Por Robinson Farinazzo
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO
Por 2º Ten R/2 Art Sérgio Pinto Monteiro
Desde a assinatura do decreto presidencial que determina a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, proliferam na mídia e nas redes sociais os mais variados comentários e artigos. Alguns merecedores de atenção, outros contaminados ideologicamente, muitos deles irreais, fantasiosos e até ridículos. Sempre que o tema é segurança pública, voltam à TV os especialistas, vários deles sérios e competentes, outros nem tanto.
Questiona-se o real objetivo da medida. Teria sido uma providência embasada no dever constitucional do Estado de prover a segurança dos cidadãos? Ou, apenas, um artifício político para desviar as atenções do fracasso do governo federal no tema da reforma previdenciária? Ou, quem sabe, uma jogada meramente eleitoreira visando à melhoria da baixa popularidade do Presidente da República?
Qualquer que tenha sido o verdadeiro motivo, a intervenção na gestão da segurança do Estado do Rio de Janeiro é uma realidade. A priori, parece-nos que a situação caótica do Estado justificaria, plenamente, uma medida de intervenção federal que afastasse o atual governador. Entretanto, optou o Presidente por uma discutível medida setorizada, produzindo efeitos somente na gestão da segurança pública. Objetivamente, a medida era necessária e a decisão talvez tenha sido retardada em demasia.
Ninguém duvida de que os últimos governos estaduais do Rio vêm perdendo a luta contra a bandidagem. As causas são conhecidas: má gestão pública, incompetência administrativa, corrupção desenfreada, judiciário leniente, legislativo cooptado pelo crime, contaminação policial etc. Vale lembrar que o início do processo de desintegração da segurança pública no Estado remonta ao ano de 1983, quando o governador Leonel Brizola proibiu os efetivos policiais de subirem os morros.
O atual cenário da segurança pública no Rio revela-se insuportável: criminalidade fora de controle; órgãos policiais infiltrados, desmotivados e despreparados, incapazes, portanto, de reverter a situação; governo estadual assumindo a sua inoperância e incapacidade de comando; população acuada e vitimada diuturnamente; vastas áreas do território estadual sob total controle dos criminosos.
As Forças Armadas (FA) - instituições nacionais que detém o maior índice de confiabilidade da população -, por decisão do Presidente da República, (constitucionalmente, o seu comandante supremo), receberam a missão de assumir a gestão da segurança pública no Rio, na pessoa do Comandante Militar do Leste, General de Exército Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor.
Terá sucesso a intervenção federal? As forças envolvidas conseguirão reverter essa lamentável situação? Os tão esperados resultados positivos dependerão de múltiplos fatores. Preliminarmente, é necessário frisar que o decreto em tela determina, apenas, uma intervenção federal na gestão da segurança pública. Não se trata, portanto, de uma intervenção militar. Ou seja, o governo da República está intervindo num Estado da federação, em setor específico, designando como interventor um oficial-general da ativa do Exército, comandante militar da área abrangida pelo decreto. Como se observa, num primeiro momento, não há no documento a determinação expressa de atuação direta do Exército - ou das FA - no combate à criminalidade. Efetivamente, o decreto dispõe que o comando da segurança pública será exercido pelo general interventor, que desempenhará seu cargo tipificado como de natureza militar, cumulativamente com o de Comandante Militar do Leste.
Portanto, há que se aguardarem as definições e as diretrizes que complementarão o decreto, sem o que será impossível avaliar o nível de emprego e engajamento das Forças Armadas em futuras operações contra o banditismo. Note-se que as FA, pelo decreto presidencial de 28 de julho de 2017, já estão acionadas no Rio em missões de Garantia da Lei e da Ordem. Tais ações continuam em pleno desenvolvimento, sendo que as forças federais têm atuado, basicamente, em apoio às operações policiais. Ou seja, até aqui, as tropas, em geral, têm sido coadjuvantes. Uma importante questão a esclarecer é se os militares continuarão apenas apoiando as polícias ou se, em face dos decretos de GLO e de intervenção, ambos em vigor, serão protagonistas e, via de consequência, empregados na primeira linha de combate e repressão à criminalidade.
