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domingo, 13 de julho de 2014

DASSAULT RAFALE. O caro e sofisticado sucessor da dinastia Mirage.



FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95 (1150 km/h)

Velocidade máxima: Mach 1.8 (2000 km/h)
Razão de subida: 18288 m/min.
Potencia: 1.06.
Carga de asa: 41,8 lb/ft²
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 31º/s
Taxa de rolamento: 270º/s.
Teto de Serviço: 15235 m
Raio de ação/ alcance: 1850km/ 3700 Km (com 3 tanques externos).
Alcance do Radar: RBE2 AESA 200 km (alvo de 3m2 de RCS).
Empuxo: 2 X motores SNECMA M-88-2 com 7439 kgf de empuxo máximo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,30 m
Envergadura: 10,90 m
altura: 5,34 m
Peso vazio: 9850 kg
Combustível Interno: 10360 lb.
ARMAMENTO

Até 9500 kg de cargas externas distribuídos por 14 pontos fixos entre fuselagem e asas.
Ar Ar: Míssil Mica, R-550 Magic 2, Missil MBDA Meteor.
Ar terra: Bombas guiadas a laser GBU 12 Paveway II, Bomba AASM Hummer, mísseis Apache, AS-30. Missil SCAP-EG, Míssil antinavio AM-39 Block 2 Exocet.
Ao todo existem 14 pontos fixos para armamentos no Rafale baseado em terra e 13 pontos de cargas no Rafale naval.
Interno: Um canhão Nexter M-791 de 30 mm


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O Rafale é o caça multifuncional que está substituindo todos os aviões de combate franceses atuais, desde o Sepecat Jaguar de ataque até os Mirage 2000-5 de defesa aérea e ataque e os caças navais Super Etendard. Esse caça é uma amostra de como o desempenho dos caças pode evoluir de forma imprevisível. Digo isso porque a 20 anos atrás era impossível imaginar uma aeronave que pudesse superar as marcas de desempenho manobrado de um F-16 de forma tão absoluta como o Rafale foi capaz.
O Rafale foi produzido na versão Rafale M (naval) que é usada no porta aviões Charles De Gaulle e foi a primeira a entrar em serviço no ano de 2001, a versão Rafale C, que é a versão monoplace (um piloto) usada pela força aérea que tem o peso reduzido devido a ausência de alguns sistemas necessários para operações navais, e a versão Rafale B, biplace (2 tripulantes), que é usada para conversão (treinamento) e para ataques a alvos terretres, embora seja totalmente qualificada para combate aéreo.
Acima: O Rafale é um caça do porte de um F-16, porém, com capacidade que se assemelha a de um F-15, uma aeronave bem mais pesada e capaz.
Os Rafales atuais estão equipados com um radar de varredura sintética passiva Thales RBE-2 com um alcance de 135 km, um pouco menor que seu antecessor RDY do Mirage 2000, mas que é capaz de uma varredura aérea e terrestre simultaneamente, característica que é uma vantagem sobre os demais radares dos atuais caças que possuem a necessidade de mudar de modos ou ainda mesmo, ter que mudar alguns módulos do hardware em terra para poderem atuar em missões específicas. Esse radar, no modo ar ar, rastreia 40 alvos e pode atacar 4 alvos simultaneamente, com os mísseis MICA de alcance médio.
A versão F-3 do Rafale, que deve se tornar a versão padrão das forças armadas da França, tem um novo radar RBE-2 AESA (varredura eletrônica ativa) que além de ter o alcance aumentado para 200 km contra alvos com RCS de 3m², também será capaz de engajar 8 alvos simultaneamente. Esse radar tem melhor desempenho para detectar alvos de RCS reduzidos como aeronaves furtivas.
Acima: O novo radar RBE-2 AESA mostrado nessa foto permitirá um grande incremento na capacidade de combate do Rafale.
Além do radar, o Rafale é equipado com um poderoso sensor IRST OSF (Optroniques Secteur Frontal) fabricado pela Thales/Sagen que detecta de forma passiva, pela radiação infravermelha, um avião inimigo à até 80 km pelo quadrante frontal, ou até 130 km se o alvo estiver em fuga (com as saídas de escape dos motores expostas), que permite manter o radar desligado, dificultando para o inimigo sua identificação e ainda podendo monitorar a posição do seu adversário.
De fato o Rafale foi projetado para ser difícil de detectar, mas sem a capacidade furtiva do F-22. Mesmo assim, o Rafale tem maior poder de invisibilidade do que os outros caças de 4º geração. O RCS (Seção Cruzada de Radar) do Rafale é de cerca de 0,75 m2, que já é se mostra mais difícil de se detectar que um F-16 ou um F/A-18E Super Hornet, cujo RCS é de cerca de 1 m2.
O Rafale está equipado com um sistema de comunicação MIDS-LVT integrado ao link 16 que permite ao caça opera em uma rede NCW (Network- Centric Warfare) ou Guerra centrada em rede, onde os participantes do grupo de combate trocam informações em tempo real, com alta resistência a interferência sobre as posições dos inimigos no campo de batalha. Com esse sistema de datalink, o Rafale permite ao piloto ter expandida sua consciência situacional dando maior suporte a uma vantagem tática para vencer o combate.
Acima: O sistema de IRST OSF usado no Rafale tem desempenho superior a os seus similares russos, com alcance de detecção que chega a 130 km contra o alvo em seu quadrante traseiro.
Ainda o Rafale F-3 será equipado com um sistema DVI (Direct Voice Imput) onde muitas funções poderão ser executadas por simples comando de voz do piloto, agilizando e facilitando o trabalho de pilotar o caça durante uma tensa missão de combate.
A capacidade de guerra eletrônica, também foi pensada pelos projetistas da Dassault na concepção do Rafale. O sistema Spectra, desenvolvido pela Thales / MBDA, é um dos mais completos e eficazes sistemas de contramedidas eletrônicas ECM  já instalado em um caça. O Spectra fornece alerta de iluminação de radar hostil (RWR), assim como alerta de iluminação de laser (LWS) e alerta de aproximação de mísseis (MLWS). O Spectra ativa automaticamente o sistema de iscas flares e chaff assim que detecta a aproximação de um míssil.

