FICHA TÉCNICA
Motor: Propelente sólido de estágio único Thiokol TX-486-1
Velocidade: PAC-1: 3675 km/h; PAC-2 e PAC-3: 6125 Km/h.
Velocidade: PAC-1: 3675 km/h; PAC-2 e PAC-3: 6125 Km/h.
Alcance: PAC-1: 70 Km, PAC-2: 160 Km, PAC-3: 45 Km.
Altitude: PAC-1/ PAC-2: 24000 metros; PAC-3: 15000 metros..
Comprimento: PAC-1: 5,3 m, PAC-2: 5,18 m, PAC-3: 5,2 m.
Peso: PAC-1: 914 kg, PAC-2: 900 kg, PAC:3: 312 kg.
Ogiva: PAC-1: 90 kg de alto explosivo (HE); PAC-2: 91 kg de alto explosivo (HE) fragmentada com espoleta de proximidade; PAC-3: 73 kg De alto explosivo fragmentada com espoleta de proximidade, e capacidade de impacto direto.
Lançadores: PAC-1/ PAC-2: Contêiner rebocável com 4 mísseis; PAC-3: Contêiner rebocável com 8 mísseis.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Para as pessoas que puderam acompanhar pela mídia a guerra do golfo em 1991, alguns sistemas de armas se tornaram verdadeiras “celebridades” graças ao sensacionalismo da imprensa leiga e da propaganda norte americana, como sempre, distorcendo a realidade em proveito próprio. Uma dessas “celebridades” da tecnologia militar foi o míssil antiaéreo MIM-104 Patriot, que pudemos ver interceptar alguns dos muitos mísseis Scuds iraquianos lançados contra alvos em Israel e na Arábia Saudita.
O Míssil Patriot foi desenvolvido, a partir de 1965 pela Raytheon, a mais importante empresa fabricante de mísseis dos Estados Unidos e pela Lockheed Martim visando substituir o míssil Hawk e o míssil Nike Hercules na função de defesa antiaérea de média e alta altitude. O primeiro lançamento ocorreu em 1970, porém os elevados custos do sistema e alguns problemas técnicos atrasaram a autorização do governo americano para dar continuidade ao processo de aquisição deste sistema antiaéreo até meados de 1983.
Acima: O Míssil MIM-109 Patriot é responsável pela defesa antiaérea de longo alcance do exército dos Estados Unidos e de muitos outros países aliados dos norte americanos.
O sistema de defesa aérea Patriot consiste, primeiramente, em um radar de varredura eletrônica passiva AN/MPQ-53/ 65 equipado com um sistema IFF (identificação amigo inimigo), sistema anti-interferência (ECCM) e o sistema guiagem TVM para o míssil. O alcance deste radar é de 100 km, podendo rastrear mais de 100 alvos simultaneamente e atacar mais de 9 alvos ao mesmo tempo.
Uma estação de controle de tiro AN/MSQ-104 ECS que fica montada num abrigo móvel que pode estar em um caminhão M-927 ou em um caminhão Light Medium Tactical Vehicle (LMTV ), é o centro nervoso do sistema, pois é o lugar onde os operadores do Patriot operam o sistema. É interessante observar aqui que o ECS é totalmente protegido para ambientes NBQ (Nuclear Biológico e Quimico), além de ter uma blindagem contra pulsos magnéticos. Os lançadores M-901 são compostos por 4 contêineres com 1 míssil Patriot, cada, sendo que na ultima versão do Patriot, conhecida como PAC-3, dado a suas menores dimensões, cada contêiner que pode abrigar 4 mísseis totalizando 16 mísseis. Uma bateria de mísseis Patriot por acomodar até 16 lançadores M-901 fornecendo um poder de fogo antiaéreo bastante pesado com 64 mísseis da versão PAC-1 e PAC-2.
Acima: A estação AN/MSQ-104 ECS é onde os operadores do sistema Patriot controlam todo o sistema. Essa estação é protegida contra pulso magnético e para ambientes NBQ.
O míssil MIM-104 Patriot, tem um sistema de guiagem chamado de “track via missile” (TVM) que consiste, na pratica em um sistema de guiagem híbrido entre a guiagem por radar semi-ativo (SARH) e o sistema de guiagem por comando de radio. No sistema TVM o radar AN/MPQ-53/ 65 ilumina o alvo, porém os dados dessa iluminação não são usados pelo míssil diretamente para ter o parâmetro do alvo, como nos sistemas SARH normais. Os dados do alvo iluminado são retransmitidos para o radar que envia os dados de correção de trajetória para o Patriot através de um sistema datalink. O alcance do Patriot PAC-1 é de 70 km e pode destruí alvos a altitudes de até 24000 metros, sendo sua velocidade de mach 3 (3675 km/h). Esses dados fazem do Patriot o sistema de mísseis ocidental de maior desempenho atualmente.
