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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

VÍDEO: Desfile Cívico-Militar de 7 de setembro de 2022 em Brasília

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de setembro de 2022.

Hoje celebra-se o dia da Pátria, completando 200 anos da independência do Brasil de Portugal. Para o bem e para o mal, é uma data significativa. O canal oficial da Marinha do Brasil (MB) publicou o desfile cívico-militar em sua integralidade no Youtube.

Independência ou Morte (1888),
óleo sobre tela do pintor paraibano Pedro Américo,
atualmente no Museu Paulista.

"Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais. Tirem suas braçadeiras, soldados. Viva independência, à liberdade e à separação do Brasil. Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade. Independência ou morte!"

- Dom Pedro I, 7 de setembro de 1822.

Leitura recomendada:

A geopolítica do Brasil entre potência e influência13 de janeiro de 2020.

Os Processos Políticos nos Partidos Militares do Brasil, 21 de janeiro de 2020.

ENTREVISTA: A formação do Exército Nacional, com Frank D. McCann10 de junho de 2021.

COMENTÁRIO: Pseudopotência, 1º de julho de 2020.

Eleições Não Importam, Instituições Sim, 8 de janeiro de 2020.

Carteira de reservista do Exército Brasileiro no Estado Novo4 de julho de 2022.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

VÍDEO: Nós marchamos por campos largos, o hino do ROA


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 24 de agosto de 2022.

"Nós marchamos por campos largos"

Hino do Exército Russo de Libertação (ROA), o Exército de Vlasov, com legendas em português.

O Exército Russo de Libertação (em alemão Russische Befreiungsarmee; em russo Русская освободительная армия/ Russkaya osvoboditel'naya armiya, POA/ROA). Conhecido como "O Exército de Vlasov", o ROA era um exército colaboracionista da Wehrmacht composto por russos e minorias étnicas recrutados principalmente nos lotados campos de prisioneiros e de um certo número de Ostarbeiter (literalmente "trabalhadores orientais", mão-de-obra escrava); além de alguns russos brancos emigrados. Esse corpo elevou-se a 50 mil homens.

Uma curiosidade do ROA é a Ordem nº 65 de Vlasov para prevenir a dedovshchina, o trote violento, no Exército de Libertação da Rússia, emitida em 3 de abril de 1945.

Arte militar dos Vlasovtsy,
por 
Jaroslaw Wrobel.

Letra:

Nós marchamos por campos largos,
Ao nascer do sol nos raios da manhã.
Estamos indo lutar contra os bolcheviques,
Pela liberdade da nossa pátria.

Marche para a frente, em fileiras de ferro,
Lute pela Pátria, pelo nosso povo!
Só a fé move montanhas,
Só a coragem pode libertar as cidades!
Só a fé move montanhas,
Só a coragem pode libertar as cidades!

Nós caminhamos ao longo dos fogos fumegantes
Pelas ruínas de sua terra natal,
Venha se juntar a nós no regimento, camarada,
Se você ama seu país como nós.

Marche para a frente, em fileiras de ferro,
Lute pela Pátria, pelo nosso povo!
Só a fé move montanhas,
Só a coragem pode libertar as cidades!
Só a fé move montanhas,
Só a coragem pode libertar as cidades!

Vamos, não temos medo de uma longa jornada,
Não uma guerra terrível.
Acreditamos firmemente em nossa vitória
E o seu, amado país.

Marche para a frente, em fileiras de ferro,
Lute pela Pátria, pelo nosso povo!
Só a fé move montanhas,
Só a coragem pode libertar as cidades!
Só a fé move montanhas,
Só a coragem pode libertar as cidades!

Em cirílico:

Мы идем широкими полями
На восходе утренних лучей.
Мы идем на бой с большевиками
За свободу Родины своей.

Марш вперед, железными рядами
В бой за Родину, за наш народ!
Только вера двигает горами,
Только смелость города берет!
Только вера двигает горами,
Только смелость города берет!

