sábado, 7 de novembro de 2015

SUKHOI SU-35S FLANKER E. O exterminador russo de 4º geração.


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 1,2 (1350 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2,25 (2500 km/h).
Razão de subida: 16800 m/min
Potência: 0,97.
Carga de asa: 98,90 ft/lb²
Fator de carga: 9 Gs
Taxa de giro instantânea: 30º/s
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 18000 m.
Raio de ação/ alcance: 1580 km/ 3600 km
Alcance do radar: Tikhomirov NIIP  N035E Irbis-E com 400 km de alcance
Empuxo: 2 X Lyulka AL-41F com 17500 kgf de empuxo
DIMENSÕES
Comprimento: 21,9 m
Envergadura: 15,3 m
Altura: 5,9 m
Peso: 18400 kg.
Combustível Interno: 25400 lb.
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil R-73 Archer, missil R-27 Alamo e missil R-77 Adder.
Ar Terra: Míssil Kh-59, missil Kh-31, missil Kh-35, missil Kh-29, missil Moskit/ Brahmos, missil PJ-10, , missil Kh-59 míssil 3M54AE Klub, missil Kh-65, Bombas guiadas Kab (todas as versões), Bombas convencionais FAB (todas as versões)
Interno: Canhão GSH-301 de 30 mm.

DESCRIÇÃO
Por Marcel Ribeiro De Castro
Um avião de guerra impressionante. Assim pode ser definida a família de caças derivados do famosíssimo e conceituado Sukhoi Su-27 Flanker. Projetado para superar o também excepcional F-15 Eagle, este caça tornou-se o padrão a ser comparado. Com o fim da Guerra fria e o desmantelamento da União soviética, as industrias bélicas russas lançaram-se em uma política extremamente agressiva de vendas de seus equipamentos bélicos com extremo sucesso, obtendo fundos monetários para seguir suas o pesquisas, bem como a globalização trouxe frutos extremamente benéficos e excelente competitividade.
Os Russos também tiveram acesso à tecnologia antes só disponível, no ocidente e começaram a unir esta tecnologia a sua tecnologia, à sua extrema criatividade e engenhosidade de seus materiais bélicos, com as soluções já efetivas e eficazes de seus materiais de uso militar. Um belíssimo exemplo disto é a família de caças do Su-27 Flanker, que supera não só o caça a que era destinado a combater (o excelente F-15 Eagle) como os outros caças americanos e europeus de sua geração que tem missões similares (F-16 e F-18), como suas versões avançadas (Su-30MKI/ Su-35) superam também as variantes avançadas destes caças e também os novos deltas Europeus, Rafale, EF-2000 JAS-39, não somente em combate direto, como e principalmente nos parâmetros globais.
O Único caça que derrota o Flanker em combate direto com consistência é o Lockheed Martin F-22 Raptor que não é de sua geração, e custa de 5 a 7 vezes mais caro.
Com um desempenho rápido, manobrável, fortemente armado com radar e sensores no estado da arte, versátil ao extremo, o Flanker ainda é incrível 32 anos após sua entrada em operação. O texto abaixo versa especialmente sobre a versão mais recente do Flanker o Su-35BM Super Flanker.
Acima: Essa interessante foto feita na base aérea da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) em Langley Virginia, onde um caça F-15 C (a direita), posa ao lado de um Su-27UB Flanker. Nesse dia caças Flanker foram testados contra os F-15 e o resultado foi muito ruim para a velha águia americana. O desempenho superior do Flanker ficou claro em combate a curta distancia onde ele venceu todos os embates contra o F-15.

Su-35BM GRULLA. UM VERDADEIRO EXTERMINADOR
Se hoje e ainda por 20 anos os Su-30MK devidamente modernizados, são um verdadeiro pesadelo para todos os caças e meios inimigos não stealth devido a combinação de radar/ sensores/ motores e armamento, aerodinâmica perfeita, capacidade de combate, a OKB Sukhoi preparou uma versão do Flanker superior a todas as outras versões anteriores da família desta aeronave, e muito superior em todos os aspectos a toda e qualquer aeronave ocidental não furtiva no planeta hoje e no futuro. Trata-se do Su-35BM (BM é a sigla em russo para "grande modernização"). Derivado do antigo SU-27M (Su-35) , embora seja na realidade, uma aeronave completamente nova, com toda a tecnologia já testada nos 12 Su-35 (Su-27M) e no Su-30MKI, sendo de acordo com a designação russa um caça de geração 4++. O caça já incorpora tecnologia de 5º geração e será o padrão da força aérea russa até pelo menos 2025 quando a 5º geração russa, representado pelo moderno Sukhoi T-50 Pak Fa começará a ser produzida em grande escala.
O caça foi apresentado na Maks 2007, com a entrada em serviço realizada  em 2013  tendo como primeiro cliente, a própria Força Aérea Russa com 48 unidades iniciais encomendadas. No mercado internacional, a Venezuela já demonstrou interesse acentuado no avião além do Brasil  que considerou ele como uma das opções para o programa FX-2, da Indonésia, China sendo os dois últimos clientes quase certos  e recentemente até o Paquistão demonstrou interesse. O Su-35S (versão definitiva do Su-35BM) é também o passo lógico para todos os clientes do Flanker incluindo os que tem as melhores versões do Su-30, como a Índia e a Malásia e Argélia, muito embora estes Flankers possam ser elevados para um padrão razoavelmente similar em futuro próximo.
O Su-35S tem como principais características, a altíssima performance e agilidade em voo manobrado, capacidade supercruise (voo em velocidade supersônica sem uso dos pós combustores do motor), altíssimo desempenho no combate ar ar a curta, média e longa distancia e ar superfície, disparando munição de precisão através de um sofisticado sistema de informação e de detecção de alvos de longo alcance, sofisticado sistema de defesa e guerra eletrônica, acentuada redução na assinatura por radar/ térmica, fusão de sensores, computadores de alta velocidade e sensores de alta potencia. Também carrega 1,5 toneladas a mais de combustível (11,5 Ton), do que as variantes comuns do Flanker.
O Su-35S  monoplace lembra muito o SU-27S. Ele não tem cannards, como os Su-27M e o Su-30MKI ou o Su-33. Seu cone de cauda é menor, seus flaperons são grandes e o Su-35S tem grandes entradas de ar.

Acima: O protótipo do Su-35BM, sob o numero "902" fez várias demonstrações de desempenho de fazer o mais experiente piloto acrobático deixar cair seu queixo. 

O SEGREDO DO SUCESSO DA FAMÍLIA SU-27 FLANKER.
A configuração escolhida pelo Bureau Sukhoi para seu novo projeto, e que diferia dos caças anteriores de projeto soviético e foi adotar uma fuselagem e uma configuração integral, com duas turbinas bem separadas uma da outra (o que aumenta a área de sustentação e a possibilidade de sobrevivência em caso de acerto de míssil) com o centro de gravidade em local diferente do comum em aeronaves de caça. A fuselagem integral, permite grande acomodação de combustível e excelente aerodinâmica. Em uma configuração integral, as asas e a fuselagem formam uma única superfície geradora de sustentação, pois tem formas suaves entre asas e fuselagem  é aerodinamicamente, eficiente ao extremo. No caso a fuselagem do que futuramente seria chamado de  T-10 (protótipo do Su-27 Flanker), permitia que grande quantidade de fluxo de ar passasse por baixo da aeronave e assim mantivesse uma altíssima sustentação. A quantidade de ar que passava por baixo do T-10, era muito maior, do que a que passava ou a que pressionava o avião para baixo causada pelo fluxo de ar que passava na parte de cima da aeronave garantindo enorme sustentação da fuselagem integral que também era muito mais leve, eficaz e simples que o complexo conceito envolvido de asas de geometria variável então presente em diversas aeronaves militares da época, como as do Mig-23, as do F-14 e as do Su-17 Fitter, que usavam a geometria variável de suas asas na forma enflechada para melhorar o voo supersônico e as asas abertas (sem enflechamento) para melhorar as qualidades de dirigibilidade e manejo durante o pouso, facilitando ao reduzir um pouco mais a velocidade dos aviões durante o processo de aterrissagem.
O uso de uma configuração aerodinâmica integral também permitiu que a aeronave tivesse grande quantidade de combustível interno, evitando o uso de combustível externo, que causaria  um grande aumento na assinatura radar, bem como um aumento do arrasto aerodinâmico, piorando sua eficiência ao manobrar, além de provocar  o desperdício de pilones que poderiam ser usados para carregar armas.

