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terça-feira, 22 de setembro de 2020

A mídia, a opinião pública e os porcos!

 
Por Coronel Swami de Holanda Fontes, EBlog, 16 de Setembro de 2020

Quem não conhece o conto dos três porquinhos e do lobo mau? A fábula narra o esforço do predador para destruir as casas dos irmãos com o objetivo de devorá-los. O desfecho é o quase cozimento do malvado num caldeirão.
Em 2012, o jornal britânico The Guardian resolveu mostrar os novos rumos do jornalismo usando, como pano de fundo, outra roupagem para essa narrativa (https://www.youtube.com/watch?v=lEAZONTP45Y). Foi produzido um filme de dois minutos que ilustrava o comportamento da mídia e da opinião pública, bem como o uso das diversas plataformas pelas quais as notícias eram divulgadas. Mesmo tendo sido feito há quase uma década, ele continua atual.

Nessa versão, os porquinhos são acusados pelo assassinato do lobo – fato que deu origem ao processo investigatório do homicídio. A cada notícia publicada, seguiam-se diferentes reações sociais e novos dados surgiam nas agências de jornalismos. Cita-se, por exemplo, que o lobo tinha uma doença respiratória: condição filmada dentro de um ônibus por um passageiro anônimo, enviada para a imprensa, mostrando o animal usando um remédio para asma. De vital importância, essa informação provou que o lobo não teria condições de derrubar as casas pelo sopro, o que gerou dúvidas, por parte da população, sobre a alegação de que os irmãos agiram para se proteger. Nesses momentos surgem os ditos “especialistas” sendo entrevistados como profundos conhecedores do tema que está sendo abordado.

Em seguida, descobriu-se que os porquinhos tinham interesse em destruir suas próprias casas, pois deviam hipotecas: uma questão comum na sociedade. Os endividados com os bancos motivaram novas manifestações. A cada nova informação, as opiniões se dividiam sobre o crime. Mais do que a aplicação ou a busca da justiça, os interesses pessoais passaram a pesar. Logicamente, por ser uma propaganda do jornal, o filme mostrou a cobertura jornalística sendo realizada com isenção e neutralidade.

No passado distante, nos moldes em que o vídeo foi apresentado, essas reviravoltas e a participação e mobilização dos cidadãos, na condução de uma investigação, eram de difícil viabilidade.

Muito antigamente, antes do surgimento da comunicação em massa, o ambiente comunicacional era muito restrito. A informação e as relações ocorriam entre professores, alunos, sacerdotes, fiéis, autoridades locais e famílias. O conhecimento da realidade, como um todo, era extremamente limitado.

Em um segundo momento, em decorrência das novas invenções como o rádio, a televisão, o cinema, a imprensa e a revista, surgiu a comunicação de massa. Nessa época, um canal produzia a informação que, por sua vez, era copiada por outros meios, fazendo com que todos recebessem os mesmos esclarecimentos. Nesse modelo midiático, não havia como interagir, por exemplo, com a TV e com a imprensa; apenas absorvia-se aquilo que era divulgado. A comunicação era basicamente em um único sentido: desses canais para as pessoas. Todos tinham o mesmo modo de pensar, ou seja, uma mentalidade de massa.

Em um mundo complexo, volátil, ambíguo e incerto, o que vemos na atualidade é o surgimento de inúmeros meios de comunicação que possibilitam a interação rápida entre as diversas mídias e a sociedade. A informação circula rapidamente e logo é ultrapassada por outra mais recente. O telespectador deixou de ser passivo e passou a influenciar no rumo da notícia. Acrescenta-se a essas características o ambiente das fake news, dos deepfakes, da guerra das narrativas, do pós-verdade e das mídias sociais.

Sobre deepfakes, vale acrescentar que, em 2012, quando o filme do The Guardian foi produzido, ainda não eram conhecidos como são nos dias atuais. Se esse ilusionismo digital tivesse sido explorado, várias situações poderiam ser acrescidas ao caso, tais como a manipulação da investigação, do julgamento e da própria opinião pública.

