quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

SIG SAUER P-226. Uma das referências em qualidade no mundo das armas de fogo.

FICHA TÉCNICA
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W.
Peso: 964 gr (Descarregada).
Capacidade: 15+1 em 9 mm, 12+1 em 357 SIG e 40 S&W.
Comprimento do cano: 4,4 polegadas.
Comprimento total: 19,6 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Colt- Browning modificado.
Mira: Alça ajustável horizontalmente e massa fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A marca "SIG SAUER" já foi foco de um artigo neste blog onde elenquei um pouco da história e o portfólio de pistolas que esta excelente industria de armas produz. Porém, é claro, alguns produtos, em especial, merecem uma descrição mais detalhada, dado a sua importância dentro do segmento de armas de fogo. Muitos modelos desta marca vão aparecer descritos no futuro, no Full Metal Jacket Blog, porém, o primeiro que considerei enfocar é o modelo P-226, considerada como uma das  "Wonder Nines", no concorridíssimo mercado estadunidense.
A história da P-226 começa em 1982 quando as forças armadas dos Estados Unidos emitiram um requerimento para uma nova pistola que viesse a substituir suas famosas pistolas calibre 45 do modelo Colt M-1911 nos serviços militares dos Estados Unidos. Muitas empresas famosas participaram desta concorrência, entre elas a Beretta, Colt, Heckler & Koch, Walter, FN Herstal, entre outras. A Sig Sauer usou como base de sua proposta, o famoso e consagrado modelo P220, calibre 45 ACP, e modificou o projeto para calçar o 9 mm Parabellum, adotando um carregador bifilar de 15 munições para cumprir o requisito de alta capacidade, o que aumentou um pouco a espessura da empunhadura.
As duas únicas empresas cujas pistolas passaram nos rigorosos testes foram a Sig Sauer P-226, e a Beretta M-92, já descrita nesse blog, e que, acabou vencendo essa concorrência. Tanto a Beretta quanto a Sig Sauer tinha a mesma eficiência, porém a SIG pecou em um item que ela sempre erra. O preço. As pistolas da marca são caras e essa característica já estigmatizou os produtos da empresa.
Acima: Este exemplar da foto é o primeiro modelo da P-226, lançada em 1982. Depois de mais de 30 anos, o modelo recebeu melhorias o que mudou seu desenho original.
Originalmente, a P-226 tinha a armação produzida em liga de alumínio e o ferrolho em aço inoxidável (mesmo a de acabamento preto, o material é aço inoxidável), porém, hoje existem muitas versões desta arma, e um acabamento mais robusto, chamado de Nitron, que fornece mais resistência a ferrugem e ao desgaste do uso intenso da arma.
O sistema de funcionamento é o Browning -Colt, onde o ferrolho tranca no cano e este, tem um movimento pivotante, onde, depois do disparo, quando o ferrolho recua, o cano inclina-se baixando a entrada da câmara, facilitando a entrada de uma nova munição, e quando o ferrolho volta a sua posição inicial, ele trava no bloco da câmara do cano. A maioria das pistolas modernas atuais, em calibres como o 9 mm, .40 e o 45 ACP usam este sistema ou uma variação dele. O gatilho, por sua vez, funciona no sistema de ação dupla que permite maior praticidade para operar a pistola com uma munição na câmara e com o martelo (ou cão) em posição desarmado, bastando apenas pressionar o gatilho para ocorrer o primeiro disparo, sendo que os disparos subsequentes serão todos em ação simples.
Acima: A desmontagem da P-226 se dá de forma extremamente simples, facilitando a limpeza de primeiro escalão da arma.