Muitos alegam que as FA não estariam preparadas para essas missões. Ledo engano. Embora sua principal destinação constitucional seja a defesa da Pátria, de há muito que os nossos militares vêm se preparando para as ações subsidiárias de GLO. O melhor exemplo disso veio do Haiti. Desde 2004, cerca de 37 mil militares brasileiros participaram das operações no país caribenho, sendo 30.579 do Exército, 6.014 da Marinha e 357 da Aeronáutica. Foram 13 anos de excelente atuação dos nossos soldados, reconhecida internacionalmente. Na primeira fase das ações, o Brasil liderou as operações da ONU contra o crime organizado no Haiti, enfrentando o banditismo nas favelas mais violentas da capital (Bel Air, Cité Militaire e Cité Soleil). A missão foi cumprida com total eficácia, fazendo com que os criminosos se entregassem ou fossem abatidos.
Os militares brasileiros, hoje no comando da segurança pública no Rio de Janeiro, estão plenamente aptos a reverter esse trágico cenário em que aqui vivemos. Mas, para atingir plenamente esse objetivo, as forças atuantes - militares e policiais - necessitarão de diversas medidas de suporte, entre elas: unidade de comando; total segurança jurídica para as ações e efetivos envolvidos; recursos financeiros e meios operacionais adequados; comprometimento dos demais setores da administração pública (federal, estadual e municipal) no apoio às atividades de enfrentamento da criminalidade; liberdade de ação no planejamento e na execução das operações; integração entre os órgãos operacionais e de inteligência das organizações militares e policiais; apoio da sociedade, expresso pela mídia e pelas redes sociais, em que a população reconheça o trabalho desenvolvido pelas forças e demonstre compreensão por eventuais limitações ou transtornos ocasionados pelas operações.
Embora as pesquisas revelem alto índice de aprovação popular à intervenção no Rio de Janeiro, grande parte da mídia navega na contramão do desejo da sociedade e já começa a apontar suas baterias contra ela. São os idiotas do politicamente correto a anunciarem violações dos direitos humanos e das garantias individuais nas futuras operações de combate ao crime. Conhecemos muito bem esses arautos de ideologias jurássicas. Falarão em paz, desfilarão na zona sul do Rio em passeatas pela vida. Dirão que a batalha contra os criminosos será direcionada somente contra pobres e negros das comunidades. Cobrarão resultados estatísticos da diminuição da criminalidade, mesmo antes das primeiras operações. Exaltarão a necessidade do uso da "inteligência" - tema em que são analfabetos - com prevalência sobre as demais operações. Farão enorme barulho quando da morte de algum inocente. Mas, omitir-se-ão, vergonhosamente, como o fazem hoje, quanto às vítimas da bandidagem, civis inocentes, militares e policiais.
Por último, cabe-nos breve comentário sobre a estrutura da criminalidade no Estado do Rio. O crime organizado atua como uma verdadeira empresa. A receita financeira deriva, principalmente, de três fontes: comércio de drogas, armas e munições; roubo e furto de cargas e, mais recentemente, ataques a bancos e caixas eletrônicos. Com grande potencial financeiro, a "empresa" infiltrou-se no poder público, contaminando e aliciando efetivos policiais, políticos, legisladores, empresários, membros do judiciário etc.
Outro aspecto da complexa situação no Rio é o crime desorganizado. Trata-se do criminoso que age isoladamente, ou em pequenos bandos, não necessariamente vinculado às "empresas". São eles os responsáveis pela maioria dos delitos praticados, a todo o momento, contra os cidadãos fluminenses, principalmente nas vias públicas. Esse tipo de bandido, pela rapidez e dispersão das suas ações, é de difícil embate, exigindo numerosa presença policial nas ruas, além de grande mobilidade dos efetivos.
Resta-nos proclamar a nossa confiança nas ações das Forças Armadas e das forças policiais. Os resultados positivos não serão facilmente alcançados, muito menos com a rapidez desejável. O que se espera, em curto prazo, é a reversão do incremento da criminalidade e a retomada dos territórios ocupados pelo crime, melhorando a sensação de segurança do cidadão fluminense. Somente com o saneamento da gestão da segurança pública no Rio e o adequado e intenso combate ao crime, o Rio de Janeiro resgatará a sua condição de Cidade Maravilhosa.
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domingo, 25 de fevereiro de 2018
MATANDO PABLO : A LIÇÃO PARA O BRASIL
SUKHOI VENEZUELANO NA REVISTA FORÇA AÉREA
COMO É O TRABALHO DA INTELIGENCIA MILITAR NO RIO DE JANEIRO
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
BOEING F-15I RA'AM. O trovão israelense.