Acima: Visto de baixo, o espaço existente entre os dois motores do Su-35 sob a fuselagem fica evidente. Notem a composição de 12 mísseis desse protótipo do Su-35BM.
O centro de gravidade definido para o novo projeto, também estava em um lugar distinto do comum. Em aeronaves “normais”  até então, este centro de gravidade era dianteiro. A resposta normal a um  distúrbio aerodinâmico qualquer com o centro de gravidade dianteiro é a aeronave, voltar ao ponto de equilíbrio inicial, o com a  dianteira para a frente e para baixo. Este conceito é chamado estabilidade estática e explora a tendência das forças exercidas de fazer um corpo voltar a posição normal e manter-se nesta posição de equilíbrio. No protótipo T-10, entretanto, o centro de gravidade era mais para atrás, e exatamente por isso  a aeronave tem a tendencia natural de ser instável e apontar a aeronave para cima e para o alto pois o centro de gravidade é posterior, tem a tendencia de puxar a traseira para baixo e depois ocorrer a tendencia da  queda da parte frontal para a posição neutra. Este conceito aplicado é chamado instabilidade longitudinal  estática. Com esta pequena diferença o piloto tem uma tremenda facilidade de apontar a aeronave para onde quiser e a manobrabilidade torna-se acentuadamente melhor, com um dramático salto de qualidade, como temos assistido em todos os shows aéreos em que caças da família do Su-27 sem apresentam até hoje. O delicado  equilíbrio, na verdade, é obtido através de um controle FBW (Fly By Wire) que permite substancial decréscimo nas perdas provocadas pela alteração no balanço gravitacional  da aeronave.

Acima: A capacidade de manobra do Su-35S é simplesmente mágica. Além de sua instabilidade natural e um avançado sistema de controle de voo FBW como explicado acima, o Su-35S conta com vetoração de empuxo tridimensional. É o avião de combate mais manobrável do mundo.

REDUÇÃO DE ASSINATURA E DETALHES DE COMBATE.
O extenso uso de materiais RAM e de novos materiais compostos na estrutura do Su-35S permitiu lhe diminuir muito o peso e sua assinatura radar frontal (RCS) de forma que se conseguiu um índice de 1m2 de RCS estimada, o que o coloca no mesmo nível de caças como os deltas europeus ou os caças de 4º geração norte-americanos quando tratados com RAM.
O Itae (um instituto da academia Russa de ciências de Moscou) tem desenvolvido materiais e técnicas que propiciam uma redução muito significativa no RCS de seus caças; Por exemplo o Mig-29 SMT que tem um RCS estimado  frontal  de 5m2 (sem armas) tem um RCS de 1m2 se tratado com o material RAM russo. O Itae conseguiu também reduzir o RCS estimado do Su-35 (6m2) para 1m2 no quadrante frontal. A face do motor, foi coberta com RAM magnético e as paredes das entradas de ar também receberam o mesmo material quee foram aplicados em finas camadas entre 0,7 e 1,4  mm e aplicadas por Spray controlado digitalmente. Nos motores e exaustores foram aplicados RAM cerâmico. O canopi foi tratado com material metálico e anti reflexivo. A antena foi mudada de posição e tratada com material RAM, e o radome recebeu cobertura seletiva, que altera a condutividade. A  diferença é que enquanto os russos trabalham fortemente com materiais compostos redutores de assinatura, eles não trabalharam  tanto com redução de RCS  pela forma como fazem os americanos. Alias os europeus também costumam trabalhar melhor o uso de materiais compostos do que técnicas de forma. Não é por acaso que existem poucos aviões furtivos pela forma.
Acima: O Su-35S tem tratamento de sua fuselagem com materiais absorventes de radar RAM, que permitiu uma significativa diminuição de sua reflexão para os radares inimigos que tem dificuldades de detectar ele a distancias elevadas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE ALCANCE, CARGA E CUSTOS
Quando o Su-27 foi projetado, os russos especificaram que queriam um caça de
longo alcance suficiente para alcançar alvos na Inglaterra e no norte da Europa e voltar. Para missões comuns, o caça deveria levar 5.000 kg de combustível e 8 mísseis ar ar. Devido a estes requerimentos e sabendo dos 4 projetos de caças de 4º geração nos EUA, os engenheiros da Sukhoi e do TSGI, projetaram um caça muito aperfeiçoado
aerodinamicamente, com grandes asas, estável com turbinas potentes e espaço
interno para mais de 9 toneladas de combustível. O resultado desta imensa
quantidade de combustível é que o caça conseguiu alcançar os requerimentos
pedidos de cerca de 1400 km de raio de combate, com espaço para 10
mísseis ar ar. Com o aperfeiçoamento do Su-27 e versões posteriores, tiveram,
também, reforçadas suas estruturas e a capacidade de carga de armas passando
de 4000 kg originais para 8.000 kg de armas, em até 14 pontos para fixação de
armas. Hoje, o Su-35S tem uma vantagem de pelo menos 30% no seu raio de combate
em relação a seu rival mais próximo o F-15 Eagle (sem tanques extras de
combustível).
O raio de combate do Su-35S e sua grande capacidade de carregar armas permite
a ele uma vantagem operacional muito grande em missões de médio e longo alcance, sobre rivais ocidentais. Para realizar operações de médio/ longo alcance de certa complexidade e dificuldade como o Su-35S, os caças ocidentais (quase todos) necessitam de enormes e pesados tanques de combustível externos, penalizando sua carga de armas e aumentando o arrasto aerodinâmico. Também o tornam muito mais dependentes de aeronaves de apoio para reabastecimento.
Resultado: O caça russo pode realizar a mesma missão de varias aeronaves menores
e sem apoio por uma distancia maior. Resumindo: Menos Su-35S fazem a mesma
missão de muitas aeronaves menores com apoio.

Acima: Observem que o Su-35S, assim como qualquer caça da família Flanker, nunca é visto com tanques externos. na verdade ele nem precisa. Sua capacidade de armazenamento de combustível interna, permite uma autonomia fora do comum liberando os cabides externos apenas para armas.

COCKPIT E AVIÔNICA
A cabine do Su-35, consiste em duas grandes telas LCDs com 22,5/30cm e dão ao piloto as informações integradas, completas apresentadas no capacete do piloto e existe mais um LCD de backup. A aeronave tem um novo sistema de ataque e de navegação guiado por satélite (Sistema Glonass) e sistemas de radionavegação digitais. O sistema de comunicação é digital e multicanal consiste em dois canais de radio, capacidade de ligação com o link-16 padrão OTAN que é um tipo de datalink a prova de interferência.
Falando em "interferência", vamos falar de guerra eletrônica. O Su-35S usa na ponta das asas o sistema Khibiny-m que trabalha em pelo menos 3 modos distintos sendo eles: 
  • Modos de proteção individual;
  • Escolta;
  • Grupo de ataque, tendo similaridades aos instalados nas versões do F-15E, E/A-18G e outras aeronaves especializadas nesta função de guerra eletrônica.
O sistema trabalha em conjunto com o radar, direciona diferentes  ondas de interferência para cada ameaça, e direciona energia eletromagnética para as contra-medidas descartáveis chaffs e flares, aumentando a possibilidade de sucesso contra as ameaças como mísseis guiados por calor ou por radar. Sistemas similares e correlatos de guerra eletrônica, tem sido testados desde 2008 na Geórgia, e mais recentemente na Ucrânia, e na Síria com resultados excelentes. Na Geórgia o único Sistema de SAM guiado por radar que funcionou efetivamente foi um SA-11 (Sistema BUK M-1 já descrito nesse site), na Ucrânia, um sistema Aegis de um navio americano ficou inoperante e na Síria, bem , digamos que os americanos não enxergam quase nada por 350 km de raio quando ligam os radares. Além disto, o sistema de defesa da aeronave conta com um RWS Alerta de radar); com um sistema de alerta contra designação por laser; um sistema de MAWS (missele aproach  warning  Sistem) e ainda pode contar com um sensor eletro-óptico Mak que alerta contra a aproximação de mísseis com guiagem IR. Adicionalmente, os russos incluem a utilização de um sistema de isca rebocada, para aumentar a capacidade defensiva, contra mísseis guiados por radar.
 
Acima: O painel do Su-35S é um dos mais avançados que existem. Graças a concentração dos dados de navegação e ataque em duas telas LCDs, o piloto tem diminuída sua carga de trabalho na missão.
No que se refere a sensores de detecção, o Su-35, como todos os caças da família Flanker, está equipada com um sensor de detecção passiva IRST que usa a energia infravermelha (calor da aeronave alvo) para detectar sua presença e localização. Este sistema IRST opera integrado ao capacete do piloto, enviando dados para um display montado diretamente em seu capacete. Além disso, esse sistema também opera em conjunto com o sensor de busca dos mísseis infravermelhos integrados ao caça. Assim o piloto precisa apenas olhar o alvo para designar ele para o míssil. O sensor IRST usado no Su-35 é o OLS-35, modelo derivado direto do OLS-30 que equipa o Su-30MKI, e que tem alcance de 50 km quando apontado para a frente do alvo e 90 km na traseira (sem o uso de pós combustor). Seu telêmetro laser mede as distancias contra alvos aéreos acima de 20 km e alvos no solo acima a de 30 km e ainda pode traquear 4 alvos simultaneamente.
O outro sensor é o radar Tikhomirov NIIP Irbis-E também conhecido como N035E que é um radar de escaneio eletrônico passivo (PESA),  multifuncional, que trabalha na banda X usando o sistema de controle de fogo, EKVS-E BTsVM Solo 35. O radar é capaz de detectar 30 alvos e engajar 8 simultaneamente e continuar escaneando o ar em busca de mais alvos. Também é capaz de guiar mísseis ar ar semiativos a dois alvos simultâneos. No modo ar superfície traqueia 4 alvos, atacando 2 simultaneamente. No modo ar superfície o radar Irbis mapeia alvos usando pulso doppler, rastreio por feixe estreito e em modos SAR e tem o alcance de 200 km.  A mesma capacidade no Bars usado nos Su-30MKI, mas a capacidade de resolução e de detecção dos modos ar solo  foram aumentadas.
O N035E tem potencia  máxima de 20 quilowatts graças a dois TWT com potencia máxima 10 Quilowatts cada um, podendo detectar um caça carregado, tratado com RAM e com 3m2 de RCS, a 400 km no modo de longa distancia, no quadrante frontal e 150 km em perseguição. Aviões furtivos como o F-35 e o avião de ataque aposentado F-117 poderiam ser detectados a 90 km, sendo o radar capaz de detectar e classificar os alvos, conduzindo busca e ataque a alvos simultaneamente no ar no solo e no mar, tais como os AESAs atuais.
Acima: O poderoso radar Tikhomirov NIIP N035E Irbis E é o mais poderoso radar já instalado em um caça. Um alvo do tamanho de um caça a 400 km de distancia quando vindo pela quadrante frontal.