Acima: O radar de varredura eletrônica passiva AN/MPQ-53 é o principal elemento para a precisão do sistema Patriot. Depois da primeira guerra do Golfo, onde houve um desempenho pobre do sistema, muitas melhorias foram incorporadas ao sistema de aquisição e designação de alvo.
Hoje, temos 8 versões distintas do Patriot sendo que a primeira versão, chamada MIM-104 A, é um míssil antiaéreo bastante capaz, porém com limitada capacidade anti míssil balísticos. Uma das versões do Patriot, conhecida como PAC-1 (Patriot Advanced Capability), também chamada de MIM-104B ASOJ (Anti Stand Off Jammer), tem como diferencial que ele busca alvos que emitem contramedidas eletrônicas ECM, ou seja, aeronaves de guerra eletrônica ou aeronaves de combate que esteja usando esse artifício para despistarem de radares inimigos. A versão MIM-104C PAC-2, foi a primeira versão do Patriot otimizada para destruir, especificamente mísseis balísticos, como os Scud, usados pelo Iraque na guerra do Golfo. A versão PAC-2 teve 2 aperfeiçoamentos gerais de software do sistema guiagem que renderem as novas denominações MIM-104 D/E. Já a atual versão do Patriot, chamada de PAC-3 é um míssil totalmente novo, de menores dimensões com elevada capacidade anti míssil balístico e anti mísseis de cruzeiro, que proporciona a possibilidade de destruir seus alvos com impacto direto, dado a precisão do sistema. Essa versão, particularmente tem na Lockheed Martim seu principal contratante enquanto, a Raytheon foi contratada como integradora do sistema. O PAC-3 usa, essencialmente o mesmo sistema de guiagem TVM das versões anteriores do Patriot, porém com maior precisão e com o uso de um radar ativo que é ligado na fase final do engajamento dando uma elevadíssima precisão. O alcance máximo do PAC-3 é de 45 km, porém sua velocidade máxima é quase o dobro das versões mais antigas do Patriot, chegando a mach 5 (61 km/h). Essa maior velocidade, assim como a maior manobrabilidade terminal do míssil, permite uma interceptação mais ágil que compensa o alcance inferior. Como dito anteriormente o míssil PAC-3 é bem menor que as versões anteriores do Patriot, sendo que um lançador M-901, acomoda 16 mísseis em lugar de apenas 4 das outras versões.
Acima: Aqui temos dois veículos lançadores do sistema Patriot PAC-2 do exército alemão. Uma bateria tipica do sistema Patriot possui 4 veículos destes com 16 mísseis, Um radar AN/MPQ-53/65 para localização e designação de alvos, uma estação de controle de tiro AN/MSQ-104 ECS e um caminhão com um gerador de energia para o sistema todo. Recentemente o Exército alemão selecionou o substituto do sistema Patriot que será o moderno sistema MEADS.
Atualmente, os países que usam o Patriot são Estados Unidos, Coreia do Sul, Grécia (que também usa o S-300 russo), Taiwan, Espanha, Holanda, Arábia Saudita, Jordânia, Kuwait, Israel, Alemanha, Egito, Alemanha, Bahrain, Qatar, Emirados Árabes Unidos, e Japão. Como se pode ver, o sistema é bem “popular” entre os aliados dos Estados Unidos.
Na guerra do Golfo, muitas informações sobre o sucesso do Patriot frente aos Scuds foram publicados, porém, tempos após o termino daquele conflito os dados que, inicialmente, eram bastante positivos, eu diria até otimistas, foram sendo desmentidos, sendo que os resultados mais próximos da realidade ficaram entre 25 e 33 % de precisão. Certamente, e não poderia deixar de ser, que o desempenho do Patriot nesse conflito ajudou no desenvolvimento da atual versão PAC-3, muito mais precisa e especialmente desenvolvida para defesa antimíssil. Ainda sim, deve-se observar que é interessante o fato do míssil Patriot não ter um sistema de lançamento vertical como o MICA VL ou o sistema S-300/ 400 russo que possibilita uma maior eficácia contra alvos vindos de todas as direções. Essa característica representa a maior limitação, atualmente deste sistema quando comparado com os novos sistemas similares europeus e russos.
Acima: O míssil PAC-3 é o mais avançado membro da família Patriot. Com dimensões bem reduzidas e uma precisão radicalmente melhorada, permite ser eficiente a distancias menores e com capacidade de destruição do alvo com impacto direto e com uma ogiva menor e mais leve.
ABAIXO UM VÍDEO COM O PATRIOT DO EXÉRCITO ALEMÃO EM OPERAÇÃO.
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Excelente materia Carlos, recentemente um scud foi disparado, pelos rebeldes no iemen, contra a arabia saudita voce saberia me dizer se os sauditas usaram o patriot para inerceptar o scud?
