terça-feira, 15 de outubro de 2024

STEYR-DAIMLER-PUCH SK-105 KURASSIER - O caça tanques dos fuzileiros do Brasil

 

SK-105A2S Kürassier

FICHA TECNICA
Velocidade máxima: 70 Km/h.
Alcance máximo: 500 km.
Motor: Steyr 7FA turbo diesel que desenvolve 320 Hp de potência.
Peso: 17,7 toneladas.
Comprimento: 7,74 m (canhão apontado para frente).
Largura: 2,5 m
Altura: 2,17 m.
Tripulação: 3.
Inclinação frontal: 75%
Inclinação lateral: 40%
Passagem de vau: 1 m.
Obstáculo vertical: 80 cm.
Armamento: Um canhão 105G1 em calibre 105 mm; 1 metralhadora coaxial FN MAG cal 7,62X51 mm e uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), 6 granadas de fumaça.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN) é uma instituição que se destaca não só pelos seus integrantes, composto de concursados e voluntários que demonstram uma competência acima da média, como também, pelos seus equipamentos especiais, escolhidos a dedo pelo comando da Marinha do Brasil para que estes homens, integrantes de uma das mais tradicionais corporações militares deste país, possam cumprir sua missão e seu dever com extrema eficácia. 
O arsenal usado pelo Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil é composto por blindados, de uso exclusivo, como os AAV-7A1, blindados anfíbios sobre lagarta ou os novos blindados MOWAG Piranha IIIC já descritos no Warfare Blog. 
É sobre um desses blindados especiais e de uso exclusivo pelo CFN, que tratarei a partir de agora. O caça tanques, austríaco, Steyr Daimler Puch SK-105 A2 Kurassier, que chegou ao Brasil em fevereiro de 2001, representa o blindado com maior poder de fogo de nosso corpo de fuzileiros navais atualmente.
SK-105 do Fuzileiro Navais do Brasil em exercício em Formosa, Estado de Goiás. Foto Angelo Nicolaci - GBN- Defense

O SK-105 A2 pode ser considerado como um carro de combate leve ou “caça tanques”. Sua missão principal é destruir tanques inimigos no campo de batalha e para poder cumprir sua missão, ele é armado com um canhão de origem francesa 105G1 em calibre 105 mm capaz de disparar munição “flecha” APFSDS (perfurante de blindagem), HEAT (alto explosivo anticarro), HE (alto explosivo) e munição de treino. Esse canhão é alimentado por dois carregadores giratórios contendo 6 granadas cada. Esse sistema semiautomático permite uma cadência de tiro na ordem de 12 tiros por minuto, sendo que depois de disparada a granada, o cartucho é ejetado automaticamente pela parte de traz da torre. Ao todo são transportados 44 granadas de 105 mm dentro do SK-105. É interessante notar que este canhão é estabilizado por dois giroscópios, permitindo com que sejam efetuados disparos com o carro de combate em movimento, em velocidades de até 30 km/h, sem prejuízo da precisão. Além do canhão, há, ainda uma metralhadora coaxial FN MAG calibre 7,62x51 mm com um estoque de 2000 tiros disponível por veículo. A Marinha do Brasil usa uma metralhadora M-2 calibre .50  (12,7 mm) externamente, contendo 400 tiros a disposição.
O SK-105 usa canhão de origem francesa 105G1 em calibre 105 mm.

O comandante do SK-105 tem a sua disposição um periscópio com aumento de imagem de 7,5 X. Um telêmetro laser CILAS TCV-29 capaz de medir distancias de 400 a 10000 metros com extrema precisão está montado no teto da torre, enquanto que um sensor infravermelho XSW-30 950 W está montado a frente da torre do lado esquerdo. O veiculo está equipado com um computador de controle de fogo fabricado pela empresa israelense Elbit, uma velha conhecida de nossas forças armadas.