AS ARMAS DO GUERREIRO
O Su-35S tem como armamento interno um canhão GSH-301, de 30 mm, com cadencia de tiro de 1800 tiros por minuto. A quantidade de munições transportada no Su-35S é de 150 projéteis. O canhão opera integrado ao radar, IRST e HMD. Seu alcance a alvos aéreos é até 1,8 km, e em terra de 1,3 km.
O Su-35S também pode carregar casulos de foguetes não guiados que poderão, receber um sistema de guiagem e correção de voo conhecido como Ugroza e que consiste em instalar um sensor passivo ou de laser semiativo, e um estabilizador de voo no foguete com isso, seu alcance efetivo chega a 8 km.



R-73 ARCHER
No campo de armas ar ar,  a área onde o Su-35 se destaca forte, embora ele seja, de fato, totalmente multifuncional, começa com o míssil de curto alcance R-73 Archer, desenvolvido para substituir o míssil R-60, sendo um míssil de combate aéreo de guiagem infravermelha, “dispare e esqueça”, projetado para superar qualquer ameaça, com ênfase especial a caças ágeis e manobráveis, devido a sua capacidade de manobrar violentamente em combate aproximado, o míssil tem capacidade de ser lançado contra um alvo fora do ângulo de visada, e girar atrás do alvo para persegui-lo se necessário, podendo atacar alvos manobrando a 12g. 
O R-73 é o primeiro míssil russo a usar TVC (Vetoração de empuxo) e superfícies de controle, o que permite disparos em qualquer direção e voo estabilizado em qualquer ângulo de ataque. Pode ser disparado contra alvos cruzados e frontais, sem considerar altitude, carga G do alvo ou do caça atacante, tem capacidade de aquisição de alvos facilitada e capacidade de seguir o alvo a 60 graus por segundo. O R-73 tem passado por modernizações. Em 1994, o R-73K recebeu modificações e uma nova versão foi criada. O R-73M, operacional desde 1997 na Rússia, ganhou um novo sensor, agora capaz de ter um ângulo de visada de ± 60º, capacidade de contra-contramedidas melhorada (significa que o míssil é capaz de distinguir uma isca flare do alvo real). O R-73M ganhou também um novo processador digital, e neste caso ele foi renomeado para R-74. Seu alcance (balístico) aumentou 25%, indo de 30 para 40 km. A versão de exportação chama-se R-74ME. A versão Russa deste míssil, o R-74M1, entrou em serviço no fim de 2006, com um novo perfil de voo e um sensor modificado, e sensibilidade aumentadas, bem como um sensor com capacidade de aquisição fora da linha de visada (off boresight) de ±75º. 

Acima: O míssil de curto alcance R-73 Archer e seus derivados modernizados são os principais misseis de curto alcance em uso no Su-35S.


R-27 ALAMO
Entre as armas de alcance médio e longo, os chamados mísseis "BVR" (além do alcance da visão), o Su-35S usa os mísseis da família R-27 e R-77. No caso do R-27, ou Álamo codinome dado pela OTAN, são mísseis com um maior alcance do que os mísseis AIM-7 Sparrow e Sky Flash, seus concorrentes ocidentais diretos, e dão ao piloto uma flexibilidade sem precedentes, porque possuem versões com 8 diferentes cabeças de busca, permitindo ao piloto o disparo de dois ou mais mísseis com guiagem diferente contra o alvo, o que maximiza a possibilidade de acerto. O R-27 engaja alvos tripulados ou não e em manobras de combate aéreo aproximado. Pode ser empregado individualmente ou em grupo de aeronaves. O alvo pode estar voando a até 3.500 km/h e entre 20 m e 25 mil metros e manobrando a mais de 8 Gs. Esta família de mísseis nas versões de alcance estendidas R-27E  é uma excelente arma se utilizada por pilotos snipers, isto é, pilotos que saibam se aproveitar de sua superioridade em alcance sensivelmente superior, em especial a médias e altas altitudes e das capacidades de alcance, energia de voo e persistência de combate do Flanker. Além disto, se usar trajetória loft ele aumenta ainda mais seu alcance efetivo máximo, em qualquer  aspecto de disparo.
Acima: O míssil acima é a versão de alcance estendido do R-27, conhecido como R-27ER. Seu alcance chega a 117 km.


R-77
O outro míssil de médio alcance usado pelo Su-35S é o R-77 guiado por radar ativo. Este míssil, de fabricação russa equivale ao míssil norte americano AIM-120 Amraam. Seu desenvolvimento começou em 1982 e terminou em 1994 . Seu alcance operacional é de 80 km na primeira versão e 110 km na segunda versão R-77-1 que também já é operacional e que é usada pela força aérea russa. Os misseis são altamente manobráveis capazes de destruir alvos manobrando a 12 Gs. O desenvolvimento continua, e em um futuro muito próximo teremos versões guiadas por infravermelho e versões passivas liberadas para exportação, repetindo o arranjo já realizado com os misseis R-40, R-23/24 e R-27.
Acima: O R-77 é o míssil ar ar de médio alcance de melhor desempenho do Su-35S. Além de ter um bom alcance (110 km. nas versões mais recentes), tem ainda capacidade elevada de manobra o que permite que seja usado até em combate de curto alcance  se for necessário.


3M54AE Klub
Para ataques de precisão à superfície, foi integrado ao arsenal do Flanker E o míssil de cruzeiro russo 3M54AE Klub, versão lançada de aeronaves. Trata-se de um míssil multifuncional e multiplataforma, com pelo menos 5 versões, que são lançadas por navios e submarinos kilo, Amur e Lada inicialmente. A versão 3M54AE é mais recente e permitiu ampliar bastante o raio de ataque do Su-35S. Seu alcance chega a 300 km e existe sub versões anti navio com capacidade de ataque supersônico; Anti navio com perfil de ataque sub-sônico, e uma versão configurada para destruir alvos em terra. As duas primeiras versões são guiadas por radar ativo, e a ultima, mais complexa, é guiada por satélite (Glonass, o equivalente russo do GPS).

Acima: Aqui temos uma rara fotografia do novo míssil de cruzeiro 3M54AE Klub que equipa o Su-35S. esta arma de precisão permite ataques contra alvos posicionados a 300 km de distancia do ponto de lançamento.


PJ-10 BrahMos
O PJ-10 BrahMos é uma variante mais avançada do que o míssil Moskit do qual é derivado. Em 1998 Índia e Rússia se uniram para desenvolver esta moderna arma. O BrahMos possui versões lançadas por navio e por aeronaves. O primeiro teste foi em junho de 2001 e em setembro de 2006 ele entrou em operação tendo sido integrado ao Su-30 MKI indiano e Su-35S. O míssil tem 300 km de alcance, e velocidade de mach 2.9 e seu sistema de guiagem se dá por  INS, GPS/ Glonass, e radar ativo dependendo da versão. A margem de erro desta arma (CEP) é de apenas 1 m o que a coloca como um dos mais precisos armamentos stand off (capazes de serem lançados longe das defesas inimigas), do mundo.

Acima: O caça indiano Su-30MKI dessa foto está com um potentíssimo míssil de cruzeiro PJ-10 BrahMos no cabide ventral. Reparem nas grandes dimensões dessa arma.


KH-29
A família Kh-29/ AS-14 é uma família de mísseis russos equivalentes aos franceses AS-30 francês e o americano AGM-65 Maverick, e tem como missão o ataque a alvos terrestres e navais. Até 6 podem ser carregadas pelo Su-35S. Existem várias versões deste míssil, sendo que as principais são:
1- Kh-29L(A) com guiagem semiativa a laser, alcance 12 km. 
2- Kh-29T(B) com sensor eletro-óptico, guiagem TV,alcance 28 km. 
3- Kh-29D, com sensor eletro-óptico, e guiagem térmica e alcance de12 Km. 
4- Kh-29MP GUIAGEM passiva.
5- Kh 29-TE, variante nova do KH-29T, alcance 30 km.
Acima: O míssil Kh-29 é o equivalente russo do míssil norte americano AGM-65 Maverick. Como o modelo ocidental, o Kh-29 pode ser usado contra uma grande variedade de alvos. 



