 de 70 mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior 
O Helicóptero Boeing AH-64 Apache foi projetado pela extinta Hughes Helicopters e depois teve seu desenvolvimento continuada pela McDonnell Douglas, conhecida fabricantes de caças clássicos como o F-4 Phanton, F-15 Eagle F/A-18 Hornet e que adquiriu a Hughes em 1984 . Passados 11 anos, a Boeing acabou comprando a McDonnell Douglas em 1996 e a partir dai, a Boeing assumiu o projeto do Apache e seu desenvolvimento. 
O Apache foi projetado como resposta à necessidade de neutralizar, pelo menos em parte, a extrema superioridade numérica de tanques soviéticos e do antigo Pacto de Varsóvia que embora tivesse uma menor tecnologia, possuía uma vantagem quantitativa muito séria em relação a quantidade de tanques da OTAN. Por isso foi incorporado ao Apache capacidade total de operar de dia ou de noite (diferentemente do AH-1 Cobra que só operava de dia, nas versões disponíveis da época). Além disso ele teria que ser extremamente bem armado e pesadamente blindado, para resistir a danos em campo de batalha. O Apache foi testado com enorme sucesso na primeira guerra do golfo, em janeiro de 1991, na chamada tempestade do deserto, onde ele causou um estrago gravíssimo à forças iraquianas. Para se ter uma visão exata do que o Apache foi capaz de fazer às forças invasoras iraquianas na batalha para libertar o Kuwait, oficialmente os números de alvos destruídos pelo Apache foram: 500 tanques pesados, 120 APC (veículo blindado de transporte de tropas), 120 Peças de artilharia, 30 unidades de artilharia antiaérea e 20 aviões que estavam em terra. Esses números significam toda a quantidade de equipamentos militares de algumas nações!
Acima: O Apache foi vendido a muitas nações, mesmo sendo um helicóptero caro. Nessa foto podemos ver um AH-64E Guardian da força aérea holandesa. Outros países a operar este helicóptero são: Estados Unidos, Grécia, Índia, Indonésia, Israel, Japão Coréia do Sul, Kuwait, Arabia Saudita, Singapura, Taiwan, Emirados Árabes Unidos e Inglaterra.
O apache é equipado com blindagem capaz de “segurar” impactos diretos de projéteis de 23 mm, na cabine ou como preferem alguns, na “banheira”. Essa capacidade foi fundamental, na época de sua concepção, na medida que o principal sistema antiaéreo de escolta soviético era o veículo ZSU 23 Shilka, que é armado com 4 canhões de 23 mm que disparavam, cada um, 800 tiros por minuto, saturando de projéteis explosivos o espaço de até  2.5 Km em volta do canhão.
O armamento do Apache é outra característica notável deste poderoso helicóptero. Ele é armado, normalmente, com um canhão “Chain Gun” M-230 de 30 mm. Esse canhão dispara 625 tiros por minuto e sua munição, é uma granada de 30 mm capaz de destruir, praticamente, todos os blindados sobre rodas e causar estragos em carros de combate sobre lagartas mais pesados como um MBT. Além do canhão, o Apache é equipado com dois casulos de lançamento de foguetes Hydra 70 de 70 mm. Esses casulos transportam 19 foguetes cada um, e são usados para destruir alvos pequenos como veículos blindados leves ou concentração de tropas inimigas. O alcance desses foguetes pode chegar a 10500 metros se lançados de alta altitude, porem eles não são guiados de forma que sua precisão é relativamente pequena. Uma variante desses foguetes guiados a laser está em desenvolvimento o que melhorará significativamente sua eficácia. o nome desse novo foguete é  Advanced Precision Kill Weapon System (APKWS) 
E para terminar, o Apache transporta junto com os armamentos já mencionados, oito mísseis antitanque AGM-114 Hellfire, que é o mais destrutivo míssil antitanque, lançado por um helicóptero. O alcance do Hellfire é de mais de 7 km, por tanto fora do alcance dos canhões antiaéreos e ele destrói, simplesmente, todos os tanques de guerra existentes.
Acima: Nessa foto podemos ver 4 mísseis AGM-114 Hellfite e o casulo de foguetes Hydra 70. Se a missão demandar, o casulo de foguetes pode ser substituído por mais 4 mísseis Hellfire de cada lado, totalizando 16 mísseis.
Não há nenhum carro de combate que continue operando depois de atingido por um Hellfire. Uma vez, pude assistir um vídeo com uma demonstração muito interessante. Nela, um carro de combate MBT M-1 Abrams, do Exercito dos Estados Unidos, foi usado de alvo para um míssil Hellfire. 
Para resumir, o míssil penetrou na couraça deste tanque, um dos mais bem blindados do mundo, e atingiu o compartimento de munição do canhão principal. O tanque teve o compartimento estourado para cima, já que tem um dispositivo para proteger a tripulação nesses caso extremos,que abre uma comportas da torre, acima do compartimento de munição, direcionando a energia da explosão para cima e para fora do tanque. Ou seja, o melhor carro de combate americano tinha sido posto fora de combate, já que nem munição tinha mais e nem capacidade de rodar, por um impacto direto de um Hellfire. Outro teste só que mais dramático, foi quando um tanque M-60, de origem americana, do mesmo tipo usado por um batalhão de infantaria mecanizada brasileiro, foi destruído, por inteiro, depois de um impacto de um Hellfire. Deste M-60, não sobrou nada, e certamente, teria matado toda a tripulação, se fosse um ataque em situação real.
Acima: O Apache é um helicóptero muito manobrável graças a potência elevada de seus dois motores T-700 GE-701.
A chave da capacidade todo o tempo do Apache é conseguida através do uso do sistema TADS/ PNVS (Target Acquisition and Designation System, Pilot Night Vision System), que consiste de num conjunto de câmeras de tv, com sensores infravermelhos e de um laser designador de alvos. Com esse sistema, o Apache voa em alta velocidade, em baixíssima altura e a noite, mesmo com visibilidade zero. O TADS/ PNVS proporciona uma visão clara em qualquer condição climática. Mais recentemente, foi incorporado a este magnífico sistema de armas o radar de ondas milimétrica, Northrop Grumman Longbow, Este radar permite designar alvos como veículos e artilharia inimiga e ainda  identificar radares hostis de forma passiva. Outra vantagem é que o Longbow permite ao Apache disparar a nova versão dos mísseis Hellfire guiados a radar, garantindo, assim, uma real capacidade dispare e esqueça para o Apache. A versão mais recente do Apache, a AH-64E Guardian, tem além de todas as capacidades comentadas aqui, ainda usa um sistema de data link que permite ao helicóptero operar em um ambiente centrado em rede, enviando e recebendo dados para outros helicópteros, aeronaves e veículos em terra, além de operar aeronaves sem piloto (UAVs).
Acima: Esse conjunto de lentes a frente do Apache é o sistema TADS/PNVS que permite ao Apache operar em qualquer condição climática, de dia ou de noite e designar os alvos para suas armas.

