segunda-feira, 13 de agosto de 2018

HECKLER & KOCH PSG-1. Um dos mais precisos fuzis semi-automáticos do mundo

FICHA TÉCNICA
Calibre: 7,62X51 mm.
Operação: Blowback com retardo.
Comprimento: 1,26 m com a coronha estendida.
Comprimento do cano: 650 mm (25,59 pol)
Capacidade:  Carregador com 5 ou 20 munições.
Mira: telescópica Hensoldt com aumento de 6X.
Peso: 7,2 Kg (standard, sem luneta e sem carregador)
Velocidade do projétil: 868 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 800 metros.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
Quando tratamos de fuzis para disparo de precisão ou uso por “snipers”, sempre vem a cabeça um fuzil operado por ação de ferrolho, que a cada disparo exige um manuseio deste para ejetar a cápsula usada e a colocação de uma nova munição na câmara, sendo muitas vezes, uma adaptação de uma arma destinada, originalmente a caça de animais. Este tipo de mecanismo facilita a produção de um armamento extremamente preciso uma vez que a ausência de movimento de peças envolvidas em uma eventual alimentação semi automática impacta na precisão de uma arma desse tipo. Porém, com a crescente necessidade de maior poder de fogo pelos soldados e do próprio atirador de elite ou sniper, as industrias de armas começaram a estudar formas de produzir um fuzil de precisão que pudesse ser operado por um sistema semi-automático, garantindo um grande ganho de agilidade para disparos múltiplos e assim conseguindo um aumento do poder de fogo para estas armas especiais. Hoje em dia, muitos fabricantes produzem armas de precisão semi-automáticas que estão sendo adquiridas por muitas forças militares, incluindo os Estados Unidos, Alemanha. França entre outros. É interessante lembrar que os russos já usam a muito tempo um fuzil semi-automático de precisão, o Dragunov já descrito aqui no Full Metal Jacket.
Acima: O eficiente fuzil PSG-1 tem como base o clássico fuzil de assalto HK G-3 (foto).
O fuzil do qual trataremos agora foi projetado após um trágico evento ocorrido 1972 nas olimpíadas de verão em Munique, na então Alemanha Ocidental, onde 11 membros da equipe olímpica de Israel foram assassinados por terroristas palestinos de um grupo chamado “Setembro Negro”. Naquele evento não havia policiais com qualificação para lidar com a situação de terroristas e ainda, não haviam armamentos adequados para operar naquela condição especifica. Dois frutos do fato trágico nasceram. Um deles foi o grupo de elite GSG-9, especialistas da policia federal alemã para lidar com terrorismo, e o outro fruto foi o fuzil Heckler & Koch PSG-1, uma das mais precisas armas semi automática do mundo.
Acima: Desenvolvido para uso, primariamente policial, as características desenvolvidas para o PSG-1 trouxeram um grande aumento de peso para a arma. Um PSG-1 pesa 7,2 kg sem luneta e carregador.
O HK PSG-1, a grosso modo, pode ser encarada como uma versão do famoso fuzil automático G-3, altamente modificada para conseguir precisão extrema a um alcance de até 800 metros associado a o funcionamento semi-automático o que lhe garante maior agilidade e poder de fogo através de disparos múltiplos, situação não muito comum entre atiradores de elite, que tendem a resolver suas missões com um único disparo, mas que dá a este profissional uma capacidade que armas de operação por ferrolho não dão, que é a capacidade de engajamento rápido de múltiplos alvos. Seu calibre é o 7,62X51 mm, bastante popular na tarefa de “sniping” devido a sua natural precisão e poder de parada (stopping power).  Normalmente o carregador usado tem capacidade de 5 tiros, porém podem ser usados carregados de 5 ou 20 tiros, (o mesmo do fuzil G-3).
Acima: Embora o PSG-1 possa usar um carregador de 20 munições, normalmente o que se vê é a operação de um carregador de apenas 5 munições. 
Mecanicamente o PSG-1 funciona com o sistema de recuo simples (blowback) com retardo proporcionado por roletes que atrasam a abertura da culatra durante o disparo. O cano usado no PSG-1 é flutuante, ficando preso direto na caixa da culatra, evitando, assim, qualquer vibração desnecessária que o guarda mão (telha) poderia infringir ao cano no momento do disparo. O cano é produzido por martelamento a frio e seu raiamento possui uma configuração híbrida entre raias poligonais e convencionais dando maior precisão devido ao maior contato da superfície do projétil com a do interior do cano. Fora isso, o interior do cano é tratado com cromo o que dá uma vida útil que excede, em muito, os 10000 tiros. Sem duvida é uma obra de arte da tecnologia de produção de canos.
O gatilho possui ajuste de "peso" para adaptar a arma as preferências do atirador.
Acima: Com um cano flutuante para otimizar a precisão, o PSG-1 é uma peça de alto custo podendo chegar a U$ 15000,00 por unidade.
O sistema de mira usado no PSG-1 é uma luneta com aumento de 6X fabricado pela empresa Hensoldt. O retículo é do tipo “cruz” com as marcas bem finas, como um fio de cabelo, o que permite que o alvo não seja encoberto pela mira. É interessante observar que bem no centro da cruz, há um ponto vermelho e luminoso que aparece quando se prime o dedo no gatilho. Esta luneta foi produzida especificamente para uso no PSG-1 sendo fornecida junto com a arma e por isso não é encontrada no mercado para aquisição avulsa. O PSG-1 pode usar um tripé, transportado separadamente, porém, a HK tem fornecido o fuzil, atualmente, já com um bipé fabricado pela Harris que pode ser integrado a telha, para maior praticidade do atirador.
Acima: A luneta Hensoldt foi durante muitos anos fornecida com o PSG-1, porém a versão mais moderna do PSG, conhecida como PSG-1A1, usa uma luneta de maior alcance da Schmidt & Bender.
O PSG-1 é um fuzil pesado (7,2 kg descarregado), o que torna a vida de um soldado que tenha que transporta-lo o dia todo em longas caminhadas, um verdadeiro inferno. Por isso, os maiores usuários do PSG-1 são forças policiais.  A HK desenvolveu uma versão mais leve do PSG-1 para ser usada de forma mais pratica por militares. O modelo MSG-90A2, possui uma redução de peso de quase 1 kg em relação ao PSG-1 e ainda possui uma maior simplicidade como, por exemplo, a coronha, que no PSG-1 é mais complexa e pesada.
A versão mais moderna é chamada HK PSG-1A1 e possui alguns aperfeiçoamentos como a substituição da luneta Hensoldt pela Schmidt & Bender 3-12 X 50, superior ao modelo original. A coronha desta variante tem regulagem de comprimento e altura, permitindo um ajuste ideal para cada atirador.
No Brasil, o PSG-1 é usado por grupos de elite do exército brasileiro. O maior inimigo desta ótima arma de precisão é seu preço, que chega a U$ 10000,00 cada unidade. Para se ter uma base de comparação, um fuzil AR-15 padrão, custa cerca de U$ 900,00 cada um no mercado norte americano.
Acima: O fuzil HK PSG-1A1 representa a versão mais moderna do famoso fuzil para sniping da marca alemã.

O fuzil HK MSG-90 é essencialmente uma versão mais simples e de menor custo do PSG-1. Atualmente é o único descendente do PSG-1 ainda em produção.

VÍDEO


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