A P-226 possui algumas peculiaridades das teclas de operações. Na absoluta maioria das pistolas que possuem decocker (função de desarmar o cão), este recurso usa a mesma tecla de trava do ferrolho para operar esta função. Um exemplo é sua concorrente, a Beretta M-92, que basta baixar a tecla de trava do ferrolho para desarmar o cão. Na P-226,  não há a tecla de trava do ferrolho. Assim, a pequena tecla na lateral do chassi, próximo ao cão é, na verdade, o liberador do ferrolho (normalmente essa tecla fica a frente, na mesma posição do gatilho,aproximadamente). A tecla logo a frente, é o desarmador do cão (decocker).  É interessante observar que as teclas não são ambidestras e se localizam apenas do lado esquerdo da armação. E falando em armação, as P-226 passou a ter um trilho para acessórios na armação a frente do guarda mato, o que facilita muito a instalação de lanternas e apontadores laser.
Acima: Diferentemente da absoluta maioria das pistolas moderna, a P-226 n]ao possui uma tecla de trava do ferrolho, e a posição da tecla liberadora do ferrolho fica posicionada  acima da empunhadura, o que facilita sua operação com apenas uma mão.
A P-226 é fabricada nos calibres 9 mm Parabelum com carregador para 15 munições, 40 S&W, com carregador de 12 munições, e o potente 357 SIG com carregador de 12 munições também. A P-226 em 9 mm é mais usada por organizações militares e no mercado civil dos países onde a democracia funciona de verdade. O calibre 40 é mais usado por departamentos de polícia devido a seu bom poder de parada. A munição 357 SIG, por ser mais recente, tem seu preço maior além de não ser ainda muito difundido, porém, devido ao excelente desempenho balístico, esta munição deve se tornar mais comum no futuro. O cano da P-226 tem comprimento de 4,4 polegadas, sendo pouco menor que o comprimento da Colt M1911 cujo cano tem 5 polegadas. Mesmo assim, a P-226 é considerada uma pistola de tamanho "full" ou padrão, para ser empregada de forma ostensiva. Suas dimensões não permitem que ela seja portada de forma dissimulada com muito sucesso. Afinal trata-se de uma arma relativamente espessa.
A alça da mira permite regulagem horizontal e o conjunto de alça e massa possui 3 pontos brancos (sistema tri-dot) que facilita o rápido enquadramento da mira ou a visada rápida.
Acima: A confiabilidade da P-226 é tão alta quanto da Beretta M-92, a colocando como um dos ícones do mundo das armas de fogo.
A Sig Sauer produz muitas versões de sua P-226, como a versão Combat, que vem com a rosca de fábrica para supressor de ruídos (os famosos silenciadores), em acabamento saia e blusa, com a armação cor deserto e o ferrolho em Nitron preto fosco; a MK-25 que é o modelo adotado como padrão do SEALs , tropa de elite da marinha norte americana, onde o modelo apresenta tratamento interno anti corrosão; P-226 Legion, com acabamento PVD cinza cujo acabamento é, também, mais resistente que o de uma oxidação comum. P-226 Elite, que tem o beaver tail aumentado, garantindo uma maior segurança para as mãos do operador que poderia receber uma "mordida" do ferrolho no momento do disparo, além de placa de madeira na empunhadura, que dá uma aparência mais "nobre" ao armamento.
Como muitos dos leitores deste blog sabem, no mundo das armas de fogo, o produto que apresenta alta qualidade e confiabilidade possui uma vida operacional sem prazo para acabar, a exemplo do velho projeto de John Moses Browning, a Colt M 1911, fabricada e usada por forças militares até hoje, mesmo depois de ter sido substituída como arma de porte da infantaria norte americana. A P-226 da SIG, cujo projeto já tem 34 anos já, deverá se manter em produção por muitas décadas. Além de uma pistola confiável e bastante precisa, ela se tornou um item de colecionismo para os amantes de armas de fogo. Seu custo porém, na casa dos U$ 1000,00, em território norte americano, em suas versão mais simples, se mostra caro para o segmento.
Acima: O grupo de operações especiais da marinha dos Estados Unidos SEALs usam uma versão da P-226 projetada especificamente para eles designada MK-25. cuja marca externa é a ancora desenhada ao lado no nome da arma no ferrolho.




