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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

SAAB JAS -39 GRIPEN E. O guerreiro viking para a Força Aérea Brasileira

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 2.
Velocidade de cruzeiro: Mach 1,2.
Razão de subida: *15240 m/min
Potência: 0,84.
Carga de asa: 71 lb/ft²
Fator de carga: 9 Gs
Taxa de giro instantânea: 30º/s
Razão de rolamento: 220º/s
Teto de serviço: 15240 m
Raio de ação/ alcance: 1300 km/ 4070km
Alcance do radar: Leonardo ES-05 Raven: 120 Km
Empuxo: Um motor General Eléctric F-414G com 9800 kgf de empuxo máximo.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,2 m
Envergadura: 8,6 m
Altura: 4,5 m
Peso: 8000 kg (vazio).
Combustível Interno: 7495 lb
ARMAMENTO
capacidade total: 7200 kg de carga externa divididos por 10 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Ar Ar: Míssil AIM-120 Amraam, Meteor, AIM-9 Sidewinder, Iris-T, Python 4, Python V, A-Darter, AIM-132 Asraam, Míssil Derby, MICA.
Interno: Canhão Mauser BK-27 de 27 mm com 120 munições.
Ar Terra: Míssil AGM-65 Maverick, RBS-15F antinavio, Bombas guiadas a laser da família Paveway (GBU-10, 12 e 16), Bomba dispensadora de submunições DWS-39 planadora, Bombas da família JDAM, guiadas por GPS (GBU-31, 32, 38), míssil antinavio RBS-15, míssil Taurus KEPD 350, Bomba guiada por GPS Spice, Bombas de queda livre da série MK-80.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

LOCKHEED MARTIN F-16C BLOCK-50/52 FIGHTING FALCON. O cavalo de batalha do ocidente.


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 2.
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,9.
Razão de subida: 15240 m/min.
Potência: 1,10 (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 88 lb/ft².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 28º/s.
Razão de rolamento: 270º/s.
Teto de serviço: 15240 m.
Raio de ação/ alcance: 550 km sem reabastecimento aéreo/ 4220 km (máximo).
Alcance do radar: Northrop Grumman AN/APG-68(V)9:  105 Km (alvo de 5 m2 de RCS).
Empuxo: Um motor General Eléctric F-110 GE-129 com 13160 kgf de empuxo máximo ou um motor Pratt & Whitney F-100-PW-229 com 12940 kgf.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,03 m
Envergadura: 10 m
Altura: 5,9 m
Peso: 8570 kg.
Combustível interno: 7055 lb,
ARMAMENTO
Capacidade total: 7700 kg de carga externa divididos por 11 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Ar Ar: Míssil AIM-120 Amraam, AIM-9L/M/X Sidewinder, Iris-T, Python 4, Python V, A-Darter, AIM-132 Asraam, Míssil Derby, MICA.
Interno: Canhão General Electric M-61A1 Vulcan de 20 mm com 511 munições.
Ar Terra: Míssil AGM-65 Maverick, Bombas guiadas a laser da família Paveway (GBU-10, 12,16,24 e 27), Bomba dispensadora de submunições,CBU-87  Bombas da família JDAM, guiadas por GPS (GBU-31, 32, 38), Mísseis AGM-154 JSOW, Bombas de queda livre da série MK-80.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O F-16 já entrou para a história no mundo da aviação militar mundial com um marco da mudança de postura dos projetistas de caças. Esse caça foi desenvolvido no começo dos anos 70 para concorrer no programa LWF (lightweight Fighter, ou cala leve) contra o então Northrop F-17 Cobra, que depois de aperfeiçoado se tornaria o F/A-18 que conhecemos hoje. A ideia foi ter um mix de caças leves complementando os caças pesados e mais caro como o F-15 Eagle. O F-16 foi declarado vencedor dessa concorrência em janeiro de 1975 e se mostrava uma aeronave bem leve, preparada para combate aéreo de curto alcance em céus limpos e capacidade de ataque básica. Porém com o passar dos anos, inúmeros aperfeiçoamentos foram incorporados a esse caça tornando ele mais caro e mais capaz também. Embora, oficialmente exista a informação que esse caça nunca foi derrubado em combates ar ar real, outras informações dão conta de que um F-16 turco já sucumbiu em um combate frente a um Mirage 2000 Grego e pelo menos seis F-16A israelenses foram derrubados por caças MIG-23 sírios.
Acima: O protótipo do F-16, chamado de YF-16 era um caça extremamente mais leve e simples que o atual caça multifunção F-16C.
O F-16 desempenhou muito bem suas tarefas durante as guerras em que foi usado mas o tempo passou e novas ameaças foram aparecendo, colocando a capacidade de combate e e mesmo de sobrevivência do F-16 e cheque. Muitas versões foram sendo produzidas e a cada nova versão classificada por um block, sendo block 10, block 15, block 20... e assim por diante. O modelo original F-16A foi atualizado até o block 20. os modelos posteriores já deram uma nova versão que foi chamada de F-16C cujas capacidades já davam o tom das novas missões que seriam exercidas por este fantástico caça leve. O F-16C já tinha uma capacidade multimissão consideravelmente superior ao do F-16A. Porém, novos blocks foram sendo desenvolvidos para o F-16C também, chegando a atual  versão, conhecida como F-16C Block 50/52+ (Plus), que representa a mais sofisticada versão do F-16C. Esta é a versão que será foco desta matéria a partir de agora.
Uma das mudanças que chamam a atenção no modelo Block 52, foi a possibilidade de instalação de tanques conformais CFT com capacidade de 1400 kg de combustível extra sob a extensão do bordo de ataque (LERX) da aeronave, perto da base das asas elevando o alcance do F-16 em cerca de 40 % dependendo da configuração de cargas externas.
Acima: Nesta foto podemos ver 3 F-16C Block 52+ com seus tanques de combustível conformais CFT montado sob a LERX e raiz das asas. esses dispositivos permitem um aumento da autonomia em cerca de 40 % e ainda libera as asas para mais armamentos.
O radar instalado no F-16C block 50/52 também foi mudado para que a aeronave conseguisse cumprir os novos desafios que se esperava dele. O radar que foi instalado foi o AN/APG-68(V)9 que possui um alcance de 105 Km contra um alvo com 5m2 de RCS (um MIG-29) o que representa 30% mais alcance que a versão anterior AN/APG 68(V)2. Outro importante incremento na capacidade do Falcon Block 50 foi a integração do capacete JHMCS que permite ao piloto receber as informações de navegação e de combate direto na viseira do capacete podendo, inclusive, ser operado integrado com o míssil AIM-9X Sidewinder, para apontar o míssil com o movimento da cabeça e dos olhos para o alvo e assim poder disparar contra alvos mesmo fora de sua linha de visada do caça. Esta capacidade, desenvolvida inicialmente pelos russos para operação de seus caças MIG-29 e Su-27 está plenamente desenvolvida e operacional nos F-16 Block 50/52 o que lhe dá a possibilidade de vencer aeronaves mais manobráveis em combate aéreo de curto alcance.
Acima:  O avançado capacete JHMCS usado nos F-16C Block 50/52 permite uma  alta letalidade em combate aproximado quando em uso junto do míssil AIM-9X Sidewinder. 
O F-16 está integrado a diversos tipos de pods designador de alvos como o Lockheed Martin Sniper XR, também conhecido como AN/ AAQ-33 composto por um avançado FLIR de alta resolução, um sistema CCD-TV para produção de imagens de alta resolução de TV e um iluminador a laser que permite guiar armas como bombas guiadas a laser a distancias elevadas garantindo um bom nível de operação stand off (fora do alcance das defesas inimigas). Outros sistemas similares como o LANTIRN que usa dois pods para executar a tarefa de navegação através de um FLIR e de designação de alvos com um iluminador a laser em um pod separado que embora inferior ao sistema Sniper, também proporciona maior segurança em voo em condições noturnas e com clima adverso. E o sistema Litening, de Israel, que agrega as mesmas capacidades do Sniper. O Brasil, usa esse ultimo sistema em seus aviões de combate A-1 AMX.
O F-16C Block 50/52 possui, também um sistema de contra medidas eletrônicas que é composta por um sistema de alerta de radar (RWR) modelo AN/ALR-56M que informa o piloto quando um radar inimigo estiver rastreando o seu caça. Este sistema opera integrado a lançadores de iscas  Flares e Chaffs ALE 40 e ALE-47 que são lançadas de acordo com a identificação da ameaça para despistar mísseis guiados por calor e por radar, respectivamente.