KH-59MK
Outro armamento para ataques a superfície disponível no Su-35S é o KH59MK. Esse míssil foi apresentado pela primeira vez em 2001, no salão de Moscou, e é chamado como míssil cruzeiro de emprego geral para caças da família Flanker, e do Su-24 Fencer. 
O requerimento desse míssil  foi atirar fora do alcance das defesas dos grupos de batalhas inimigos. Para alcançar tais requerimentos foi necessário modificar o sistema de propulsão do míssil original KH-59M, o motor R-95-300, por um novo motor mais eficiente e econômico, o turbofan 36MT da Saturn. Este novo motor permite que o míssil tenha o alcance de 285 km. O novo  míssil, usa guiagem por radar ativo.
Entre suas versões estão, a KH-59MK2 land atack, a Kh-59M2, com guiagem por TV ou IR (infravermelho), a kh59L  guiada a laser, Kh-59T, guiada por TV, e Kh-59MK2 Stealth Standoff, que na versão russa objetiva dotar os russos de um míssil cruise tático com 600 km de alcance.

Acima: Aqui temos o lançamento de um míssil Kh-59 por um Su-30MK russo. Notem o pequeno motor turbofan 36MT abaixo do míssil, que permite um alacance de 285 km a este armamento.


KH-35U
O míssil anti-navio Kh-35U é uma versão melhorada do Kh-35 dos anos 90, que pode ser carregada por varias plataformas  e que possui mais combustível que permitiu estender seu alcance para 270 km (antes era de 130 km). Seu sistema de guiagem usa um radar ativo e um sistema inercial.
Acima: Com um desenho similar ao míssil americano AGM-84 Harpoon, o KH-35 é um dos poucos mísseis anti-navio com velocidade subsônica fabricado na Rússia.


KH-31
A variante anti-navio, conhecida como KH-31A tem guiagem inercial com voo pré programado e alimentado pelos dados dos computadores de navios e aviões, sobre o alvo.
O sensor ao invés de ser intercambiável, como o do KH-31P (versão anti radar), que era direcionado a uma só ameaça, será o novo radar L-130 de largo espectro, cobrindo varias ameaças. O míssil melhorado  tem um novo perfil de voo, mais eficiente, sendo que o software do míssil foi atualizado, e há também mais reserva de combustível para o motor. A versão anti navio (KH-31A) tem alcance de 103 km enquanto a versão anti radar, que usa um sensor passivo que segue a fonte das ondas do radar inimigo, tem alcance de 110 km.
Acima: O míssil Kh-31  é uma das armas com várias versões que podem ser usados contra diversos tipos de alvos, incluindo antenas de radares inimigas.


Bombas Guiadas KAB-TK/ KR e R
São bombas russas guiadas equivalentes a GBU-8 HOBOS, a GBU-15 e a Spice. Tem a mesma estrutura das Kab a laser. Apenas usa a guiagem por tv.. A variante Kab-R usa o sistema de guiagem por infravermelho IR. Diversas outras bombas estão disponíveis a Upab 500 Kr, uma bomba planadora com guiagem por TV , acessorada por datalink e alcance de até 70km. Outras bombas como a Kab-250 L, também já estão disponíveis. Por fim,  disponível A Kab-500S e sua variante mais pesada a Kab-1500, com guiagem por satélite (no caso, russo GLONASS), com alcance similar a JDAM americana (70km), já em uso no conflito Sírio.
Acima: A Kab-500S é a bomba guiada por satélite usada pela força aérea russa. Trata-se de uma arma muito precisa com elevado poder destrutivo.


Bombas de uso Geral
O Flanker pode carregar diversas bombas de uso geral, como as da família FAB (Bombas clássicas ou fragmentação) RBK (fragmentação) BETAB(penetração), PB-250, Odab-500 (combustível-ar) , ZAB, Entre outras, em lançadores múltiplos se necessário.


PROPULSÃO
Os motores planejados para o Su-35S são os AL-41F, que equipará o futuro caça de 5º geração russo PAF-KA/T-50. Os primeiros Su-35S estão equipados com os motores designados AL-41A, ou antigo 117S. Trata-se de uma Al-31F + completamente alterada. A AL-41F será utilizada em modernizações futuras do SU-35S  de outros Flankers.
O padrão de empuxo da AL-41A é o mesmo padrão das turbinas AL-31FU do Su-37(Su-27 M/ T-10m-712), com 14 500kg, e 4000 horas de vida útil se equivalendo em termos gerais ao padrão ocidental de durabilidade, e com vetoração de empuxo tridimensional com variação de 15º. Há ainda o modo especial de configuração com apenas 13800 kg de empuxo para tempo de paz em que não é necessário o uso mais potente e consequentemente mais desgastante para o motor. Com esse propulsor o Su-35, consegue velocidade de cruzeiro de match 1.2 sem o uso de pós combustor.
A AL-41F tem potência de 175 kN com pós-combustor,  representando um aumento de 40% no empuxo em relação a AL-31F original. Ela também é entre 10-15% mais econômica, e 15% mais leve. Equipado com este motor, um Su-35S deverá ser capaz de excelente velocidade de cruzeiro (mach 1.6-1.7) e de aumentar ainda mais seu o alcance . 

Acima: Os motores 117S instalados no Su-35S possuem vetoração de empuxo tridimensional de 15º, aumentando significativamente o controle da aeronave e sua manobrabilidade em velocidades reduzidas.

PROLOGO
Equipamentos militares russos são feitos para guerras e para o mundo globalizado, onde equipamentos militares são personalizados de acordo com o bolso do cliente, ainda que a Rússia não tenha a indústria americana a produzir seus meios e muito menos o poder de influencia americana (economicamente, politicamente e através da imprensa e do marketing)  pelo globo. E não para desfiles festivos ou países  riquíssimos que podem pagar 120 milhões de dólares por caças complexos de operar e consertar, com metade da capacidade de combate do Flanker se este for modernizado e equipado adequadamente. Os equipamentos bélicos russos estão onde estão as guerras e em países não ricos e não perdulários. São equipamentos militares na acepção do termo. Para guerra e defesa. Com eles por exemplo não existe risco de fazermos parte de uma coalizão que atenda a interesses que não sejam nossos. Nem risco de embargos.
A diferença da industria russa  dos anos 90 para cá é tão visível que os EUA apressaram a entrada em serviço de um caça que custa 360 milhões de dólares a unidade (F-22 Raptor) que teve um corte de 80% na quantidade inicial e gastaram montanhas de dinheiro para encomendar 180 caças e superar a “falta de capacidade do Flanker e da industria russa”.
A conjunção de um caça com manobrabilidade superior, radares e mísseis ar ar superiores, sensores passivos, imenso raio de combate, a capacidade de atirar mísseis subsônicos e hipersônicos além de bombas guiadas ou não, de qualquer procedência no caso de variantes do Su-30, inigualável capacidade de modernização preço competitivo, adaptabilidade sem precedentes, faz do Flanker um real desafio a quem quer que o enfrente. As ultimas variantes do Flanker tem muito do que os modernos caças ocidentais oferecem sendo superiores em várias áreas e sendo mais adaptáveis do que os rivais na sua maioria. E o que é pior, os caças russos, continuam com as inovações bélicas russas e as boas características russas de sempre como a robustez e facilidade de reparo.
O Flanker moderno, tem “menos idade do que caças ditos mais tecnológicos”, e é muito diferente do Su-27S de 1983. Para citar um exemplo, o Su-30 MKI é de 1998 e seu o projeto é de 1990, baseado na critica que fizeram ao chefe da Sukhoi que o Su-27S não era multifunção. O Typhoon,  e o Rafale  moderníssimos são   projetos  de 1984. Dizer que o Flanker e o Eagle, são “inferiores” a qualquer outro caça de sua geração por causa da “idade” do projeto é absurdo. Fazer isso, é como dizer que na formula 1, a Ferrari de 1980, anda tão rápido ou tem as mesmas especificações  quanto o modelo de 2016, pois ambos são Ferrari. Porque as versões modernas destes caças são tão de “nova geração”, quanto qualquer outro caça festejado como novíssimo e moderno, sendo mais capazes do que eles. O F-15E+/I/S/SG/K é completamente diferente do F-15A, e o Su-30MKI é completamente diferentes do Su-27S.
Toda esta conjunção de fatores faz do Flanker um genuíno pesadelo convencional. Ele é superior em todos os quesitos, que contam para uma batalha. Note que eu nem me referi ao presente da família o Su-35S, que é muito superior a qualquer coisa que não seja o F-22 Raptor e que por enquanto só carrega armas russas. Para terminar, gostaria de salientar que, este texto é uma homenagem não só ao Flanker, mas ao caça que deu todo este trabalho aos projetistas russos, o F-15 Eagle.
O preço absurdo e a tecnologia ultra avançada do F-22 Raptor não são por acaso. Também não é coincidência, que cerca de 36 aviões segundo a maioria dos informes (apenas alguns Su-30SM (o MKI russo) e o restante bombardeiros e outras peças das forças militares russas)  e uma boa dose de inteligência, quase que fechou o espaço aéreo sírio, e com 1 semana de operações  já acertou muito mais terroristas  e rebeldes  do que o bombardeio das areias da Otan em 16 meses.
Os americanos sabem muito bem que, se for adequadamente modernizado equipado e apoiado o Flanker dominará o campo de batalha geral e as batalhas aéreas contra qualquer avião que não seja stealth verdadeiro e de grande desempenho pelos próximos 30 anos seja nas versões não furtivas ou mesmo no seu correlato próximo o T-50. Não é a toa que todo o piloto que senta no cockpit de um Flanker moderno, e voa nele, sai com um sorriso apaixonado do caça, como fizeram alguns pilotos ingleses em um recente exercício, com os indianos. Um deles chamou o Flanker de “cruzador espacial pesado”. É por sua qualidade.