Acima: As P-226 atuais tem uma empunhadura com a ergonomia aperfeiçoada para uma pega mais confortável e firme.

VÍDEO


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PISTOLA SIG SAUER P-226 - Atualização Full Metal Jacket


Olá amigos.
O blog Full Metal Jacket traz em detalhes esta semana a pistola Sig Sauer P-226. Uma arma já no hall das pistola clássicas que ajudou a consolidar a fama da qualidade da empresa Sig Sauer no mercado mundial.

Abraços

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

BAE SYSTEMS CHELLENGER 2. Um inglês peso pesado

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 59 Km/h em estrada e 40 km/h em terreno irregular.
Alcance máximo: 450 Km (em estrada); 250 km (em terreno irregular).
Motor: Um motor turbo diesel Perkins CV 12 com 1200 Hp.
Peso: 62,5 Toneladas.
Comprimento: 11,55 m (contando o canhão)
Largura: 3,52 m.
Altura: 2,49 m.
Tripulação: 4 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1,07 m
Obstáculo vertical: 0,9 m.
Armamento: 1 canhão L-30 de 120 mm, 1 metralhadora Chain gun de 7,62 mm e uma metralhadora L-37 de 7,62mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O tanque pesado Challenger 2 é uma evolução do Challenger 1, e representa  a ultima geração de tanques de guerra pesados do exército britânico. O Challenger 2 foi desenvolvido pela BAE Land Systems, conhecida formalmente como Vickers Defense Systems. Atualmente o Challenger 2 está em serviço no exército britânico, com 226 tanques em serviço, e no exército de Omã que colocou uma encomenda de 38 unidades para suas fileiras de combate.
O Challenger 2 usa a famosa blindagem “Chobham” de segunda geração na sua torre, o que garante um dos maiores índices de proteção blindada nos tanques atuais. Além disso o tanque é protegido para operar normalmente em ambientes NBQ (nuclear, biológico e químico), característica muito importante quando muitos prováveis inimigos da OTAN, possuem armas táticas com essas características. Existem 5 lançadores de fumaça L-8 de cada lado da torre, para dificultar o engajamento do Challenger por um inimigo, e um sistema que injeta diesel nos exaustores do motor para fazer fumaça e conseguir o mesmo efeito.
Acima: Aqui podemos ver o Challenger 1, veículo do qual deriva o Challenger 2. Embora os dois veículos se assemelhem, externamente, o Challenger 2 apresenta melhorias em todos os aspectos do desempenho.
O motor que equipa o Challenger 2 é um potente  turbo diesel Perkins CV 12 com 12 cilindros e 1200 hp de potência. Esse motor permite um desempenho de velocidade de 59 km/h em estradas ou 40 km/h em terreno irregular, o que não é nada mal se levarmos em conta que o Challenger 2 pesa 62,5 toneladas! Vale observar aqui que os MBTs norte americano M-1A2 e o alemão Leopard 2 A5 possuem motores mais potentes, porém, o Perkins CV-12 demonstrou ser mais confiável nas operações de guerra contra o exército iraquiano.  O alcance está em 450 km rodando em estrada, ou 250 Km em terreno irregular. A suspensão é do tipo hidrogas variável de segunda geração, o que consegue um conforto maior a tripulação que a dos tanques anteriores.
Acima: Embora o Challenger 2 tenha velocidade e potência menores que a de seus concorrentes ocidentais, a confiabilidade mecânica é maior.
O Challenger 2 está equipado com um computador de controle de fogo da General Dynamics Canadá, e um sistema PBISA que é um sistema da informação do campo de batalha produzido pela General Dynamics UK. Esse sistema integra o mostrador do motorista com o do comandante, facilitando a tomada de decisões e agilizando a dinâmica de combate. Um sistema de comunicação digital tático Bowman, permite uma comunicação de voz segura e a transmissão e recepção de dados, fazendo, também a localização de todas as outras unidades no campo de batalha. Sistemas como esse, são indispensáveis para uma maior consciência situacional da batalha. Tanques sem um equipamento com essa capacidade tendem a ser destruídos em combate por tanques que usam esta tecnologia.
Acima: O Challenger 2 é o mais protegido MBT do mundo. Porém, ainda pode receber módulos adicionais de blindagem reativa como o exemplar da foto acima. 
Uma mira giro estabilizada SAGEM VS-580-10 está montada para uso do comandante e atua de forma integrada a um telêmetro a laser que confirma a visada para a decisão de disparo. Para uma visão de 360º em volta do tanque, o Challenger 2 tem 8 periscópios montados ao redor do tanque. Para o artilheiro há uma mira térmica Pilkington Optronics TOGS II que fornece a capacidade de visão noturna, além de permitir encontrar alvos fortemente camuflados. As informações captadas por este sensor são mostradas nas miras do comandante e na do artilheiro, assim como em seus monitores. Ainda para o artilheiro há um sistema primário de mira estabilizada, também da Pilkington Optronics, e que opera em conjunto com um outro telêmetro laser com alcance de 200 m à 10 Km e de um monitor. E por ultimo, o motorista do Challenger 2, conta com um periscópio L-30, com intensificador de imagem, fabricado pela Nanoquest, montado coaxialmente, acima do canhão.
Acima: O Challenger está equipado com uma suíte de sensores que permite uma ótima consciência situacional do campo de batalha além de permitirem uma visada eficiente de seus alvos.
O armamento principal do Challenger 2 é um canhão L-30A1 de 120 mm, estabilizado, fabricado pela BAE Land Systems.  O canhão é feito com um processo de fundição por eletrostática e ainda revestido com uma luva térmica. Este canhão possui alma raiada, sendo que o Challenger 2 é o único carro de combate moderno ocidental que usa um canhão desse tipo, o que implica em uma precisão superior a um custo de menor capacidade de penetração quando comparado come outros veículos de combate similares. Dentro do veículo ficam estocados 49 projéteis de vários tipos, incluindo a perfurante de blindagem (APFSDS), projéteis de alto explosivo (HE), e munição de urânio empobrecido. Como armamento secundário, estão montados uma metralhadora coaxial L-94A1 Chain Gun calibre 7,62 mm, e uma metralhadora anti-aérea L-37A1 (Versão da famosa e confiável FN MAG) em calibre 7,62 mm.
Acima: Visto de muito perto, podemos observar as raias existente na alma do canhão L-30A1 do Challenger 2. Ele é o único MBT ocidental com um canhão de 120 mm de alma raiada.
O MBT Clallenger 2 é um dos mais eficientes carros de combate do mundo atualmente. A Inglaterra pretende manter ele em operação, pelo menos, até 2035. Até lá, o veiculo passará por mais modernizações que abrangerão seus sistemas eletrônicos e sensores. Por ser um veículo de alto valor, graças a seus sofisticados sistemas e sua blindagem passiva, a eventual substituição do Challenger 2 vai ser um trabalho bastante árduo para o fabricante que ficar incumbido desta tarefa. Não ficaria surpreso, se o sucessor do Challenger 2, depois de 2035, acabar sendo um blindado binacional, ou fruto de um consórcio multinacional para desenvolvimento de uma nova geração de MBTs, para poder dividir os altos custos que um veículo destes trará.
Acima: O Challenger 2 passará por um amplo programa de modernização que o manterá na ativa até 2035.