Acima: O cockpit do F-16C já mostra o peso de sua idade. Porém ainda é considerado uma aeronave relativamente simples de pilotar. 
O F-16C Block 50/52 pode receber dois modelos de motores o que dá uma maior flexibilidade para agradar os clientes. O primeiro motor, um General Eléctric F-110 GE-129 com 13160 kgf instalado nos F-16C Block 50. O segundo motor é um Pratt & Whitney F-100-PW-229 foi instalado nos modelos Block 52. este motor produz uma potência máxima, com pós queimadores de 12940 kgf de força. A relação empuxo peso da versão Block 50 com o motor GE F-110 chega a 1,10, o que supera a grande maioria dos caças de todo o mundo em potência. Com isso, o F-16 e mostra um verdadeiro "dragster" em termos de aceleração, e sua estabilidade relaxada, controlada por um sistema FBW (Fly By Wire) quádruplo para garantir a segurança de voo caso da perda de um dos sistemas por danos de combate ou por falha sistêmica lhe garante a agilidade  que é a marca registrada desse caça. O F-16C consegue puxar 9 Gs em curvas sustentadas e um desempenho de curva com uma taxa de giro instantânea de 28º/ seg. Embora esses números não representem o melhor desempenho do mundo, certamente é superior ao do F-15 Eagle e do F/A-18 e só foi superado pelo muito mais capaz F-22 Raptor, um caça de 5º  geração. Até o sucessor natural do F-16, o F-35 em desenvolvimento, não consegue igualar a taxa de giro instantâneo do F-16 segundo informações passadas por pilotos de testes da Lockheed, seu fabricante. Cabe observar, por ultimo, que todos os caças delta canards europeus de 4º geração, incluindo o JAS-39E Gripen NG recém adquirido pelo Brasil superam esse desempenho de curva com folga.

