domingo, 12 de maio de 2019

GALIL ACE. Um dos melhores fuzis baseados no projeto Kalashnikov


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Diversos modelos, entre aço com alça  com um dioptro dobrável tipo "peep Sight",  miras reflex e ópticas com amplificação e visão noturna, todas instaladas sobre o trilho picatinny integral acima de toda extensão do fuzil.
Peso: Variável conforme comprimento do cano e versão: ACE 21: 2,8 kg; ACE 22: 3,3 kg; ACE 23: 3,44; ACE 31: 2,95 kg; ACE 32: 3,4 kg; ACE 52: 3,56 kg; ACE 53: 3,69 kg; ACE N-21: 3,01 kg; ACE-N 22: 3,45 kg.
Sistema de operação: A gás com trancamento por ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56x45 mm, 7,62x39 mm e 7,62x51 mm.
Capacidade: ACE N-21/ N22/ 31/ 32: 30 munições; ACE 21/ 22/ 23: 35 Munições; ACE 52/ 53: 25 Munições
Comprimento Total (coronha estendida): ACE 21/ N 21/ 31: 73 cm. ACE 22/ N 22: 84,7 cm; ACE 23: 97,5 cm; ACE 32: 89,5 cm; ACE 52: 93,5; ACE 53: 104,3 cm.
Comprimento do Cano: ACE 21/ N 21/ 31: 8,46 pol; ACE 22/ N 22: 13 pol; ACE 23: 18,11 pol: ACE 32: 14,96 pol; ACE 52: 15,75 pol; ACE 53: 15,75 pol.
Velocidade na Boca do Cano: ACE 21/ N 21: 915 m/seg; ACE 22/ N 22: 940 m/seg; ACE 23: 960 m/seg; ACE 31: 600 m/seg; ACE 32: 715 m/seg; ACE 52: 800 m/seg; ACE 53: 840 m/seg
Cadência de tiro: 680 tiros/ min (aproximadamente para todas as versões).

