sábado, 23 de janeiro de 2016

FRAGATA CLASSE HORIZON Novos horizontes na cooperação naval europeia

FICHA TÉCNICA  
Tipo: Fragata de escolta antiaérea
Tripulação: 180 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 2007.
Deslocamento: 6700 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 153 m.
Boca: 20,29 m.
Propulsão: 2 turbinas a General Electric LM2500 Avio  que desenvolvem 31280 Hp e dois motores a diesel SENT Pieltick 12 PA6 STC com 5875 Hp.
Velocidade máxima: 29 nós (54 km/h).
Alcance: 12963 Km.
Sensores: Radar multi-função tridimensional Selex SPY 790 EMPAR com 150 km de alcance; radar de busca  Selex/Thales S1850 SMART L com 400 km de alcance: radar de navegação Selex GEM SPN 753G(V)10; radar de controle de fogo Selex NA-30S (Versão francesa) e Selex NA-25X (versão italiana); Sonar Thales UMS 4110 CL
Armamento: AAW: 1 lançador Sylver A-50 de 48 células para mísseis Áster 15/ 30, ASuW :2 lançadores de 4 mísseis anti-navio MBDA MM-40 Exocet Block III (versão francesa) ou MBDA Tesseo (versão italiana), 2 canhões Oto Melara de 76 mm, 2 canhões antiaéreos F-2 em calibre 20 mm (versão francesa) ou Oto Melara/ Oerlikon de 25 mm (versão italiana), e 2 lançadores duplos B-515/3 de torpedos MU-90.
Aeronaves: Um helicóptero Agusta/ Westland EH101 Merlin  ou um NH-90 ASW.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O projeto da fragata de guerra antiaérea da classe Horizon era um programa multinacional com a participação da Inglaterra, França e Itália que teve início em 1992. Porém, a Royal Navy (Marinha da Inglaterra) tinha a necessidade de um navio com armamento um pouco mais pesado, capaz de proteger sua frota em ambientes hostis. Por isso, em 1999 a Inglaterra se retirou do programa seguindo com um desenvolvimento próprio de um navio um pouco mais pesado, a Type 45, já descrita neste site. Assim, a França e a Itália seguiram sozinhas no desenvolvimento do programa Horizon, sendo que cada país encomendou duas unidades desta classe incorporando pequenas diferenças entre suas versões de acordo com suas necessidades. Essas fragatas foram construídas pela Horizon SAS, uma joint venture entre a Armaris  (Thales e DCN) da França e as empresas italianas Fincantieri e Finmeccanica. O primeiro navio, desta classe, o Forbin, começou a ser construído em 2002 e foi comissionado em dezembro final de 2008 para a marinha da França (O primeiro exemplar da marinha italiana "Andrea Doria" foi comissionado um ano antes, embora sua construção tenha começado alguns meses depois).
A missão principal das fragatas da classe Horizon é a defesa antiaérea contra ataques de saturação com mísseis anti-navio. Mesmo o projeto tendo este objetivo, ainda sim, o navio conta com uma poderosa capacidade anti-submarina.  A Horizon está configurada para ser enviada rapidamente e a longas distâncias  e tem quantidade de combustível e suprimentos para 45 dias no mar.
Acima: A Horizon é uma fragata relativamente grande para sua categoria e seu desenho evidencia preocupação com a redução de sua reflexão radar com linhas limpas e em ângulos.
O sistema de comando e controle está sendo desenvolvido pela Eurosysnav, que é uma joint venture entre a Armaris e a Finmeccanica e será baseado no sistema de dados de combate Senit 8. O sistema de transferência de dados (DTS) é fornecido pela Selex Sistemi Integrati. Já o sistema de comunicação totalmente integrado está sendo desenvolvido pela NICCO Comunications  SAS, uma joint venture entre a Thales Commnications e a Marconi Móbile SpA. A suíte de comunicação inclui dois sistemas de Data Link, o link 11 e o link 16 para compartilhamento de dados no padrão OTAN. O sistema de navegação integrado é fornecido pela Sagem e pela Selex. O controle de fogo dos canhões de 76 mm é o Selex NA-25X no modelo Italiano e Selex NA-30S no modelo francês. Está instalado, ainda, o sistema de busca e rastreio infravermelho SAGEM Vampire MB (IRST) que faz busca dos alvos pelo calor que eles emitem.  O sensor principal da Horizon é o radar Thales/ Selex S-1850M SMART-L, de busca de superfície e aérea, com um alcance de 400 km contra alvos grandes voando alto (um bombardeiro, por exemplo), que trabalha de forma integrada com o radar de abertura sintética multi-função Selex SPY-790 EMPAR com capacidade de detectar alvos e rastrear 12 deles a um alcance de 150 km. O radar S-1850 M passa a informação sobre os alvos que se mostrem suspeito ou ameaçadores para o radar EMPAR, para que este faça a mira e controle de fogo para o sistema de mísseis antiaéreo Aster. Para navegação é usado um radar Selex SPN 753(V)10. Para detecção submarina está instalado um sonar de casco Thales UMS 4110 CL de longo alcance.
Acima: O "globo" na parte alta do mastro da Horizon é o radar Selex SPY-790 EMPAR que faz o controle de fogo do principal sistema de combate do navio, seus mísseis Aster.