ABAIXO TEMOS UMA APRESENTAÇÃO DE UM SU-35S FLANKER E NO SALÃO DE LE BOURGET 2013

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

domingo, 27 de setembro de 2015

XM-307 - Atualização Full Metal Jacket


Conheça o projeto que visou substituir a famosa metralhadora ".50" M-2 e o lança granadas MK-19 nas forças armadas dos Estados Unidos.

sábado, 19 de setembro de 2015

MITSUBISHI HEAVY INDUSTRIES TYPE 10. O samurai peso pesado!


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 70 Km/h em estrada.
Alcance máximo: 400 Km (em estrada).
Motor: Motor diesel V-8 com  1200 hp de potência. 
Peso: 48 Toneladas (carregado e equipado).

Comprimento: 9,40 m (contando o canhão)
Largura: 3,20 m.
Altura: 2,30 m.
Tripulação: 3 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1 m; (estimado)
Obstáculo vertical: 1,25 m.(estimado)
Armamento: Um canhão Japan Steel Works 120 mm Alma Lisa e carregador automático; 1 uma metralhadora pesada modelo M-2HB calibre .50 (12,7 mm) e uma metralhadora Tipo 74 em calibre 7,62X51 mm; 8 granadas lançadoras de fumaça.

PREFÁCIO
Por Edilson Moura Pinto
Matéria produzida em parceria com o site Plano Brasil.
O carro de combate TK-X, também conhecido como o Type 10, é o mais recente desenvolvimento das forças terrestres japonesas no tocante aos MBT. Este novíssimo veículo de combate “peso leve” que junto com o Sul Coreano K-2 formam na atualidade os únicos MBT 4ª Geração em estágio operacional, são as referencias mundiais para  o desenvolvimento de carros de combate, embora, para alguns críticos, a primazia de tal feito seja creditada ao modelo japonês em função das suas reais características.
O Type 10 é a resposta japonesa para a guerra centrada em rede em ambiente no cenário do futuro e certamente é um divisor de águas no que tange ao desenvolvimento das novas famílias de carro de combate mundo a fora ao inaugurar uma nova era para os MBT. significativamente mais leves que seus concorrentes.
Segundo alguns especialistas, o veículo foi projetado para ser mais leve, a fim de cumprir as leis e normas das estradas japonesas. O novo MBT pode ser transportado em veículos de transporte comerciais e dispõe de modernos sistemas opto eletrônicos que o resguardam de uma capacidade muito superior aos veículos Type 90 os quais, vieram substituir.
O Type 10, destaca-se em inúmeros fatores, as capacidades incluídas no projeto, que se por um lado não eram objeto principal do programa, por outro, resultaram em características excepcionais ao veículo, tais como: mobilidade e agilidade, dimensionamento para combates em perímetros urbanos e casco projetado para aumentar os índices de reflexão balística com o mínimo de emissões reflexão Infravermelho e RCS.
Todas essas qualidades o garantem um maior índice de sobrevivência no campo de batalha moderno que agora enfrenta em outro campo um adversário nas decisões políticas e estratégicas da defesa japonesa, ameaçando a sua supremacia frente aos potenciais adversários regionais. Neste artigo como em todos da série MBT Brasil apresentaremos o Type 10 a mais nova arma das unidades de cavalaria blindada japonesas.


A ORIGEM.

Em 15 de dezembro de 2001, o governo japonês aprovou um novo plano de aquisições de médio prazo para a Força Terrestre de Auto Defesa Japonesas (JGSDF - Japan Ground Self-Defense Force). O montante de recursos totalizava cerca de US 223,6 bilhões.
Os projetos de pesquisa foram planejados para execução em cinco anos e, neles era incluindo o desenvolvimento de um novo MBT (Main Battle Tank- Carro de Combate Principal)  com capacidades de sobrevivência em teatro de operações apto a executar comando e controle avançados, C4I.
De ressalto, a Mitsubishi Heavy Industries (MHI) foi contemplada como a principal contratante para o desenvolvimento do novo veículo até então chamado TK-X, cuja produção prevista teria inicio em 2010-2011. Tal projeto contava com a participação de um grupo de cerca de 1300 companhias japonesas.
O custo de desenvolvimento a partir de 2008 foi avaliado em aproximadamente US$ 447 milhões e cada veículo custaria algo em torno de US$ 6,5 milhões. Segundo o livro branco da defesa japonesa o custo unitário dos veículos para o ano fiscal de 2014 circundava a casa dos US$8,5 milhões, valor considerado adequado em vista do corte na produção que reduziu o número de pedidos do MBT pelo JGSDF.
Acima: TK-10, protótipo apresentando no ato da execução dos ensaios de campo.
O desenvolvimento do novo MBT foi iniciado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (TRDI) em 2002. Um protótipo do veículo foi completado em 2006 e muitos dos sistemas embarcados no Type-10 tiveram seus desenvolvimentos iniciados uma década antes (1990), enquanto outros, em  2000, de forma independente por seus produtores.
O veículo, só foi revelado pela primeira vez ao público em 2008 e segundo as informações do JGSDF, em 2010 o Ministério da Defesa Japonês havia ordenado à aquisição de 13 veículos e os testes de corrida foram realizados ao longo de 2007 e 2008.
Nesse mesmo período foram realizados  ensaios de disparo e combate em ambiente coordenado em redes. O TRDI completou o desenvolvimento do veículo  em 2009 e este começou a ser produzido em série a partir de 2010.
As informações do Ministério da Defesa Japonês atestam que o JGSDF reconheceu formalmente o Type 10 Hitomaru-shiki sensha, em dezembro de 2009 e em 2010, as diretrizes orçamentárias e o plano de renovação da JGSDF previam a  aquisição de 600 veículos do modelo.
As primeiras unidades entraram em serviço nas JGSDF em meados de 2012, substituindo os envelhecidos MBT Type-74 e completando as unidades compostas pelo mais recentes Type 90. Devido às restrições impostas pelas leis japonesas remanescentes dos acordos pós – Segunda Guerra Mundial, o Japão não poderá exportar esse veículo de combate.
Talvez a mais notável característica do veículo seja creditada a sua manobrabilidade e sua leveza. O Type 10 é o mais leve veículo  de combate de sua categoria e o segredo para tal feito, reside na blindagem que compõe o casco.
Embora o Type-90 fosse considerado um MBT adequado para o seu tempo, o JGSDF encontrava uma grande dificuldade para operá-lo, especialmente quando se tratava da mobilidade das colunas de blindados. Segundo relatos, em certas condições as torres dos Type 90 tinham que ser removidas para se adequarem ao transporte sobre rodas e mesmo a malha férrea japonesa.
Para o cenário previsto de crescente ameaça chinesa, que passava por uma reestruturação de suas forças blindadas com o desenvolvimento e expansão das suas unidades no final dos anos 90, o Japão se via impelido em responder de forma contundente a uma hipotética ameaça e para tal necessitava de uma arma blindada móvel, leve e capaz de reagir prontamente em qualquer parte do seu território. Adicionalmente, o novo veículo deveria possuir a capacidade de combate centrado em redes.
O programa era pautado na premissa de que as Forças japonesas de então, seriam por si só, superiores as do seu maior adversário regional e potencial, a China.  Acreditava-se que uma força compacta de cerca de 600 novos MBT a frente de forças mais robustas, compostas de veículos Type-90, seriam suficientes para conter o hipotético avanço de forças mecanizadas chinesas em seus territórios.
Julgava-se que ao possuir a capacidade de projetar-se em determinadas regiões do pacífico se assim o fosse necessário, o Japão manteria a superioridade frente a China, e foi nesse contexto que se desenhou o Type-10 e suas especificações respondiam ao cenário projetado pelos estrategistas japoneses.
Acima: A evolução da arma blindada japonesa, ao fundo o Type 74, ao meio Type 90 e a frente o novíssimo Type 10.