Acima: Embora seja inegável que o painel do Rafale seja extremamente moderno, ele já se encontra atrás dos painéis com uma tela full touch screen que temos no F-35, e no JAS-39 Gripen E.
Os sistemas do rafale são integrados por um barramento de dados (databus) padrão MIL-STD 1553, que facilita a integração de sistemas e armamentos de outras origens.
Outro sistema projetado ara ser usado com o Rafale é o capacete com mira montada na viseira HMSD (Helmet Mounted Sight Display) Topsight-E que permite ao piloto visualizar informações de navegação e do alvo diretamente na viseira do capacete e ainda apontar os mísseis só com o movimentar da cabeça e olhos.
O painel de controle possui 3 telas de cristal liquido multifunção MFDs que fornecem todos os dados de navegação e combate como mapas e dados de radar. A arquitetura de comando é o HOTAS ou mãos no manete e no mache, onde o piloto tem os principais controles da aeronave em botões situados no manche e manete para agilizar e facilitar as operações de combate aéreo.
Acima: O Rafale B é a versão biplace usada preferencialmente para ataques a alvos de superfície, onde o oficial de trás, opera os sistemas de armas do avião, deixando o piloto a frente livre para pilotar.
O armamento do Rafale é formado pelo moderno e manobrável míssil MBDA Mica que tem alcance de 60 km e com total capacidade de combate de curta distancia graças a sua vetoração de empuxo que lhe garante alta agilidade em manobras de curto alcance, quando a queima do combustível ainda está ativa. O MICA pode ser equipado com um sistema de guiagem por radar ativo ou por um sistema de guiagem por infravermelho IR. É interessante notar que esta ultima versão tem duas vantagens de emprego. A primeira é contra aeronave stealth, que embora não reflitam bem as ondas de radar, não conseguem esconder a assinatura térmica com a mesma eficiência. A outra vantagem é que a versão IR não emite sinais, dificultando à aeronave alvo uma medida evasiva ou defensiva.
Logo, o Rafale, será homologado para lançar o novo míssil MBDA Meteor que terá alcance maior que a do míssil Mica (cerca de 100 Km.) e será guiado por radar ativo, sendo capaz, também, de combates a curta distancia. O míssil R-550 Magic 2 também pode ser transportado, mas esse míssil está sendo substituído pelo Mica IR. Para missões Ar Terra, o Rafale pode usar o míssil de cruzeiro Apache que é capaz de atingir o alvo a 140 km, com uma ogiva de submunições com 10 bombas Kriss anti pista com 50 kg cada. O míssil de cruzeiro multinacional SCALP EG (Storm shadow) fabricado pela MBDA e desenvolvido anteriormente pela Inglaterra Itália e França é uma arma mais capaz que o Apache, descrito acima, por ter maior alcance (500 km). A ogiva do SCALP EG, também difere do Apache. No SCAPL EG ela é unitária de penetração com 450 kg de alto explosivo. O objetivo é a destruição de alvos reforçados como um Bunker, por exemplo.
Acima: O Rafale dispõe de 14 pontos fixos para armamentos e cargas externas de apoio como tanques externos e pods de reconhecimento ou designação de alvos.
Outra arma disponível é o AASM Hummer, cujo alcance pode chegar a 55 km se o lançamento ocorrer a altas altitudes. Com guiagem inercial assistida por GPS/INS o Hummer foi idealizado para destruir alvos fortificados do mesmo tipo que o SCALP EG. Uma recente versão ainda tem apoio de guiagem a laser semi ativa na fase final do ataque. Que lhe garante ainda maior precisão.
O Hummer tem um peso unitário de 340 kg podendo ser transportado, e sua ogiva pode ser uma bomba MK-82 de 227 kg ou uma bomba penetradora BLU-11. A Hummer pode ser transportado  em cabides triplos no Rafale.
A bomba norte americana guiada a laser GBU-12 também faz parte do arsenal do Rafale. Esta arma foi bastante usada nas ações francesas no Afeganistão e na Libia.
Para ataque nuclear, o armamento usado é o míssil ASMP-A, um míssil de cruzeiro equipado com uma ogiva nuclear TN-81 co rendimento variável de 150 a 300 KT (quilotons). Para efeito de comparação, a bomba que explodiu em Hiroshima tinha 15 KT.  O alcance do ASMP-A é de 500 km e seu sistema de guiagem é inercial com um mapa carregado em um computador do míssil antes do ataque.
O Rafale pode atacar navios de guerra do porte de fragatas e destroieres com o míssil AM-39 Block 2 Exocet guiado por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil tem uma ogiva de 165 kg de explosivos.
Um canhão Nexter M-791 de 30mm é o armamento orgânico do Rafale sendo especialmente eficaz contra veículos terrestres. Sua cadencia de tiro é de, até, 2500 disparos por minuto podendo ser diminuída para 1500, 600 ou até 300 tiros por minuto através de um controle disponível para o piloto.
Acima: O Rafale tem um excelente desempenho de voo, principalmente em curvas fechadas, onde poucos aviões do mundo rivalizam com ele.
O Rafale é propulsado por dois motores Snecma M-88-2, que rendem 7439 kg de empuxo com pós combustão. Trata-se de um motor confiável de 3º geração, em relação a os motores franceses. Este motor permite uma relação empuxo peso de 1,15, dando muito boa capacidade de aceleração ao Rafale. Segundo a Snecma, este motor produz menos calor que os motores anteriores contribuindo para uma discrição infravermelha. A boa relação empuxo peso somado a baixa carga alar (62,8 lb/ft2) , sua estabilidade artificial, e com canards ativos, dão ao Rafale uma capacidade de curva difícil de bater. Na verdade o Rafale e seus primos Typhoon e Gripen, são as aeronaves com melhor desempenho em curva dentre todos os aviões de combate do mundo. No caso do Rafale, ele consegue uma taxa de giro instantânea de 31º/ seg e uma taxa sustentada de 24º/ seg. Esses dados superam com folga a capacidade de curva do F-16, e mesmo do caças da família Flanker. Outro aspecto de desempenho que se destaca na qualidade de voo do Rafale é sua velocidade de ascensão. Ele consegue subir a 18288 m/min, ou seja, sobre como um foguete!  O F-16 que tem uma boa razão de subida também, sobe a 15240 m/ min. Esse aspecto dá ao Rafale uma vantagem em missões de interceptação
O insucesso do Rafale no mercado internacional se dá pelo preço elevado que é pedido por ele. Porém deve-se observar que ele é uma aeronave com capacidade elevada de combate que faz frente a aeronaves maiores. Certamente, porém, que se os requisitos de um cliente que seja muito exigente, o Rafale acabará sendo adquirido. O Rafale é uma solução bastante completa para uma aeronave de combate multifunção de alto desempenho.

