terça-feira, 10 de dezembro de 2019

TEJAS MK-1. O pequeno caça leve indiano.

Caça Tejas MK-1
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 1.8 (1920 km/h).
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.9 (1100 km/h).
Razão de subida: *13000 m/min.
Potência: 0,94.
Carga de asa: 52,31 lb/ft².
Fator de carga: +8, -3,5 Gs.
Taxa de giro instantânea: 17º/s.
Razão de rolamento: 220º/s.
Teto de serviço: 15000 m.
Alcance: 850 km..Alcance do radar: Elta EL/M-2032 multi-modo: 64 Km (RCS 5m²).
Empuxo: Um motor General Electric F404-IN20 com 9000 kgf de empuxo com pós combustão.
DIMENSÕES
Comprimento: 13,2 m.
Envergadura: 8,2 m.
Altura: 4,4 m.
Peso: 6560 kg (vazio).
Combustível Interno: 5419 lb.
ARMAMENTO
Capacidade total: 3500 kg de carga externa divididos por 8 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Ar Ar: Míssil de curto alcance R-73; Míssil de médio alcance Derby; Míssil de médio alcance Astra.
Ar Terra: Bombas guiadas a laser BGL-1000; Bombas de queda livre de 250 kg. Casulo de foguetes não guiados de 68 mm FFAR.
Interno: Canhão de duplo cano GSh 23 mm com 220 munições.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
A Índia, é um país que muito tem se preocupado com assuntos de defesa por causa de sua rivalidade com o Paquistão gerada por causa da região da Caxemira. Porá causa disso, a Índia, possui uma industria de defesa, voltada, principalmente para fornecer equipamentos para suas forças armadas.
O primeiro caça da Índia foi o HAL (Hindustan Aeronautics) HF-24 Marut. Porém esse avião, embora manobrável, era pouco potente, e acabou forçando a Índia a ter que comprar muitos caças estrangeiros para guarnecer suas fileiras de defesa aérea. Por isso, os russos, tem na Índia um dos seus maiores clientes. A França é outro país que já lucrou bastante com a Índia, vendendo seus Mirage 2000.
Em 1983, a Força Aérea da Índia lançou o programa para uma aeronave de combate leve LCA (Light Combat Aircraft) com o objetivo de substituir os seus caças MIG-21 e ainda, desenvolver sua industria aeroespacial.
O LCA foi projetado pela HAL como uma aeronave instável, dependendo de um sistema de controle de voo computadorizado FBW (Fly By Wire) para conseguir manter a estabilidade artificialmente. Essa característica, presente em, praticamente quase todos os caças de 4º geração, otimiza a habilidade da aeronave para agilidade em manobras de combate aéreo. Outros pontos importantes do desenvolvimento do LCA foi os seus aviônicos e motores que deveriam ser projetados na própria Índia a fim de garantir o máximo de nacionalização de todo o espectro industrial aeronáutico do país.
Para um país que está dando seus primeiros passos dentro da fabricação de aeronaves de combate de alto desempenho, podemos presumir que o desafio desta grandeza gerou inúmeros percalços e atrasos. Assim, decorridos 20 anos, quando em 2003, o LCA foi batizado de Tejas.
O protótipo do Tejas armado com um míssil R-60 russo, hoje, já substituído pelo muito mais capaz míssil R-73.
O Tejas é o menor caça leve multifuncional do mundo, sendo quase dois metros mais curto que o já compacto F-16. Ele foi projetado para alta agilidade e velocidade máxima de mach 1.8 (1920 km/h), que é atingida com o uso de um motor General Electric F-404-IN20 com 9000 Kg de empuxo máximo (com uso de pós combustor). É interessante observar que este motor é uma versão do motor usado nos caças F/A-18 A/C Hornet que foram usados pela Marinha dos Estados Unidos até sua substituição pelo Super Hornet. O protótipo do Tejas voou pela primeira vez em janeiro de 2001. O uso do motor americano foi necessário na medida em que o motor definitivo planejado, um Kaveri GTX- 35VS com 10000 kg de empuxo com pós combustão, de produção local, ter seu desenvolvimento fracassado com problemas não solucionados apresentados em testes.
Quando o Tejas deixa o chão, pode se notar que é um avião ágil no rolamento e que apresenta uma capacidade de curva comparável ao do Mirage 2000. Isso é, de fato, suficiente para justificar sua missão que é substituir os velhos MIGs 21 da época soviética. Porém, por outro lado, se levarmos em conta o tipo de ameaça mais provável que esse pequeno jato terá que enfrentar, que podem ser elencados os caças Su-30 MKK , J-10 e J-20 pelo lado chinês e JF-17 e F-16C do lado paquistanês, fica evidente que o Tejas estará em desvantagem na maior parte das vezes. Para equilibrar o jogo, a qualidade dos mísseis e do treinamento da tripulação fará a diferença.
Outro aspecto que o Tejas não vai muito bem é a sua autonomia. Seu alcance é de 850 km. Isso é o alcance que ele apresenta de translado, sem os tanques externos. O raio de combate Hi Hi Hi, que se configura com a aeronave voando alto até a zona de combate e que, por um lado otimiza o alcance, do outro, expõe a aeronave aos sistemas de defesa aérea inimigos, é de apenas 500 km. Se ele fizer um perfil de voo Hi Lo Hi, esse numero cai para 350 km.
O Tejas é uma aeronave bastante compacta e ágil. Isso é muito bom para combate aéreo de curto alcance, porém, a capacidade de transporte de combustível interno é comprometida e a aeronave acaba ficando obrigada a transportar os grandes e pesados tanques externos sob as asas. Isso reduz o desempenho de voo, reduz a capacidade de armas, uma vez que compromete dois pontos fixos de transporte de cargas sob as asas, e aumenta o RCS do avião para os radares inimigos.