Мы идем вдоль тлеющих пожарищ
По развалинам родной страны,
Приходи и ты к нам в полк, товарищ,
Если любишь Родину, как мы.

Марш вперед, железными рядами
В бой за Родину, за наш народ!
Только вера двигает горами,
Только смелость города берет!
Только вера двигает горами,
Только смелость города берет!

Мы идем, нам дальний путь не страшен,
Не страшна суровая война.
Твердо верим мы в победу нашу
И твою, любимая страна.

Марш вперед, железными рядами
В бой за Родину, за наш народ!
Только вера двигает горами,
Только смелость города берет!
Только вера двигает горами,
Только смелость города берет!

Romanizado:

My idem shirokimi polyami 
Na voskhode utrennikh luchey. 
My idem na boy s bol'shevikami 
Za svobodu Rodiny svoyey.

Marsh vpered, zheleznymi ryadami 
V boy za Rodinu, za nash narod! 
Tol'ko vera dvigayet gorami, 
Tol'ko smelost' goroda beret! 

My idem vdol' tleyushchikh pozharishch 
Po razvalinam rodnoy strany, 
Prikhodi i ty k nam v polk, tovarishch, 
Yesli lyubish' Rodinu, kak my.

Marsh vpered, zheleznymi ryadami 
V boy za Rodinu, za nash narod! 
Tol'ko vera dvigayet gorami, 
Tol'ko smelost' goroda beret! 

My idem, nam dal'niy put' ne strashen, 
Ne strashna surovaya voyna. 
Tverdo verim my v pobedu nashu 
I tvoyu, lyubimaya strana.

Marsh vpered, zheleznymi ryadami 
V boy za Rodinu, za nash narod! 
Tol'ko vera dvigayet gorami, 
Tol'ko smelost' goroda beret!

Bibliografia recomendada:

Hitler's Russian & Cossack Allies 1941-45,
Nigel Thomas PhD e Johnny Shumate.

Leitura recomendada:

domingo, 15 de maio de 2022

VÍDEO: Logística romana no deserto


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de maio de 2022.

O Exército Romano era a superpotência do seu tempo. Como que esse titã mantinha suas tropas hidratadas no ambiente árido do deserto? Neste vídeo, o canal Histórias Romanas traz uma explicação detalhada sobre a logística romana em relação à hidratação dos seus legionários.

Leitura recomendada:

quinta-feira, 5 de maio de 2022

DOCUMENTÁRIO: A história do Exército Vermelho soviético


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 5 de maio de 2022.

Documentário em duas partes sobre a história do Exército Vermelho soviético pelo canal alemão Deutsche Welle ("Onda Alemã"), de suas origens brutais na Guerra Civil Russa ao caldeirão da Grande Guerra Patriótica. Criado em 1918, com o nome de Exército Vermelho dos Operários e Camponeses (RKKA), o Exército Vermelho soviético lutaria contra os brancos contra-revolucionários e esmagaria as revoltas camponesas de forma brutal - especialmente a de Tambov. O momento de catarse deste exército do socialismo internacionalista foi a invasão alemã, com o enfrentamento titânico das forças da Wehrmacht e do Exército Vermelho Soviético.

Inicialmente despreparado, milhares de soldados soviéticos foram mortos e capturados, com muitos se unindo aos alemães por apostarem em uma vitória dos nazistas. Com forte apoio ocidental e uma incrível quantidade de sangue soviético, o Exército Vermelho sairia por cima da disputa.