Percebe-se que, fruto de uma nova realidade, os jornais estão diminuindo seus quadros e perdendo leitores. O mesmo acontece com as publicações impressas que estão migrando para os meios eletrônicos. Aumentou a concorrência dos canais de TV aberto com o IPTV e com os canais a cabo. Programas de TV passaram a ser personalizados para públicos específicos. Os rádios disputam a audiência com aplicativos e programas como o Podcast e o Spotify.

Com o Twitter, Facebook, Instagram, Linkedin, dentre outros, as pessoas ficaram ainda mais expostas, mudando a forma como cada uma conduz suas ações. Não se pode esquecer o monitoramento e a análise destas. O monitoramento e a análise das mídias sociais, o emprego da inteligência artificial e até de psicólogos, que estudam as conexões de bilhões de pessoas, ajudam a publicar, em muitos casos, o que serve para atender demandas comerciais, políticas e psicossociais.

O telefone passou a ser multifuncional, transmitindo vídeos, fotografias, áudios, textos e arquivos em aplicativos como WhatsApp, Wechat, Facetime e Telegram, além de contar com diversos recursos tais como o de localização e consulta a informações pela Internet.

Tal qual a filmagem do lobo no interior de um ônibus, não é incomum, alguém enviar para a TV o registro de um acidente de trânsito. Em alguns casos, é possível que a transmissão seja ao vivo, ou seja, o chamado “jornalista-cidadão” filma e transmite a “matéria” para alguma plataforma na Internet ou para algum canal de TV.

E o que se pode falar dos digital influencers e dos youtubers que, em muitos casos, têm mais poder de engajamento do que tradicionais apresentadores, agências de publicidade e colunistas? O mais impressionante destes novos atores é o poder que eles têm de influenciar milhões de seguidores com informações, em muitos casos, inúteis.

Essa nova realidade é visível em quase todos os lugares do planeta, independentemente de faixa etária, sexo, religião e, até mesmo, do poder aquisitivo ou do grau de escolaridade. Os meios de comunicação estão se socializando, permitindo que mais e mais pessoas possam usufruir desse novo ambiente.

O que se percebe é que a mídia tradicional tem que adotar novas estratégias para sobreviver ao novo mundo comunicacional e que a sociedade tem que se ajustar a essa nova realidade para não ser manipulada ou ficar alheia ao mundo.

Por fim, na versão do jornal The Guardian, os porcos eram malvados e o “vilão” inocente, mas parte da população ficou do lado dos irmãos, pois os problemas destes, o endividamento, eram comuns a todos. Os interesses pessoais estavam acima da justiça.






domingo, 1 de setembro de 2019

GUERRA PELA AMAZÔNIA BRASILEIRA - Um choque de realidade.


Por Carlos Junior
A polêmica internacional promovida, principalmente pelo atual presidente da França Emmanuel Macron, que se viu em toda na imprensa mundial, e de forma mais feroz na brasileira, trouxe a tona uma séria de comentários e especulações, muitas vezes equivocado, sobre o tema das queimadas na região da floresta Amazônica. A situação piorou quando o presidente Macron, que vive um momento político delicado em sua "própria casa", visivelmente explorou o assunto de uma forma a mover o foco  da mídia francesa que paira sobre ele para um problema brasileiro, chegando ao cúmulo de mencionar que poderia haver uma ação de internacionalização da Amazônia caso os países do mundo (lê-se ai, os membros do G7) entendesse que o Brasil não estivesse dando o devido tratamento para resolver a questão das queimadas na floresta, que, diga-se de passagem, abrange outros países como Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (território francês).
O Brasil é o país que tem a, absoluta, maior parte da floresta, com 60% dela. O segundo país com maior parte é o Peru, com apenas 13%, e o resto da floresta é dividida pelos outros países mencionados.
Neste mapa podemos ver a extensão da floresta amazônica
e os países que fazem parte desta floresta