VÍDEO
 

    

sábado, 24 de dezembro de 2016

CLASSE VALOUR. Uma fragata alemã a serviço da marinha sul africana

FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata multimissão.
Tripulação: 120 tripulantes.
Data do comissionamento: Fevereiro de 2006.
Deslocamento: 3500 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 121 m.
Boca: 16,3 m.
Propulsão: 2 motores a diesel MTU 16 V1163-TB 93 com 15880 hp e 1 motor a gás GE LM 2500 com 27000 hp
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Alcance: 14806 Km.
Sensores: Radar de busca: Thales MRR com 180 Km de alcance. Sonar thales UMS-4132 kingklip montado no casco
Armamento: AAW: 1 lançador vertical com 16 mísseis Kentron Umkhonto IR anti-aéreo; SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis MM-40 Exocet, 1 canhão OTO Melara 76 mm/62; Uma torre Denel com canhões duplos em calibre 35 mm; dois canhões Oerlikon MK-1 em calibre 20 mm, e duas metralhadoras calibre 12,7 mm operada remotamente; ASW: 2 lançadores triplos para torpedos
Aeronaves: 2 Helicópteros Lynks ou 1 Orix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Desde a década de 1969 que o estaleiro Blohm + Voss GmbH alemão é conhecido como um dos mais bem sucedidos exportadores de navios de guerra para marinhas que não possuem uma tradição de engenharia de navios. Essa fama veio através do conceito MEKO (Mehrzweck Kombination, ou seja, “Combinação Multifunção”), que produz navios com projetos modulares. Os equipamentos do navio são montados em contêiner, ou palhetas, que permitem que cada cliente escolha o equipamento que melhor se encaixa em seus requisitos, sem alterar a estrutura do navio. Esse sistema é muito eficaz na diminuição dos custos de aquisição, manutenção e de modernização de meia vida. Embora existam muitos modelos de navios MEKO, o enfocado desta matéria é uma das versões mais modernas já construídas deste projeto, a MEKO A-200 SAN, preenchendo os requisitos da marinha sul africana para uma nova classe de navio de guerra moderno. Com isso a Africa do Sul batizou esta nova classe de navio como "classe Valour" sendo o primeiro navio dessa nova classe, chamado de SAS Amatola F-145 foi entregue no final de 2004 e se tornou operacional em fevereiro de 2006. Ao todo foram contratadas a construções de 4 navios dessa classe.
Acima: As fragatas da classe Valour são os maiores navios de guerra da marinha sul africana.
De cara, a primeira coisa que se nota quando nos deparamos com a Valour, é seu desenho com soluções de furtividade (stealth) incorporadas. De fato o navio foi projetado com um casco cujo desenho possui ângulos que, quando encontram a parte superior do navio, formam um desenho em forma de “X”. Todos os navios de projeto recente possuem características que diminuem e muito sua sessão cruzada de radar, e a MEKO já estava na hora de incorporar uma nova proposta com esse tipo de solução. Uma outra característica é a diminuição da assinatura infravermelha com a substituição das chaminés, para eliminação dos gases, por um cano que fica montado horizontalmente e é resfriado pela própria água do mar. Esse dispositivo atinge uma diminuição de 75% na assinatura infravermelha do navio.
Acima: Com um desenho anguloso para desviar o eco radar para longa da antena emissora, e soluções de propulsão que reduzem sua assinatura térmica, os navios da classe Valour são alvo difíceis de serem vistos pelo inimigo a longas distancias.