A segunda parte lida com o retorno dos veteranos que, deixando de serem heróis, passaram a ser tratados com suspeita; rebaixados a cidadãos de segunda-classe. Foi apenas com Khrushchov, 11 anos depois, que os veteranos e o exército foram reabilitados. A profissionalização do Exército Soviético para travar a Guerra Fria o afastou do velho exército dos operários e camponeses, tornando-o mais sofisticado e engajado na nova disputa nuclear com os Estados Unidos. Outro campo de batalha foi a exploração especial. O lançamento da cachorra Laika em órbita levou os EUA a criarem a NASA. A disputa levou à conquista do espaço por Yuri Gagarin, um dos momentos de apoteose do Exército Vermelho e da ideologia socialista. No entanto, a sua principal função continuou como sendo de repressão, como gendarmaria do Pacto de Varsóvia. As intervenções na Polônia, Hungria e Tchecoslováquia sendo os maiores exemplos.

Em meio a isso, a miséria da vida no Exército Vermelho, com os soldados sendo abusados e até mesmo estuprados, atingiu o ponto de ebulição na tragédia da guerra no Afeganistão, marcando o ponto mais baixo da experiência do exército do internacionalismo socialista. Uma tentativa de repressão contra os próprios russos em Moscou levou à perda de poder do partido comunista diante da resistência liderada por Boris Yeltsin. O Exército Soviético deixou de existir com o colapso e dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1991.



Descrição da Primeira Parte:

Em 1918, Leon Trotsky fundou o Exército Vermelho. Em pouco tempo, o exército seria usado não apenas contra o mundo exterior, mas também contra o povo soviético. Preocupado com o grande poder do exército, Stalin iniciou expurgos em 1937 e 1938.

Em 1918, a Rússia soviética estava travando uma guerra total – contra inimigos estrangeiros e seu próprio povo. Logo, o Exército Vermelho, fundado por Trotsky, teve que abandonar seus nobres ideais de igualdade e democracia. Quando o racionamento de alimentos foi ordenado durante a guerra civil, a população rural se revoltou contra o incipiente Estado comunista. Para acabar com a revolta camponesa em Tambov, o ex-oficial czarista Mikhail Tukhachevsky usou gás venenoso contra os aldeões por ordem de Lenin em 1920.

General Mikhail Tukhachevsky com a Budyunovka,
"O Napoleão Vermelho".

 Selo soviética com Mikhail Tukhachevsky, 1963.

O Exército Vermelho emergiu mais forte e confiante como resultado de sua vitória na guerra civil contra os "brancos" e a Rússia czarista. No entanto, Stalin, que chegou ao poder após a morte de Lenin em 1924, temia a crescente influência do exército, bem como a popularidade do comandante marechal Mikhail Nikolayevich Tukhachevsky. Ele o executou em 12 de junho de 1937 e ordenou expurgos. Aqueles anos, 1937 e 1938, ficaram na história como a época do "Grande Terror".

Quando a Wehrmacht alemã invadiu a Rússia, o Exército Vermelho era apenas uma sombra de seu antigo eu. Além de Tukhachevsky, outros três marechais, 13 generais e cerca de 5.000 oficiais foram executados como parte dos expurgos de Stalin. Quase metade da liderança do Exército Vermelho estava morta, assassinada por seu próprio líder.

Prisioneiros soviéticos capturados pelos alemães, 1941.

Para combater o ataque alemão, Stalin ordenou a mobilização geral. Em novembro de 1941, os alemães estavam às portas de Moscou. O General Zhukov conseguiu forçá-los a recuar no último momento. O Exército Vermelho recebeu ajuda do movimento partisan [guerrilheiro], que cresceu como resultado do genocídio dos judeus [pelos nazistas], e conseguiu enfraquecer o moral de combate alemão por meio de ataques direcionados.

Infantaria soviética em combate perto de Tula, durante a Batalha de Moscou, em novembro de 1941.

Soldados alemães marchando em direção a Moscou, 1941.