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: 1000 km/h (Mach 0,81)
Velocidade máxima: 2650 km/h (Mach 2,54).
Razão de subida: 15000 m/min.
Potência: 0,80.
Carga de asa: 124,70 lb/ft².
Fator de carga: 9 Gs
Taxa de giro instantâneo: 21º/s
Razão de rolamento: 240º/s
Teto de Serviço: 18288 m
Alcance: 3840 km (com tanques conformais e 3 tanques externos)
Alcance do radar: AN/APG-70I com 185 km contra alvos aéreos de 5m2 de RCS
Empuxo: 2 motores turbofan Pratt & Whitney F-100-229 com 13226 kgf de empuxo com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 19,44 m
Envergadura: 13.00 m
Altura: 5,6 m
Peso vazio: 17010 kg (vazio)
Combustível Interno: 13448,2 lb
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil AIM-120C Amraam, AIM-9L Sidewinder, Python 4 e Python 5.
Ar terra: Bombas JDAM, Bombas Paveway (todas), Bombas Spice, Bombas SDB (GBU-39) Mísseis anti navio AGM-84 Harpoon, AGM-142 Popeye, MPR-500 e FASTLIGHT
Interno: 1 canhão General Electric M61A1 de 6 canos de 20X102 mm.
DESCRIÇÃO
Por Sérgio Santana
Frequentemente definido de modo apressado como “um F-15E judeu”, na verdade esta aeronave é bem mais que uma versão do Strike Eagle a serviço das necessidades aeronáuticas militares israelenses.
Suas origens datam de 1991, quando durante a “Operação Tempestade no Deserto” efetivos iraquianos lançaram 40 mísseis superfície-superfície “Al-Hussein” (versão de maior alcance do modelo soviético R-17E “Scud-B”) contra o território israelense. Logo em seguida estudos da então Força Aérea das Forças de Defesa de Israel – re-designada em 2005 como Força Aeroespacial de Israel – comprovaram que o F-15B/D “Baz” seria capaz de interceptar tais ameaças apenas se o seu radar AN/APG-63 fosse adaptado para detectar um alvo acelerando verticalmente, também sendo necessária uma arma de maior alcance que a bomba planadora GBU-15, o único projétil de precisão então disponível àquelas aeronaves.
Acima: Israel era um operador do F-15 em suas versões A (foto), B e C. O modelo "I" trouxe uma flexibilidade inédita e um grande alcance de ataque para a Força Aérea das Forças de Defesa de Israel.
Este último requerimento se tornou realidade quando os “Baz” foram integrados em 1993 ao míssil Rafael Popeye, com 90 km de alcance, sendo acrescidos de seis F-15B pouco depois, estes sendo parte do “Peace Fox V”, em termos reais um programa para “agradecer” por Israel não ter retaliado aos ataques iraquianos, assim prejudicando a contribuição árabe à Coalizão contra Saddam Hussein.
Embora ainda mais capazes contra alvos terrestres, faltava às aeronaves convertidas o poder de destruir mísseis como os “Scud” logo após o lançamento, o que ainda em 1993 provocou a emissão de um requerimento técnico para o fornecimento de um caça multifuncional para missões em qualquer tempo de longo alcance, habilitado, dentre outras funções, para tais ataques, e em quantidade suficiente para equipar dois esquadrões (50 aeronaves). O Lockheed Martin F-16D e o McDonnell Douglas F/A-18D foram propostos, mas descartados devido ao alcance insuficiente, com o F-15E (operacional na USAF desde 1988) sendo abertamente declarado como a plataforma ideal, embora ainda não liberado para exportação. Antecessor deste, o F-111 “Aardvark” foi cogitado para preencher a lacuna; mas a sua incapacidade de atacar em qualquer condição meteorológica, defender-se como o Strike Eagle de outras aeronaves, antiquada tecnologia da aviônica de missão bem como da sua manutenção eliminaram também o “Vark”.
Acima: O F-15I, assim como outras aeronaves de combate israelense, tem caracteristicas exclusivas para poder preencher os requisitos operacionais israelenses, porém a base do modelo é o F-15E Strike Eagle.