Acima: O equipamento montado acima do rotor deste Apache é o radar Longbow de ondas milimétricas que permite ao Apache detectar alvos escondido atras de obstáculos como edifícios e copas de arvores.
O desempenho em voo do Apache é extraordinário. Ele tem potência de sobra graças ao seus dois potentes motores General Electric T-700 GE 701 com 1696 Hp cada. O Apache é rápido, muito manobrável e ágil. Sem dúvidas é um helicóptero difícil de acertar e mesmo que atingido, é difícil de cair. Seus motores agüentam 30 minutos de vôo sem óleo nenhum, ou seja a seco, caso haja um vazamento causado por um impacto do inimigo. O AH-64E usa uma variante melhorada desse motor chamada T-700 GE 701D que proporciona ainda mais potência chegando a 2000 Hp.
Essas qualidades superlativas tornaram esse helicóptero algo caro. Ele custa hoje, algo em torno de U$ 41 000 000,00 a unidade, sendo um dos mais caros helicópteros de ataque do mundo, porém, uma nação que pretenda ter uma capacidade de dissuasão competente, precisa considerar aeronaves de asas rotativas de combate e o Apache presta-se bem a essa função.

Acima: O painel do Apache se assemelha de um caça. Tudo para facilitar a complexa tarefa de pilotar e combater simultaneamente.


Acima: O capacete usado no Apache está integrado aos sistemas TADS/ PNVS e ao canhão M-230 Chaingun (foto a baixo), de forma que o canhão aponta automaticamente para onde o piloto olhar.


ABAIXO PODEMOS ASSISTIR A UMA APRESENTAÇÃO DO APACHE LONGBOW.

Curtiu o blog WARFARE? Assine a lista de atualizações através da ferramenta de alertas na barra lateral do blog, ou pelo e-mail editorwarfare@gmail.com e siga a fanpage WARFARE no facebook pelo endereço: https://www.facebook.com/warfareblog