O navio da classe Valour, está equipado com mísseis antiaéreos de curto alcance Umkhonto Block II fabricados pela Kentron. Esses mísseis são lançados de um sistema de lançamento vertical com 16 células e são guiados por infravermelho. O míssil tem alcance máximo de 15 km e usa vetoração de empuxo para poder manobrar agilmente, podendo puxar até 40 Gs em manobra. Sua precisão se mostrou letal em testes do fabricante, e ele pode ser usado contra 8 alvos simultaneamente. Para a guerra anti superfície estão instalados 2 lançadores de 4 células para mísseis MBDA MM 40 Exocet, que é um míssil com perfil de voo sea skimmimg (rente ao mar) e alcance 70 km e é guiado por radar ativo.  O armamento de tubo é composto por um canhão Oto Melara de 76 mm que dispara a uma cadência de 85 tiros por minuto e consegue atingir um alvo a 16 km quando usando granadas padrão. O uso de uma moderna munição conhecida como Vulcano, melhora este alcance para cerca de 40 km e ainda tem guiagem por GPS e INS, garantindo uma precisão sem precedentes para este tipo de armamento. Outro reparo com canhões duplos Denel calibre 35 mm, que são apontados por radar e permitem a destruição de alvos como mísseis de cruzeiro a um alcance de 2,5 km ou um míssil de alta velocidade a um alcance de 1,5 km. O navio, ainda, possui armamento leve como dois canhões Oerlikon MK-1 calibre 20 mm operado manualmente e duas metralhadoras calibre 12,7 mm, operadas remotamente. Para guerra antisubmarino foram instalados 4 tubos lança torpedos leves de 324 mm.  O Valour pode operar um helicóptero Orix ou dois Lynx que são operados no heliporto na parte traseira do navio.
Acima: Os navios da classe Valour possuem um hangar e um heliporto para operar dois helicópteros Super Lynx 300 ou um Atlas Oryx.
A propulsão da Valour é do tipo CODAG WARP (Propulsão a diesel combinado com gás e jatos de água). Dois motores MTU 16 V1163-TB 93 diesel que produzem 15880 hp de potencia permitem uma velocidade de cruzeiro em torno de 21 nós (40 Km/h). Uma turbina a gás GE LM 2500, que fornece mais 27000 hp de força para o sistema de jato de água que é usado para mover o navio na velocidade máxima de 54 Km/h. Além do jato de água, o navio também tem duas hélices que são movidas pelos motores a diesel. A autonomia da fragata Valour é impressionante para esta categoria de navio podendo chegar a 14806 km se operado em uma velocidade de cruzeiro econômica. É interessante observar que esta autonomia supera por boa margem a autonomia de navios bem maiores, como destróieres e cruzadores.
Acima: O sistema de propulsão da fragata Valour faz a liberação dos gases por canos próximo a linha da água para resfriar rapidamente diminuindo a assinatura infravermelha.
A suíte de sensores do Valour é relativamente simples e possui um desempenho inferior a de muitas das modernas fragatas atuais em termos de desempenho. O principal sistema do navio é um radar tridimensional Thales MRR que alcança 180 Km no modo de busca. e também é capaz de classificar os 8 alvos prioritários, em cada rotação para fornecer uma solução de defesa ou ataque mais efetiva.
Além deste sensor, há um sistema multisensor RTS-6400 que é composto por um pequeno radar monopulso que opera na banda X e que consegue um alcance de detecção de 60 km. O sistema possui, ainda, uma câmera de imagem termal e um telémetro a laser. Este sistema pode operar bem mesmo em um ambiente de pesada guerra eletrônica.
Um sonar de casco Thales UMS-4132 Kingklip também equipa o navio para buscas anti submarino. Vale a pena lembrar aqui, que dado a modularidade do projeto, outros radares e sonares podem ser instalados.
Acima: O radar Thales MRR 3 D é o principal sensor de longo alcance da fragata Valour.
Com um custo de U$  327 milhões por unidade, a fragata da classe Valour é um navio moderno, com sistemas eletrônicos mais simples, mas que dão a marinha sul africana uma capacidade moderna de defesa naval minima para a atribuição daquela força armada. A Argélia, uma nação com uma investimento em defesa relativamente pesado quando comparado com os padrões africanos, encomendou uma versão do projeto MEKO 200, porém, com armamento de tubo mais pesado. Na verdade trata-se de um navio da classe Valour, com canhão de 127 mm no lugar do de 76 mm usado no navio sul africano e um armamento anti navio absurdamente mais pesado com 16 mísseis  RBS 15 Mk3.
Acima: O projeto MEKO 200 é ideal para equipar marinhas com baixo orçamento disponível, mas que ainda trabalhem para ter um meio de combate crível.