Os navios da classe Horizon contam com modernos e eficientes sistemas de defesa contra radares inimigos e contra armamentos como mísseis anti-navio e torpedos que eventualmente sejam lançados contra o navio. Os navios franceses são equipados com dois lançadores de iscas Sagen DGDS que operam integrados aos sensores do navio e reagem automaticamente quando uma ameaça for detectada. Este sistema é eficaz contra mísseis anti-navio e torpedos. Já no modelo italiano, o lançador de iscas é fornecido pela Oto Melara/ Selex SCLAR-H que opera da mesma forma.
Para enfrentar ataques de torpedos, especificamente, há um sistema de defesa dedicado chamado Contralto V fabricado pela DCNS que fornece dados para manobras evasivas além de lançar iscas automaticamente. O sistema emite, ainda, uma série de sinais acústicos que saturam o sonar do torpedo inviabilizado a capacidade do torpedo de encontrar o navio.
O navio está equipado com um sistema de interferência ECM Electtronica Nettuno 4100 que opera de forma ativa contra os radares inimigos dificultando a localização exata da Horizon.
Acima: A Horizon possui sistemas desenvolvidos para interferir nos radares inimigos, dando uma agressiva capacidade de guerra eletrônica.
O armamento instalado nos navios da classe Horizon é, primariamente, voltado para a guerra antiaérea. Por isso o principal armamento do navio é o lançador vertical Sylver A-50 da DCNS para 48 mísseis antiaéreos Áster 15 e Áster 30. O primeiro tem alcance de 30 km e o segundo alcança 100 km.  Foram instalados dois canhões de fogo rápido de 76 mm da OTO Melara que atinge uma cadência de 120 tiros por minuto e um alcance de 16 km, quando usando munição de alto explosivo (HE). Alguns armamentos usados nos navios franceses e italianos diferem, embora esses dois armamentos apresentados até aqui sejam comum aos dois navios. Na fragata Forbin, versão francesa da Horizon, há dois canhões automáticos F-2 em calibre 20 mm enquanto que na versão italiana, Andrea Doria, há dois canhões Oto Melara/ Oerlikon de 25 mm. A capacidade anti navio das duas variantes da Horizon é diferente também. No navio francês foi instalado 2 lançadores quádruplos para a ultima versão do famoso míssil MBDA Exocet, a versão MM-40 Block III que teve seu alcance bastante estendido, passando dos tímidos 70 km para 180 km nessa versão. Seu sistema de guiagem se dá por radar ativo com apoio de sistema GPS. Já a fragata italiana, usa o míssil MBDA Otomat / Teseo MK-2 no lugar dos Exocet. O míssil Otomat MK-2 tem alcance de 180 km, sendo um armamento similar ao Exocet francês. Seu sistema de guiagem se dá por radar ativo com suporte por data-link que faz a correção do curso do míssil em direção ao alvo e sua ogiva tem 210 kg de alto explosivo. Para combater submarinos, as Horizon usam dois lançadores duplos B515/3 para torpedos leves Eurotporp MU-90 cujo alcance é de 23 km e sua guiagem se dá por sonar ativo/ passivo.  A Horizon opera um helicóptero médio NH-90 no navio francês e um  AW-101 Merlin no navio italiano. Estes helicópteros podem ser usados para guerra antissubmarino ou busca e salvamento.
Acima: O lançador vertical Sylver A-50 comporta 48 mísseis antiaéreos Aster 15 ou Aster 30 que permitem a Horizon enfrentar ataques aéreos de saturação.
A propulsão da Horizon é do tipo diesel elétrica (CODAG), com 2 turbinas a gás da General Electric LM2500/ Avio que produzem 53 MW de energia cada e que desenvolvem 31280 Hp de potência e 2 motores a diesel SENT Pieltick 12 PA6 STC que produzem 8 MW cada e 5875 Hp de potências. Esse arranjo movimenta duas hélices com 6 laminas que leva a Horizon a uma velocidade máxima de 29 nos (54 km/h). O alcance da Horizon é de 12963 km quando navegando a uma velocidade econômica de 18 nos (33 km/h). Como se pode ver, trata-se de um navio para águas azuis, com total capacidade de escolta de grandes grupos de batalha para qualquer ponto do planeta.
Acima: A Horizon tem excepcional capacidade marinheira. Seu design do casco e seu grupo propulsor permite navegação em qualquer tipo de condição do mar.
Tanto a marinha francesa quanto a italiana são instituições de grande tradição na história. Seus navios são, normalmente referência em termos de capacidade de combate além de exportadores tradicionais de navios de guerra. A classe Horizon mantem a tradição acesa através de um navio cuja classificação de fragata pode até ser considerada subdimensionada uma vez que esses navios tem capacidade análogas a destróieres. Com um elevado custo de cerca de U$ 770 milhões de dólares cada unidade, o navio é considerado caro para essa categoria de navio e por isso cada marinha recebeu apenas duas unidades desta classe, sendo que Itália e França são parceiras em um outro avançado navio, a FREMM, já descrita neste site e que custa cerca de 35% menos e entregam uma capacidade de combate similar.
Acima: O grande alcance das fragatas da classe Horizon permitem a elas operarem em escolta de grandes grupos de batalha centrados em porta aviões.

