Por Carlos Junior
A polêmica internacional promovida, principalmente pelo atual presidente da França Emmanuel Macron, que se viu em toda na imprensa mundial, e de forma mais feroz na brasileira, trouxe a tona uma séria de comentários e especulações, muitas vezes equivocado, sobre o tema das queimadas na região da floresta Amazônica. A situação piorou quando o presidente Macron, que vive um momento político delicado em sua "própria casa", visivelmente explorou o assunto de uma forma a mover o foco da mídia francesa que paira sobre ele para um problema brasileiro, chegando ao cúmulo de mencionar que poderia haver uma ação de internacionalização da Amazônia caso os países do mundo (lê-se ai, os membros do G7) entendesse que o Brasil não estivesse dando o devido tratamento para resolver a questão das queimadas na floresta, que, diga-se de passagem, abrange outros países como Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (território francês).
O Brasil é o país que tem a, absoluta, maior parte da floresta, com 60% dela. O segundo país com maior parte é o Peru, com apenas 13%, e o resto da floresta é dividida pelos outros países mencionados.
Neste mapa podemos ver a extensão da floresta amazônica e os países que fazem parte desta floresta |
Quando o presidente francês fala sobre "internacionalização da floresta", o significado disso é, inequivocamente, guerra. Sim, você não leu errado ou eu me expressei mal. Internacionalizar a amazônia é o caminho para a guerra. Diga-se de passagem, o motivo mais provável para que o pacifico (e passivo) Brasil entrar em uma guerra é, justamente, se estrangeiros assumirem qualquer tipo de posicionamento ativo sobre nossa parte da floresta, agredindo de forma violenta nossa soberania. A própria reunião do G7 que tratou sobre o tema sem que nenhum representante do governo tenha sido chamado, já é por si só, uma expressão de desrespeito com nossa soberania. Para o leitor tentar entender meu ponto de vista, vou usar uma analogia. Seria como se o Brasil, a Argentina e o Chile se reunisse para podermos decidir o que faremos com a Polinésia Francesa se os franceses resolvessem detonar armas nucleares sobre os atóis de Mururoa e Fangataufa, no arquipélago, lembrando aqui, que o governo francês, "este grande protetor do meio ambiente" (modo irônico ligado no máximo) detonou 193 bombas atômicas em testes nessa área, causando um impacto ambiental que vocês podem pesquisar para compreenderem.
Pois bem, voltar a tratar do caso brasileiro. Nos últimos dias eu li e assisti muito conteúdo postado em canais do Youtube e em redes sociais apresentando as formas como o Brasil poderia se defender de uma agressão por causa da Floresta Amazônica, e todos, absolutamente todos, os conteúdos que verifiquei, trataram do assunto de forma bastante ingenua e rasa. Alias a superficialidade é um problema absolutamente recorrente na internet, principalmente nas paginas brasileiras. Todos mostraram as capacidades de guerra na selva que o Exército Brasileiro possui por conta de seus batalhões de Selva e por conta dos militares que são formados num dos, se não o mais duro treinamento de guerra na selva do mundo que é ministrado pelo CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva.
É completamente equivocada a ideia de que uma guerra pela floresta fosse combatida na própria floresta. O mundo inteiro sabe que seria extremamente difícil sobreviver em batalhas travadas em meio ao TO (Teatro de Operações) amazônico, e é certo que uma incursão por tropas naquela região seria uma ação a se considerar como secundária, pois dificilmente os soldados invasores sairiam vivos dali, principalmente se nossa estrutura, como país, estivesse inteira.
Qualquer potência militar grande o média, teria que atacar o Brasil em sua infraestrutura, bombardeando fábricas de munições, armas, aeroportos e bases aéreas, portos, centros de comando das forças armadas, centro de comando do governo, hidrelétricas, e centros de comunicação. Os ataques, para vencer o Brasil iriam ser efetuados contra as regiões mais desenvolvidas para que o país tivesse que mobilizar recursos materiais e humanos para prestar apoio a população que estaria sendo gravemente impactada pelos ataques, tirando o foco de nossas forças da floresta, propriamente dita e tentando, forçar as autoridades brasileiras a se render.
Nós, enquanto nação soberana, infelizmente, não temos meios de dissuasão estratégica militar. Nossas forças militares são, como a constituição brasileira diz, "apenas para defesa", o que levou a um importante negligenciamento de nossas capacidades de ataque. Não se tem uma defesa real se as forças armadas de um país não são capazes de promover ataques contra uma nação estrangeira. Por isso, tenham em mente, caros leitores, que "defesa" no sentido perfeito, se faz com a capacidade de ir a guerra com tudo e vencer ela, mesmo que em território inimigo. Nós focamos em ações sociais para que as forças armadas fossem usadas para missões que não são, nem de longe, o real motivo dessas instituições existirem. Defender um país, principalmente de potencias miliares maiores, envolve ter capacidade de atacar e destruir os meios materiais que essas potencias possam vir usar em uma injusta agressão contra a soberania brasileira. O ex presidente Fernando Henrique Cardoso, assinou o tratado de não proliferação nuclear, comprometendo nossa industria bélica de desenvolver e nossas forças militares, de usar, armas atômicas. Isso, somado a previsão incluída dentro da própria constituição de 88, em seu artigo 21, já deixou o potencial de desenvolver uma defesa, efetivamente dissuasiva, aleijada.