A suite eletrônica do Tejas é composta pelo radar israelense multi-modo Elta EL/M-2032. este radar pulso doppler com antena mecânica tem alcance de 64 km contra alvos do tamanho de um caça  (5m² de RCS). Este radar, quando comparado com os radares de aeronaves de 4º geração, apresenta um desempenho medíocre.
O sistema de designação de alvos baseado no pod LITENING foi integrado para operar com o Tejas, e isso traz um valor agregado enorme quando se considera a capacidade de precisão em ataques a alvos de superfície, principalmente usando bombas laser guiadas.
O Tejas possui um sistema de contra-medidas eletrônicas desenvolvido pela Advanced Systems Integration and Evaluation Organisation (ASIEO) de Bangalore, que inclui um sistema de alerta radar (RWR),  alerta laser e um sistema de alerta para aproximação de míssil MAWs. O avião é, ainda, equipado com lançadores de iscas chaffs e flares para iludir mísseis lançados contra ele.
O painel do cokpit do Tejas possui a configuração típica que se encontra nas primeiras aeronaves de combate de 4º geração,  com a presença de 4 painéis multifunção e o uso do HUD (Head Up Display).
A capacidade de transporte de carga externa é de 3500 kg. Uma capacidade tímida quando comparada a outros caças de 4º geração. Essa capacidade é dividade por 8 pontos fixos externos, sendo 6 sobre as asas, e dois sob a fuselagem, observando que um desses pontos da fuselagem, identificado  de ponto L, que fica sob a entada de ar esquerda da aeronave, serve, exclusivamente para transporte de pods de reconhecimento, navegação e designação de alvos.
O arsenal para combate ar ar disponível é composto por mísseis de fabricação russa como o míssil de curto alcance R-73, guiado por um sensor infravermelho de grande abertura de varredura projetado para superar qualquer ameaça, com ênfase especial a caças ágeis e manobráveis, devido a sua capacidade de manobrar violentamente em combate aproximado, o míssil tem capacidade de ser lançado contra um alvo fora do ângulo de visada, e girar atrás do alvo para persegui-lo se necessário, podendo atacar alvos manobrando a 12 Gs. Para combate de médio alcance, pode ser empregado o míssil israelense Derby, guiado por radar ativo e com alcance de cerca de 50 km, contra um alvo vindo em curso de colisão.
Está previsto a futura integração do míssil de médio alcance de desenvolvimento local, chamado Astra, também guiado por radar ativo mas com um alcance de 90 km.
Para ataque contra alvos de superfície, o tejas pode empregar bombas francesas guiadas a laser BGL-400 e BGL-1000, bombas de fragmentação e casulos de foguetes não guiados de 68 mm FFAR.
O armamento interno é um canhão de duplo cano GSh 23 mm com 220 munições. Este canhão de fabricação russa  possui uma cadência de 3400 tiros por minuto e um alcance efetivo de 1000 metros.
Nesta foto podemos ver o tejas armado com um míssil ar ar R-73 no cabide externo da direita, duas bombas  guiadas a laser BGL 400 nos cabides centrais das asas e dois tanques externos de combustível.
O Tejas MK1 também possui uma versão naval conhecida como Tejas MK-1 Navy, que emprega o mesmo motor, porém com os reforços estruturais e novo trem de pouso para operação embarcada. Outra versão disponível é a de treinamento, biplace, empregada em conversão operacional.
O Tejas tem o mérito de ser um projeto indiano que permitiu a industria aeroespacial deste país a desenvolver know how para construção de um caça supersônico instável, aerodinamicamente, tecnologia, essa, que pode ser empregada em futuros projetos, como a versão Tejas MK-2, hora em desenvolvimento e que, em 2022, deve apresentar o primeiro protótipo. O Tejas MK-2 terá diversas melhorias como a incorporação de um radar AESA, maior capacidade de combustível, e um motor General Electric F-414 que entregará mais potencia. As diferenças entre a versão MK-1 mostrada nesse artigo e o futuro MK-2 são importantes o suficiente para a produção de um artigo dedicado exclusivamente a esta versão. Por isso não detalharei mais o Tejas MK-2 nesse artigo.
O Tejas MK-1 teve uma grande demora em seu desenvolvimento e agora que se tornou operacional e sua tecnologia não acompanhou  a evolução que a industria aeroespacial mundial teve nesses mais de 20 anos que se passaram. Assim podemos observar que militarmente, o Tejas não representa um incremento na capacidade de combate daquela força aérea, já bastante bem equipada com Sukhois Su-30MKI, Mirage 2000 modernizados, e MIG-29 Fulcrum, também modernizados e que, muito em breve estará equipada com os modernos e capazes Dassault Rafale, sendo todos estes caças, superiores em desempenho ao Tejas MK-1
A força Aérea da Índia adquiriu, por enquanto, 40 unidades desta aeronave, sendo que a as entregas devem terminar até o final de 2020. Possivelmente, a Índia vai adquiri mais unidades para completar a quantidade de 93 unidades entre os modelos monoplace e biblace em um momento posterior. Existe ainda, e faz mais sentido para este editor, que ao invés de se comprar um novo lote do MK-1, todas as próximas encomendas recaiam sobre o modelo MK-2, mais capaz.



Vista em corte do Tejas MK-1




3 comentários:

  1. Realmente, o caça Tejas chegou tarde principalmente se levarmos em conta os programas de aeronaves de 5 geração despontando no horizonte em vários países!

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  2. Demorou muito pra sair mas devesse admirar a persistência Indiana ,conseguiram ,assim como conseguem lançar satélites e sondas a lua ,já um outro gigante ....

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