Acima: A França e a Itália operam um helicópteros NH-90 em suas fragatas Horizon. O AW-101 da Agusta/ Westland é uma opção que também pode ser usada.



ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM CENAS DA CLASSE HORIZON.


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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

PROJETOS SECRETOS BRASILEIROS: o CTA/Heliconair HC-I Convertiplano

A matéria a baixo foi produzida pelo amigo e colaborador Frederico Victor, sócio na empresa Usina dos Kits e da Agência de Marketing Digital. Formado em engenharia de computação pela Universidade federal do Espirito Santo. Plastimodelista apaixonado, é um entusiasta de aviação, navios e carros militares desde pequeno. Seja bem vindo as paginas do WARFARE Frederico Victor!
DESCRIÇÃO
Traduzido por Frederico Victor via USINA DOS KITS
O texto original da IRMA(reproduzido com autorização) pode ser lido aqui.

Apesar de a Alemanha, Reino Unido e França se concentraram com certo sucesso no conceito de convertiplanos antes da IIGM, nenhum deles efetivamente criou nada, nem mesmo durante o conflito. Convertiplanos são aeronaves que contém os motores conteiráveis (geralmente turbo-propulsores) nas asas,  dando às aeronaves capacidade V/STOL(Decolagem e Pouso Verticais/Curtos). Após a guerra, os EUA e a URSS engajaram-se nos estudos de tais aeronaves, assim como os países citados anteriormente.

Praticamente desconhecido do grande público eram os eventos que ocorriam no Brasil e Argentina na mesma época. Após a IIGM o mundo soube que os alemães puseram no ar em 27/8/39 o Heinkel He-178, que foi o primeiro avião com motor com turbojato de fluxo axial do mundo, seguido do italiano Caproni-Campini CC.2/N.1 em 1940. Só mais tarde(ainda que no mesmo ano) chegariam os britânicos com o Gloster E.28/39 Pioneer que teve a primazia no uso do motor de jato centrífugo. Os EUA aparecem em quarto com o Bell P-59 Airacomet que era dotado de dois motores centrífugos seguidos de perto pela URSS com o seu Mikoyan-Gurevich MiG-13 com motorização híbrida(ele contava com um jato e um motor à pistão combinados) em abril de 45. O Japão se uniria a esse grupo com Nakajima J9N1 Kikka e, após o fim das hostilidades, os franceses apresentaram o Sud-Ouest SO-6000 Triton e os suecos vieram com o SAAB J-21R. Mas é aqui que o povo ao norte do Equador ficou chocado com duas novidades surgidas de países totalmente incomuns: a Argentina apresentou o IAe Pulquí com um turbojato centrífugo em agosto de 1947 e o Brasil fez o roll-out do CTA Heliconair(hoje EMBRAER) HC-I Convertiplano motorizado com um turbina Armstrong-Siddeley Double Mamba ASMD! Posteriormente se equipou a aeronave com o motor Wright R-3350DA3. Enquanto os argentinos emplacaram o primeiro caça a jato do Cone Sul, os brasileiros criaram o primeiro convertiplano totalmente funcional do MUNDO.
Acima: Bancada de testes do motor, caixas de transmissão e atuadores.
O kit da IRMA é a primeira reprodução baseada no design inicial da aeronave. O leiaute da aeronave é tal que a cabine é cercada pela entrada de ar, parecida com o Leduc 010 francês. As asas foram extensamente reprojetadas  para comportar o sistema de conteiramento dos motores para o perfil de vôo V/STOL. Essa aeronave foi desenvolvida pelo Dr.Heinrich Focke, que era membro da Focke-Wulf Flugzeugbau AG, que chegou em terras brasilis em 1950. Ele tentou criar o Focke-Achgelis FA-269 antes de a guerra terminar, mas não teve sucesso com a situação caótica em que se encontrava o Terceiro Reich conseguindo apenas montar um protótipo. Ele pôde continuar seus estudos no Centro Técnico Aeroespacial que o ajudou com fundos e infra-estrutura.
Acima: Herr Dr.Focke com a maquete do helicóptero Focke-Achgelis FA-223 Drache (dragão).
Dr.Focke queria uma turbina Armstrong-Siddeley Double Mamba ASMD pelo tamanho compacto mas que entregava um ótimo empuxo. Infelizmente o governo inglês negou exportar o motor para o nosso país (curiosamente foi o mesmo governo que cedeu, poucos anos antes, a turbina Rolls-Royce Nene à URSS). Assim sendo, Dr.Focke repensou seu projeto e decidiu-se por usar o Wright R-3350-DA3 Turbo Compound de 18 cilindros devido à sua disponibilidade num Super Constellation que estava no CTA. Isso, claro, tornou a aeronave muito mais pesada e exigiu admissão de ar bem maiores, assim como novos escapes e naceles. Após o fim dos trabalhos de adaptação o aparelho foi renomeado como HC-Ib e o Brasil teve autorização para importar 4 turbinas General-Electric GE T-58  que eram pequenas e leves o suficiente para o protótipo, que passou a se chamar HC-II. Após esse tempo, o destino da célula ficou incerto, já que houve mudanças de governo, ocasionando a volta do Dr.Focke para a Alemanha. Especula-se que a única célula existente do HC é a Ib, mas o CTA não tem mais recordes do seu paradeiro desde os anos ’60, quando o HC-Ib tinha sido transladado para um aeródromo auxiliar do Centro Técnico apenas com uma pintura verde bambu para proteção das intempéries.
Acima: Esquemático com o motor Wright que fica em posição centralizada na célula. São mostradas as caixas de transmissão e os eixos.