Quando o presidente francês fala sobre "internacionalização da floresta", o significado disso é, inequivocamente, guerra. Sim, você não leu errado ou eu me expressei mal. Internacionalizar a amazônia é o caminho para a guerra. Diga-se de passagem, o motivo mais provável para que o pacifico (e passivo) Brasil entrar em uma guerra é, justamente, se estrangeiros assumirem qualquer tipo de posicionamento ativo sobre nossa parte da floresta, agredindo de forma violenta nossa soberania. A própria reunião do G7 que tratou sobre o tema sem que nenhum representante do governo tenha sido chamado, já é por si só, uma expressão de desrespeito com nossa soberania. Para o leitor tentar entender meu ponto de vista, vou usar uma analogia. Seria como se o Brasil, a Argentina e o Chile se reunisse para podermos decidir o que faremos com a Polinésia Francesa se os franceses resolvessem detonar armas nucleares sobre os atóis de Mururoa e Fangataufa, no arquipélago, lembrando aqui, que o governo francês, "este grande protetor do meio ambiente" (modo irônico ligado no máximo) detonou 193 bombas atômicas em testes nessa área, causando um impacto ambiental que vocês podem pesquisar para compreenderem.
Pois bem, voltar a tratar do caso brasileiro. Nos últimos dias eu li e assisti muito conteúdo postado em canais do Youtube e em redes sociais apresentando as formas como o Brasil poderia se defender de uma agressão por causa da Floresta Amazônica, e todos, absolutamente todos, os conteúdos que verifiquei, trataram do assunto de forma bastante ingenua e rasa. Alias a superficialidade é um problema absolutamente recorrente na internet, principalmente nas paginas brasileiras. Todos mostraram as capacidades de guerra na selva que o Exército Brasileiro possui por conta de seus batalhões de Selva e por conta dos militares que são formados num dos, se não o mais duro treinamento de guerra na selva do mundo que é ministrado pelo CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva. 
É completamente equivocada a ideia de que uma guerra pela floresta fosse combatida na própria floresta. O mundo inteiro sabe que seria extremamente difícil sobreviver em batalhas travadas em meio ao TO (Teatro de Operações)  amazônico, e é certo que uma incursão por tropas naquela região seria uma ação a se considerar como secundária, pois dificilmente os soldados invasores sairiam vivos dali, principalmente se nossa estrutura, como país, estivesse inteira.
Um dos cursos que o CIGS ministra é o de 
Operações na Selva (COS). Uma guerra aberta, 
limitada apenas dentro do TO Amazônico,
dificilmente seria vencido por uma força invasora.
(Foto: Centro de Instrução de Guerra na Selva)
Qualquer potência militar grande o média, teria que atacar o Brasil em sua infraestrutura, bombardeando fábricas de munições, armas, aeroportos e bases aéreas, portos, centros de comando das forças armadas, centro de comando do governo, hidrelétricas, e centros de comunicação. Os ataques, para vencer o Brasil iriam ser efetuados contra as regiões mais desenvolvidas para que o país tivesse que mobilizar recursos materiais e humanos para prestar apoio a população que estaria sendo gravemente impactada pelos ataques, tirando o foco de nossas forças da floresta, propriamente dita e tentando, forçar as autoridades brasileiras a se render.