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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL!!!!!!


Olá amigos!
O WARFARE deseja a vocês leitores, editores e colaboradores, enfim, todas as pessoas que participam deste projeto trabalhoso, porém gratificante, um natal maravilhoso e um feliz 2017!
E aguardem. O WARFARE continuará a trazer artigos descritivos de sistemas de armas para proporcionar conhecimento e valorização da cultura militar neste novo ano.

Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ROCKWELL B-1B LANCER. O longo braço estratégico da América

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,90 (1150 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1,25 (1335 km/h)
Alcance: 9400 km.
Teto de serviço: 18000 m.
Propulsão: 4 motores General Electric F-101-GE-102 com 13692 kg de empuxo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 44,5 m
Envergadura: 41,8 m (asas abertas), 24,1 m (asas enflechadas)
Altura: 10,4 m
Peso: 87100 kg (vazio) e 216400 kg (com máxima carga)
ARMAMENTO
23000 kg em armamento externo, mais 34000 kg de armas em 3 compartimentos internos. As armas integradas são as bombas guiadas por GPS GBU-30/31/32/37 JDAM, Bomba AGM-154 JSOW, Bomba nuclear B-61, Bomba AGM-158 JASSM, Bomba de fragmentação CBU 87/89/97/103/104/105 e todas as bombas convencionais da família MK.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A história sobre o bombardeiro B-1 é bem complicada e pode-se dizer que o modelo é um verdadeiro sobrevivente de diversos fatores que quase cancelaram o seu desenvolvimento. O B-1 foi pensado para ser um bombardeiro supersônico capaz de atingir a velocidade de mach 2 em altas altitudes e que fosse capaz de penetrar em território soviético que era pesadamente bem defendido que já havia demonstrado, na pratica, a sua eficiência de seus sistemas antiaéreos derrubando um jato de espionagem U-2 do famoso piloto Francis Gary Powers. Antes do B-1, na década de 50, os Estados Unidos estavam desenvolvendo o incrível bombardeiro North American XB-70 Valkyrie, capaz de voar a mach 3.1 (3309 km/h) em altas altitudes, porém com o evidente avanço dos mísseis anti aéreos (SAM) soviéticos esse avião não poderia sobreviver em uma missão de ataque de penetração sobre o território soviético e em 1961 o programa foi cancelado, porém existia a necessidade de um bombardeiro que conseguisse executar a incursão em território soviético sem ser abatido e a partir daí, surgiu, em 1965, o programa AMSA (aeronave estratégica avançada) que a partir de 1969 acabou sendo renomeado de B-1. A empresa Rockwell ganhou o contrato para seu desenvolvimento.
O B-1 apresentou uma aparência bastante marcante, com asas com enflechamento variável que se fechavam em velocidades supersônicas para diminuir sua resistência aerodinâmica, além de seus motores estarem montados abaixo na fuselagem ao estilo concorde. Era claro que se tratava de uma aeronave complexa demais além de cara. Mesmo assim, com os elevadíssimos custos deste programa e a possibilidade de se desenvolver um bombardeiro furtivo, usando a nova tecnologia que estava em testes no jato Have Blue, que resultaria no avião de ataque F-117 Nighthawk, e que geraria o bombardeiro B-2 Spirit mais tarde, o projeto do B-1 foi cancelado pelo governo norte americano em 1977. A USAF (força aérea dos Estados Unidos) manteve os testes e avaliações do B-1, mesmo com o programa, oficialmente, engavetado.
Acima: O complexo protótipo do bombardeiro XB-70 Valkyrie foi cancelado quando os soviéticos demonstraram sua capacidade de destruir aeronaves rápidas em voo em altas altitudes, abrindo caminho para a concepção do bombardeiro B-1.
Em 1981 o presidente Ronald Reagan reabriu o desenvolvimento do B-1 porém foi exigido que o avião fosse extensivamente modificado para atingir novos requisitos que culminaram com uma nova versão do avião chamada B-1B, entrando em serviço em setembro de 1986. Um dos requisitos era que o avião fosse muito difícil de ser detectado pelos radares inimigos, sendo que o resultado desse desenvolvimento foi que o B-1B tem apenas 10% do RCS (sessão cruzada de radar) do seu antecessor, o B-52. As modificações nas entradas de ar do avião assim como outras fizeram que a velocidade máxima caísse de 2300 km/h para 1335 km/h em altas altitudes, e a velocidade máxima em baixa altitude aumentou de 960 km/h para 1040 km/h, mostrando que o avião foi otimizado para penetração a baixa altitude, já que a grandes, ele se tornaria um alvo fácil para a poderosa defesa aérea soviética. A propulsão do B-1B é fornecido por 4 poderosos motores General Electric F-101-GE-102 com 13692 kg de empuxo cada. O alcance do B-1B, chega a 9400 km, dando capacidade de infringir ataques contra alvos em qualquer parte do mundo.