Acima: Modelo em resina da IRMA em 1/72 demonstrando as asas em posição de vôo.

Acima: O mesmo kit com as asas em posição e decolagem/pouso/planeio.
A IRMA(International Resin Modelers Association) gostaria de iniciar um processo de restauração dessa maravilhosa peça da história da aviação e que faz parte do legado técnico brasileiro. Por favor, se você tem alguma informação sobre o status dessa aeronave entre em contato conosco(ou com a IRMA).
Acima: As últimas imagens conhecidas do HC-I.

Acima: Imagens retiradas de algum aeródromo nas imediações do CTA na década de ’60.

Para mais informações sobre o convertiplano, acesse aqui. O preview do kit da IRMA pode ser visto aqui.

O Brasil deve se orgulhar de mais esse capítulo de sua história aeronáutica que começou com o 14-bis e conta com o CBA-123, AMX, Tucano/Super Tucano, Brasília, Bandeirante, o R-99A/B, o 1ºGAvCa e a 1ºELO na Itália.

Para você que é ligado em modelismo, a Usina dos Kits é uma fonte de conhecimento e diversão. Adquira seus kits na Usina dos Kits.


sábado, 26 de dezembro de 2015

MAGPUL MASADA/ BUSHMASTER REMINGTON ACR - Atualização Full Metal Jacket


Olá amigos.
O blog Full Metal Jacket foi atualizado com uma matéria sobre o fuzil ACR desenvolvido nos Estados Unidos. Trata-se de um armamento caro, porém de maior qualidade e efetividade que o velho conhecido AR-15/ M-16. Para conhecer melhor esta arma entre em: http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2015/12/magpul-masada-bushmaster-remington-acr.html
Abraços

terça-feira, 22 de dezembro de 2015


BOAS FESTAS A TODOS OS NOSSOS LEITORES E A NOSSOS COLABORADORES QUE NOS AJUDARAM COM O EXCELENTE TRABALHO DE DIVULGAÇÃO DA TECNOLOGIA MILITAR EM 2015. QUE 2016 SEJA UM ANO DE MAIS CONQUISTAS E REALIZAÇÕES.

domingo, 13 de dezembro de 2015

BERETTA 92. Clássico design italiano


FICHA TÉCNICA
Calibre: 9X19 mm, .40 S&W (Beretta 96)
Peso: 975 gr (Descarregada).
Capacidade: 15+1 em 9 mm, 10+1 em .40 S&W (Beretta 96).
Comprimento do cano: 4,9 polegadas.
Comprimento total: 21,7 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Recuo curto do cano
Mira: Alça ajustável e massa fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O universo das armas de fogo é caracterizado por não haver uma evolução tão acentuada na tecnologia de funcionamento mecânico das armas. Basicamente o que temos são aperfeiçoamentos técnicos de tecnologias que já são usadas a muitas décadas e algumas até de um século. Já tratei aqui de uma arma que se encaixava dentro dessa condição. A pistola Colt M-45A1, a mais moderna derivada da velha guerreira M-1911 projeta pelo gênio John Moses Browning que acabou de ser adotada pelo corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos (US Marine Corps). Uma arma cujo sistema de funcionamento, independentemente de ter recebido aprimoramentos, é um mecanismo de mais de 100 anos! O que importa é que a a arma opera de forma que se aproxima da perfeição. Não há nada que seja absolutamente superior a ela que justifique alegar sua obsolescência. Por isso, mais uma vez, vou tratar de uma arma cujo projeto também remonta de muitas décadas atrás, mas que suas qualidades relacionadas e extrema confiabilidade, ótima precisão, e bom sistema de segurança, a tornam ainda uma  escolha natural por muitas forças armadas e policiais do mundo todo. A pistola Beretta 92, é um dos mais conhecidos produtos da Itália. Sua fama vem de vários elementos, dentre eles, seu desenho diferenciado com a maior parte do cano exposta sobre o ferrolho, sua ótima confiabilidade, precisão e um belíssimo acabamento.
Acima: A antiga pistola Beretta M-1951 foi a base do projeto das bem sucedida Beretta 92. Seu sistema de operação em ação simples representa uma das diferenças mais marcantes entre as duas armas.
A Beretta 92 descende diretamente do modelo M-1951, mas com aperfeiçoamentos em seu sistema de segurança e funcionamento que levou a um dos maiores sucessos comerciais do universo das armas de fogo. Sua produção se iniciou em 1976 e o Brasil foi a primeira força armada a adotar o modelo já em 1977. Uma das grandes diferenças da Beretta 92 em relação ao modelo 1951 é o sistema de ação dupla de seu gatilho que permite maior praticidade para operar a pistola com uma munição na câmara e com o martelo (ou cão) em posição desarmado, bastando apenas pressionar o gatilho para ocorrer o primeiro disparo, sendo que os disparos subsequentes serão todos em ação simples. Seu sistema de trancamento do ferrolho na culatra é similar ao encontrado na pistola alemã Walther P-38, usada pelos nazistas na segunda guerra mundial.
Acima: Esta rara foto mostra como era a primeira Beretta 92. A tecla liberadora do carregador ficava na parte baixa da empunhadura obrigando o uso das duas mãos para operar a troca de carregadores. 
A Beretta 92 foi projetada para calçar munição 9X19 mm, mais conhecida como calibre 9 mm Parabellum, uma popular munição no ocidente usado pela absoluta maioria das forças militares do mundo e por muitas forças policiais dado a sua grande flexibilidade de uso e tipos de projéteis que garante alto poder de transfixação (desejável em situações de batalha) e ainda, bom, poder de parada (com projéteis expansivos e carga +P). Seu carregador é do tipo bifilar e comporta 15 munições, totalizando 16 tiros quando consideramos uma munição já na câmara da arma.
Com um cano de 4,9 polegadas, a Beretta 92 é uma arma em tamanho full, ou seja, não é projetada para porte velado e sim para porte ostensivo, a mostra.  É uma arma projetada para a guerra e por isso não tem certos "cuidados" que vemos em outros modelos modernos. Sua empunhadura é relativamente volumosa o que pode ser desconfortável para usuários com mãos pequenas, mas mesmo assim, para quem tem uma mão media ou grande, pode sentir uma boa ergonomia.