Em Stalingrado, Zhukov foi capaz de desgastar o inimigo. Graças à coalizão anti-Hitler que a URSS formou com os EUA e a Grã-Bretanha, o Exército Vermelho conseguiu lançar uma contra-ofensiva. Em sua marcha triunfal para Berlim, o Exército Vermelho descobriu os campos de concentração e extermínio, os quais acenderam o desejo de vingança dos soldados. [Durante a marcha sobre a Alemanha] seguiram-se saques e estupros generalizados. Os principais homens de Stalin, os generais Zhukov e Konev, capturaram a capital alemã. A Alemanha nazista se rendeu em 8 de maio de 1945, e o documento de rendição foi assinado em Karlshorst na noite de 9 de maio de 1945.

Pintura do hasteamento da bandeira soviética sobre o Reichstag.

Hasteamento da bandeira sobre o Reichstag, por Yevgeny Khaldei, 2 de maio de 1945.

Descrição da Segunda Parte:

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a glória do Exército Vermelho diminuiu. Então, com o desenrolar da Guerra Fria, Khrushchev poliu a reputação do exército mais uma vez. Mas, a partir de então, o exército passou a ter uma função puramente repressiva.

Após a Segunda Guerra Mundial, as atividades do Exército Vermelho foram direcionadas principalmente contra levantes populares na esfera de influência da URSS. Estes foram brutalmente reprimidos. Hoje, o Exército Vermelho é principalmente um símbolo de aspirações nacionalistas nostálgicas.

Manifestantes tchecos em cima de tanques soviéticos, 21 de agosto de 1968.

Tanques soviéticos em Praga, 1968.

Após a vitória sobre o fascismo no verão de 1945, nove milhões de soldados soviéticos voltaram para casa. Mas os prisioneiros de guerra que sobreviveram aos campos alemães eram frequentemente acusados de traição quando finalmente chegavam à sua pátria e enviados para gulags. Outros foram forçados a mendigar, pois suas pensões de guerra foram cortadas, ou se viram banidos das grandes cidades. Stalin decidiu pôr fim aos dias gloriosos do Exército Vermelho, após a vitória contra a Alemanha de Hitler. Quando a Guerra Fria começou, a única função do Exército Vermelho era manter a ordem e a segurança públicas.

Mas após a morte de Stalin em 1953, as cartas foram re-embaralhadas. O novo homem forte Nikita Khrushchov havia se livrado de seu rival, o chefe do Ministério do Interior Lavrenti Beria, com a ajuda do Exército Vermelho. Depois de tomar o poder, Khrushchov iniciou um programa de desestalinização. Ele nomeou o marechal Georgi Zhukov, que havia caído em desgraça com Stalin, como ministro da Defesa. Khrushchov então reorganizou e modernizou o Exército Vermelho. Ele restaurou seu prestígio e reintroduziu uma pensão para o serviço de guerra.

Cosmonauta Yuri Alekseyevich Gagarin,
o primeiro homem no espaço em 12 de abril de 1961.
Oficial da força aérea do Exército Vermelho.

Soldados do Exército Vermelho em combate no Afeganistão.
A coluna blindada foi emboscada por guerrilheiros mujahideen.

Com o apoio dos tanques soviéticos, o Exército Vermelho foi fundamental para esmagar sangrentamente as revoltas na Polônia e Budapeste em 1956 e em Praga em 1968. E eles desempenharam um papel nas batalhas da Guerra Fria em curso com o Ocidente.

Na década de 1970, as condições de vida dos soldados do Exército Vermelho se deterioraram drasticamente. Muitos recrutas tentaram evitar o serviço militar. Mas muitas vezes não havia como escapar da missão de pesadelo no Afeganistão. O Exército Vermelho estava cada vez mais enfraquecido e desmoralizado à medida que crescia a antipatia pelo sistema soviético. Em 1989, dez anos após o início do conflito no Afeganistão, o presidente Mikhail Gorbachov ordenou que o Exército Vermelho se retirasse daquele país e trouxesse seus soldados para casa. Essa derrota desempenhou um papel na desintegração da URSS, que ocorreu após a renúncia de Gorbachov em 25 de dezembro de 1991.