Acima: Propulsado por 4 potentes motores turbofans General Electric F-101-GE-102 que fornecem 13692 kg de empuxo, com pós combustores ligados, cada um.
Após a guerra fria, o B-1B passou por uma nova modernização que o transformou de um bombardeiro nuclear especializado, para um bombardeiro capaz de executar ataques convencionais, tornando seu uso mais flexível e útil para a USAF, que não tinha mais um inimigo que justificasse um bombardeiro exclusivamente para ataques nucleares. Já nesse ponto a Rockwell, fabricante do B-1, vinha tendo diversos problemas financeiros e acabou sendo vendida para a Boeing em dezembro de 1996, passando a responsabilidade das futuras modernizações e desenvolvimentos para o famoso fabricante do B-52.
O B-1B é uma aeronave difícil e cara de manter, só sendo possível seu uso pela força aérea dos Estados Unidos que é generosamente contemplada com altos orçamentos anuais. Mesmo assim, deve-se observar que o B-1B é o avião com maior capacidade de carga bélica do arsenal norte americano, podendo transportar até 34000 kg de bombas ou mísseis internamente mais 23000 kg de armas externamente, o que lhe capacita a causar um sério estrago no inimigo. O B-1B pode transportar, atualmente, praticamente todas os modelos e tipos de bombas do arsenal norte americano, sendo que as ultimas armas guiadas por GPS como as bombas da família JDAM e JSOW permitiram um aumento radical da letalidade e eficácia do B-1B. Com essas armas, o B-1B faz, sozinho, o serviço de um esquadrão de caças F-16. Também fazem parte do arsenal do B-1B, bombas de fragmentação como as CBU 87/ 89 e 97 capazes de, individualmente, espalhar centenas de pequenas granadas ou minas em uma extensa área, saturando o campo de batalha.
Além dessas armas convencionais, o B-1B pode, tecnicamente, transportar a bomba nuclear B-61 com rendimento de até 340 kt, em sua mais recente versão, a Mod-7. Ao todo podem ser transportadas 16 bombas nucleares desse tipo, porém, devido a um tratado de limitação de armas nucleares assinado com os russos.
Acima: Nesta foto, o poder de fogo do B-1B mostra a 'semeadura" de dezenas de bombas MK-82 Snakeye, de alto arrasto e com 227 kg.
O radar do B-1B é um Northrop Grumman APQ-164 com capacidade multímodo de varredura eletrônica que fornece mapeamento do terreno com alta resolução e permite, modo de seguimento do terreno, dados de velocidade e posicionamento além de informações meteorológicas.
Um fato interessante sobre o B-1B é que ele possui uma suíte de guerra eletrônica extremamente avançada que lhe permite uma alta imunidade contra sistemas de defesa antiaérea. Essa suíte é o sistema EDO Corporation AN/ ALQ-161, que produz interferências contra os radares inimigos e atua de forma integrada ao lançador de iscas infravermelhas (IR) AN/ALE-49 que representa o maior sistema de lançamento de iscas IR instalados num avião, atualmente. Para despistar mísseis guiados por radar, o B-1B usa o sistema AN/ALE-50 Towed Decoy System que lança iscas magnéticas shaff que embaralham o radar do míssil impossibilitando a ele distinguir o que é o avião alvo dos outros ecos radar produzido pelas iscas. O sistema de alerta de radar (RWR) AN/ALR-56 alerta ao piloto quando o B-1B foi rastreado por algum radar hostil permitindo que o piloto e o navegador tomem as medidas necessárias para se evadir de um ataque. Depois de uma modernização efetuada em 2009, o B-1B recebeu a integração do pod designador de alvos Sniper que integra um sistema FLIR e um iluminador a laser que fornece a capacidade de atacar com precisão alvos em movimento. Esse recurso permite ao B-1B operar como uma plataforma de apoio aéreo sobre o campo de batalha, flexibilizado seu emprego.
Acima: Atualizado, o atual cockpit do B-1B recebeu 4 telas multifuncionais que substituíram muitos os instrumentos analógicos originalmente instalados na aeronave. A tripulação de um B-1B é composta por piloto, copiloto, operador de sistemas defensivos e operador de sistemas ofensivos.
Hoje com 62 unidades em serviço, de 100 produzidas o B-1B responde por uma importante parcela na responsabilidade da dissuasão estratégia norte americana. O programa de desenvolvimento de um novo bombardeiro chamado de LRSP (Long Range Strike Plataform), em que diversas propostas foram estudadas, a Boeing ofereceu uma versão muito modernizado do B-1, chamada de B-1R que possui sistemas aviônicos muito mais avançados, incluindo um novo radar e até capacidade de lançar misseis ar ar para auto defesa, além de ter a velocidade máxima aumentada para mach 2.2. Porém essa proposta nunca saiu do papel pois os requisitos deste novo bombardeiro mudaram e hoje teve escolhida uma aeronave subsônica stealth batizada de B-21 Raider que será fabricado pela Northrop Grumman e deverá entrar em serviço em meados da década de 20.
Acima: As asas de enflechamento variável são uma das características que chamam a atenção no projeto do B-1B.