Acima: O Rafale tem uma boa autonomia e graças a o sistema de reabastecimento em voo pode voar missões intercontinentais.


Acima: Um desenho em corte do Rafale B, versão biplace usado para missões de ataque a alvos terrestres e navais.
Abaixo: Um desenho em 3 vistas do Rafale B.




Acima: Nesse desenho podemos ver as armas já integradas ao Rafale.




terça-feira, 29 de novembro de 2016

CLASSE CHARLES DE GAULLE. O primeiro porta aviões nuclear da França.


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 261,5 m.
Calado: 9,43 m.
Boca: 64,36 m.
Deslocamento: 42500 toneladas.
Propulsão: Nuclear, com dois reatores nucleares PWR K15 mais duas turbinas a vapor fornecida pela Alston e 4 motores a diesel com 80000 hp de potência combinada.
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Autonomia: Reabastecido a cada 20 anos
Sensores: Radar de busca aérea tridimensional Thales DRBJ 11B com 305 km de alcance; Radar de médio alcance DRBV 26D Júpiter; Radar de controle de fogo Thonson CSF 3D Arabel; Radar de busca de superfície Thales DRBV 15C Sea Tiger MK 2 com 100 Km de alcance.
Armamento: SAM: 4 lançadores Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15; 2 lançadores de mísseis SAM de curto alcance Sadral, para mísseis Mistral, com 6 mísseis cada. 8 Canhões GIAT 20F2 de 20 mm.
Aviação: Até 40 aviões, sendo 3 Northrop Grumman E-2C Hawkeye, Helicópteros NH-90, e cerca de 30 caças Rafales.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Este projeto é interessante, pois apresentou algumas características indesejáveis como uma frequência elevada de defeitos durantes seu teste no mar entre 1999 e 2001, e um elevadíssimo custo operacional. Os Franceses precisavam de um porta aviões novo para substituir os cansados porta aviões da classe Clemenceau, que não tinham o tamanho ideal, nem potencia adequada em suas catapultas para operar o novo caça naval francês, o Rafale. Para isso o governo francês decidiu que deveria construir uma nova classe de porta aviões, que usasse propulsão nuclear para permitir uma autonomia muito maior que a dos porta aviões que seria substituídos por ele. Todavia, diversos problemas ocorreram, desde relacionados com o desenho do navio, até problemas ligados a confiabilidade do reator nuclear que impulsiona o navio. Hoje, depois destes problemas terem sido resolvidos, ainda um permanece: O custo elevado para operar um navio nuclear levou a marinha da França a considerar construir um novo porta aviões, em conjunto com a Inglaterra, que era conhecido como CVF, e que teria propulsão convencional, porém, problemas financeiros graves, levaram os franceses a cancelarem o projeto em 2013.
Acima: A marinha francesa precisou de um porta aviões mais capaz para operar os caças Rafales, que na época de sua incorporação, também era um novo caça. O Charles de Gaulle substituiu os dois antigos porta aviões da classe Clemenceau.
O Charles de Gaulle pode  operar 40 aeronaves que hoje são representadas por 34 caças Rafale M, 3 aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) E-2C Hawkeye, além de helicópteros de apoio AS-565 Panther e H-225M Caracal. Esse equipamento torna o Charles de Gaulle, um dos mais bem equipados porta aviões do mundo, sendo inferior, apenas, aos super porta aviões americanos. As duas catapultas C13, de fabricação norte americana, usadas neste navio podem lançar 2 aviões por minuto, podendo colocar uma força respeitável no ar, em pouco tempo.