Acima: O F-16 continua sendo uma referência de voo em combates aéreos, mesmo considerando que seus números já foram superados pela nova geração de caças europeus e russos. Certamente que ele seria um adversário duro em uma batalha aérea.
O armamento que pode ser instalado em um F-16C Block 52 é tão amplo que o assunto merecia uma matéria a parte. Aqui vou enumerar apenas as principais armas que ele leva. Como a grande maioria dos caças norte americanos modernos, o F-16C usa um canhão interno General Electric M-61A1 Vulcan tipo gatling com 6 anos rotativos em calibre 20 mm com uma cadência de 6600 tiros por minuto. Para combate ar ar, o F-16C opera o míssil de curto alcance AIM-9M Sidewinder, guiado por infravermelho (IR). A versão mais avançada deste míssil, o AIM-9X, com capacidade de engajamento fora da linha de visada do piloto ou "off boresight" de 90º, onde a cabeça de busca do míssil segue o olhar do piloto através do capacete JHMCS, representa o estado da arte em mísseis de curto alcance disponível para o F-16C. Seu alcance pode chegar a 22 km. Para combate além do alcance visual, o armamento mais usado é o míssil de médio alcance AIM-120C-5 Amraam guiado por radar ativo, e capaz de atacar um alvo distante 105 km. O F-16 pode ainda receber armamento de outras nacionalidades como o míssil europeu de curto alcance IRIS-T, similar ao AIM-9X em capacidade de engajamento off boresight ou o míssil de médio alcance francês MICA, guiado por radar ativo e com desempenho de alcance de cerca de 50 km.

Acima: Um F-16 durante o reabastecimento em voo durante uma missão no Oriente Medio. Notem sua configuração de armas para missão de patrulha aérea de combate CAP com dois mísseis de médio alcance AIM-120 na ponta das asas e um míssil de curto alcance AIM-9M na asa esquerda. 
Para missões ar superfície, o F-16C pode ser armado mísseis AGM-65 Maverick para destruir alvos reforçados móveis como um carro de combate MBT ou fixos como um hangar reforçado de concreto. O Maverick foi produzido em muitas versões que podem ser guiadas por infravermelho (IR), sistema eletroóptico (TV), ou a laser e seu alcance chega a 22 km.
O míssil de cruzeiro de longo alcance AGM-158 JASSM guiado por GPS e com alcance que varia de 370 km (versão  normal) a 1000 km (versão ER - alcance estendido), também faz parte do arsenal do Falcon. Este míssil permite atacar alvos bem defendidos longe das defesa antiaéreas (capacidade stand off) dando uma boa segurança ao F-16. Para missão de supressão de defesa antiaérea, uma das mais importante levadas a cabo pelo F-16, o míssil anti-radar AGM-88 HARM que opera no modo home on jan (seguindo as emissões dos radares e sinais inimigos) é usado. O HARM pode ser lançado contra um radar que esteja localizado a uma distancia máxima de 150 km. Se o radar inimigo parar de emitir, o míssil, automaticamente seguirá o curso da ultima emissão.
A variedade de bombas que podem ser lançadas pelo Falcon começa nas bombas burras da família MK, passando pela bombas guiadas a laser da família Paveway que foram muito usadas nos bombardeiros no Iraque, Iugoslavia e Afeganistão. Porém, a grande melhoria na família F-16 que a versão Block 50/52 recebeu foi a integração de novos sistemas para permitir a incorporação de armas guiadas por GPS como as bombas da família JDAM, JSOW e as novíssimas e avançadas bombas GBU-39 SDB, cuja precisão é tamanha, que elas podem operar com ogivas extremamente pequenas que o alvo será destruído em um só impacto direto justamente devido a sua elevada precisão. Por ultimo, embora pouco usual, os F-16C podem lançar mísseis anti-navio como o AGM-84 Harpoon guiados por radar ativo e com alcance de 120 km. O míssil AGM-119MK-3 Penguin de fabricação norueguesa, também faz parte do arsenal do Falcon. Este míssil tem alcance de 55 km e sua guiagem se dá por buscador Infravermelho IR. O F-16 poderia usar armas nucleares como as bombas atômicas B-61 com 340 kilotons de potência e a B-83 com potência de 1,2 megatons caso fosse necessário.
Acima: Uma das mais importantes missões levado a cabo pelos F-16C durante a campanha Desert Storm, no Iraque em 1991 foi a supressão de defesas antiaéreas. Este F-16C mostrado na foto apresenta o míssil anti radar AGM-88 HARM instalado perto do tanque externo.
O F-16C Block-50/52 é o terceiro caça mas avançado da família F-16 cujo projeto já tem  mais de 40 anos. Claro que os primeiros F-16 não chegam aos pés do que este pequeno caça leve se tornou depois de suas inúmeras modernizações, o que lhe permitiu se manter como um vetor válido mesmo no começo do século XXI e deverá se manter em operação em muitos países até pelo menos 2030. Os países que usam esta versão do Falcon hoje são os Estados Unidos, Chile, Grécia, Turquia, Marrocos, Egito, Iraque, Oman,  Polônia, Paquistão, Coreia do Sul  e Israel. Vale lembrar que as outras versões do F-16 são usados por muitos outros países, principalmente europeus, membros da OTAN.
Acima: A Polônia é um importante operador europeu do F-16C Block 50/52. Nesta foto podemos ver um modelo C e um D ao fundo, equipado com os tanques CFTs.



ABAIXO TEMOS UMA DEMONSTRAÇÃO DA AGILIDADE DO F-16C BLOCK 52 POLONÊS.