Nós, enquanto nação soberana, infelizmente, não temos meios de dissuasão estratégica militar. Nossas forças militares são, como a constituição brasileira diz, "apenas para defesa", o que levou a um importante negligenciamento de nossas capacidades de ataque. Não se tem uma defesa real se as forças armadas de um país não são capazes de promover ataques contra uma nação estrangeira. Por isso, tenham em mente, caros leitores, que "defesa" no sentido perfeito, se faz com a capacidade de ir a guerra com tudo e vencer ela, mesmo que em território inimigo. Nós focamos em ações sociais para que as forças armadas fossem usadas para missões que não são, nem de longe, o real motivo dessas instituições existirem. Defender um país, principalmente de potencias miliares maiores, envolve ter capacidade de atacar e destruir os meios materiais que essas potencias possam vir usar em uma injusta agressão contra a soberania brasileira. O ex presidente Fernando Henrique Cardoso, assinou o tratado de não proliferação nuclear, comprometendo nossa industria bélica de desenvolver  e  nossas forças militares, de usar, armas atômicas. Isso, somado a previsão incluída dentro da própria constituição de 88, em seu artigo 21, já deixou o potencial de desenvolver uma defesa, efetivamente dissuasiva, aleijada.
A capacidade de lançar um armamento nuclear contra
um alvo posicionado muito além das fronteiras do
Brasil, é a unica forma de conseguir intimidar qualquer
país a tentar atacar a soberania brasileira. 
(foto Míssil UGM-133 D5 Trident II
Para concluir este artigo, é importante observar que, devido ao atual estágio de desenvolvimento tecnológico das armas, de nada adiantaria contarmos com grandes quantidades de mísseis antiaéreos de longo e médio alcance, ou ainda, contar com dezenas de navios de guerra do porte de destróieres e fragatas, se nós não tivermos capacidade de destruir alvos em território inimigo que esteja além de nossas próprias fronteiras. Uma grande quantidade de submarinos modernos que estejam efetivamente disponíveis (fora de manutenção e prontos para emprego), armados com mísseis de cruzeiro com capacidade de atacar alvos em terra a mais de 1000 km, ou, mísseis anti navio supersônicos, seria uma das poucas medidas dissuasivas convencionais válidas dentro do contexto de uma França liderando uma força multinacional para tomar o controle da Floresta Amazônica. De resto, só armas nucleares que pudessem ser empregadas a longas distancias (mísseis balísticos lançados por terra ou mesmo por submarinos), colocariam o medo nas mentes de potenciais "aventureiros' estrangeiros que viessem a tentar intervir sobre nosso território.
Uma força de submarinos convencionais e nucleares 
numerosa seria uma das alternativa para se conseguir
uma dissuasão estratégica relevante.

sábado, 4 de maio de 2019

Mais um PM morto em São Paulo.

Editorial
Por Ironhead
Boa noite a todos os leitores do WARFARE Blog
Hoje, dia 04 de maio de 2019, sábado, um cabo da policia militar, integrante da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), famosa tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, foi assassinado em frente a sua residência, logo cedo, quando saia para o trabalho. A ação foi gravada e fica claro que a intenção era, meramente, assassinar o Cabo Fernando Flávio Flores.
É importante observar que as armas empregadas, o modus operandi, o elevado nível de ousadia (matar um policial da ROTA não costuma ficar impune e quando digo "impune" não é uma referencia aos juízes. A justiça é feita da forma mais "proporcional", digamos), faz o Primeiro Comando da Capital, conhecido pela sigla PCC ou como os idiotas da Globo costumam chamar (a quadrilha que age dentro dos presídios), evitando dizer "PCC" tenha sido o autor do crime. Porém, que me desculpem o pessoal mais "romântico" que acha que policia é boazinha e que não tem bandido dentro da corporação, mas eu, particularmente NUNCA descarto que ações desse padrão sejam queima de arquivo ou ajuste de contas pela banda podre da polícia. 
O caso foi o segundo assassinato contra um policial da ROTA nos últimos 10 dias. No dia 25 de abril ultimo, o cabo Daniel Gonçalves Correa levou 5 tiros no litoral paulista. 
Torço muito para que os bons profissionais da Polícia Civil e que o comando da Polícia Militar do estado de São Paulo esclareçam este caso e que a justiça seja feita exemplarmente. 
E por ultimo, presto minhas condolências a família e que Deus conforte a esposa e os seus três filhos que ficaram órfãos de pai por conta da fraqueza de um Estado amedrontado e que não sabe se impor como autoridade para milhares de criminosos que atuam em todo o país, inclusive, dentro das próprias polícias.
Acima: Veículo Fiat Doblò Adventure do Cabo Fernando Flávio Flores "peneirado" de tiros. Os executores queriam certeza que o policial não sobrevivesse a este ataque.


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