quarta-feira, 13 de novembro de 2019

BOEING F/A-18E/ F SUPER HORNET. O ferrão da marinha dos Estados Unidos

FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO 
Velocidade de cruzeiro: mach 1
Velocidade máxima: mach 1,9
Razão de subida: 13680 m/min.
Potência: 0,92.
Carga de asa: 92,96 lb/pé².
Fator de carga: 7,5 Gs, podendo atingir 10 Gs por pequenos espaço de tempo.
Taxa de giro instantânea: 18º/s. 
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 15000 m. 
Raio de ação/ alcance: 1750 km (Missão ar ar)/ 3300 km. 
Alcance do radar: Raytheon AN/ APG-79 com 160 km (RCS 5m2).
Empuxo: 2 motores F-414 GE-400 com 10000kgf de potencia com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 18,31 m.
Envergadura: 13,62 m.
Altura: 4,88 m.
Peso: 14552 Kg.
Combustível interno: 14400 lb.
ARMAMENTO
Ao todo o Super Hornet é capaz de transportar até 8050 kg de cargas externas que podem ser tanques de combustível, casulos de sensores e armas.
Ar Ar: Míssil AIM 120 Amraam, AIM 9L/M/X Sidewinder, AIM 7 Sparrow.

Ar Terra: Míssil AGM65 Maverick, AGM88 Harm, AGM84H Slam ER, AGM154 JSOW GBU31/32 JDAM, GBU24.
Interno: Canhão M61A2 Vulcan 20mm.

(obs: A marca * significa que o valor está estimado).



DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior 
O F/A-18E é a ultima versão do caça F/A-18 desenvolvido para a marinha dos EUA entre o final dos anos 70 e início dos anos 80. O F/A-18 original foi o avião de terceira geração com melhores características multifuncionais, porém havia pequenas limitações que atrapalhavam nas missões que ele tinha que cumprir. A principal delas era a baixa autonomia, que impedia missões de interdição em profundidade, e uma outra limitação que era a carga de armas menor que a do seu antecessor A-6 Intruder. Ao projetar o novo F/A-18E Super Hornet essas limitações foram solucionadas, e o caça passou a poder atacar alvos que estivessem a 1750 km da base ou navio e transportando mais carga, graças a um aumento do tamanho das asas e da fuselagem. O aumento do bordo de ataque (LERX), garante melhor sustentação que os Hornets mais antigos mas mesmo assim a manobrabilidade é um pouco inferior ao dos F/A-18C. As asas maiores montadas no F/A-18E também contribuem para uma melhor sustentação, além de possuírem 2 novos pontos para transporte de armas. O Super Hornet transporta uma tonelada a mais de carga que seu antecessor. Estruturalmente, a fuselagem do Super Hornet é capaz de suportar curvas de 7,5 Gs sustentado, porém, em caso de urgência, o piloto pode exceder isso chegando a 10 Gs. Vale ressaltar que a aeronave terá que passar por uma detalhada inspeção caso o caça passe por esse esforço. A taxa de giro instantânea é estimada em cerca de 22º/ seg, o que embora não seja "espetacular", também não pode ser considerado ruim. 
Acima: O Super Hornet mostra os vórtices de vapor em uma manobra em alta velocidade. Embora o Super Hornet não seja o caça mais acrobático e agil do mundo, seu desempenho ainda é respeitável.
Todo o avião aumentou de tamanho, o que acarretou a possibilidade de transportar mais combustível e suas entradas de ar, foram recuadas e tiveram sua forma geométrica mudada para um padrão mais retangular, no lugar das tradicionais entradas arredondadas. Essa modificação visou otimizar os voos com velocidade elevada além de diminuir o RCS do avião para os radares inimigos. Deve-se notar também que o F/A-18E tem varias outras modificações para diminuir sua assinatura de radar (RCS), de forma que mesmo sendo maior que seu antecessor, ele ainda é bem menos detectável para o inimigo. Com o aumento do tamanho e as outras modificações é claro que o peso do avião aumentaria também e no caso do F/A-18E esse aumento representou três toneladas a mais de peso que seu antecessor, exigindo, assim, um novo motor que fosse mais potente para não perder o desempenho de voo .O novo motor é um modelo derivado do confiável General Electric F-404 usado nas versões anteriores do F/A-18. O novo motor foi batizado de F-414 GE-400 que consegue um empuxo máximo com pós combustão de 10000 kg, contra os 7252 kg de empuxo do motor mais antigo. Com esse novo motor, o F/A-18E se mostrou ser um pouco mais potente que o F/A-18, original, beneficiando as acelerações.
Acima: Os motores F-414 GE-400 a toda potência dão ao Super Hornet uma relação empuxo peso que se aproxima da unidade. 
Entre as outras novidades incorporadas a esse caça, está um novo radar AN/ APG-79 da Raytheon e Boeing. Esse radar é do tipo AESA (varredura eletrônica ativa) e permitiu aumentar o alcance de busca para 160 Km contra um alvo do tamanho de um caça (5m2) e ainda pode acompanhar 20 alvos simultaneamente assim como direcionar um ataque com mísseis guiados por radar contra seis deles simultaneamente. Assim como o radar APG-77 do F-22 Raptor, o APG-79, executa, simultaneamente, a busca ar ar e ar terra. Sua antena fixa e a baixa energia empregada no funcionamento deste radar permite diminuir as chances de que o sistema de alerta de radar do inimigo perceba a presença do F/A-18E.
O piloto do F/A-18E Super Hornet está equipado com um avançado capacete tipo JHMCS que fornece na viseira do capacite informações sobre navegação e sobre o alvo de forma que basta o piloto olhar para o alvo para que este seja designado para o míssil.
O Super Hornet pode transportar um casulo (pod) multi sensor AN/ASQ-228 que incorpora  um sensor infravermelho, uma câmera de TV com amplificação luminosidade e um telemetro a laser com um designador de alvos, para iluminar armas guiadas a laser.
Para auto defesa o Super Hornet usa um sistema de contramedidas eletrônicas (ECM) para interferir no sinal dos radares inimigos, dificultado sua localização, além de estar equipado com lançador de iscas tipo chaff e flares SUU-42AA  para iludir mísseis guiados por radar e calor, respectivamente.