Acima: A Beretta 92S teve a tecla de segurança posicionada na parte mais alta do ferrolho e só de um lado da pistola. Era uma pequena modificação frente ao modelo original doa modelo 92.
A Beretta 92 é uma pistola de reputação inabalável em relação a sua confiabilidade. Afinal, em 1985, ela passou por uma concorrência para substituir a venerável pistola Colt M-1911 no mais poderoso exército do mundo, o Exército dos Estados Unidos (US Army) onde, em teste, disparou nada menos que 17500 tiros com uma falha registrada. Este dado é simplesmente espetacular mesmo para os dias atuais. O modelo adotado pelo US Army foi batizado de Beretta M-9 e trás algumas modificações em relação as" Berettas civis" como o tratamento no interior do cano (alma) com cromo duro para maior durabilidade desta peça critica, além de inserido uma pequena curvatura a frente da empunhadura para melhorar a ergonomia no momento da visada.
É interessante observar que a Beretta é fabricada com chassis em liga de alumino, o que, por um lado deixa ela mais leve, e por outro, ela é um pouco menos resistente que armas fabricadas em aço.
Acima: A Beretta 92F  foi usada nos testes para o US Army. No teste foram disparados 17500 tiros com uma única ocorrência de falha. Este desempenho é digno de uma das mais confiáveis armas curtas semi automáticas da história.
A Beretta manteve o desenvolvimento do projeto do modelo 92 até hoje tendo fabricado muitas variantes desta ótima pistola de combate. Os modelos de maior destaque são o 92S,  com trava de segurança e desarmador do cão de um lado; 92SB apresenta a trava de segurança e desarmador do cão dos dois lados da arma (ambidestra); 92F teve a empunhadura modificada com uma pequena curva na parte da frente o que melhora a ergonomia (que acabou sendo aproveitado no modelo M-9 do US Army); 92FS, com cão de dimensões aumentadas, tratamento anti corrosão superior, cano com sua alma tratada com cromo duro para maior durabilidade; 92A1 que se trata da versão FS com trilho para acessórios na armação. A Beretta produziu uma variante em calibre .40 chamada Beretta 96 que tem, praticamente, as mesmas dimensões da modelo 92 mas com capacidade reduzida para 11 tiros dado as maiores dimensões. Existem ainda, versões compactas como a Beretta 92FS-C, com cano de 4,29 polegadas e capacidade de 13 tiros.