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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

CHENGDU J-10 FIREBIRD O delta canard chinês

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 2.2
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95
Razão de subida: 15240 m/min.
Potência: J-10A/B: 0,89; J-10C: 0,92  (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 80,26 lb/ft².
Fator de carga: +9 Gs e 3Gs
Taxa de giro instantânea: 26º/s.
Razão de rolamento: 270º/s.
Teto de serviço: 18000 m.
Raio de ação/ alcance: 550 km sem reabastecimento aéreo/ 1850 km (máximo).
Alcance do radar: J-10A: Type 1473: 120 Km ; J-10B/C: KLJ-10: 160 km.
Empuxo: J-10A e J-10B: Um motor Lyulka- Saturn AL-31FN com 12700 kgf com pós combustor ligado; J-10C: Um motor WS-10A com 13154 kgf com pós combustor ligado.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,49 m
Envergadura: 9,75 m
Altura: 5,43 m
Peso: 9750 kg.
Combustível interno: 9921lb,
ARMAMENTO
Capacidade total: 7000 kg de carga externa divididos por 11 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Interno: Canhão Gryazev-Shipunov GSh-23 com cano duplo em calibre 23 mm.
Ar Ar: Mísseis de curto alcance PL-8, PL-9, PL-10 e mísseis de médio alcance PL-11 e PL-12.
Ar Terra: Bombas guiadas a laser LT-2, Bombas de queda livre de 250 kg, Bomba guiada por TV KAB-500KR, Bombas planadoras guiadas por satélite  FT-1, LS-6, GB-3 e GB-2A  Misseis anti radar KH-31P/ YJ-91