Bibliografia recomendada:

The Soviet Union at War: 1941-1945.
David R. Stone.

Meninos de Zinco.
Svetlana Aleksiévitch.

Leitura recomendada:

quinta-feira, 10 de março de 2022

Uma coluna russa foi emboscada e destruída, o comandante regimental morreu

Explosão na vanguarda da coluna.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 10 de março de 2022.

Hoje cedo, 10 de março, foi liberado um vídeo gravado por drone mostrando uma coluna blindada russa sendo engarrafada e destruída por uma combinação de artilharia e disparos diretos de tanques aguardando em emboscada. A ação foi compartilhada nas redes sociais imediatamente.

"Incrível vídeo de drone de uma emboscada de uma coluna de tanques russos supostamente do 6º regimento perto da região de Brovary, oblast de Kiev. O áudio parece ser uma interceptação de um oficial russo chamando superiores para relatar a emboscada e morte do comandante do regimento."
O vídeo tem a marca d'água Азов (Azov) e mostra os arredores da emboscada, incluindo tanques em diferentes locais. A perda do comandante regimental foi mais uma ocasião embaraçosa para o Exército Russo, que já perdeu 3 generais desde o início da invasão.

A identidade do comandante foi confirmada como sendo o Coronel Andrei Zakharov.

"Coronel Andrei Zakharov, comandante de um regimento de tanques russo, foi eliminado pelas AFU no distrito de Brovary, na região de Kiev.
Ele recebeu a Ordem da Coragem das mãos de Vladimir Putin em 2016, conforme noticiado pela mídia ucraniana."

Esse vídeo com melhor qualidade permite uma melhor identificação dos veículos.

Os veículos vão sendo alvejados durante a ação enquanto a comunicação russa via rádio é interceptada.

  • Soldado 1: Nitro, aqui é Udar. Câmbio.
  • Soldado 2: Udar, aqui é Nitro. 6º Regimento perdido.
  • Soldado 1: O quê?
  • Soldado 2: Não posso informar sobre o 6º Regimento. Estou coletando dados. Muitas perdas. Eles esperaram por nós. O chefe do comboio entrou na emboscada. Comandante do regimento morto em ação. Classificando sobre o resto.
  • Soldado 1: Assim que você resolver as coisas, informe-me. Entendido?
  • Soldado 2: ...Tanques e artilharia estavam bombardeando de lá. Drones, de Bayraktar, pelo que entendi. Estou resolvendo as outras perdas.

As imagens dão uma vista aérea perfeita da ação, com a vanguarda da coluna sendo atacada primeiro, parando os veículos. Então uma explosão na retaguarda engarrafa os blindados. Alguns tiros ocorrem e um certo número de veículos consegue recuar da emboscada.

Um tanque na beirada da rua.

Explosão na retaguarda da coluna.

Dois homens são visíveis segundos antes no local da explosão.

O equipamento usado pela coluna é notavelmente antigo, com as fotos mostrando carros de combate T-72A da era soviética sendo empregados. O material arcaico vem chocando os observadores, com muitos se perguntando por onde andam as "armas fantásticas" noticiadas à exaustão pela mídia russa nos últimos 20 anos.

T-72A destruído na emboscada.

Inicialmente identificado como um T-72AV, por si só bem antigo, a inspeção subsequente mostrou trata-se de um modelo A, ainda mais antigo, equipado com um pacote DIY Kontakt-1 de blindagem reativa explosiva (Explosive Reactive ArmourERA).

Aos 27 segundos, um lançador russo no meio do comboio faz um disparo.

Momento do disparo.

Trata-se de um lançador múltiplo de foguetes BM-1 armados com foguetes TOS-1A termobáricos.

Os ucranianos também filmaram os resultados da emboscada depois que os russos recuaram.

O local da emboscada foi confirmado por satélite como ocorrido em Bovary, com os pontos de referência marcados.