Embora os aviões de combate de um porta aviões sejam a principal linha de defesa, o Charles de Gaulle possui uma peculiaridade que é seu armamento orgânico relativamente pesado quando comparado com os navios do mesmo tipo ocidentais. O navio está equipado com 4 lançadores verticais Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15, com um alcance de 30 Km, e com guiagem inercial, atualização por data link e radar ativo no final do engajamento. Além desse excelente sistema. Estão instalados, 2 lançadores Sadral com 6 mísseis Mistral cada. Este míssil tem um pequeno alcance de 4 km e usa a guiagem por infravermelho.
Estão instalados, também, 8 canhões automáticos de 20 mm da GIAT modelo 20F2, que disparam 720 tiros por minuto, e os projéteis alcançam 8 km.
Acima: Uma das aeronaves utilizada no Charles de Gaulle é o eficiente Grumman E-2C Hawkeye, de alerta aéreo antecipado, também usado pela marinha dos Estados Unidos.
O sistema de gerenciamento de combate Senit consegue rastrear 2000 alvos no campo de batalha, e é apoiado por um sistema de controle de armas Vigy 105 que são direcionadores optronicos fornecidos pela empresa Sagem. Este sistema permite a detecção de alvos numa distancia máxima de 27 km de forma passiva e imune a interferência. Em fevereiro de 2004, a empresa francesa Thales forneceu  o sistema de comando e controle chamado Sytex, e que será incorporado, não só no Charles de Gaulle, como em outros navios de guerra da frota francesa.
O sistema de radar é composto por um radar tridimensional Thales DRBJ 11B de busca aérea de longo alcance com 305 km de alcance, radar de busca aérea de longo alcance Thales DRBV 26D Júpiter, com o mesmo alcance do radar tridimensional (305 km), e um radar de busca de superfície e aérea Thales DRBV 15C Sea Tiger Mark 2 com 74 km de alcance. O radar de controle de tiro é o Thonson CSF Arabel 3 D, com 150 km de alcance, que é usado para fornecer informações do alvo para o sistema de mísseis antiaéreo Áster 15.
Acima: No começo do serviço operacional do Charles de Gaulle, a ala aérea utilizou aeronaves de combate Dassault Super Etendard modernizados, porém, atualmente, o Rafale assumiu as missões de combate embarcadas.
Como dito no início desta matéria, o Charles de Gaulle,  é um porta aviões nuclear, e ele usa dois reatores nucleares PWR K15, que o permitem, esta embarcação de 42500 toneladas de deslocamento, alcançar 26 nós (50 km/h) de velocidade máxima. A autonomia do sistema, é de 20 anos de operações continuas com o navio à 50 km/h.  Os mantimentos de comida da tripulação permitem ao navio operar sem reabastecimento por 45 dias. Um outro item interessante, é o sistema estabilizador Satrap, que promove uma estabilização executada por um computador e que mantêm o navio em uma situação horizontal com variação de 0.5º, permitindo, assim, operar os aviões em situações de mar agitado.
A marinha francesa é, tradicionalmente, uma das maiores do mundo. Dado à influência política que a França exerce sobre muitos países, notadamente do continente africano, assim como seu compromisso junto da OTAN (tratado do Atlântico Norte), sua marinha deverá continuar forte, porém, com problemas orçamentários, ela ainda poderá contar apenas com um porta aviões por um bom tempo.