Acima: O modelo Beretta 92FS trás as principais melhorias mecânicas baseada na experiencia da concorrência para a pistola M-9 do US Army. 
A Beretta apresentou a ultima versão militar do modelo 92, batizada de M-9A3 com o objetivo de se manter como fornecedora do US Army por muitos mais anos ainda. O modelo M-9A3 apresenta uma empunhadura mais reta, seguindo uma recente variante conhecida como Vertec da modelo 92 que traz um angulo que permite empunhar a pistola de uma forma mais natural como se estivesse apontando o dedo indicador para o alvo e que agrega maior facilidade para disparos instintivos, com pouco visada. O cano já vem com uma rosca de fábrica para incorporação de supressores de ruído, os famosos silenciadores. O botão de liberação do carregador foi colocado dos dois lados e em um tamanho maior para facilitar seu acionamento, mesmo em situação de combate quando a adrenalina  a mil por hora dificulta que as coisas sejam feitas de forma correta. O acabamento da arma, é de material hiper resistente e tem uma cor de areia no estilo "deserto" sem brilho. Porém, esse modelo não foi adotado ainda pela aquela força armada. Dado a natural tendência do mercado de armas em manter o consumo de produtos de alta qualidade e de funcionamento altamente confiável, é claro que continuaremos a ver essas clássicas pistolas da Beretta por muitas décadas ainda, mesmo com uma concorrência cheia de modelos mais modernos.
Acima: O modelo M-91A1 trouxe a primeira variante da Beretta com trilho para acessórios na armação.

Acima: A ultima e mais avançada versão da Beretta é o modelo M-9A3 que foi oferecido para substituir as antigas M-9 no US Army. O modelo é comercializado para civis nos democrático mercado norte americano.

Acima: Uma das mais interessantes e desejáveis característica da Beretta 92 é a facilidade com que se pode executar a desmontagem de primeiro escalão para limpeza.

Acima: A compacta variante 92FS-C traz melhor portabilidade para o modelo.

Acima: Holywood usou por muitos anos em inúmeros filmes a Beretta 92. O franquia Duro de matar foi uma dos marcantes trabalhos cinematográficos onde nossa enfocada aparece.

ABAIXO UM VÍDEO COM A BERETTA 92.


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BERETTA 92 - Atualização Full Metal Jacket



Olá amigos.
A famosa fabricante de armas de fogo Beretta, da Itália tem em seu modelo 92 um dos maiores sucessos comerciais da história das armas. E é sobre este modelo que a matéria desta semana no Full Metal Jacket vai tratar. Para conhecer mais sobre esta ótima pistola de serviço entre em: http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2015/12/beretta-92-classico-design-italiano.html
Abraços

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PSM PUMA IFV. O moderníssimo veículo de combate de infantaria alemão.