DESCRIÇÃO
Por Ironhead
O fuzil Galil foi desenvolvido depois da guerra dos seis dias, em 1967, quando o fuzil padrão empregado pelos soldados das forças de defesa de Israel, o FAL (nosso velho conhecido) apresentou sérias falhas em decorrência das características do ambiente do campo de batalha, como excesso de areia que impregnava no mecanismo da arma o levando a panes. A empresa IMI (Israel Military Industries) através das mãos de Yisrael Galil e de Yaacov Lior, projetaram um novo fuzil que fosse mais confiável nas condições difíceis do teatro de operações local e se basearam em um modelo finlandês derivado do onipresente AK-47 russo, o Valmet Rk-62, também conhecido como M-62. É interessante observar aqui que na guerra dos seis dias, enquanto que os militares israelenses experimentavam dificuldades com o FAL, notaram que o mesmo não acontecia com o AK-47, motivo, este, que favoreceu a opção por um projeto desta plataforma.
Acima: A evolução dos protótipos para o fuzil israelense que foi projetado para tomar o lugar do FAL nas forças de defesa de Israel.
Naquele período, os Estados Unidos haviam adotado o calibre 5,56x45 mm para ser a munição padrão em seu fuzil de assalto, o M-16. Logo, muitos projetos de novos fuzis começaram a aparecer neste calibre que foi adotado como padrão entre as forças militares da OTAN. Naturalmente, seguindo o forte alinhamento político estratégico que Israel possui com os Estados Unidos, a pequena, porém veloz munição foi escolhida para ser empregada no novo fuzil. A IMI passou a produzir o Galil em 1972, logo que seu projeto foi aprovado pelas forças de defesa de Israel, porém, devido ao grande fornecimento de fuzis M-16 e carabinas Colt Commando pelos Estados Unidos, prestando apoio nas guerras que se sucederam na história de Israel nos anos 70 e 80, o Galil acabou não sendo adotado em larga escala pelas suas forças, ficando restrito aos operadores da força aérea, tripulantes de veículos terrestres e pelos operadores de artilharia.
Acima: O fuzil de assalto Galil ARM foi o resultado da experiência das forças de defesa de Israel na guerra dos seis dias
Embora o Galil não tivesse sido empregado como armamento padrão da infantaria israelense, é importante observar que foi vendido para vários países, incluindo o fornecimento  de licença de produção para alguns destes países que se tornaram operadores desta excelente arma. A título de exemplo, cabe aqui mencionar a empresa sul africana Vektor, atualmente Denel Land System, que em 1980 passou a produzir uma versão do Galil, chamada R-4, que possui como diferença, a substituição da coronha de aço por uma de carbono. Mais de 40 países usam alguma das versões do Galil atualmente.
Acima: Nesta foto um soldado do exército sul africano com seu R-4, versão do Galil produzida sob licença pela Vektor.
A versão mais moderna do Galil, batizada de Galil ACE é o foco principal deste artigo e apresentei nas linhas acima dados sobre a história inicial do projeto para poder contextualizar de onde veio este armamento que muitos ainda não conhecem.
O projeto do Galil ACE, levado a cabo pela empresa IWI da israel, com apoio da empresa estatal colombiana INDUMIL que coletou dados dos combatentes das forças armadas colombianas sobre as necessidades desejadas em um fuzil de assalto dentro da realidade enfrentada por eles em combate contra a narco-guerrilha, objetivou aprimorar as características do armamento, trazendo ele para o competitivo mercado de fuzis de assalto e carabinas para civis (nos países democráticos) que hoje se observa no mundo. Desta forma o mecanismo foi mantido o mesmo do Galil original, usando o sistema de ação por gases captados em um pequeno orifício posicionado dentro da alma do cano que empurra um pistão para trás, destrancando o ferrolho rotativo e armando o percursor. A mola recuperadora empurra o ferrolho para frente, colocando uma nova munição na câmara e trancando. Um detalhe importante é que no ACE, o ferrolho fica aberto após o disparo da ultima munição do carregador, característica, esta, que não ocorre nas versões iniciais do Galil. Essa característica, também, só está disponível nas versões em calibre 5,56 mm (ACE 21/ 22/N 22/ 23).
Acima: O Galil ACE é produzido nos três principais calibres de fuzil empregados no mundo. Na foto o Galil ACE 32 no calibre 7,62x39 mm, munição famosa por ser usada pelo Kalashnikov AK-47.
Com o objetivo de reduzir o peso do Galil ACE em relação ao Galil original, o conjunto compreendido pela empunhadura e o receptáculo do carregador foi produzido em polímero no lugar do aço. O desenho deste componente recebeu melhorias que proporcionam melhor ergonomia para a empunhadura. O guarda mão (ou telha, como preferem alguns), também teve seu material original (madeira) substituído por polímero.Com isso, o peso foi de 4,35 kg para 3,7 kg na versão padrão ACE 22. Na parte de cima do fuzil foi montado um trilho picatinny integral na versão "N", e dois trilhos separados na versão "padrão", que facilita a instalação de diversos tipos de miras que podem ser simples de aço com a alça usando a configuração dioptro "peep sight" com abertura configurada para alvos a 300 e para 500 metros, miras reflex com red dot, ou miras ópticas com aumento e miras com amplificador de luminosidade para operações noturnas. Há trilhos na telha da arma que podem receber placas de apoio (padrão de fábrica), ou receber lanternas, apontadores a laser e manoplas de manejo. A tecla de segurança e seletora de regime de fogo pode ser acionada por ambos os lados da arma, porém estão em posições diferentes, sendo que do lado direito, a tecla fica pouco atrás e num ponto mais baixo da janela e ejeção, e do lado esquerdo, a tecla se encontra na parte superior da empunhadura. A alavanca de manejo do ferrolho, por sua vez fica no lado esquerdo do Galil e a janela de ejeção, do lado direito.