SISTEMAS DE ARMAS
Seguindo uma tendencia mundial, o MBT japonês seria equipado com uma arma principal de alma lisa de 120 mm e como esperado, a escolha foi feita em função do consagrado canhão Rheinmetal L-44  de 120 mm produzido sob licença pela Japan Steel Works. A arma é a mesma usada nos MBT Leopard 2 e M1A1 / A2, porém, o fabricante atesta que a versão japonesa possua melhoramentos.
A MHI afirma ainda que a arma pode ser substituída futuramente pelo mais novo canhão L-55 da Rheinmetal sem necessidades de grandes modificações, caso o JGSDF opte por essa decisão.
A arma é idealizada para disparar todo o tipo de munições modernas como os APFSDS, munições perfurantes de blindagens (pearcing armour), HEAT-MP.
A carga explosiva é a mesma adotada pelo canhão JM33 que equipava os Type 90 entretanto, apesar de utilizar a mesma carga no cartucho, o rendimento do canhão fornece perfurações mais eficientes por reduzir a perda de energia cinética no disparo, além de aumentar a precisão da munição, reduzindo a sua perda de momento ao longo da trajetória. O carro transporta 14 cargas armazenadas na seção traseira da torre, porém, munições adicionais são armazenadas no interior do casco do blindado.
Relatos de especialistas  que manusearam o MBT no estágio de treino na escola de blindados japonesa, afirmam que o comando da torre elétrica pode ser acionado pelo simples movimento do dedo sobre o monitor colorido touch screen semelhante ao de um tablet ou celular, segundo informações dispostas, o operador de armas pode inclusive promover o zoom de uma imagem para efetuar reconhecimento com a mesma facilidade que um usuário seleciona a sua foto e zoom em uma selfie.
O carregador pode ser acionado enquanto o veículo efetua o movimento sobre o terreno e mesmo quando o cano executa uma varredura angular para posicionamento e novo disparo. Esta capacidade reduz o tempo de recarga e tiro aumentando a letalidade do veículo em movimento.
Acima: canhão Rheinmetal L44 de 120 mm foi o escolhido para o projeto, entretanto a MHI afirma ser possível a conversão para o L55 sem substanciais modificações no projeto.
O veículo é habilitado à disparar qualquer tipo de munição padrão OTAN atualmente empregada nos carros de combate ocidentais equipados com L-44. Entretanto, os japoneses desenvolveram uma nova carga denominada Type 3 APFSDS, da qual, até a finalização deste artigo, não fora especificado se trata-se de um penetrador de Tungstênio ou de Urânio empobrecido. Independentemente disso, o Japão possui a licença para fabricação dos APFSDS de tungstênio alemães.
Os diferentes tipos de munição disponíveis para a arma  são:
  • Armor Piercing (AP);
  • Armor Piercing Discarding Sabot (APDS);
  • High Explosive Anti Tank (HEAT);
  • High Explosive (HE).
A torre acionada eletricamente, possui capacidade de giro de 360°. O sistema de carregamento é automático. A torre possui ainda um sistema duplo de atenuação de movimento que lhe permite o giro em alta velocidade, segundo informações a taxa de giro seria superior à dos MBT russos T 90MS, considerados uma das mais elevadas taxas de giro até então. Segundo as fontes japonesas o Type 10 consegue efetuar uma rotação completa de sua torre em menos de 9 segundos, durante este tempo o carro efetua a busca e seleção dos alvos enquanto carrega o canhão e efetua dois disparos em alvos estáticos posicionados em lados opostos, inclusive contra alvos em diferentes inclinações de terrenos.
Tudo isto, combinado com a incrível a agilidade do veículo em movimentar-se em marcha ré, lhe garantem a capacidade de ser quase impossível flanqueá-lo sem que este seja capaz de responder ao fogo, neutralizando o seu adversário.
Acima: Utilizando as munições APFSDS o Type consegue índices de perfuração de blindagem muito superior ao seu antecessor o Type 90.
O armamento secundário que equipa o carro, consiste de uma metralhadora pesada HMG-M2 de 12,7 mm montada na estação do comandante do carro enquanto a arma  coaxial de 7,62 mm(Type-74) é posicionada à direita do veículo. isto significa que o comandante do veículo necessita expor o seu corpo ao exterior do veículo caso queira acionar a arma.
Esta deficiência foi constatada ao longo do desenvolvimento do carro e análises de operações das forças blindadas de Israel e Síria, bem como Ucrânia, levaram a TRDI a desenvolver uma proposta alternativa ao uso destas armas. Nos três conflitos citados , comandantes de carro foram alvejados por atiradores habilidosos devido a sua exposição desnecessária.
Como resposta, encontra-se em desenvolvimento pela TRDI de um sistema de torre giro-estabilizada, comandada remotamente, sanando esta deficiência. Adicionalmente,  a torre também é equipada com lançadores de granada de fumaça para proteção do carro.
Corrigindo distorções presentes no projeto do Type 90, os quais os visores dos comandantes apresentavam em certas circunstâncias, problemas com a sua linha de visão semi-bloqueada pelo visor do artilheiro, no Type 10, o visor é posicionado em maior elevação de modo que lhe garante uma visada de 360 ​​º completamente desobstruída.

Acima: 
A baixa silhueta e o desenho de sua torre e casco foram projetados para otimizar o desvio de energia cinética das munições anti carro e compõe um importante item de proteção balística do Type 10.

C 4I & OPTO ELETRÔNICOS
O projeto enfatizou a capacidade de combate C4I (Comando Controle, Comunicações e Inteligência), prevendo melhorias na capacidade de consciência situacional da tripulação, capacidade de comandar grupos de combate, receber e enviar dados para outros veículos em tempo real. Mas também se focou na mobilidade e capacidade de aumentar o desempenho e poder de fogo.
Tanto o atirador como o comandante possuem visores infravermelhos independentes com capacidade de visão 360º capacitados a realizar busca e reconhecimento. As imagens captadas pelos visores são apresentadas num monitor de tela plana que permite aos seus operadores selecionar, ampliar e cravar imagens de modo a permitir o seu reconhecimento e registro quando necessário.
Com o movimento dos dedos o atirador pode selecionar alvos distintos e executar o ataque sequenciado após a escolha destes alvos, a torre e arma serão, então, movimentadas automaticamente  para efetuar os disparos.
O carro é  equipado com um sistema de controle de fogo capaz de rastrear e neutralizar alvos fixos e móveis, o telêmetro laser permite a correção do disparo quando o veículo estiver em movimento ou em giro de sua torre.
Sensores desenvolvidos pela empresa francesa Thales são posicionadas no cano de modo a corrigir distorções ao longo dos disparos. Um sensor atmosférico é posicionado na ré da torre, lhe conferem igualmente a correção ao longo das operações.
A estação do comandante está equipado com um visor panorâmico montado à direita da torre. Ele fornece ao comandante a  situação do terreno exterior de  dia e noite.
Segundo informações oficiais, o veículo possui capacidade de tiro em movimento, porém apenas em condições de movimento linear, nas marchas frontais e ré, embora possa efetuar disparos com variações de elevações de relevo ao longo da corrida.

Acima: 
Em destaque o sistema de detecção de emissões laser logo abaixo do periscópio. Estes sensores estão dispostos em cada canto da torre do veículo.
O MBT está equipado com um sistema de gestão digital do campo de batalha (BMS), que proporciona maior consciência situacional por exibir as informações necessárias aos tripulantes. O carro inaugura a introdução de sistemas avançados e sensores  sofisticados que o posicionam na era do C4I. Assim sendo, o Type 10 é dotado de equipamentos que lhe permitem comunicar e compartilhar informações com outros veículos em rede, ou ainda, tropas de infantaria mobilizadas no terreno ou em conjunto com regimentos de Sistema de Controle de Comando (CER) durante operações de combate integrados.
Futuramente o Type 10 será capaz de receber e enviar dados aos helicópteros de ataque AH-64 Apache e  helicópteros de escolta armada OH-1. Atualmente um MBT pode rastrear e “plotar” o alvo para outro veículo e o disparo pode ser feito coordenado por um ou dos dois, ou mesmo por qualquer outro Type 10 que esteja no alcance dos alvos.
Caso o veículo esteja danificado ou queira se ocultar no relevo, o disparo pode ser feito por qualquer sistemas de armas que compartilhe as informações emitidas pelo veículo. Ataques de saturação por mais de 3 veículos podem ser coordenado por um único veículo que assuma a posição de comando, isto aumenta a letalidade dos ataques e a mudança de posto de cada veículo é feita apenas com um simples toque no visor, transferindo o comando para outro veículo que estiver em rede.