Para concluir este artigo, é importante observar que, devido ao atual estágio de desenvolvimento tecnológico das armas, de nada adiantaria contarmos com grandes quantidades de mísseis antiaéreos de longo e médio alcance, ou ainda, contar com dezenas de navios de guerra do porte de destróieres e fragatas, se nós não tivermos capacidade de destruir alvos em território inimigo que esteja além de nossas próprias fronteiras. Uma grande quantidade de submarinos modernos que estejam efetivamente disponíveis (fora de manutenção e prontos para emprego), armados com mísseis de cruzeiro com capacidade de atacar alvos em terra a mais de 1000 km, ou, mísseis anti navio supersônicos, seria uma das poucas medidas dissuasivas convencionais válidas dentro do contexto de uma França liderando uma força multinacional para tomar o controle da Floresta Amazônica. De resto, só armas nucleares que pudessem ser empregadas a longas distancias (mísseis balísticos lançados por terra ou mesmo por submarinos), colocariam o medo nas mentes de potenciais "aventureiros' estrangeiros que viessem a tentar intervir sobre nosso território.
Uma força de submarinos convencionais e nucleares
numerosa seria uma das alternativa para se conseguir
uma dissuasão estratégica relevante.
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"Todos mostraram as capacidades de guerra na selva que o Exército Brasileiro possui por conta de seus batalhões de Selva, cujos soldados são formados num dos, se não o mais duro treinamento de guerra na selva do mundo que é ministrado pelo CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva."
ResponderExcluirIsso está errado. O CIGS não forma recrutas, mas oficiais e praças de carreira. O COS (Curso de Operações na Selva) de categoria A e B não aceita praças temporários (soldados, cabos e etc). Os soldados dos Batalhões de Infantaria de selva são formados nos próprios batalhões, em um nível menor do que no CIGS.
Obrigado pela correção. Vou corrigir isto no texto.
ExcluirA França não teria dificuldade de aniquilar a infraestrutura industrial e energética do Brasil bem como toda a liderança política (isso seria bom!!) e militar do nosso país com o simples uso de mísseis de cruzeiro. esqueçam infantaria de selva.Mas uma coisa é importante? Esse episódio deve servir para que nossos generais repensem o papel das forças armadas no mundo atual.
ResponderExcluirA resposta seria prosseguir com pesquisas de armas de destruição em massa sem o protocolo de ética requerida internacional,como as grandes potências tem feito ao longo do tempo. Fé no Brasil.
ExcluirNós precisamos aguardar . A França é um país que está caindo aos poucos . Com certeza que logo não vai ter tanto poderio bélico.
ResponderExcluirNo passado RJ foi sitiado por um pirata chamado Villegnhon que só partiu quando o Império pagou um pesado tributo em ouro ao Pirata Frances. Então não venha me dizer que somos vítimas, os acordos comerciais quando são assinados deve ser revistos de forma histórica e não na forma de contrato U$. A história é cíclica se repete a cada 100 anos 200 anos 300 anos, portanto patriotas, aquele velho termo que nenhum almoço é de graça é verdadeiro. "Orar e Vigiar" esta escrito no livro mais lido do ocidente, com o desenvolvimento do Brasil, esta nação passara a ter um PIB superior a algumas nação hegemônicas, e se tornara protagonista mundial, tai a gritaria eles querem o Brasil como um sitio extrativista. ENTENDEU! "SEGUE A HISTÓRIA". ISSO SE NOS DEIXARMOS.
ExcluirA França e Europa gastaram muito dinheiro com a esperança de no futuro meter a mão na Amazônia usar a força.
ResponderExcluirCom Bolsonaro eles viram que estão perdendo dinheiro e não vão recuperar nada.
Ao resta agora o uso da força militar para conquistar a Amazônia.
Entao:
Aquele papo de que o Brasil não tem inimigos era outra mentira dos comunistas.
Temos inimigos por todos os lados.
Concordo plenamente
ExcluirSe teve algo de positivo neste episódio,foi o fato de abrir a mente da opinião pública para a necessidade de investirmos em nossas forças armadas.Concordo com tudo publicado neste artigo pelo Carlos! A reação internacional foi também potencializada pelo fato de nosso presidente ser de direita.existe um exército internacional dentro da Amazônia intitulada de ONGs.
ResponderExcluirFORÇAS ARMADAS, COM TAMANHO SUFICIENTE,COM EQUIPAMENTO E TREINAMENTO PARA TEREM UMA EXPRESSÃO MILITAR EFICAZ CUSTAM MUITO DINHEIRO E ESTÁ FORA DA DISPONIBILIDADE DO BRASIL. EM PARTICULAR, UMA FORÇA AÉREA EFICAZ, CUSTA MUITO DINHEIRO QUE NÃO TEMOS.
ResponderExcluirEM CONSEQUÊNCIA A DEFESA DA AMAZÔNIA TORNA-SE EXTREMAMENTE PROBLEMÁTICA PARA O BRASIL.TEM QUE SER PENSADO OUTROS MECANISMOS PARA ISTO, EM ESPECIAL A VIA DIPLOMÁTICA, QUESITO EM QUE O BRASIL SEMPRE FOI MUITO EFICAZ.