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 70 Km/h.
Alcance máximo: 520 Km.
Motor: MTU V10 892 diesel e com 1070 hp de potencia.
Peso: 31,5 Toneladas (vazio) e 43 toneladas (totalmente pronto para combate).
Altura: 3,05 m.
Comprimento: 7,30 m.
Largura: 3,7 m
Tripulação: 3+6 soldados equipados.
Armamento: 1 canhão Rheinmetall MK-30-2 calibre 30 mm com 400 granadas; 1 metralhadora HK MG-4 cal 5,56X45 mm  com 2000 munições, 1 lançador duplo de mísseis EuroSpike LR e 6 lançadores de granadas fumigeneas de 76 mm.
Trincheira: 2 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,70 m
Passagem de vau: 1,2 m.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O antigo veículo de combate de infantária Marder, projetado no começo dos anos 1970 já se mostrou inadequada para operar com segurança nos modernos campos de batalha, em especial em situação de guerra assimétrica devido a sua vulnerabilidade as mais recentes armas anti carro que vem surgindo nos teatros de operação (TO). Assim, no final dos anos 1990, o exército alemão (Bundeswehr) iniciou sua busca por um novo veículo que fosse bem mais resistente e que pudesse participar dos combates de forma mais eficaz, além, é claro, de transportar em segurança a infantaria. Uma joint venture entre a  Krauss-Maffei Wegmann (KMW) e Rheinmetall Landsysteme foi formada sob o nome Projekt System Management (PSM) que desenvolveu o novo veículo blindado que recebeu o nome de Puma (Panther).
Acima: O Marder não é adequado para operar no moderno ambiente de guerra moderna. Por isso o projeto do Puma trouxe uma viatura que se mostrou mais capaz em absolutamente todos os aspectos do desempenho e da capacidade de combate.
O Puma é considerado como o mais bem protegido veículo de combate de infantaria da atualidade. Seu projeto trouxe uma modularidade que permite adaptar o veículo a diversas situações, como por exemplo a incorporação de mais blindagens, novas armas e sensores. Porém, mesmo a blindagem básica dele já é admirável. No quadrante frontal, o Puma suporta impactos diretos de munição de canhão de 30 mm e nas laterais e traseira ele aguenta impactos de munição 14,5 mm, muito usado em metralhadoras pesadas dos países sob influencia russa. Essa proteção efetiva levou a um incremento no peso total do veículo que varia de 31,5 toneladas com a blindagem básica de fábrica, a 43 toneladas com todos os módulos de proteção extra,  o deixando com praticamente o peso de um MBT T-72. Ainda para sua proteção, o Puma emprega 6 lançadores de granadas fumigêneas (de fumaça) de 76 mm que produzem uma cortina de fumaça para facilitar manobras evasivas do veículo.
Acima: Nesta foto podemos ver um Puma com as placas modulares de blindagem extra. essa configuração torna o Puma, o veículo de combate de infantária mais bem protegido do mundo. 
O Puma possui um potente motor MTU V10 892 diesel e com 1070 hp de potencia que consegue acelerar todo o peso desse veículo a uma velocidade máxima de 70 km/h em estrada. Nada mau para um veículo que tem o peso de um MBT. Sua autonomia é de 520 km, o que se enquadra na média desse tipo de viatura. Na configuração básica, mas leve, o Puma pode ser transportado por uma aeronave de carga europeia A-400M Atlas, o que facilita sua implantação em caso de conflito.
As 6 rodas do Puma podem ser protegidas por uma saia blindada que pode ser acoplada ao veículo, o que permite uma maior chance de sobrevivência em caso de ser atacado por granadas propulsadas por foguetes (RPG), muito comuns nos campos de batalha de guerra assimétrica. O Puma não é uma viatura anfíbia, porém pode transpor rios com profundidade de 1,2 metros.
Acima: A estação de sensores WAO traz o telémetro a laser e a câmera térmica para o artilheiro do Puma poder fazer a visada dos seus alvos em qualquer situação de visibilidade e com alto nível de precisão.
O Puma está equipado com um periscópio estabilizado PERI com com capacidade para seis níveis de zoom e que fornece a imagem simultaneamente para displays do comandante e do artilheiro. isso ajuda na manutenção de uma melhor consciência situacional. O artilheiro do Puma conta, ainda, com uma estação WAO  equipada com uma câmera térmica com um telêmetro a laser que ajuda na visada do alvo antes do disparo.
O armamento do Puma é composto por um canhão estabilizado Rheinmetall MK-30-2 calibre 30x173 mm com carregador com capacidade de 200 granadas, e havendo mais 200 granadas estocadas dentro do veículo. Este canhão consegue uma cadência de 700 tiros por minuto com eficiência contra alvos a 3000 metros de distancia. As granadas  podem ser perfurantes de blindagem, incendiária ou de fragmentação tipo airburst onde um timer eletrônico programável detona a uma distancia específica do alvo para causar danos em uma área ao redor do ponto do alvo. O Puma é equipado com uma metralhadora coaxial HK MG-4 em calibre 5,56X45 mm com 1000 munições prontas para uso e mais 1000 armazenada dentro do veículo. O Puma pode ser armado com uma torre com dois mísseis EuroSpike  Spike LR cujo alcance chega nos 4000 metros e sua guiagem pode ser por infravermelho ou eletro-óptico (câmera CCD). Com esta arma, o Puma pode lutar contra carros de combate MBT ou destruir alvos fixos reforçados como bunkers.
Acima: O potente canhão Rheinmetall MK-30-2 em calibre 30 mm é capaz de fazer um sério estrago na maioria dos alvos que ficarem dentro de seu alcance. São transportadas 400 munições dessa arma.
O Puma foi adquirido pelo exército alemão em 350 unidades sendo todas já entregues e fora o país que o desenvolveu, ainda não foi exportado principalmente por ser uma viatura bastante cara tendo um preço unitário de U$ 7 milhões. Porém, por ser um produto de nova geração e de desempenho excelente, certamente será considerado em futuros programas de aquisição de material militar para substituir carros antigos como o Marder, M-113 ou mesmo os M-2 Bradley.
Acima: A saída e entrada da tropa se faz pela parte traseira como na maioria dos veículos ocidentais. O Puma transporta 6 soldados totalmente equipados além da tripulação de 3 homens.


ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O PUMA EM AÇÃO.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