Naquele mesmo ano a Arábia Saudita adquiriu 72 exemplares do F-15XP, (mais tarde designado F-15S, uma versão com equipamento de missão menos poderoso que o do F-15E) e o governo israelense celebrou com a Organização para Libertação da Palestina o Acordo de Oslo, com ambos os acontecimentos vistos como ameaças ao poderio bélico de Israel. Em resultado foram adquiridos em maio do ano seguinte 21 F-15I (I de Israel) com parte de recursos sendo inicialmente liberados para helicópteros Blackhawk, seguidos de mais quatro. Já no primeiro voo, que ocorreu em setembro de 1997, o F-15I alcançou mais de 12.000 metros de altitude e velocidade Mach 2 (2.112km/h) e exatos dois anos depois todas as aeronaves foram entregues à única unidade operacional do tipo, o Esquadrão 69 “Ha’ Patishin” (Martelo), ativado em julho de 1948 logo após a independência do Estado hebreu, voando três bombardeiros B-17, e hoje baseado em Hatzerim. Há 24 F-15I operacionais, com o 25º exemplar sendo utilizado para testes. Em 1º de janeiro de 1999 o F-15I, designado “Ra’am” (trovão), foi declarado operacional, tendo o seu batismo de fogo dez dias depois, no sul do Líbano, e cinco meses mais tarde o comandante do Esquadrão destruiu com quatro bombas de 907 kg guiadas a laser duas pontes sobre os rios Awali e Litani em uma missão noturna, com os alvos parcialmente cobertos por nuvens, demonstrando o alcance e a precisão do novo vetor. Em setembro de 2007, o Ra’am foi utilizado para destruir o que foi detectado como uma instalação nuclear síria em Deir Ez-Zor, na “Operação Orchard” e tem sido empregado em outras missões de ataque estratégico..
Acima: Graças ao constante estado de guerra vivido por Israel, seus F-15I já viram bastante ação.
Tal como acontece com o F-15S, o “Ra’am” tem seu sensor principal em uma versão de potencial algo diminuído do radar AN/APG-70, denominada AN/APG-70I, esta sendo uma prática comum quando potências industriais vendem seus produtos bélicos. Ainda que não possua os modos de “Ataque/Perseguição Eletrônica” nem a capacidade de “Reconhecimento de Alvos Não Cooperativos” como no Strike Eagle, o dispositivo instalado no F-15I é integrado por menos módulos que o AN/APG-63 a bordo dos “Baz”, possuindo memória dez vezes superior, ativada até cinco vezes mais rápido que a daquele aparelho. Atuando na banda I/J, cobre um ângulo de 120 graus à frente da aeronave, operando em 15 modos ar-ar e quatro ar-superfície. Dentre os primeiros destacam-se a “Varredura Vertical”, que detecta qualquer alvo a no mínimo 150 metros de altitude e distante até 18.5km que esteja situado numa área de 7.5 graus horizontais e 5/55 graus verticais; a “Super Busca”, que detecta o primeiro alvo com os mesmos parâmetros de altitude/distância a penetrar num círculo de 20 graus de abertura projetado no HUD e o rastreio-com-varredura, quando pode detectar 10 alvos ao mesmo tempo, embora só possa atacar um alvo por vez com o alcance máximo contra alvos aéreos sendo de 185 km. Já contra objetivos terrestres, destaca-se o modo de “Mapa Real” que pode abranger uma área distante até 148 km no interior da qual há a possibilidade de ser ativado o modo “Mapa de Alta Resolução” com até 74 km² de área, se a aeronave estiver voando a 330 metros (a melhor resolução, 2.6 metros, é obtida a distância de até 37 km dessa zona, quando veículos podem ser identificados) e o de “Alvo Móvel Terrestre”, capaz de detectar, por exemplo, caminhões e blindados a até 59 km. Os modos ar-superfície atuam segundo os princípios funcionais de Abertura Sintética, imunes a nuvens, fumaça e nevascas.
Acima: O radar em uso pelo F-15I atualmente é o AN/APG-70I, com alguns módulos a menos. Trata-se de um radar com atena de varredura mecânica pulso dopples que opera nas bandas I e J. A médio prazo, o F-15I deve receber um radar de varredura eletrônica ativa AESA , sendo o AN/ APG-82, o mais provável a ser adquirido.