Acima: A mira padrão de fábrica do Galil ACE é um sistema de dioptro "peep sight", muito popular na maioria dos fuzis de assalto. O trilho de acessórios, no entanto, permite substituir este sistema por miras mais modernas e eficazes como a reflex red dot, ACOG ou lunetas.
O Gali ACE é fabricado nos três principais calibres para fuzis de assalto usados no mundo: O 5,56x45 mm (ACE 21/ 22/ 22N/ 23); 7,62x39 mm (ACE 31/ 32) e o potente 7,62x51 mm (ACE 52/ 53). O leitor mais atento vai observar que em duas versões mencionadas existe uma letra "N". Esse diferencial na designação do ACE identifica as versões que usam o carregador STANAG 4179 (o padrão usado pela plataforma AR-15). para 30 cartuchos. A versão Padrão do Galil em 5,56 mm, no entanto, emprega o carregador original de 35 cartuchos. As versões em calibre 7,62x39 mm (mesmo do AK-47) usam carregadores de 30 cartuchos padrão do AK-47, o que também facilita bastante compra de carregadores que são bastante difundidos, principalmente em países africanos e asiáticos. Já a versão em calibre 7,62x51 mm  usa carregador de 25 cartuchos. A tecla de liberação do carregador fica a frente do guarda mato, como nos fuzis da família AK 47 que é intuitivo e permite fácil acesso para destros e canhotos.. Dentro da empunhadura há um guarda objetos onde o soldado pode guardar acessórios de pequenas dimensões.
Acima: O fuzil Galil ACE 762 versão modificada do ACE 52 no calibre 7,62x51 mm, fabricado na IWI dos Estados Unidos usa um carregador padrão SR-25 para 20 cartuchos, que representa 5 cartuchos a menos que a versão com carregador original ACE 52.
A coronha do Galil ACE, diferentemente do modelo original do Galil que é apenas dobrável tem, também, ajuste telescópico para seis posições que permite muito melhor adaptabilidade operacional para seus operador. O desenho é, claramente, baseado na coronha das carabinas M-4, mas possuindo o recurso de ser rebatida (dobrável) para o lado direito. É interessante observar que existem, como acessórios, dois itens que ajudam a melhorar ainda mais a funcionalidade da coronha do Galil Ace: Um dos acessórios é um "descanso de bochecha" que dá maior conforto para disparos com uma visada mais cuidadosa. Já, o segundo acessório, é uma soleira de borracha que é colocado na coronha com o objetivo de atenuar, ainda mais, o efeito do recuo do disparo, principalmente na versão do Galil 52 e 53 que empregam o potente cartucho em calibre 7,62x51 mm.
Acima: A coronha do Galil ACE permite 6 posicionamentos de comprimento, configurados de forma similar ao encontrado nas coronhas das carabinas M4A1, da plataforma AR, porém, com possibilidade de dobrar ela para a direita, reduzindo o comprimento total da arma, recurso, este, que é muito útil quando transportado dentro de viaturas. Notem o"descanso de bochecha" sendo encaixado na coronha da foto.
O Fuzil Galil ACE é fabricado na Colômbia, pela INDUMIL, em Israel, pela IWI, no Chile pela FAMAE, na Ucrânia pela RPC Fort e pela fábrica Z111 do Vietnã. Ao todo são 20 países que usam esse modelo de fuzil o que, só por esse importante numero, já dá para considerar um produto de sucesso comercial bastante relevante para um modelo que pode ser considerado de fora dos grandes fabricantes de armas de fogo para uso militar/ policial, normalmente dominado por empresas norte americanas, russas e europeias.
O fuzil Galil ACE já foi apresentado para policiais de alguns Estados brasileiros e para as forças armadas brasileiras também, porém, não foi adotado até porque, existe um forte  protecionismo dentro das forças armadas brasileiras que costumam beneficiar a industria nacional mesmo quando o equipamentos nacional não é o melhor e algumas vezes, nem o mais barato.
O Galil ACE continuará em operação em muitas forças armadas por, pelo menos mais 20 anos pois se trata de um produto relativamente novo (entrou em serviço em 2008) e de muito boa qualidade e desempenho.
Acima: Soldados do Exército da Colômbia marcham portando seus Galil ACE. A versão da foto é o ACE 23, em calibre 5,56x45 mm com cano de 18,11 polegadas.
Acima: O Galil ACE desmontado. O processo de desmontagem e montagem é similar ao empregado no AK-47 e derivados.

Acima: Operador com um Galil ACE-N22 (notem o carregador STANAG 4179, e a substituição da tela de baixo do guarda mão (telha) por uma manopla (ou empunhadura).
Galil Ace 21

Galil Ace 22

Galil Ace 23

Galil Ace - N 21
Galil Ace - N 22

Galil Ace 31

Galil Ace 32

Galil Ace 52

Galil Ace 53



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