CLASSE LE TRIOMPHANT. Dissuasão ala francesa



FICHA TÉCNICA
Tipo: Submarino estratégico lançador de mísseis balísticos.
Data de comissionamento: Março de 1997.
Comprimento: 138 m.
Largura: 12,50m.
Calado: 10,60 m.
Deslocamento: 14335 toneladas (Submerso e totalmente carregado).
Velocidade máxima: 25 nós (47 Km/h submerso).
Profundidade: 400 m.
Armamento:  4 Tubos para torpedos de 533 mm para torpedos ECAM L-5 Mod 3, Mísseis anti-navio SM-39 Exocet, e 16 mísseis SLBM M-45 ou o novo M-51.
Tripulação: 111 homens.
Propulsão: Um reator nuclear Type K-15 com 41500 Hp. Propulsão auxiliar é feita por um motor elétrico alimentado por 2 alternadores diesel elétrico SEMT-Pielstick 8PA-4 V200 que produzem 950 Hp cada.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O submarino francês da classe Lê Triumphant representa o que há de mais moderno na industria naval francesa em termos de submarinos lançadores de mísseis balísticos. Ele é o responsável pela dissuasão nuclear francesa nos dias de hoje e será por muitos anos ainda. O Lê Triomphant foi desenvolvido para substituir o submarino da classe Lê Inflexible, que usava os mísseis M-45.
Inicialmente o Lê Triomphant, também foi armado com 16 desses mísseis M-45, cuja capacidade é de transportar 6 ogivas nucleares com 150 Kilotons cada a uma distancia máxima de 6000 km. Essa ogivas são do tipo MIRV (Multiple independently targetable reentry vehicle, ou veículos de reentrada independentemente direcionados) e tem uma margem de erro (CEP) de cerca de 500 m. Para quem não compreende o que significa isso, eu explico da seguinte forma. Um míssil M-45 transporta 6 bombas nucleares que são programadas para destruir 6 alvos distintos como 6 cidades por exemplo. Atualmente, este submarino tem sido armado com o mais novo míssil M-51 que entrou em serviço em 2010. Este míssil é, efetivamente, muito mais poderoso que o M-45, pois seu alcance é de de 8000 km e ele transporta de 6 a 12 ogivas MIRVs com 100 kilotons cada. O CEP do M-51, é secreto mas pode-se estimar algo em torno de 10 m a 50 m.
Acima: O míssil balístico M-51 é a arma estratégica mais poderosa fabricada na Europa. Seu alcance chega a 8000 km e ele pode transportar de 6 a 12 ogivas nucleares MIRV com 100 kilotons cada uma.
Além destas armas nucleares, o Lê Triomphant é equipado com armas convencionais. Uma delas é o míssil MBDA SM-39 Exocet. Este é a versão lançado de submarino deste que é um dos mais populares mísseis anti-navio do mundo, graças a seu sucesso na guerra das Malvinas. O SM-39, tem um alcance de 50 km e usa uma ogiva de 165 Kg que é detonada por aproximação ou por retardo após o impacto, sendo que essas opções são configuráveis na hora do lançamento, que é feito pelos tubos de torpedos do Submarino. E falando em torpedos, o Lê Triomphant é armado com 4 tubos de 533 mm que lançam o torpedo ECAN L-5 Mod 3, com um alcance de 7 km e que carrega uma ogiva de 150 kg a uma velocidade de 65 km/h, usando um sonar ativo e passivo para se guiar até o alvo. O Lê Triomphat, transporta 18 desses torpedos pesados.
Acima: O Le Triomphant possui tubos de torpedos pesados de 533 mm, estando dois tubos de cada lado da proa do submarino. Estes tubos operam torpedos ECAN L-5 Mod 3 e mísseis anti-navio SM-39 Exocet.
O Lê Triomphant é equipado com um sonar DMUX-80 fornecido pela Thales Underwater, que permite determinar de forma passiva o alcance do alvo para sua interceptação. Um sonar rebocado DSUV-61B de baixa frequência que opera na banda I permite a identificação de alvos a longa distancia. Além dos sonares, existe o componente de guerra eletrônica, representado pelo sistema de apoio eletrônico DR-3000U. Este sistema é um receptor alerta de radar que opera nas bandas C e J que fica na ponta do mastro, separado da antena de alerta do periscópio. Para navegação é usado um pequeno radar Racal Decca. O Le Triomphant opera 3 computadores de que fazem a alimentação de dados para o armamento empregado pelo submarino. São eles o SAD (Systeme d'Armes de Dissuasion) para os mísseis balísticos; e o SAT (Systeme d'Armes Tactique) para os mísseis anti-navio SM-39 e DLA-4A para os torpedos L-5.
Acima: Com 4 submarinos da classe Le Trimphant, a França possui uma das mais poderosas forças de resposta estratégica do planeta.
O Lê Triomphant é um submarino movido a energia nuclear propulsado por um reator de pressão de água Type  K-15 que providencia 150 MW e 41500 HP de força e que precisa ser reabastecido a cada 20 anos (vinte anos mesmo meu caro leitor. Você não leu errado). A propulsão auxiliar é do tipo diesel elétrica com um motor elétrico alimentado por 2 alternadores a diesel SEMT-Pielstick 8 PA-4 V200. O submarino chega a velocidade máxima de 25 nós (47 km/h) quando submerso e 20 nós (37 Km/h) na superfície. è interessante observar que o Le Triomphant usa um sistema de hidro-jato onde as hélices giram dentro de um duto. esse sistema permite maiores velocidades que com as hélices convencionais. O tempo de submersão é de 60 dias e a profundidade máxima chega aos 500 metros.
Acima:O sistema de propulsão do Le Trimphant agrega a potência de uma planta nuclear com um sistema de hidro-jato que garante um otimo desempenho para um submarino com o grande deslocamento que um SSBM possui.
O Lê Triomphant, comissionado em março de 1997, foi o primeiro submarino desta classe que possui 4 submarinos: (S-616) Lê Triomphant, (S-617) Lê Temeraire ,(S-618) Lê Vigilant. Todos os 4 submarinos já foram comissionados. O Lê vigilante foi comissionado em novembro de 2004. O quarto submarino, (S-619) Lê Terrible foi comissionado em 2010. Com isso a França tem atualmente uma força de dissuasão estratégica que será, principalmente, baseada em 4 submarinos com 16 mísseis nucleares (SLBMs) e em seus aviões de combate Rafale e Mirage 2000N que transportam o míssil de cruzeiro ASMP-A, com uma ogiva de 300 kilotons, mantendo esta nação como a mais poderosa da Europa.
Acima: Um submarino da classe Le Triomphant no dique seco durante final de sua construção.


ABAIXO TEMOS UM DOCUMENTÁRIO SOBRE O LE TRIOMPHANT.
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