O F-15I é equipado com quatro rádios U/VHF de origem israelense, assim como Sistema Integrado de Guerra Eletrônica SPS-2110 (capaz, dentre outras funções, de alertar a aproximação de um míssil) e o Sistema de Guerra Eletrônica SPS-3000, que substituíram sistemas norte-americanos. Há também datalink da Rafael e o Sistema de Coleta e Transferência de Dados RADA, que se assemelha a um cartucho de dados com os parâmetros das missões. A aeronave é integrada a pods LANTIRN e Litening. Ao todo há cerca de 16 computadores gerenciando todos os sistemas, cujos dados são mostrados em três displays multifuncionais para o piloto (um deles colorido) e quatro para o navegador/operador de armas (dois coloridos). Ao todo são possíveis 27 opções de exibição em tais mostradores, incluindo imagens de satélite, recebidas através do equipamento E/LK-1891, instalado atrás do cockpit. Para missões noturnas, a tripulação do “Ra’am”, acomodada em assentos ejetáveis ACES II, utiliza óculos de visão noturna “Journal”, enquanto para surtidas diurnas usam o visor montado no capacete (HMD) DASH de projeto israelense.
Acima: Nesta foto podemos ver a seta apontando para o recente sistema E/LK-1891 e comunicação via satélite integrado ao F-15I.
O F-15I, é uma aeronave que permite uma ampla gama de modelos de armamentos a serem empregados. Para missões ar ar, o míssil de médio alcance é o norte americano AIM-120C Amraam, uma muito bem testada arma com alcance de cerca de 105 km quando lançado de alta altitude em velocidade elevada, é guiado por sistema de radar ativo, o que, por sua vez permite que a aeronave possa se evadir assim que o míssil é lançado, não precisando enviar atualizações de posicionamento do alvo para o míssil. Para combate de curto alcance, Israel usa o AIM-9L Sidewinder guiado por um sensor infravermelho do tipo all aspect (permite engajar o alvo de qualquer angulo) e cujo alcance chega a 18 km em ótimas condições, porém, é uma arma que é empregada de distancias de cerca de 10 km, no máximo. O míssil de curto alcance de projeto israelense Python III, IV e V são empregados, sendo que os dois últimos são as armas ar ar mais sofisticadas e capazes dentre os mísseis de curto alcance usados pelo F-15I. Tanto o PythonIV quanto o V tem capacidade de serem lançados contra alvos fora da linha de visada da aeronave (off boresight) em alto angulo, sendo o do Python IV tem um ângulo de engajamento de 90º, sendo que, seu sensor está integrado ao visor montado no capacete do piloto que pode apontar o míssil com o mero virar de cabeça. O míssil Python V tem maior imunidade contra iscas do inimigo e um sensor com ângulo de engajamento aumentado para 100º, O alcance do Python IV é de pouco mais de 20 km.
Acima: Aqui podemos ver um par de mísseis Python IV. Estes mísseis, também usados pela força aérea brasileira, são capazes de engajamento fora da linha de visada da aeronave, garantindo alta letalidade mesmo em combate contra um caça mais manobrável.
O arsenal disponível para o F-15I são variados e permitem à aeronave ser um poderoso recurso de dissuasão. No que tange a armas sem propulsão, as bombas guiadas a laser da família Paveway, de fabricação norte americana, podem ser instaladas, em todas as suas versões, no Ram'am. Armas mais modernas, guiadas por GPS também estão disponíveis na forma das, também norte americanas, JDAM (Joint Direct Attack Munition) versão GBU-31 de 907 kg e a GBU-32 de 453 kg. Mais recentemente, Israel adotou as modernas SDB (Small Diamter Bomb) GBU-39, também guiadas por GPS, e pesando meros 129 kg, que permite destruir um alvo com alta precisão e menos efeitos colaterais devido a sua pequena ogiva de 93 kg. A industria bélica israelense tem desenvolvido algumas armas similares as estas mencionadas para poder contar com munição nacional. Exemplos disto são as MPR-500 e FASTLIGHT, uma com peso de 223 kg, mas com a mesma eficácia de uma bomba de 907 kg MK-84 e a outra, respectivamente, uma arma ainda mais leve que a SDB capaz de destruir alvos pequenos em meio a uma zona civil, com poucos efeitos colaterais. Ambas são guiadas por GPS, porém, a FASTLIGHT, tem um sistema de apoio a laser para aumentar a precisão na fase final do engajamento. Outro armamento disponível são as bombas com kit SPICE que permitem atingir um alvo a 60 km de distancia dependendo da altitude e velocidade do lançamento. A guiagem é do tipo dual, sendo composta por GPS e na fase terminal do engajamento, por um sistema eletro-óptico.