Acima: O Charles de Gaulle é a capitânia da poderosa marinha francesa atualmente.

VÍDEO


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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

CHENGDU J-10 FIREBIRD O delta canard chinês

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 2.2
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95
Razão de subida: 15240 m/min.
Potência: J-10A/B: 0,89; J-10C: 0,92  (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 80,26 lb/ft².
Fator de carga: +9 Gs e 3Gs
Taxa de giro instantânea: 26º/s.
Razão de rolamento: 270º/s.
Teto de serviço: 18000 m.
Raio de ação/ alcance: 550 km sem reabastecimento aéreo/ 1850 km (máximo).
Alcance do radar: J-10A: Type 1473: 120 Km ; J-10B/C: KLJ-10: 160 km.
Empuxo: J-10A e J-10B: Um motor Lyulka- Saturn AL-31FN com 12700 kgf com pós combustor ligado; J-10C: Um motor WS-10A com 13154 kgf com pós combustor ligado.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,49 m
Envergadura: 9,75 m
Altura: 5,43 m
Peso: 9750 kg.
Combustível interno: 9921lb,
ARMAMENTO
Capacidade total: 7000 kg de carga externa divididos por 11 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Interno: Canhão Gryazev-Shipunov GSh-23 com cano duplo em calibre 23 mm.
Ar Ar: Mísseis de curto alcance PL-8, PL-9, PL-10 e mísseis de médio alcance PL-11 e PL-12.
Ar Terra: Bombas guiadas a laser LT-2, Bombas de queda livre de 250 kg, Bomba guiada por TV KAB-500KR, Bombas planadoras guiadas por satélite  FT-1, LS-6, GB-3 e GB-2A  Misseis anti radar KH-31P/ YJ-91