Os pontos de referência foram examinados pelo Google Earth.

As imagens foram analisadas e notou-se que é a primeira vez que um Grupo Tático de Batalhão russo (Battlegroup, BTG / Батальонная тактическая группа, batal'onnaya takticheskaya gruppa) operando como deveria em nível tático; embora a execução deixe muito à desejar. A unidade russa foi estimada como sendo do 36º ou 41º Exército de Armas Combinadas (Combined Arms ArmyCAA).

A área vermelha mostra o ataque de artilharia.
Material listado indica companhias de BMP-1, T-72 e BTR-82.
O TOS-1 Buratino é visível no canto inferior direito.

A presença dos lançadores TOS-1A é uma novidade, e um tanto preocupante. Os russos atravessaram pela Bielo-Rússia e pretendem posicionar a artilharia no perímetro de Kiev para achatar a cidade com bombardeios indiscriminados. Nos últimos dias, os russos passaram a mirar civis de forma proposital.

BM-1 TOS-1A com a marcação do círculo, designação a procedência como a Bielo-Rússia.

"Os russos nem se preocuparam em desligar as câmeras no posto de fronteira ucraniano, para que o mundo inteiro possa assistir seus tanques entrarem na Ucrânia pelo lado da Bielorrússia."

Os russos têm um sistema de letras - com a letra "Z" tornando-se um símbolo nacional - e estes estão indicados na tabela abaixo.


  • Distrito Militar Oriental: Z
  • Forças da Criméia: Z (dentro de um quadrado)
  • Forças da Bielo-Rússia: O
  • Infantaria Naval: V
  • Chechenos de Kadyrov: X
  • Grupo Alfa de forças especiais: A
Conforme os russos tentam fechar o cerco a Kiev, suas linhas de suprimentos continuam sobre-extendidas. Os ucranianos e os voluntários estrangeiros continuam escaramuçando as linhas desprotegidas do Exército Russo e impedindo que o poder de fogo russo seja desdobrado em força. Resta saber até quando isso vai durar.

quarta-feira, 9 de março de 2022

VÍDEO: Bandeira vermelha da União Soviética sendo desfraldada em veículos russos


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de março de 2022.

Além do "V" (e do novo símbolo "Z"), as tropas russas também estão brandindo bandeiras vermelhas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Esta não é uma visão nova, aparecendo logo nos primeiros dias da invasão russa à República da Ucrânia, mas é um símbolo cada vez mais visível. Este vídeo foi postado no dia de hoje, 9 de março de 2022.

Apesar do fracasso e demonstração internacional de inépcia da invasão russa, o povo russo está realizando demonstrações de massa espontâneas em prol de um percebido ressurgimento da grandeza russa. Os russos agora acreditam que são "uma grande potência de novo".

sábado, 30 de outubro de 2021

VÍDEO: Os Fracassos do Socialismo na América Latina

"Failures of Socialism in Latin America".

Apresentação "Os Fracassos do Socialismo na América Latina" com a professora Mary Anastasia O'Grady, The Wall Street Journal.

Vídeo:


Os livros que ela menciona são:
  • Redeemers: Ideas and Power in Latin America (Redentores: Idéias e Poder na América Latina), de Enrique Krauze;
  • The Virtues of Capitalism: A Moral Case for Free Markets (As Virtudes do Capitalismo: Um Caso Moral para Mercados Livres), de Scott Rae e Austin Hill;
  • La Revolución Capitalista en el Perú (A Revolução Capitalista no Peru), de Jaime de Althaus Guarderas.

domingo, 25 de julho de 2021

VÍDEO: A Rússia acaba de lançar a primeira filmagem do S-500 SAM em ação


As imagens foram publicadas pelo Ministério da Defesa russo hoje, depois de 10 anos de especulação midiática russa, e publicadas pelo canal Binkov's Battlegrounds (o mesmo da invasão da Guiana Francesa), um canal de análises militares.