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A China vem demonstrado um incontestável objetivo em se tornar uma das grandes potências militares deste planeta e investe pesado para que essa ambição seja alcançada. A melhora nos processos de qualidade de sua industria tem sido observados, já a alguns anos e o país se tornou a segunda maior economia do planeta. Em meados dos anos 80 do século passado, a Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China percebeu que precisava de uma nova aeronave de combate que fizesse frente ao caça russo MIG-29 e o caça norte americano F-16. A característica em comum mais proeminente dos dois modelos de avião de combate a serem enfrentados é a agilidade de voo, sendo assim, uma forma relativamente previsível de se conseguir esse objetivo é usar uma configuração aerodinâmica de asa delta com canards ativos. As autoridades envolvidas na tomada de decisão sobre este novo avião de combate entregaram a missão de transformar em realidade este projeto nas mãos da empresa Chengdu que através de 17 anos de estudos e desenvolvimentos a partir do projeto cancelado J-9 passaram a desenhar os traços do que deveria ser o caça tático leve da força aérea chinesa, o J-10. Assim, desde o começo, já se tinha em mente o modelo configurado com asas em delta e canards. Originalmente o J-10 receberia diversos componentes ocidentais, e parte do projeto foi bastante influenciada pelo programa israelense do IAI Lavi, porém, devido sanções impostas pelos Estados Unidos e pelos países europeus, acabaram por levar a China a procurar na Rússia o suporte para o projeto com diversos componentes de fabricação russa que resultou em mudanças no desenho da aeronave que se tornou mais longo do que era originalmente projetado.
Acima: Em primeiro plano, o modelo J-9 ao lado de um F-7M Airguard. O J-10 teve suas origens enraizadas no J-9, cujo projeto foi cancelado. Abaixo: O protótipo do caça israelense IAI Lavi, também cancelado, influenciou, de forma bastante importante a finalização do projeto do J-10.
O J-10A, primeira variante a entrar em serviço no final de 2003, está equipada com um motor russo  Lyulka- Saturn AL-31FN, uma versão do motor desenvolvido para a caça Sukhoi Su-27 Flanker, porém  com uma potência máxima pouco maior que a versão instalada  no Su-27, fornecendo 12700 kgf  de empuxo com pós combustor. Com esse empuxo, o J-10A possui uma relação empuxo peso de 0,89. Este valor não é nada excepcional, uma vez que caças bastante comuns, como o F-16 superam a unidade em qualquer versão. Por outro lado, com um coeficiente aerodinâmico baixo,  o J-10 consegue apresentar uma boa capacidade de aceleração. A carga de asa, relativamente baixa de 80,26 lb/ft²,  permite a aeronave apresentar uma maior facilidade de manobras. Um controle de voo FBW (Fly By Wire), de quatro canais fornece, artificialmente, a estabilidade da aeronave, o que garante uma taxa de giro instantânea de 26º/ seg, o posicionando como uma aeronave ágil para combate de curta distancia. A velocidade máxima que o J-10A atinge em alta altitude é de mach 2.2, o que representa algo em torno de 2500 km/h, e sua razão de subida é estimada em  15240 m/seg, colocando o como uma boa aeronave para interceptação, embora o modelo seja multi-função, podendo ser empregado em missões ar superfície também. O J-10B, versão modernizada do J-10 que foi desenvolvida na primeira decada do século XXI, teve a entrada de ar do motor modificada para a configuração aerodinâmica DVI (diverterless supersonic inlet) que desacelera o fluxo de ar para o motor, otimizando seu funcionamento quando a aeronave ultrapassa a velocidade do som. A ultima versão do modelo, conhecido como J-10C, usa um motor de projeto chinês WS-10A , ainda mais potente que o modelo russo original, atingindo 13154 kgf com pós combustor ligado permitindo uma sensível melhora nos números de performance.
Acima: O J-10 é uma aeronave instável, que somando-se com a configuração aerodinâmica de asa delta com canards ativos, garantem uma boa agilidade a aeronave. Abaixo: O J-10 usa uma sonda fixa para reabastecimento aéreo. Seu alcance de travessia máximo é 1850 km
O J-10A possui um radar de varredura mecânica Type 1473 que apresenta um alcance de 120 km contra alvos aéreo do tamanho e um caça convencional (cerca de 5m2 de RCS) e pode rastrear 10 alvos simultaneamente e engajar 4 em rápida sequencia com mísseis PL-12 guiados por radar ativo , ou apenas 2 alvos quando usando mísseis PL-11 guiados por radar semi ativo. Esse modelo fornece um desempenho de engajamento BVR (além do alcance visual) equiparável a de um caça norte americano F-16C block 40. O J-10A, transporta externamente diversos tipos de pods para designação de alvos, reconhecimento e de visão infravermelha. Um exemplo é o pod WMD-7 que possui o sistema infravermelho de busca, sistema de TV e um iluminador a laser para guiar bombas guiadas por este tipo de radiação. Outro tipo de pod externo, usado pelo J-10A, é o de guerra eletrônica BM/KG300G que interfere nos sistemas de radar inimigos dificultando a localização exata do J-10 para seus inimigos, o que retarda a possibilidade de o J-10 ser atacado por mísseis guiados a radar de médio ou longo alcance. Para reconhecimento, o J-10 recebeu a integração do pod de inteligência de sinais (SIGINT) KZ900 que intercepta e grava comunicações inimigas.
Acima: O capacete HMS integrado ao J-10B e C representa um avanço em relação ao HMD usado pelos caças Flanker chineses.
Acima: Aqui podemos ver um J-10A equipado com "dummys" de mísseis PL-8 e PL-12 para efeito de treinamento.
O J-10B recebeu, além de modificações aerodinâmicas pontuadas, um novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) modelo KLJ-10 cujo alcance é de 160 km contra um alvo do tamanho de um caça. Embora o alcance máximo de detecção tenha aumentado em 25% em relação ai radar de varredura mecânica Type 1473 da versão A do J-10, a capacidade de engajar alvos múltiplos se manteve inalterado, permanecendo com a capacidade de engajar 4 alvos simultaneamente, quando fazendo uso do míssil PL-12. O J-10B recebeu, também, um sistema de busca e rastreio IRST OEPS-301 que opera integrado ao sistema HMS (Helmet Mounted Sight) ou "mira montada no capacete permitindo ao piloto direcionar o sistema para onde ele virar sua cabeça. Cabe aqui uma observação: O sistema, também se integra a mísseis de busca infravermelha de 4º geração com elevada capacidade de angulo de engajamento (off boresight). O OEPS-301 tem a mesma função dos sistemas IRST OLS-35 usado no caça Sukhoi Su-35, OLS-50 usado no caça Sukhoi Su-57 ou o OEPS-29 usado no MIG-29M2/ MIG-35 e em caças europeus como o Gripen E, Rafale e Typhoon (para conhecer mais destas aeronaves, clique nos links dos nomes delas), ou seja, fazer a busca passiva por alvos. Isso permite manter o radar desligado, diminuindo a chance de algum inimigo consiga detectar a presença do J-10, uma vez que a operação do radar, por ser um sistema ativo, denuncia sua presença para os sensores adversários.
O J-10B recebeu um sistema de alerta e aproximação de míssil MAW que é montado dos dois lados, próximo a base da empenagem vertical e um sistema, aumentando o nível de consciência situacional para o piloto.
Acima: Fotos de equipamentos de radar chineses são raras. Aqui uma foto do radar AESA KLJ-10 de um J-10B.
O armamento do J-10 é composto por um canhão duplo Gryazev-Shipunov GSh-23 em calibre 23 mm (o mesmo usado nos veteranos caças MIG-21 entre outros caças da época soviética), cuja cadência chega a 3600 tiros por minuto e o alcance efetivo é de 1000 metros aproximadamente.
Para missões ar ar, o J-10 pode operar com mísseis ar ar de curto alcance PL-8, variante chinesa, legalmente licenciada do famoso míssil israelense Python III, usado pela FAB em seus F-5EM. este míssil, embora esteja operacional, já tem suas capacidades bastante inferiores aos mísseis de 4º e 5º geração. Seu sistema de guiagem é por infravermelho com capacidade "all aspect", o que significa que ele pode ser lançado contra um alvo de qualquer angulo, incluindo de frente, tendo um alcance máximo de 15 km e um alcance minimo de 500 metros. O sensor possui capacidade de engajamento de  30º de varredura para cada lado, o que o coloca em desvantagem contra modernos mísseis com alta capacidade off boresight, como o R-73 russo, ou o AIM-9X norte americano. O míssil de curto alcance chinês PL-9 também faz parte do arsenal J-10  que já possui capacidade de engajamento off boresight (fora da linha de visada) de cerca de 60º. Para tanto, este míssil precisa ser operado em conjunto a um sistema HMS (mira montada no capacete). O PL-9 tem alcance de 18 km contra alvos se aproximando pelo setor frontal. Ainda tratando de armamento ar ar de curto alcance, mais recentemente o J-10 teve o mais moderno míssil chinês PL-10 integrado na aeronave. O míssil tem alcance estimado em cerca de 20 km e seu sistema de guiagem é infravermelho que opera integrado com o capacete HMD do piloto permitindo o engajamento da aeronave inimiga em altos ângulos "off boresight" (fora do angulo de visada da aeronave), onde o piloto apenas olha para o alvo e o designa para o míssil através do visor do capacete. O angulo de engajamento do sensor é um dado secreto, mas provavelmente está entre 60º e 90º. O míssil tem vetoração de empuxo, que lhe permite manobrar agressivamente contra um alvo, dificultando qualquer manobra evasiva que o alvo possa tentar para escapar de ser atingido
Acima: O J-10B desta foto está configurado para superioridade aérea com dois mísseis PL-12 de médio alcance nos cabides internos e dois mísseis PL-10 nos cabides externos, além de três tanques de combustível.
Para combate ar ar além do alcance visual (BVR), o J-10 pode lançar os mísseis PL-11 e o moderno míssil PL-12. O PL-11, mais antigo, é derivado do míssil italiano Aspide, do qual a China tinha licença para fabricar. O modelo, inicialmente operava, apenas, com radar semi ativo, obrigando a aeronave lançadora a manter seu radar apontado para o alvo engajado até o míssil acertar ele. Porém, uma versão aprimorada, chamada PL-11B recebeu um radar ativo que permite o modo de engajamento dispare e esqueça. O PL-11 tem alcance de 50 km aproximadamente. Já o míssil PL-12, se assemelha ao míssil norte americano AIM-120 AMRAAM. Esta arma foi projetada, desde o início como um míssil de médio alcance com radar ativo e com pequenas superfícies de controle de voo, que facilitam seu uso em compartimentos internos de aeronaves stealth. Seu alcance é de cerca de 80 km e a arma também é usada no caça sino-paquistanês JF-17, também já descrito nas paginas do WARFARE blog.
Já, para missões de ataque ao solo, o J-10 pode operar com uma relativa grande variedade de bombas guiadas como o modelo LT-2 de 500 kg, guiado por laser, bombas guiadas por satélites de posicionamento global LS-6, de 500 kg, que possui capacidade de planeio podendo atingir um alvo a 60 km com uma margem de erro menor que  15 metros, bombas GB-2 e GB-3.
O J-10 pode operar missões de supressão de defesa anti-aérea usando o míssil YJ-91 que é uma versão local do míssil russo Kh-31P, sendo que seu sistema de guiagem busca as emissões de antenas de radares inimigos para seguir e destruir. Seu alcance é de 120 km.
Também fazem parte do arsenal do J-10, os casulos lançadores de foguetes não guiados.
Acima: A China desenvolveu uma família de bombas guiadas por satélites, nos moldes das bombas JDAM dos Estados Unidos. Aqui a versão mais leve da bomba guiada por GPS LS-6, com 50 kg, é, ainda, mais leve que a bomba GBU-39 SDB, menor bomba guiada por GPS em uso na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) 
A China é a única nação que faz uso do J-10. O Paquistão, tradicional aliado da China, quase recebeu um esquadrão de caças J-10B, porém, houve o cancelamento da encomenda do modelo devido a industria chinesa estar desenvolvendo um caça leve/ médio com características de baixa reflexão (stealth), batizado de  FC-31 Gyrfalcon que terá forte foco no mercado de exportação e que, terá algumas vantagens sobre o J-10. Não há, no entanto, como negar que o J-10, principalmente nas versões B e C, entregam um caça com uma boa relação custo benefício e que seria muito bem sucedido no mercado de caças se não houvesse a grande desconfiança deste diante de produtos fabricados na China. O preço de um J-10B é estimado em torno de U$ 40 milhões de dólares cada, o que o posiciona como uma aeronave de menor custo de aquisição que os caças de 4º geração ocidentais, entregando um desempenho bastante convincente na arena de combate aéreo.
Acima: O J-10B em primeiro plano está armado com mísseis anti-radar YJ-91 capazes de destruir uma antena de radar a 120 km de distancia.