Acima: Os pilotos do B-1B entram na aeronave por uma escada retrátil abaixo da fuselagem, logo atrás do trem de aterrissagem frontal.


VÍDEO


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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

terça-feira, 29 de novembro de 2016

CLASSE CHARLES DE GAULLE. O primeiro porta aviões nuclear da França.


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 261,5 m.
Calado: 9,43 m.
Boca: 64,36 m.
Deslocamento: 42500 toneladas.
Propulsão: Nuclear, com dois reatores nucleares PWR K15 mais duas turbinas a vapor fornecida pela Alston e 4 motores a diesel com 80000 hp de potência combinada.
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Autonomia: Reabastecido a cada 20 anos
Sensores: Radar de busca aérea tridimensional Thales DRBJ 11B com 305 km de alcance; Radar de médio alcance DRBV 26D Júpiter; Radar de controle de fogo Thonson CSF 3D Arabel; Radar de busca de superfície Thales DRBV 15C Sea Tiger MK 2 com 100 Km de alcance.
Armamento: SAM: 4 lançadores Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15; 2 lançadores de mísseis SAM de curto alcance Sadral, para mísseis Mistral, com 6 mísseis cada. 8 Canhões GIAT 20F2 de 20 mm.
Aviação: Até 40 aviões, sendo 3 Northrop Grumman E-2C Hawkeye, Helicópteros NH-90, e cerca de 30 caças Rafales.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Este projeto é interessante, pois apresentou algumas características indesejáveis como uma frequência elevada de defeitos durantes seu teste no mar entre 1999 e 2001, e um elevadíssimo custo operacional. Os Franceses precisavam de um porta aviões novo para substituir os cansados porta aviões da classe Clemenceau, que não tinham o tamanho ideal, nem potencia adequada em suas catapultas para operar o novo caça naval francês, o Rafale. Para isso o governo francês decidiu que deveria construir uma nova classe de porta aviões, que usasse propulsão nuclear para permitir uma autonomia muito maior que a dos porta aviões que seria substituídos por ele. Todavia, diversos problemas ocorreram, desde relacionados com o desenho do navio, até problemas ligados a confiabilidade do reator nuclear que impulsiona o navio. Hoje, depois destes problemas terem sido resolvidos, ainda um permanece: O custo elevado para operar um navio nuclear levou a marinha da França a considerar construir um novo porta aviões, em conjunto com a Inglaterra, que era conhecido como CVF, e que teria propulsão convencional, porém, problemas financeiros graves, levaram os franceses a cancelarem o projeto em 2013.
Acima: A marinha francesa precisou de um porta aviões mais capaz para operar os caças Rafales, que na época de sua incorporação, também era um novo caça. O Charles de Gaulle substituiu os dois antigos porta aviões da classe Clemenceau.
O Charles de Gaulle pode  operar 40 aeronaves que hoje são representadas por 34 caças Rafale M, 3 aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) E-2C Hawkeye, além de helicópteros de apoio AS-565 Panther e H-225M Caracal. Esse equipamento torna o Charles de Gaulle, um dos mais bem equipados porta aviões do mundo, sendo inferior, apenas, aos super porta aviões americanos. As duas catapultas C13, de fabricação norte americana, usadas neste navio podem lançar 2 aviões por minuto, podendo colocar uma força respeitável no ar, em pouco tempo.
Embora os aviões de combate de um porta aviões sejam a principal linha de defesa, o Charles de Gaulle possui uma peculiaridade que é seu armamento orgânico relativamente pesado quando comparado com os navios do mesmo tipo ocidentais. O navio está equipado com 4 lançadores verticais Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15, com um alcance de 30 Km, e com guiagem inercial, atualização por data link e radar ativo no final do engajamento. Além desse excelente sistema. Estão instalados, 2 lançadores Sadral com 6 mísseis Mistral cada. Este míssil tem um pequeno alcance de 4 km e usa a guiagem por infravermelho.
Estão instalados, também, 8 canhões automáticos de 20 mm da GIAT modelo 20F2, que disparam 720 tiros por minuto, e os projéteis alcançam 8 km.
Acima: Uma das aeronaves utilizada no Charles de Gaulle é o eficiente Grumman E-2C Hawkeye, de alerta aéreo antecipado, também usado pela marinha dos Estados Unidos.
O sistema de gerenciamento de combate Senit consegue rastrear 2000 alvos no campo de batalha, e é apoiado por um sistema de controle de armas Vigy 105 que são direcionadores optronicos fornecidos pela empresa Sagem. Este sistema permite a detecção de alvos numa distancia máxima de 27 km de forma passiva e imune a interferência. Em fevereiro de 2004, a empresa francesa Thales forneceu  o sistema de comando e controle chamado Sytex, e que será incorporado, não só no Charles de Gaulle, como em outros navios de guerra da frota francesa.
O sistema de radar é composto por um radar tridimensional Thales DRBJ 11B de busca aérea de longo alcance com 305 km de alcance, radar de busca aérea de longo alcance Thales DRBV 26D Júpiter, com o mesmo alcance do radar tridimensional (305 km), e um radar de busca de superfície e aérea Thales DRBV 15C Sea Tiger Mark 2 com 74 km de alcance. O radar de controle de tiro é o Thonson CSF Arabel 3 D, com 150 km de alcance, que é usado para fornecer informações do alvo para o sistema de mísseis antiaéreo Áster 15.
Acima: No começo do serviço operacional do Charles de Gaulle, a ala aérea utilizou aeronaves de combate Dassault Super Etendard modernizados, porém, atualmente, o Rafale assumiu as missões de combate embarcadas.
Como dito no início desta matéria, o Charles de Gaulle,  é um porta aviões nuclear, e ele usa dois reatores nucleares PWR K15, que o permitem, esta embarcação de 42500 toneladas de deslocamento, alcançar 26 nós (50 km/h) de velocidade máxima. A autonomia do sistema, é de 20 anos de operações continuas com o navio à 50 km/h.  Os mantimentos de comida da tripulação permitem ao navio operar sem reabastecimento por 45 dias. Um outro item interessante, é o sistema estabilizador Satrap, que promove uma estabilização executada por um computador e que mantêm o navio em uma situação horizontal com variação de 0.5º, permitindo, assim, operar os aviões em situações de mar agitado.
A marinha francesa é, tradicionalmente, uma das maiores do mundo. Dado à influência política que a França exerce sobre muitos países, notadamente do continente africano, assim como seu compromisso junto da OTAN (tratado do Atlântico Norte), sua marinha deverá continuar forte, porém, com problemas orçamentários, ela ainda poderá contar apenas com um porta aviões por um bom tempo.

Acima: O Charles de Gaulle é a capitânia da poderosa marinha francesa atualmente.

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