No vídeo é mostrada a primeira filmagem do sistema S-500 SAM em ação, acompanhada dos comentários do personagem Camarada Binkov, além de uma breve análise e comparação com outros mísseis terra-ar (SAM) russos.

O Camarada Binkov.

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domingo, 18 de julho de 2021

VÍDEO: O exercício Zapad 2021 e o futuro da presença da força russa na Bielo-Rússia


Em setembro, a Rússia e a Bielo-Rússia realizarão seu exercício quadrienal, "Zapad-2021", que foi projetado para demonstrar a prontidão e as capacidades do Distrito Militar Ocidental da Rússia e sua integração militar com a Bielo-Rússia. Este exercício está sendo monitorado de perto após a recente mobilização da Rússia de cerca de 100.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia e dentro da Crimeia, o que fez com que o Comando Europeu dos EUA aumentasse seu nível de alerta para uma "crise iminente em potencial". Embora tenha havido uma diminuição das tensões após o anúncio do Kremlin em 22 de abril de que retiraria em grande parte essas forças, equipamentos militares substanciais permaneceram para uso durante o Zapad. Este exercício também será importante para observar as mudanças potencialmente permanentes nos posicionamentos militares da Rússia e na postura na Bielorrússia após as eleições bielorrussas de 2020, as táticas repressivas do regime de Lukashenko e o recente roubo aéreo de uma companhia aérea civil para prender um blogueiro bielorrusso. O que podemos esperar do Zapad-2021? O que os pré-exercícios nos mostrarão? Como a recente mobilização militar da Rússia e o equipamento de pré-posição perto da fronteira com a Ucrânia afetarão o exercício e o que isso nos dirá sobre as futuras capacidades e intenções da Rússia? Finalmente, quais são as potenciais "bandeiras vermelhas" que os Estados Unidos e a OTAN deveriam estar atentos?

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quinta-feira, 15 de julho de 2021

VÍDEO: Desfile do Dia da Bastilha


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de julho de 2021.

O Dia da Bastilha, conhecido oficialmente na França como fête nationale française e também como 14 juillet, é o feriado nacional da República Francesa. Foi instituído pela lei Raspail de 6 de julho de 1880, para comemorar a tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789, símbolo do fim da monarquia absoluta, bem como a Fête de la Fédération de 1790, símbolo da união da nação. A lei não menciona qual evento é comemorado: “A República adota o dia 14 de julho como feriado nacional anual” (artigo único).

Este ano contando com 5.000 participantes, incluindo 4.300 soldados a pé, 73 aviões, 24 helicópteros, 221 veículos e 200 cavalos da Guarda Republicana. A edição de 2021 do desfile foi produzida visando a idéia de um retorno à normalidade, após uma edição reduzida de 2020, devido à crise sanitária. O desfile viu os veículos blindados Griffon pela primeira vez, antes do seu desdobramento no Sahel. Os espectadores também puderam ver outro gigante das areias: o novo caminhão-pipa Carapace, já desdobrado no Sahel.

Força-tarefa multinacional européia Takuba.

Os operadores marcham com os rostos cobertos e os fuzis HK 416.

De especial destaque foi a homenagem à força-tarefa Takuba: este grupo de forças especiais européias que lutam contra grupos terroristas no Sahel. Os operadores desfilaram com os seus próprios uniformes, porém armados com os novos fuzis HK 416 recém-adquiridos pelo Exército Francês; os operadores também cobriram os rostos durante a parada (45 minutos do vídeo). O destacamento foi liderado por um oficial do 1er RIPMa SAS.

Outros destaques foram a tripulação do submarino Emeraude, que retornou de uma missão de 8 meses no Indo-Pacífico e o Comando Espacial, que está comemorando seus dois anos de existência.

Desfile completo


Bibliografia recomendada:

A História Secreta das Forças Especiais.
Éric Denécé.

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