Acima: Uma decolagem com pós combustor a plena força deste J-10B, ainda equipado com o motor russo AL-31FN.

Acima: O J-10A em três vistas.

VÍDEO


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domingo, 17 de novembro de 2019

EUROFIGHTER TYPHOON. O feroz defensor dos céus europeus.


FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade de cruzeiro: * Mach 1 (1234 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2 (2469 km/h).
Razão de subida: 18900 m/min.
Potencia: 1.12.

Carga de asa: 64 lb/ pé².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro 
instantânea: 31º/s.
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 20000 m.
Raio de ação/ alcance: 1390km/ 2780km
Alcance do radar: Euroradar CAPTOR 185 km.
Empuxo: 2 motores EJ-200 com 9200kgf (pós combustor) cada e 6073 kg de empuxo seco.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,96m.
Envergadura: 10,95m.
Altura: 5,28m.
Peso: 11000 kg.

Combustível Interno: 11020 lb.
ARMAMENTO
13 pontos fixos de armamentos podendo transportar até 7500 kg de armas, tanques de combustivel e casulos de reconhecimento e designação de alvos.

Ar Ar: Mísseis AIM-120 Amraam, Meteor, AIM-9 Sidewinder, AIM-132 Asraam, IRIS-T.
Ar terra: Mísseis Storm Shadow, Taurus MAW, Brimstone; mísseis AGM-65 Maverick; mísseis AGM-88E HARM; Bombas Guiadas a laser da família Paveway III e IV; bombas guiadas por GPS como as SDB e JDAM.

Interno: Um canhão Mauser MK 27 de 27 mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
Os países europeus que participam da OTAN sempre tiveram uma situação delicada com relação a sua defesa. No período da guerra fria, um eventual confronto entre a União Soviética e os Estados Unidos liderando seus aliados europeus, levaria o caos para o território europeu, principal campo de batalha nessa situação. A defesa aérea destas nações representa um aspecto critico para a estratégia de sobrevivência e mesmo, dissuasão contra o poderio representados pelas milhares de aeronaves de combate que a então União Soviética dispunha. A evolução das capacidades dos mais modernos projetos soviéticos, o MIG-29 Fulcum e o Su-27 Flanker obrigaram os europeus, assim como os americanos a correrem atras de projetarem novas aeronaves que fossem capazes de enfrentar as novas ameaças. Os europeus, se juntaram para desenvolver um novo caça que atendesse as necessidades de defesa das nações envolvidas no projeto. 
Inicialmente, os países envolvidos para o desenvolvimento do que era chamado de "FEFA" ou Future European Fighter Aircraft, eram Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Espanha. A França tinha intenção de impor alguns de seus requisitos para poder ser o projetista da aeronave, porém, isso causou divergências entre os sócios do programa o que acabou resultando na saída da França deste programa, e  no desenvolvimento  do caça Rafale, já tratado nas paginas desse blog. Os ingleses tinha um protótipo de uma aeronave de demonstração de tecnologia, chamada de EAP (Experimental Aircraft Programme) que se enquadrava na configuração que estava sendo estudada para o novo caça europeu. A partir dai foi criado, em 1986, o consórcio Eurofighter para o desenvolvimento e montagem dos caça que passou a ser chamado de Typhoon, e teria como base o modelo do EAP britânico, para ser o novo caça de superioridade aérea e, posteriormente para missões de ataque também, das quatro nações europeias remanescentes do estudo original: Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha. 
Acima: O protótipo demonstrador de tecnologia EAP foi base para o desenvolvimento do Eurofighter Typhoon. Embora semelhantes deforma geral, o Typhoon tem linhas mais suaves e melhor desempenho.