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A China vem demonstrado um incontestável objetivo em se tornar uma das grandes potências militares deste planeta e investe pesado para que essa ambição seja alcançada. A melhora nos processos de qualidade de sua industria tem sido observados, já a alguns anos e o país se tornou a segunda maior economia do planeta. Em meados dos anos 80 do século passado, a Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China percebeu que precisava de uma nova aeronave de combate que fizesse frente ao caça russo MIG-29 e o caça norte americano F-16. A característica em comum mais proeminente dos dois modelos de avião de combate a serem enfrentados é a agilidade de voo, sendo assim, uma forma relativamente previsível de se conseguir esse objetivo é usar uma configuração aerodinâmica de asa delta com canards ativos. As autoridades envolvidas na tomada de decisão sobre este novo avião de combate entregaram a missão de transformar em realidade este projeto nas mãos da empresa Chengdu que através de 17 anos de estudos e desenvolvimentos a partir do projeto cancelado J-9 passaram a desenhar os traços do que deveria ser o caça tático leve da força aérea chinesa, o J-10. Assim, desde o começo, já se tinha em mente o modelo configurado com asas em delta e canards. Originalmente o J-10 receberia diversos componentes ocidentais, e parte do projeto foi bastante influenciada pelo programa israelense do IAI Lavi, porém, devido sanções impostas pelos Estados Unidos e pelos países europeus, acabaram por levar a China a procurar na Rússia o suporte para o projeto com diversos componentes de fabricação russa que resultou em mudanças no desenho da aeronave que se tornou mais longo do que era originalmente projetado.
Acima: Em primeiro plano, o modelo J-9 ao lado de um F-7M Airguard. O J-10 teve suas origens enraizadas no J-9, cujo projeto foi cancelado. Abaixo: O protótipo do caça israelense IAI Lavi, também cancelado, influenciou, de forma bastante importante a finalização do projeto do J-10.
O J-10A, primeira variante a entrar em serviço no final de 2003, está equipada com um motor russo  Lyulka- Saturn AL-31FN, uma versão do motor desenvolvido para a caça Sukhoi Su-27 Flanker, porém  com uma potência máxima pouco maior que a versão instalada  no Su-27, fornecendo 12700 kgf  de empuxo com pós combustor. Com esse empuxo, o J-10A possui uma relação empuxo peso de 0,89. Este valor não é nada excepcional, uma vez que caças bastante comuns, como o F-16 superam a unidade em qualquer versão. Por outro lado, com um coeficiente aerodinâmico baixo,  o J-10 consegue apresentar uma boa capacidade de aceleração. A carga de asa, relativamente baixa de 80,26 lb/ft²,  permite a aeronave apresentar uma maior facilidade de manobras. Um controle de voo FBW (Fly By Wire), de quatro canais fornece, artificialmente, a estabilidade da aeronave, o que garante uma taxa de giro instantânea de 26º/ seg, o posicionando como uma aeronave ágil para combate de curta distancia. A velocidade máxima que o J-10A atinge em alta altitude é de mach 2.2, o que representa algo em torno de 2500 km/h, e sua razão de subida é estimada em  15240 m/seg, colocando o como uma boa aeronave para interceptação, embora o modelo seja multi-função, podendo ser empregado em missões ar superfície também. O J-10B, versão modernizada do J-10 que foi desenvolvida na primeira decada do século XXI, teve a entrada de ar do motor modificada para a configuração aerodinâmica DVI (diverterless supersonic inlet) que desacelera o fluxo de ar para o motor, otimizando seu funcionamento quando a aeronave ultrapassa a velocidade do som. A ultima versão do modelo, conhecido como J-10C, usa um motor de projeto chinês WS-10A , ainda mais potente que o modelo russo original, atingindo 13154 kgf com pós combustor ligado permitindo uma sensível melhora nos números de performance.
Acima: O J-10 é uma aeronave instável, que somando-se com a configuração aerodinâmica de asa delta com canards ativos, garantem uma boa agilidade a aeronave. Abaixo: O J-10 usa uma sonda fixa para reabastecimento aéreo. Seu alcance de travessia máximo é 1850 km