Acima: 
Na imagem o telêmetro laser e corretor de disparos alocados na lateral e seção superior do canhão., na posição direito o periscópio do tirador é exibido

MOBILIDADE
O Type 10 apresenta melhorias significativas em suas capacidades de manobra, proteção, potência e desempenho de fogo, em relação a todos os veículos da geração anterior. O veículo comporta uma tripulação de três integrantes compostas pelo comandante do carro, artilheiro e motorista. A automação reduziu a necessidade de  um quarto tripulante que pode ser integrado ao veículo sempre que desejável.
Relatórios de eficiência operacional coletados em recentes exercícios, apontam que a carga de trabalho do Type 10 é elevada para os três tripulantes especialmente quando os veículos efetuam operações de reconhecimento e ataque coordenado. O volume de informações aliado a necessidade de coordenar e efetuar disparos exige a presença de um quarto tripulante, que entre outras atividades alivia a tripulação nos períodos de manutenções dos veículos em campo de batalha.
O veículo possui um comprimento de 9.4 m, largura de 3,2 m e 2,3 m de altura. Sua baixa silhueta completa o conjunto de medidas de proteção balística e é desenhada para refletir os disparos de armas anticarro desviando do interior do veículo.
A massa bruta é de apenas 44 ton sendo a massa que combate pode chegar a 48 ton quando acrescidas as blindagens adicionais e o carregamento das munições. Estas características o tornam um veículo facilmente transportável por rodovias e linhas férreas, bem como, por unidades aéreas e até mesmo, por caminhões de transporte comerciais. O quesito transportabilidade é inigualável por qualquer um dos modernos carros de combate existentes na atualidade.
Esta capacidade lhe permite ser implantado em uma grande variedade de missões, incluindo a guerra anti-carro, ataques móveis (Aerotransportado), ataques em conjunto com forças especiais e outras contingências.
O veículo possui um sistema de transmissão continuamente variável (Continuously Variable Transmission (CVT)), equipado com suspensão hidropneumática ativa, o que lhe permite ajustar a sua posição. Com isso o Type 10 pode”sentar”, “permanecer”, “ajoelhar-se” ou “inclinar-se” em qualquer direção. Esse recurso oferece uma série de vantagens em relação a  adequação do terreno, giro da torre e disparo da arma em situações de inclinações críticas.

Acima: O motor do Type 10 fica posicionado na parte traseira do veículo, justamente a parte mais vulnerável. Isso tem sido foco de criticas ao projeto.
O veículo é impulsionado por um motor diesel V8, que desenvolve cerca de 1200hp, conferindo-lhe uma  impressionante relação peso/potência de 27 hp / ton.  Acoplado à CVT, o sistema de propulsão do veículo lhe permite efetuar corridas de até  70 km / h à ré, um  impressionante desempenho para o carro em situação de fuga. A autonomia do veículo é de 400 km em estrada pavimentada.
A vantagem adicional fica por conta da capacidade do veículo fugir da ameaça mantendo a sua seção frontal mais blindada, como proteção, ao mesmo tempo que executa a corrida em marcha ré.
O motor está localizado na extremidade traseira do veículo e é bastante grande, alguns especialistas apontam falhas no projeto pois alegam que este é deveras exposto ao fogo inimigo, especialmente a partir da retaguarda onde é mais vulnerável. A TRDI trabalha atualmente no desenvolvimento de um sistema de proteção para o motor do veículo ajustando-se as novas realidades do combate moderno.
Para alguns especialistas, a motorização associada a transmissão e suspensão do Type 10 o tornam um veículo único. Totalmente carregado, o Type 10 desenvolve velocidades de cerca de 65 a 70 km por hora mesmo em relevo acidentado.
A sua aceleração também é  impressionante, permitindo o arranque do veículo parado para a velocidade máxima em pista em questão de segundos (alguns afirmam se tratar em 12 outros 15 segundos).
Uma outra característica surpreendente é a grande agilidade, o que torna possível flanquear qualquer tipo de veículo adversário da atualidade. O veículo possui apenas 5 roletes, número muito inferior ao normalmente encontrado nos MBT modernos, porém esta redução é vista como benéfica pois diminui as necessidades de manutenção dando de acréscimo ao carro, a capacidade de se mover em locais apertados.
Acoplado ao sistema de suspensão dinâmica (hidropneumática), a transmissão/suspensão proporcionam ao Type 10 uma boa estabilidade no disparo da arma e na corrida em terreno acidentado, reduzindo a fadiga do veículo e da tripulação.

Acima: Poder 
“sentar”, “ajoelhar” são algumas das capacidades providas pelo sistema de suspensão do veículo e garantem inúmeras vantagens no campo de batalha moderno.

BLINDAGEM E PROTEÇÃO
A seção frontal da torre  e o caco do veículo são protegidos por um tipo de blindagem cerâmica cujas especificações permanecem em segredo. Julga-se se tratar de materiais compostos nano-estruturados que garantem a proteção à elevados níveis. Estima-se que as laterais do casco e da torre sejam protegidos por blindagem em aço.
O veículo é equipado com “saias de proteção” aos roletes cuja parte inferior é composta por um tipo especial de borracha que atua reduzindo a assinatura infra vermelha do veículo, a seção blindada da saia oferece proteção adicional contra armas anticarro leves, protegendo o sistema de roletes e suspensão do veículo, fato este igualmente questionado pelos especialistas por alegarem uma exposição desnecessária dos roletes.
Painéis de  dispersão para explosões são montados sobre a torre garantindo o direcionamento dos gases super aquecidos para fora do veículo, aumentando as chances de sobrevivência da tripulação caso a torre seja atingida e as cargas explosivas acionadas na sua arca de proteção.
O carro possui diferenciados tipos de proteção para as diferentes seções as quais variam de proteção com grades, metal e cerâmicas especiais. Adicionalmente, uma blindagem modular pode ser adicionada ao veículo aumentando a sua massa total em cerca de 4 toneladas. Seguindo a filosofia vigente na guerra fria, o veículo possui proteção NBC,  foi desenvolvido para sobreviver à guerras químicas, biológicas e nucleares.
O veículo possui sistema de detecção de emissões Laser (LWS) em cada canto de sua torre, os quais acionam automaticamente o lançamento de granadas 7,66m de fumaça e dispersantes de luz.

Acima: 
Em detalhe os detectores de emissões laser. uma vez detectado o acionamento das granadas de fumaça é automático de modo a protegê-lo.

CONTRATEMPOS

Mal os protótipos do veículo encerravam a suas campanhas de testes, o JGSDF se viu frente a um novo desafio e o Type 10 enfrentava agora um adversário interno. Passada uma década do início do desenvolvimento do veículo, em 2013 o governo do Japão encaminhou ao parlamento um novo plano estratégico de defesa que se atualizava frente as ameaças reais e ao direcionamento de recursos para o desenvolvimento e aquisição de armas para as próximas décadas.
O JGSDF reduziu na metade o número de MBT a ser adquiridos, segundo o plano orçamental a força receberá de 2016-2018 o último lote de veículos de um total de 300 encomendados. Apenas duas divisões e o regimento escola de treinamento de blindados serão equipados com o novíssimo MBT.
Quando tal anúncio foi feito, inúmeras críticas surgiram na mídia japonesa e internacional, em geral pautadas ou apenas em questões técnicas (apontando falhas no projeto), ou tão somente sobre a ótica da economia de recursos (cortes orçamentais).
O fato é que no caso do MBT japonês, a decisão de redução das unidades blindadas se deveu muito mais a uma mudança de filosofia e estratégica na defesa do Japão. A nova doutrina se pautou na nova realidade que se desenvolveu ao longo da primeira década do século e diz respeito a revisão de capacidades e necessidades da JGSDF.
Os relatórios emitidos pela defesa japonesa demonstravam um avanço significativo nas competências chinesas, que agora desenvolviam freneticamente a capacidade de promover ataques múltiplos e simultâneos ao território japonês. Os analistas agora se viam frente a uma realidade a qual a sua doutrina não mais se enquadrava.
A china implementou um amplo programa de atualização e renovação da sua força blindada, novos MBT chineses são capazes de fazer frente até mesmo aos mais modernos carros ocidentais, além disso a superioridade numérica e a capacidade de implementá-los, ganhou força com a ampliação da Marinha do PLA e suas capacidades anfíbias.
A China adquirira em uma ou duas décadas o poder de virar a mesa e conseguir atacar ao Japão neutralizando as suas forças. Um novo planejamento passava agora  por uma doutrina de reação rápida e dissuasão, para tal, as unidades blindadas deveriam ser leves, aerotransportadas e de custo operacional mais baixo. Seu intuito agora (JGSDF) é causar dano ao inimigo invasor, retirar-se rapidamente quando possível e atacar novamente sempre que possível.
Neste contexto, as divisões mais pesadas, formam a linha da retaguarda e avançam a medida que a defesa consegue se recompor. Tal conceito não é novidade e se baseia na doutrina italiana que pautou o desenvolvimento do veículo blindado sobre rodas 8×8 Centauro, armado com um canhão  105 mm.
A estratégia de dissuasão, agora pauta-se na capacidade de responder a eminente ameaça e não mais impedi-la, a sutil diferença leva em conta que o inimigo já possui a capacidade de ultrajar a soberania. respondê-la é a ação a partir de agora. Curiosamente esta teria sido a razão para o desenvolvimento do Type 10, porém os especialistas apontam que as mudanças recentes exigiram uma revisão destes requisitos.