O Typhoon substituiu vários modelos de aeronaves de combate como por exemplo o Tornado F-3 na Inglaterra, o velho F-104 Starfighter italiano, o clássico F-4F Phanton II alemão, e os Mirage F-1 espanhóis. Todos estes modelos tinham limitação elevada para enfrentar os manobráveis e bem equipados caças russos de 4º geração. Quando se compara os dados e especificações de cada uma destas aeronaves contra os dados do Typhoon, fica claro que a evolução do novo caça foi excepcionalmente grande. 
A propulsão do Typhoon é feita por dois motores Eurojet EJ-200, cujo empuxo máximo é de 9200 kgf, com a pós-combustão, e 6073 kgf com empuxo seco. Este moderno motor, teve seu desenvolvimento feito em paralelo com desenvolvimento do Typhoon. Quando o primeiro protótipo do Typhoon estava pronto, os motores, ainda não tinham sido entregues, sendo que acabaram por instalar a mesma turbina dos Tornados neste protótipo, a RB-199 para iniciar os testes de voo.

Acima: Os dois motores turbofan Eurojet EJ-200 garante um desempenho de voo muito bom para o Typhoon. 

O Typhoon foi desenvolvido para ter um desempenho de curva muito elevado, e por isso a escolha pela configuração delta com canards ativos foi natural, pois ela permite taxas de giro instantâneas e sustentada bem altas. No caso do Typhoon, sua taxa de giro instantânea é de 31º/ seg a uma velocidade de mach 0,7, índice muito melhor do que se consegue com um F-16 e mesmo que um Su-27 Flanker. Só os caças JAS-39 Gripen e Rafale, da França, conseguem igualar essa marca em desempenho de curva, justamente devido a suas configurações delta canards. Outro ponto a favor do Typhoon é sua elevada relação empuxo peso, de 1,15 e sua baixa carga de asa de 63,9 lb/ pé², que beneficiam sua agilidade e manobrabilidade. A estrutura do avião suporta acelerações de gravidade da ordem dos 9 G positivos e 3 G negativos. Como se pode ver, o Typhoon seria um adversário indigesto em combate de curto alcance ou dogfight, como é chamado no meio aeronáutico esse tipo de batalha.

Acima: Um dos pontos em que o Typhoon é mais forte quando se compara com outros caças é sua agilidade e manobrabilidade. Aqui podemos ver um Typhoon T1 (versão biplace) entra em uma curva em alta velocidade.

Porém, na atualidade, as chances de um combate aéreo evoluir para o doghfight estão bastante diminuídas devido a evolução da eficiência dos sensores como radares, dos sistemas de detecção passivos como o IRST e dos mísseis de médio e longo alcance, que permitem destruir os inimigos a distancias que excedem o campo visual. Aqui o Typhoon tem uma característica positiva e outra nem tanto. O ponto positivo é que ele tem um bom radar de varredura mecânica Euroradar CAPTOR, capaz de detectar um caça inimigo com 5 m2 de RCS (um MIG-29 por exemplo) a 185 km. Muito em breve, um novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) chamado CAPTOR-E desenvolvido no programa CAPTOR Active Electronically Scanned Array Radar (CAESAR), que além de poder lidar com um numero muito maior de alvos simultâneos e também terá seu alcance aumentado para 278 km contra alvos de 5m2 de RCS. Estima-se que uma aeronave de baixa detecção como o F-35 poderia ser detectado a 60 km com este moderno radar que deve entrar em serviço até o final de 2014. Outro sensor é o sistema IRST PIRATE que faz a busca passiva do dos alvos através da busca de radiação infravermelho (calor) a distancias de 55 km aproximadamente. O ponto negativo é que o Typhoon não é furtivo aos radares inimigos embora seu RCS seja pequeno (0,75 m²), ele pode ser engajado por um inimigo a longas distancias ainda. Assim, a tática e os sistemas de guerra eletrônica como o sistema DASS (defensive aids sub-system) constituído de um sistema de alerta de aproximação de mísseis, um sistema de contra medidas eletrônicas de proteção, um sistema de isca rebocado para desviar mísseis guiados por radar, lançadores de chaff e flares da Saab Tech Eletronics e um interferidor (jammer) montado num pod a bombordo da aeronave que permite iludir os sensores de radar inimigos sobre a real posição do Typhoon.
O piloto do Typhoon usa um capacete do tipo HMS (Helmet Monted Sight) que opera totalmente integrado ao sensor PIRATE e ao radar da aeronave, mostrando os dados coletados diretamente na viseira do capacete, sendo que ainda, as armas do Typhoon também podem ser apontadas pelo capacete simplesmente olhando para o alvo. Esse recurso é, particularmente bom em combate de curta distancia onde os mísseis guiados pelo calor podem ser lançados fora da linha de visada da aeronave (capacidade off boresight).