ResponderExcluirSo uma correação , voce mencionou o japao duas vezes com usuario do patriot
Obrigado Fernando! Já corrigi o texto! Sobre sua questão, minha informação dá conta de que a Arabia Saudita usou dois Patriots para conseguir derrubar o Scud. Abraços
ResponderExcluirPelo que se dá a entender do artigo, que por sinal é excelente, o sistema Patriot é inferior ao russo S300/400; em relação à versão Pac-3, quão inferior a mesma é em relação ao sistema russo? em relação ao valor de aquisição, comparando-se os dois sistemas, qual é mais barato? desde já agradeço!
ResponderExcluirOlá Lucas.
ResponderExcluirO míssil PAC-3 tem alcance muito menor que as outras versões do pátriot e de seus concorrentes russos. Porém, seu objetivo é mais focado em interceptar m[isseis balísticos. O custo deles eu não encontrei para expor. Abraços
Qual sistema de defesa anti areia você escolheria para o Brasil ? E porquê ?
ResponderExcluirOlá Jeferson. Meu sistema antiaéreo para o Brasil é o BUK M-2 devido a sua mobilidade, e bom desempenho trazendo uma boa relação custo/ benefício.
ResponderExcluirCarlos, como já falei outras vezes gosto muito do seu, agora SITE. Foi através desse que conseguir compreender muitos sistemas de armas, também aprecio outros sites do mesmo gênero e a esses devo também.
ResponderExcluirRússia tem, BUK-m2, TOR-m2, PANTSIR-S1, S-300, S-400, S-500, C-500 e outros que não tenho conhecimento, isso garante a Rússia liderança na capacidade de se defesa antiaérea frente as ameaças dos americanas, OTAN e outros.
È como os americanos se defenderia da Rússia com seus muitos mísseis beliscos disparados de tantos meios possíveis que só a Rússia e china possui,(Navios, Aviões, submarino, Silos e meios terrestres. Até onde sei os americanos não tem meios terrestres para mísseis ant continental ou tem?) somado a isso a capacidade desses mesmo meios se tão eficazes e inesperados com esse sistema Patriot MIM-104 ou para isso eles tem outros meios mas capazes diante de mísseis beliscos do tipo TOPOL-M1?
A pergunta na verdade de modo simples, claro e direto é. O que os EUA tem de melhor para se defender dos meios acima citados.
ResponderExcluirOlá Rafael.
ResponderExcluirOs americanos tem o sistema anti míssil balísticos SM-3, baseado em navios de guerra que são capazes de interceptar uma ogiva nuclear a 2500 km de distancia e sobrevoando a Terra a 1500 km de altitude. Sim, é uma arma capaz de destruir alvos no espaço. Outro sistema usado pelos Estados Unidos é o THAAD, dedicado exclusivamente a lidar com misseis de curto e médio alcance. Porém, mesmo estes sistemas sendo super sofisticados e caros, eu não confio na capacidade de defesa total. os sistemas russos com ogivas manobráveis como o Topol M e o Bulava, certamente são capazes de superar o guarda chuva de defesa criado pela defesa anti míssil norte americana, Porém, por outro lado, os russos, certamente, não conseguiriam se defender de um ataque massivo de mísseis nucleares Trident II D-5 e Minuteman III. Uma guerra entre os dois países com uso de armas atômicas, levaria a uma derrota de ambos....
por esse motivo os russos se puderem podem tomar toda a Ucrania . antes a rixa dos russos era que os americanos estavam tentando por esses misseis proximo da russia com a desculpa que era pra defesa de algum ataque do oriente médio . agora os americanos podem usar a Ucrania como plataforma de ataque .
ResponderExcluirA propaganda é a alma do negócio... Me lembro bem , só se falava em Patriot e Tomahawk naquela época... Parecia que os EUA tinham nas mãos a fórmula para dominar o mundo.
ResponderExcluirO que pouca gente sabe é que durante a guerra do golfo em fevereiro de 1991 um sistema Patriot falhou em interceptar um Scud lançado pelo inimigo o qual matou 28 soldados americanos em suas barracas, em Dahran, Arábia Saudita
Motivo: erro no calculo do tempo devido a um arredondamento na representação do valor 1/10 usando um registrador de 24 bits... O erro final chegou ao valor de 34 décimos de segundos... tempo suficiente para o Scud percorrer quase meio kilometro !
Esse é um fato para nos manter concientes que os sistemas anti balísticos, seja ele o Patriot, o GBI, o AEGIS, o THAAD, o A-135 ou o futuro S-500 são bons mas não garantem 100% a defesa... longe disso, estão suscetíveis a falhas e olha que o Scud é considerado um míssil obsoleto... Imagina a dificuldade de conseguir abater um Iskander com contra-medidas ou um veículo de reentrada !