O J-10A possui um radar de varredura mecânica Type 1473 que apresenta um alcance de 120 km contra alvos aéreo do tamanho e um caça convencional (cerca de 5m2 de RCS) e pode rastrear 10 alvos simultaneamente e engajar 4 em rápida sequencia com mísseis PL-12 guiados por radar ativo , ou apenas 2 alvos quando usando mísseis PL-11 guiados por radar semi ativo. Esse modelo fornece um desempenho de engajamento BVR (além do alcance visual) equiparável a de um caça norte americano F-16C block 40. O J-10A, transporta externamente diversos tipos de pods para designação de alvos, reconhecimento e de visão infravermelha. Um exemplo é o pod WMD-7 que possui o sistema infravermelho de busca, sistema de TV e um iluminador a laser para guiar bombas guiadas por este tipo de radiação. Outro tipo de pod externo, usado pelo J-10A, é o de guerra eletrônica BM/KG300G que interfere nos sistemas de radar inimigos dificultando a localização exata do J-10 para seus inimigos, o que retarda a possibilidade de o J-10 ser atacado por mísseis guiados a radar de médio ou longo alcance. Para reconhecimento, o J-10 recebeu a integração do pod de inteligência de sinais (SIGINT) KZ900 que intercepta e grava comunicações inimigas.
Acima: O capacete HMS integrado ao J-10B e C representa um avanço em relação ao HMD usado pelos caças Flanker chineses.
Acima: Aqui podemos ver um J-10A equipado com "dummys" de mísseis PL-8 e PL-12 para efeito de treinamento.
O J-10B recebeu, além de modificações aerodinâmicas pontuadas, um novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) modelo KLJ-10 cujo alcance é de 160 km contra um alvo do tamanho de um caça. Embora o alcance máximo de detecção tenha aumentado em 25% em relação ai radar de varredura mecânica Type 1473 da versão A do J-10, a capacidade de engajar alvos múltiplos se manteve inalterado, permanecendo com a capacidade de engajar 4 alvos simultaneamente, quando fazendo uso do míssil PL-12. O J-10B recebeu, também, um sistema de busca e rastreio IRST OEPS-301 que opera integrado ao sistema HMS (Helmet Mounted Sight) ou "mira montada no capacete permitindo ao piloto direcionar o sistema para onde ele virar sua cabeça. Cabe aqui uma observação: O sistema, também se integra a mísseis de busca infravermelha de 4º geração com elevada capacidade de angulo de engajamento (off boresight). O OEPS-301 tem a mesma função dos sistemas IRST OLS-35 usado no caça Sukhoi Su-35, OLS-50 usado no caça Sukhoi Su-57 ou o OEPS-29 usado no MIG-29M2/ MIG-35 e em caças europeus como o Gripen E, Rafale e Typhoon (para conhecer mais destas aeronaves, clique nos links dos nomes delas), ou seja, fazer a busca passiva por alvos. Isso permite manter o radar desligado, diminuindo a chance de algum inimigo consiga detectar a presença do J-10, uma vez que a operação do radar, por ser um sistema ativo, denuncia sua presença para os sensores adversários.
O J-10B recebeu um sistema de alerta e aproximação de míssil MAW que é montado dos dois lados, próximo a base da empenagem vertical e um sistema, aumentando o nível de consciência situacional para o piloto.
Acima: Fotos de equipamentos de radar chineses são raras. Aqui uma foto do radar AESA KLJ-10 de um J-10B.
O armamento do J-10 é composto por um canhão duplo Gryazev-Shipunov GSh-23 em calibre 23 mm (o mesmo usado nos veteranos caças MIG-21 entre outros caças da época soviética), cuja cadência chega a 3600 tiros por minuto e o alcance efetivo é de 1000 metros aproximadamente.
Para missões ar ar, o J-10 pode operar com mísseis ar ar de curto alcance PL-8, variante chinesa, legalmente licenciada do famoso míssil israelense Python III, usado pela FAB em seus F-5EM. este míssil, embora esteja operacional, já tem suas capacidades bastante inferiores aos mísseis de 4º e 5º geração. Seu sistema de guiagem é por infravermelho com capacidade "all aspect", o que significa que ele pode ser lançado contra um alvo de qualquer angulo, incluindo de frente, tendo um alcance máximo de 15 km e um alcance minimo de 500 metros. O sensor possui capacidade de engajamento de  30º de varredura para cada lado, o que o coloca em desvantagem contra modernos mísseis com alta capacidade off boresight, como o R-73 russo, ou o AIM-9X norte americano. O míssil de curto alcance chinês PL-9 também faz parte do arsenal J-10  que já possui capacidade de engajamento off boresight (fora da linha de visada) de cerca de 60º. Para tanto, este míssil precisa ser operado em conjunto a um sistema HMS (mira montada