Acima: O novo radar CAPTOR-E, mostrado nessa foto dará, maiores capacidades de combate para o Typhoon.


Acima: O cockpit do Typhoon não é o mais moderno do mundo, mas mesmo assim, permite uma pilotagem com reduzido estresse de trabalho.

O Typhoon pode ser armado com um grande leque de armamentos de muitas origens, o que facilita muito sua adaptação por novos clientes. O avião pode operar em missões de combate aéreo e de ataque a superfície, porém, inicialmente, os primeiros exemplares, identificados como "Tranche 1" eram limitados a missões ar ar, como patrulha aérea de combate, interceptação e escolta. Já a versão Trenche 2 já tem uma capacidade de ataque a alvos terrestres, e a versão Trenche 3 terá total capacidade multimissão. 
Para combate aéreo, o Typhoon pode ser armado com mísseis norte americanos AIM-9M Sidewinder (sendo substituído atualmente por armas mais modernas e capazes) guiado por infravermelho (IR), e com alcance de 18 km aproximadamente. 
Os mísseis de curto alcance, guiados a calor de 4º geração como o britânico AIM-132 Asraam, são capazes de atacar um alvo posicionado a 90º em relação ao avião (isso é o que se conceitua como capacidade off boresight, e é nessa situação onde o capacete HMS opera integrado ao sensor de busca do próprio míssil para designar o alvo). O alcance dele chega a 15 km. Outro ótimo armamento disponível é o míssil IRIS-T, de projeto alemão, e fabricação multinacional, tem a mesma capacidade de adquirir alvos off boresight a 90º, e um alcance de 12 km. Para combate aéreo além do alance visual, o armamento usado nesse momento é o AIM-120 Amraam, guiado por radar ativo e com alcance de 105 km contra um alvo em rota de colisão. Porém, mesmo sendo um ótimo míssil, o Amraam deverá ser substituido em breve pelo moderníssimo míssil Meteor, fabricado pela MBDA propulsado por um motor RAMJET, consegue alcance de cerca de 140 km, sendo guiado por radar ativo também.

Acima: O novo míssil MBDA Meteor vai dar ao Typhoon uma das melhores capacidade de engajamento de médio e longo alcance. Este míssil será o mais avançado do mundo quando entrar em serviço nos próximos anos.

Para atacar alvos terrestres, a gama de armas disponíveis é, igualmente variada. Além de bombas guiadas a laser Paveway III GBU-24 de 907 kg e as modernas Paveway IV, de guiagem dual, sendo usado um sistema laser semi ativo e GPS. As novas bombas GBU-39 SDB, assim como suas irmãs maiores JDAM, ambas guiadas por GPS, também podem ser usadas nas versões mais recentes do Typhoon. 
Também estão integrados mísseis AGM-65 Maverick para serem usados contra alvos terrestres moveis  (tanques), ou fixos, mísseis de cruzeiro Storm Shadow, com alcance de 250 km, transportando uma ogiva de penetração anti bunker de 450 kg de explosivos. O sistema de guiagem desta arma é feito por GPS, TERPROM (segue o terreno em voo de baixa altitude evitando ser detectado por radares) e com guiagem terminal por infravermelho. O míssil de cruzeiro Taurus KEDP-350, com alcance que excede os 500 km com uma grande ogiva de 480 kg também estará disponivel quando entrar em serviço em 2018. Os pequenos e altamente capazes misseis BRIMSTONE, podem ser transportados em cachos triplos, o que permite o Typhoon operar em apoio aéreo aproximado de forma eficaz. Este míssil tem alcance de 20 km, sendo guiado por radar de ondas milimétricas, e laser. Para atacara antenas de radares inimigos, o Typhoon pode operar o mísi AGM-88 HARM, de fabricação norte americana, podendo ser lançado a 150 km (alta altitude) e ele voa direto para o emissor de ondas de radar inimigos. 
O armamento orgânico é composto por um canhão Mauser BK-27 em calibre 27 mm com cadência de 1700 tiros por minuto, com uma capacidade de armazenar 150 munições.
Acima: Nesse desenho podemos ver o arsenal que os Typhoons da força aérea inglesa (RAF) usam.

Embora de uma forma geral, os países europeus sempre foram relativamente bem equipados em todos as suas forças armadas, um olhar mais atento para os equipamentos usados pelas principais nações europeias da OTAN, justamente os países que se juntaram para desenvolver o Typhoon , se perceberá que os caças usados nas décadas de 70 e 80 eram tinham bom desempenho de velocidade, e alguns deles tinha uma respeitável capacidade de combate fora do alcance visual (BVR), porém, nenhuma era ágil o suficiente para enfrentar um combate de curta distancia tão formidavelmente quanto o Typhoon é capaz. Fora isso, a aeronave é muito eficaz em combate BVR por ser adequadamente equipada com sensores e armamentos modernos, além de ter um baixo índice de reflexão de radar (o RCS do Typhoon é de cerca de 0,75 m² de RCS) o que, embora no o coloque na classificação de "aeronave furtiva" ou "invisivel" como gosta de mencionar a media leiga, no minimo o coloca como uma aeronave particularmente "chata" do radar inimigo encontrar a longas distancias. O Typhoon, uma aeronave de 4º geração, poderá, devido a suas ótimas qualidades, se manter em serviço além de 2030, quando poderemos ter o primeiro projeto de 6º geração a entrar em serviço.

Acima: Um Typhoon se aproxima para aterrissagem. Notem os mísseis AIM-132 Asraam nos cabides externos das asas.