Os mísseis ar superfície integrados ao F-15I são compostos pelo míssil Popeye, uma arma de longo alcance para destruir alvos reforçados e de alto valor estratégico. Seu alcance se situa em torno de 78 km, sendo sua guiagem feita por INS e TV. o míssil AGM-84 Harpoon, usado para destruir navios inimigos, também faz parte do arsenal do F-15I, e pode atacar um navio a 130 km, de forma que sua guiagem final é por radar ativo. Já o armamento orgânico do F-15I é o consagrado canhão gatling (6 canos rotativos) General Electric M-61A1 em calibre 20 mm.
Acima: O painel do piloto do F-15I é tipico de uma aeronave de combate de 4º geração, onde algumas telas multi-função substituem muitos instrumentos analógicos e integram informações em um só lugar, aliviando a carga de trabalho do piloto.
Abaixo: O painel traseiro do F-15I usado pelo operador de armas/ copiloto possui 4 painéis multi-função para poder operar as armas e sistemas eletrônicos de combate da aeronave.
A propulsão do F-15I é proporcionada por 2 potentes motores turbofans Pratt & Whitney F-100-229 com 13226 kgf de empuxo que permitem ao avião atingir velocidade máxima, em alta altitude, de 2650 km/h, porém, com as cargas de armas e tanques de combustível externo em condição de combate, esse valor cai para aproximadamente 1900 a 2000 km/h. Já, seu alcance chega a 3840 km, sendo que, ainda pode ser aumentado, em muito, com o reabastecimento aéreo. Esse desempenho coloca o F-15I, como a primeira opção para ser empregada no caso de Israel resolver levar a cabo uma ação militar contra o Irã, nação inimiga do Estado judeu e que fica localizado a mais de 2000 km de distancia. O F-15I tem uma agilidade de manobra elevada, sendo um adversário difícil na arena ar ar. Essa qualidade, somado a seu enorme potencial de bombardeio, o tornam uma aeronave multiplicadora de força e um recurso estratégico para a força aérea israelense.
Acima: Com o pós combustor a toda força, este F-15I acelera para uma missão de treinamento. Uma das qualidades do F-15, de qualquer versão, é sua decolagem em pistas relativamente pequenas (300 metros)
O F-15I Ram'am representa o punho forte da poderosa força aérea israelense e é uma plataforma de 4º geração válida para lidar com ambientes bem defendidos, quando usando uma estratégia adequada e um bom suporte de sistemas de inteligência. Seu longo alcance, somado à capacidade stand off de algumas de suas armas, permitem ao F-15I ter ao alcance de suas garras, a maior parte dos potenciais alvos dentro do Oriente Médio e lembrando que este modelo de aeronave de combate é plenamente capaz de se defender se precisar lutar para voltar para casa ou para cumprir seu objetivo. Sistemas como o HMD DASH integrados a modernos mísseis Python IV ou V, assim como o próprio consagrado míssil AIM-120C dão ao F-15I o status "osso duro de roer" e assim deverá permanecer por, pelo menos, até 2035. Em breve o F-15I passará por uma modernização bastante importante que integrará um novo radar AESA, que muito provavelmente será o moderno radar AN/APG-82(V)1
Certamente que o novo caça furtivo F-35I vai operar em total coordenação com os F-15I, assim que a aeronave furtiva esteja plenamente operacional na frota israelense promovendo uma multiplicação de força para a força aérea de um dos menores países do mundo.
Acima: O F-15I Ram'am continuará a ser empregado como um das principais ferramentas de dissuasão israelense por, pelo menos, mais 20 anos.
VÍDEO - Abaixo temos uma apresentação pública deum caça F-15E feita na MAKS 2011, na Rússia. As caraterísticas de voo do F-15E e F-15I são as mesmas.
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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
VENEZUELA: A PRESENÇA MILITAR CUBANA
Cerimônia de Início da Integração dos Submarinos Classe Riachuelo
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
GENERAL HELENO DESTRÓI TEMER E O JUDICIÁRIO EM ENTREVISTA EXCLUSIVA SOBRE A INTERVENÇÃO NO RIO
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
VENEZUELA: OS 2.000 GENERAIS DE MADURO
domingo, 18 de fevereiro de 2018
EXÉRCITO NO RIO DE JANEIRO: TRÊS PERGUNTAS
sábado, 17 de fevereiro de 2018
INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
O TREINAMENTO PARA ESCAPE EM AERONAVE SUBMERSA
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
OS MÍSSEIS ANTIAÉREOS DA VENEZUELA
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