no capacete). O PL-9 tem alcance de 18 km contra alvos se aproximando pelo setor frontal. Ainda tratando de armamento ar ar de curto alcance, mais recentemente o J-10 teve o mais moderno míssil chinês PL-10 integrado na aeronave. O míssil tem alcance estimado em cerca de 20 km e seu sistema de guiagem é infravermelho que opera integrado com o capacete HMD do piloto permitindo o engajamento da aeronave inimiga em altos ângulos "off boresight" (fora do angulo de visada da aeronave), onde o piloto apenas olha para o alvo e o designa para o míssil através do visor do capacete. O angulo de engajamento do sensor é um dado secreto, mas provavelmente está entre 60º e 90º. O míssil tem vetoração de empuxo, que lhe permite manobrar agressivamente contra um alvo, dificultando qualquer manobra evasiva que o alvo possa tentar para escapar de ser atingido
Acima: O J-10B desta foto está configurado para superioridade aérea com dois mísseis PL-12 de médio alcance nos cabides internos e dois mísseis PL-10 nos cabides externos, além de três tanques de combustível.
Para combate ar ar além do alcance visual (BVR), o J-10 pode lançar os mísseis PL-11 e o moderno míssil PL-12. O PL-11, mais antigo, é derivado do míssil italiano Aspide, do qual a China tinha licença para fabricar. O modelo, inicialmente operava, apenas, com radar semi ativo, obrigando a aeronave lançadora a manter seu radar apontado para o alvo engajado até o míssil acertar ele. Porém, uma versão aprimorada, chamada PL-11B recebeu um radar ativo que permite o modo de engajamento dispare e esqueça. O PL-11 tem alcance de 50 km aproximadamente. Já o míssil PL-12, se assemelha ao míssil norte americano AIM-120 AMRAAM. Esta arma foi projetada, desde o início como um míssil de médio alcance com radar ativo e com pequenas superfícies de controle de voo, que facilitam seu uso em compartimentos internos de aeronaves stealth. Seu alcance é de cerca de 80 km e a arma também é usada no caça sino-paquistanês JF-17, também já descrito nas paginas do WARFARE blog.
Já, para missões de ataque ao solo, o J-10 pode operar com uma relativa grande variedade de bombas guiadas como o modelo LT-2 de 500 kg, guiado por laser, bombas guiadas por satélites de posicionamento global LS-6, de 500 kg, que possui capacidade de planeio podendo atingir um alvo a 60 km com uma margem de erro menor que  15 metros, bombas GB-2 e GB-3.
O J-10 pode operar missões de supressão de defesa anti-aérea usando o míssil YJ-91 que é uma versão local do míssil russo Kh-31P, sendo que seu sistema de guiagem busca as emissões de antenas de radares inimigos para seguir e destruir. Seu alcance é de 120 km.
Também fazem parte do arsenal do J-10, os casulos lançadores de foguetes não guiados.
Acima: A China desenvolveu uma família de bombas guiadas por satélites, nos moldes das bombas JDAM dos Estados Unidos. Aqui a versão mais leve da bomba guiada por GPS LS-6, com 50 kg, é, ainda, mais leve que a bomba GBU-39 SDB, menor bomba guiada por GPS em uso na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) 
A China é a única nação que faz uso do J-10. O Paquistão, tradicional aliado da China, quase recebeu um esquadrão de caças J-10B, porém, houve o cancelamento da encomenda do modelo devido a industria chinesa estar desenvolvendo um caça leve/ médio com características de baixa reflexão (stealth), batizado de  FC-31 Gyrfalcon que terá forte foco no mercado de exportação e que, terá algumas vantagens sobre o J-10. Não há, no entanto, como negar que o J-10, principalmente nas versões B e C, entregam um caça com uma boa relação custo benefício e que seria muito bem sucedido no mercado de caças se não houvesse a grande desconfiança deste diante de produtos fabricados na China. O preço de um J-10B é estimado em torno de U$ 40 milhões de dólares cada, o que o posiciona como uma aeronave de menor custo de aquisição que os caças de 4º geração ocidentais, entregando um desempenho bastante convincente na arena de combate aéreo.
Acima: O J-10B em primeiro plano está armado com mísseis anti-radar YJ-91 capazes de destruir uma antena de radar a 120 km de distancia.

Acima: Uma decolagem com pós combustor a plena força deste J-10B, ainda equipado com o motor russo AL-31FN.

Acima: O J-10A em três vistas.

VÍDEO


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