Acima: 
Ainda não validados para a produção em massa os veículos Type 89 são esperados para compor as unidades de cavalaria japonesas.
Críticos apontam ainda que o JGSDF ainda  não provou que o veículo Type 89 (APC- Armoured Personnel Carrier) possua armamento, mobilidade e auto proteção suficiente para apoiar os Type 10 no campo de batalha. Apenas 68 exemplares haviam sido produzidos até janeiro de 2014.
Adicionalmente, os veículos Type 96  (WAPC- Wheeled Armoured Personnel Carrier) não possuem proteção e armamento suficiente para fazer frente aos novos MBT chineses ou coreanos que foram desenvolvidos desde então. Além disso, os Type 96 não possuem a capacidade de seguir os Type 10 em terreno acidentado.
Atualmente as unidades que deveriam receber os Type 10 são equipadas com o novo veículo (MCV- Manoeuvre Combat Vehicle) 8×8 armado com o canhão de 105 mm, o qual possui uma massa de 26 toneladas muito mais leve e distante das capacidades do Type 10 planejado.
A única variante existente do veículo (Type-10) é o Type 11 um veículo de recuperação CVR- Crawler Vehicle Recovery) que foi desenvolvido em finais de 2013 e que possui o mesmo sistema de suspensão, capaz de tracionar veículos de 45 toneladas e içar veículos de 23 toneladas.
Seja como for, a revisão doutrinária foi interpretada de forma errônea pelos críticos e especialistas, uma vez que em momento algum esta desconsidera as capacidades do MBT, mas sim, se deve ao fato de uma mudança no emprego da força blindada. Muito provavelmente o veículo sofrerá programas de atualização corrigindo o projeto e o adaptando as novas realidades.

Acima: 
Os MCV serão o futuro da força blindada japonesa que apesar de críticas, deve se juntar aos Type 10 compondo as forças de combate do JGSDF.


ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM UM MBT TYPE 10 EM AÇÃO.



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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

CLASSE SLAVA. O poderoso legado soviético na marinha russa de hoje.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Cruzador lança mísseis.
Tripulação: 529 homens.
Data de comissionamento: Janeiro de 1983.
Deslocamento: 12500 Toneladas (carregado).
Comprimento: 186,4 mts.
Calado: 8.4 mts.
Boca: 20.8 mts.
Propulsão: 4 turbinas a gás M8KF que produzem 108800 hp de potencia, 2 turbinas auxiliares a gás M-70 que produzem 11000hp de potencia e duas hélices.
Velocidade máxima: 32 nós (59,3 km/h).
Alcance: 12100 Km  em velocidade de cruzeiro baixa (18 nós).
Sensores: Radar de busca aérea 3D MR-800 Voshkod (Top Pair) com 555 km de alcance; radar de busca 3D MR-710 Fregat-MA (Top Plate 3D) com alcance de 370 km, radar de controle de tiro Top Dome, Sonar de casco MG-332 Tigan-2T Bull Horn, Sonar rebocado tipo Platina/ Horse Tail.
Armamento: SSM: 16 mísseis SS-N-12 Sandbox (P-500 Bazalt); SAM: 8 lançadores verticais para 8 mísseis SA-N-6 Grumble (S-300F) (64 mísseis), 2 lançadores duplos SA-N-4 Gecko (OSA-M) um canhão duplo de 130 mm modelo AK-130, 6 canhões AK-630 de 30 mm e 6 canos rotativos. ASW: 2  tubos M-57 para 5 de torpedos de 533 mm, 2 lança foguetes com 12 foguetes RBU-6000 Smerch 2 cada.
Aeronaves: 1 helicóptero anti-submarino Kamov Ka-27PL ou Ka-25RT.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O grande cruzador lança mísseis classe Slava, (Project 1164 Atlant) foi projetado para a marinha soviética entre o fim dos anos 60 e início dos 70  como uma solução para os altíssimos custos envolvidos na aquisição e manutenção dos cruzadores de batalha da classe Kirov, (Project 1144), o maior navio de batalha em serviço atualmente no mundo, e já descrito nesse blog. O primeiro navio desta classe, o Slava (depois do fim da União Soviética, foi rebatizado de Moskva) entrou em serviço janeiro de 1983 e ao todo foram construídos três navios desta classe. Um quarto navio, que estava em propriedade da marinha ucraniana nunca foi terminado devido a falta de recursos financeiros para o término deste navio e acabou virando sucata.
Mesmo menor que o Kirov, o Slava é um navio de tamanho acima da média tendo 186,4 m de comprimento e boca de 20.8 metros, este navio possui um deslocamento de 12500 toneladas, mostrando números que superam o do cruzador Ticonderoga da marinha dos Estados Unidos.
Para movimentar esse gigante a propulsão é do tipo COGOG (combinação de propulsão a gás com gás, ou seja, com dois modelos diferentes de turbinas a gás), onde são usadas quatro turbinas a gás M8KF e outras duas turbinas a gás M-70 que juntas garantem mais 108800 hp de potencia. Com essa força toda, o Slava atinge uma velocidade máxima de 32 nós (59,3 km/h), o que pode ser considerado muito bom para um navio com esse deslocamento. Seu alcance, como esperado para um navio desse porte, é grande, chegando a 7500 milhas náuticas (12100 km).
Acima: Com dimensões impressionantes, o Slava tem espaço de sobra para instalação de antenas, sensores e armamentos.
De cara, quando se olha um navio da classe Slava, a primeira coisa que se nota são seus 16 grandes lançadores de mísseis SS-N-12 Sandbox (P-500 Bazalt) dispostos em 8 unidades de cada lado do navio. O aspecto desse pesado armamento montado daquela forma causa uma sensação de incrível poder de fogo. Esses enormes mísseis de cruzeiro anti-navio possuem desempenho de voo supersônico, podendo atingir um alvo a 550 km de distancia. Sua ogiva de 1000 kg é potente e capaz de causar um seríssimo estrago no casco de grande navio como um super porta aviões da marinha norte americana. No inicio da carreira deste poderoso míssil, algumas unidades eram equipadas com ogivas nucleares de 350 kt (kiloton) de potência usadas para atacar as formações dos grupos de batalha inimigos. Continuando a falar do armamento, que é o aspecto mais notável deste grande cruzador, o Slava é armado, também, com 8 silos  (lançadores verticais) octoplus para mísseis antiaéreos SA-N-6 Grumble (S-300F) que possui um alcance de 90 km e pode destruir um alvo a 25 Km de altitude. Ao todo são transportados 64 mísseis desse tipo no Slava. Seu sistema de guiagem se dá por sistema semi ativo, onde um radar do navio ilumina o alvo para que o míssil o atinja. Ainda para guerra antiaérea existem 2 lançadores duplos de mísseis SA-N-4 Gecko (OSA-M) com alcance de cerca de 15 km e guiado por comando de radio. O Slava está equipado com um canhão duplo de 130 mm modelo AK-130 de uso antiaéreo e anti-superfície. O alcance deste canhão chega a 23 km. Para defesa anti-aérea de ponto existem 6 canhões automáticos AK-630 de 30 mm com 6 canos giratórios que proporcionam uma cadencia de 4000 tiros por minuto. Para guerra anti-submarino o Slava está armado com dois lançadores de torpedos M-57 com 5 tubos de 533 mm cada e 2 lançadores de foguetes anti submarinos RBU-6000 Smerch 2 com alcance de 4300 metros. Ainda é operado um helicóptero anti-submarino Ka-27PL Helix, dando uma suíte de combate anti-submarino bem completa.
Acima: Observem os dois homens no canto direito dessa foto onde um poderoso míssil P-500 Bazalt (SS-N-12 Sandbox) é carregado no Slava. O míssil é do tamanho de um caça!
Para poder usar todo esse pesado armamento instalado, o Slava conta com uma suíte de sensores de grande desempenho composto por um radar tridimensional (3D) de busca aérea e de superfície MR-800 Voshkod (denominado pela OTAN como Top Pair) cujo alcance é de 450 km para alvos aéreos e 50 km para alvos de superfície. Este radar opera de forma integrada a outro radar tridimensional de busca do modelo MR-710 Fregat-MA (Top Plate 3D), com alcance de 300 km. Para controle de tiro e designação de alvos para o sistema de mísseis SA-N-6 há um radar de controle de tiro especifico chamado Top Dome, usado também pelo Kirov. O Slava tem um sonar de casco MG-332 Titan-2T Bull Nose que faz busca ativa e passiva e com um alcance de 5,5 km. O outro sonar transportado no Slava é o Platina/ Horse Tail que é do tipo rebocado e opera ativa e passivamente em baixa frequência e tem um alcance de 40 km.
Acima: A antena mais alta é do sistema de radar MR-800 Voshkod (Top Pair) e o segundo, montado logo atrás e mais baixo é o sistema de radar MR-700 Fregat (Top Steer). Nos navios desta classe que foram construídos posteriormente, esse radar foi substituído pelo MR-710 Fregat MA (Top Plate).
Mesmo sendo um navio com mais de 30 anos de serviço e com sua tecnologia ultrapassada quando comparado com os modernos projetos ocidentais, o Slava é ainda um navio muito capaz devido s seu enorme poder de fogo. Ele deverá permanecer em serviço por mais alguns anos uma vez que não existe um substituto para ele num horizonte visível. A marinha russa esteve, durante muito tempo, acostumada a operar grandes e caros navios de guerra e fica a dúvida de como será o futuro da frota russa quando os atuais cruzadores desta potência militar tiverem que dar baixa.
Acima: Os navios da classe Slava devem permanecer por muitos anos na ativa ainda. Seu grande poder de fogo lhe permite ser respeitado pelo inimigo, mesmo mais moderno.


ABAIXO PODEMOS VER O PODER DE FOGO DO SLAVA EM AÇÃO.


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