Acima: O cockpit do Super Hornet é típico das aeronaves de combate dos anos 90 com 4 telas multifuncionais e um HUD, embora os pilotos estejam equipados com capacetes JHMCS que mostra no visor do capacete dados de navegação de do alvo informados pelos sensores do avião.
O F/A-18E substituíram os famosos F-14 durante a primeira década desse século e no final desta década deverá estar operando junto com os novíssimos F-35C Lightning II, já descrito neste blog, a bordo dos porta aviões da esquadra americana. De qualquer forma, o F/A-18E é um bom caça de combate na medida que ele pode atacar alvos terrestres com extrema letalidade, assim como, na mesma missão, interceptar caças inimigos que por ventura venham tentar impedir sua missão. No mercado internacional, o F/A-18E está sendo promovido pelos EUA nos muitos programas de reaparelhamento que estão em andamento no mundo, porém deve-se entender que com seu elevado preço, e o maior potencial de crescimento dos caças de nova geração, as chances de sucesso comercial desta aeronave são bem reduzidas. Para se equipar um porta aviões, esse caça é uma boa escolha, tendo como único concorrente a altura de sua sofisticação eletrônica, o Rafale francês que embora caro também, tem um desempenho de voo superior. Existe uma versão para dois lugares do Super Hornet, que tem o nome de F/A-18F, e que além da conversão como missão, também é usado para combate, sendo que o segundo tripulante tem a missão de controlar os sistemas de armas, facilitando, assim, o desempenho do piloto, que não terá que se preocupar com essa parte da missão. Uma outra versão de dois lugares, chamada de E/A-18 Growler, é usada para a guerra eletrônica em substituição dos já cansados Grumman EA-6B Prowler, porém esta versão merece uma matéria dedicada sobre ela que deixarei para o futuro.


Acima: Nesta foto vemos um F/A-18F, versão biplace do Super Hornet. Esta versão é usada para combate normalmente e devido a ter um segundo tripulante que fica responsável pela operação dos sistemas e armas, a tarefa de pilotar fica mais fácil para o piloto. Nesta foto, ele apresenta 6 mísseis AIM-120 embaixo das asas e dois AIM-9M Sidewinders  nas pontas das asas.
Nas missões de combate aéreo o F/A-18E, poderá levar até 14 mísseis, sendo 2 AIM-9X Sidewinder, guiados por infravermelho e com alcance de 22 km e até 12 AIM-120 Amraam, guiados por radar ativo e com alcance que chega a  105 km na versão C-5, mostrando assim seu fantástico poder de fogo. Porém, na prática, ele decola com seis AIM-120C5 e dois AIM-9X Sidewinder. Para missões ar terra, ele pode ser armado com todas as novas armas guiadas por GPS que estão entrando em operação nas forças armadas americanas, como as JDAM, JSOW, GBU-39 SDB e os mísseis AGM-84H SLAN-ER de longo alcance contra alvos terrestres e navais a distancias de 255 km, sendo guiados por GPS e infravermelho na fase terminal do ataque.Para míssoes de supressão de defesa antiaérea pode ser usado o míssil anti radar AGM-88 HARM que se guia pelas ondas de radares inimigas e consegue destruir uma antena a 150 km de distancia. As bombas guiadas a laser da família Paveway completa o arsenal lançável do Super Hornet. Alias, cabe ressaltar aqui que o F/A-18, em qualquer uma de suas versões, sempre foi um esplêndido sistema de armas, sendo muito adequado ao testes de novos armamentos aerotransportados. Internamente, como a maioria dos caças norte americanos, o Super Hornet está equipado com um canhão gatling General Electric M-61A2 Vulcan com seis canos giratórios em calibre 20 mm que produzem uma cadência 6600 tiros por minuto. O canhão é usado contra alvos a curtíssima distancia, ou seja, algo em torno de 600 a no máximo 1000 metros de distancia. Em combate aéreo isso é considerado como que um ataque a "queima roupa".

