terça-feira, 12 de novembro de 2019

CLASSE VISBY. A sombra viking do Báltico.


FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta.
Tripulação: 43 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 2009
Deslocamento: 640 toneladas.
Comprimento: 72,7 m.
Boca: 10,4 m.
Propulsão: CODAG com 4 turbinas a gás Honeywell TF-50A, 2 motores a diesel MTU-16V 2000 N90 que movem dois propulsores jatos de água Kamewa.
Velocidade máxima: 35 nós (65 km/h).
Alcance: 4630 Km.
Sensores: 1 radar Ericsson Sea GIRAFFE AMB 3D com 180 km de alcance, Radar de busca Condor CS-3701, 1 sonar de casco GDC, 1 sonar rebocado Hydra 135, e um sonar de profundidade variável VDS.
Armamento: Um canhão Bofors 57 mm MK3, dois lançadores quádruplos para de mísseis antinavio RBS-15F. 4 tubos de torpedos de 400 mm (2 de cada lado do navio) para torpedos Type 45, e cargas de profundidade.
Aeronaves: Um helicóptero A-109M pode ser operado, mas sem hangar de manutenção.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
A Suécia projetou uma das mais modernas corvetas do mundo através de seu estaleiro Kockums sob o nome de Visby, navio líder da classe e que é usado como referência em importantes projetos navais  de vários países, incluindo os Estados Unido que, claramente, se inspiraram na Visby para desenhar seu navio de patrulha litorânea (LCS) da classe Freedon. A Visby foi lançada no ano 2000, porém devido a muitos atrasos, o navio e seu segundo irmão a Helsingborg foram comissionadas só em 2009.
A Kockuns focou pesadamente sobre a capacidade stealth para projetar a Visby e de fato o objetivo foi plenamente atingido. O desenho do navio não deixa a menor duvida sobre sua baixíssima reflexividade de radar. Além de não terem sido adotados mastros para sensores e antenas (todos estes sistemas ficam integrados na estrutura do navio), até as armas fora ocultadas para não refletirem para o radar inimigo. De um total de 6 navios planejados, 5 foram construídos e o ultimo foi cancelado por contenção de despesas (sim, isso ocorre até na Suécia, não sendo uma exclusividade do nosso Brasil).

Acima: Nesta foto a Visby mostra suas formas angulares para desviar o eco radar e seu esquema de pintura para dificultar a sua detecção visual.
A Visby opera um radar multi missão Ericsson Sea GIRAFFE AMB 3 D que faz busca aérea e de superfície, tendo um alcance máximo e 180 km e podendo detectar alvos a 20000 metros de altitude. Porém, contra alvos do tamanho de caças (cerca de 5 m² de RCS), o alcance cai para 75 km e a altitude fica em 10000 metros. Para apoio a este radar, também foi instalado o sistema CS-3701 TRSS (Tactical Radar Surveillance System) que além de de busca, tem integrado sistemas de RWR (Alerta de radar) que avisa a tripulação quando o navio estiver sendo rastreado por um radar inimigo e ainda fornece apoio a medidas eletrônica para guerra eletrônica. Para controle de fogo dos sistemas de armas embarcados é usado o radar CEROS 200 FCRS (Fire Control Radar System ou sistema de radar de controle de fogo). 
Para busca de alvos submarinos, a Visby foi equipada com uma suite de sonares composta por um sonar de casco de alta frequência, um sonar rebocado Hydra 135 e um sonar de profundidade variável VDS.
A Visby está equipada com um avançado sistema de defesa de fabricação alemã Rheinmetall Waffe Munition MASS que lança iscas que interferem em sensores dos mísseis inimigos e podem ser usados contra vários tipos de sensores como radar, sistema infravermelho, lasers e sensores eletro-ópticos dando cobertura contra, praticamente todos os tipos de mísseis que o inimigo possa empregar.

Acima: As corvetas da classe Visby são o principal elemento de combate de superfície da pequena marinha sueca.
O armamento desta pequena corveta é, no mínimo, surpreendente, pois não é comum navios deste porte tem um armamento pesado e eficiente. Provavelmente devido a marinha sueca ser composta  por poucas embarcações e todas de pequeno porte eles acabam prezando pela eficiência de seus meios. O resultado pode ser bem visto na Visby.
O armamento de tubo é composto por um canhão Bofors 57 mm MK3 capaz de uma cadência de 220 tiros por minuto e atingir alvos a 8,5 km de distancia de forma efetiva.
O armamento principal, no entanto, é os dois lançadores quádruplos para 8 potentes mísseis antinavio Bofors RBS-15F MK-2 guiado por radar ativo e apoio de um sistema de GPS. Este míssil entrega 200 kg de alto explosivo pré fragmentado contra um alvo a 200 km de distancia. Para guerra antissubmarino foi instalado 4 tubos lançadores de torpedos de 400 mm para torpedos leves Type 45. Este torpedo pode ser guiado por foi ou por um sonar próprio, montado na cabeça do torpedo.

Acima: A torre do canhão Bofors 57 mm MK3 o mantem oculto até o momento de seu uso, quando se abre duas portas e o canhão é exposto.
A propulsão deste navio é feita  por uma combinação de turbina diesel e gás CODOG. São 4 turbinas Honeywell TF50 a gás e 2 turbinas MTU 16V 2000 N90 a diesel que são conectadas a duas caixas de engrenagens que movem um sistema de propulsão à jatos de água Kamewa. O sistema produz 21480 hp de potencia e podem levar a Visby a uma velocidade máxima de 35 nós (65 kmh), desempenho, este, que excede bastante a média que se observa nesse tipo de embarcação. O alcance da Visby chega, em velocidade de cruzeiro, a 4260 km, mais que suficiente para patrulha do mar báltico, principal zona de tensão da Suécia. O casco do navio é construído com 100% de fibra de carbono, o que a torna leve, resistente e ainda, menos reflexiva aos radares.
A corveta Visby é um marco na tecnologia militar naval. Seu projeto representa uma conquista da moderna engenharia e competência da Suécia em conseguir, exatamente o que projetou. Um pequeno e avançado navio de guerra capaz de por a pique navios muito maiores graças a seu pesado armamento antinavio, e ainda, patrulhar com alta velocidade (mais alta do que de fragatas, destróier, cruzadores, etc...) a tensa região do mar báltico, lugar onde opera uma das principais frotas da poderosa marinha russa.




ABAIXO PODEMOS ASSISTIR A UM VÍDEO COM A VISBY

4 comentários:

  1. A parceria com a Suécia já rendeu o Gripen e o lança-mísseis RBS70. Quem sabe se viermos a ter um governo honesto e responsável não possamos vir a ver tais navios em nossas águas.

    ResponderExcluir
  2. Este complexo de armas, pelo que e entendi é especializado a fazer frente aos navios russos?

    ResponderExcluir
  3. Chegaram a considerar instalar o míssil superfície-ar sul africano na Visby.

    ResponderExcluir
  4. O Visby tem por objeti atacar navios russos, com certeza uma vez que esta nação é fator de grande tensão na Suécia. E de fato foi considerado a instalação de um sistema de lançamento vertical sul africano Denel Umkhonto mas depois de haver cortes de despesas, a instalação foi cancelada.

    ResponderExcluir