Acima: Nesta foto podemos ver apenas uma parte das armas que foram integradas no Super Hornet. 
O projeto do F/A-18 já chega a 36 anos e ainda continua em uso em muitas forças aéreas. O modelo focado nessa matéria, o Super Hornet, está em uso apenas na marinha dos Estados Unidos (US Navy) e na força aérea australiana. A Boeing desenvolveu um programa de melhorias particularmente abrangente para o Super Hornet chamado de Advanced Super Hornet (inicialmente chamava-se Roadmap), e essa iniciativa visa melhorar o potencial de mercado do Super Hornet no mercado internacional que hoje tem uma forte concorrência de ótimos caças como o Rafale, Typhoon, Gripen E, Su-30/ 35 Flanker e mesmo o novo caça F-35, já oferecido a muitos países. O Advanced Super Hornet recebeu dois tanques de combustível conformais (CFT) que foram instalados sobre as LERX (bordas de ataque), e raiz das asas que acrescentam 3500 libras de combustível aumentando a autonomia do caça em 420 km em relação ao Super Hornet original. o modelo tem previsto a instalação de um sistema de detecção passiva de infravermelho IRST sob a cabine do caça, o que liberaria um dos pontos fixos de transportar o sensor em casulos como feito atualmente, deixando ele livre para mais armas. Outro ponto interessante é um novo dispositivo chamado de EWP (Enclosed Weapons Pod), que é um casulo com desenho furtivo montado na estação central da fuselagem. Esse casulo transporta, internamente uma carga de armamento composta por quatro mísseis de médio alcance AIM-120 Amraam, ou uma composição de mísseis AIM-120 e bombas que podem ser JDAMs, SDB ou uma BLU-109 ER (bomba de penetração) usada para destruir bunkers subterrâneos. Os motores F-414 GE400 receberão uma atualização EPE (Enhanced Performance Engine) que aumentará a potência em 17%, levando um empuxo máximo de 11700 kgf por motor o que deverá melhorar o desempenho de voo de uma forma geral.
O Advanced Super Hornet ainda não teve nenhuma encomenda e não se sabe, ao certo, se ele conseguirá salvar a linha de produção do modelo que está prevista para fechar em 2017.
Acima: A ultima versão do F/A-18E/F é o Advanced Super Hornet (ASH), fruto do programa Roadmap. Notem os novos tanques conformais CFT e o casulo de armas EWP montado abaixo da fuselagem do caça.

ABAIXO TEMOS UMA DEMONSTRAÇÃO DO F/A-18F SUPER HORNET EM FARNBOROUGH, INGLATERRA EM 2014. 


3 comentários:

  1. Realmente um bom caça, não vejo condições dele se manter no mercado, os seus concorrentes com certeza irão vencer essa batalha o Brasil não pode se da ao luxo de se defender apenas com NG GRIPEN precisa de uma plataforma com uma autonomia mas significativa sou a favor de da compra de partilheira nem que seja em quantidade menor.
    caças que possam supre essa necessidade, Rafale e Typhoon tem um valor exorbitante tanto de aquisição quanto de custo hora vôo na minha opinião o F-18 ou SU-35 teríamos condições de operar, defendo a escolha da FAB por ter escolhido o GRIPEN mas não pode se dar ao luxo de ter essa plataforma como sendo sua ponta de lança, parabéns Carlos por sua disponibilidade em nos informa através do seu blog a maioria dos meus de comunicação que temos para difundi essas informações são míope ou leigas no assunto parabéns..

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  2. Gripen E c baixa autonomia........putz........pra que precisamos de um caca c tanta autonomia............apesar de nossa extensao teritorial, ainda temos no minimo 5 bases exclusivas e operacionais (FAB)....nem vou me extender sobre o uso em aeroportos civis q tbm sao operacionais da FAB...........pra que servem avioes tanque(cisterna,refuelling...) ao q consta neste momento esta aa espera a continuidade de aquisicao para 3 boeing 767......enfim, o Gripen eh multifuncion al, no estado da arte e pode usar centenas de pistas curtas c pouco apoio de terra............basta ler um pouco mais a respeito para entender mais tbm.....esse papo de pouca automia, pouca carga, etc....isso eh papo de super trunfo . teremos aquilo q podemos e ta de bom tamanho se for bem utilizado. sds

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  3. Com certeza o GRIPEN é a opção mas viável, no estado da arte e sua carga de armas não deixa desejar e podemos operar pois seu custos são acessíveis porem essa ideia de por todos os ovos numa única sexta pode estragar o omelete, um caça mas independente de bases e de reabastece dores pode sim fazer o diferencial.

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