O SK-105 é propulsado por um motor turbo diesel Steyr 7FA que desenvolve 320 Hp de potência levando este pequeno carro de combate a uma velocidade máxima de 70 km/h em estrada. Embora o SK-105 não seja um veículo anfíbio, ainda sim é capaz de passar por rios até uma profundidade de 1 metro e superar obstáculos verticais de 0,80 m. A autonomia é de 500 km, o que pode ser considerado muito bom para um carro de combate pequeno como é o SK-105.
A blindagem do SK-105, como é de se presumir, é relativamente fraca, devido as necessidades de se manter o peso baixo deste pequeno blindado. Por isso, sem preparação nenhuma, o SK-105 consegue suportar impactos de projéteis de 20 mm na parte frontal, a mais protegida do tanque, enquanto, com preparação, pode-se aumentar essa resistência para suportar até impactos diretos de projéteis de 35 mm, o que prejudicaria a mobilidade do SK-105. As laterais da viatura suportam disparos de armas leves até 7,62x51 mm.
Ainda para sua proteção, há 3 lançadores de fumaça de cada lado da torre, usados para dificultar aos inimigos, que se faça mira contra o SK-105. O veículo, também recebeu proteção para operar em um ambiente QBN - Químico, Biológico e Nuclear.

Desfile militar dos fuzileiros navais do Brasil em uma das Operações Formosa.

O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil possui 18 unidades do carro de combate SK-105 A2, dos quais, aproximadamente a metade, ainda se encontra operacional. Certamente que se trata de um número modesto, considerando o tamanho da responsabilidade desta importante corporação. Na verdade, o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil é o menor operador deste interessante carro de combate. 

 

 


                 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

ESTADOS UNIDOS TRANSFEREM UMA BATERIA THAAD PARA DEFENDER ISRAEL.

Treinamento com o sistema antibalístico THAAD.

Os Estados Unidos estão transferindo uma

bateria do sistema antimísseis THAAD para defender Israel de ataques com mísseis balísticos mais sofisticados do Iran. Conheça o sistema THAAD no Warfare Blog.

https://www.warfareblog.com.br/2016/03/lockheed-martin-thaad-resposta-as.html



#Israel #UnitedStates #Warfareblog #middleeast #war #THAAD

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

COMBATE AÉREO COM AERONAVES AUTONOMAS E TRIPULADAS INTEGRADAS



Por Carlos Junior
Muito tem sido apresentado nos sites de noticia a respeito do desenvolvimento de aeronaves de combate sem piloto, que irão operar ao lado de aeronaves de combate tripuladas e assim, obter uma multiplicação de força, com um custo muito menor do que se poderia fazer hoje apenas com as aeronaves de combate tripuladas disponíveis. Para nossa geração, isso será uma revolução dentro do campo de batalha e por isso, eu, e acredito que muitos de vocês também, tive uma certa dificuldade em imaginar como se daria essa nova configuração de engajamento ar ar que os Estados Unidos e alguns países europeus, estão planejando para operar já na virada dessa década.

Veja, no vídeo abaixo, como empresa norte americana Collins Aerospace com seu sistema CMA (Collaborative Mission Autonomy) integra hardware e software para permitir que os pilotos trabalhem perfeitamente com plataformas colaborativas autônomas.
             

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

GALERIA: Chegada dos tanques leves Hotchkiss H35/39


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 11 de setembro de 2024.

Chegada dos tanques leves Hotchkiss H35/39 ao nascente exército de Israel, em 1948. Esas fotos do recebimento dos primeiros carros de combate leves Hotchkiss H35 modifié 39 são do álbum do Palmach do General Yitzhak Sadeh, com a legenda original dizendo "Recebendo os primeiros tanques do tipo Hotchkiss nas mãos da 8ª Brigada, 82º Batalhão, Companhia "Os Russos"".

Dez carros de combate leves Hotchkiss H35/39 foram comprados clandestinamente da França por Israel, em 1948, e foram embarcados em Marselha e entregues na cidade portuária de Haifa. Os carros franceses se uniram aos 2 tanques pesados Cromwell que foram entregues à Haganá por desertores britânicos que eram simpáticos à causa sionista, formando a primeira unidade blindada da Força de Defesa de Israel (FDI), o Tzahal (צה״ל), formando a 8ª Brigada Blindada. Pelo menos um Hotchkiss H35/39 permaneceu em serviço com as Forças de Defesa de Israel até 1952, com uma unidade preservada no museu de blindados em Latrun.




A brigada foi fundada e subordinada ao Aluf (general) Yitzhak Sadeh em 24 de maio de 1948. Dois batalhões foram criados: o 82º Batalhão de Tanques sob o comando de Felix Biatus e o 89º Batalhão Mecanizado sob o comando de Moshe Dayan; o qual era um unidade comando equipada com jipes no estilo do Serviço Aéreo Especial (Special Air Service, SAS). Outro batalhão, o 88º Batalhão de Morteiros, foi fundado posteriormente; e que continha cerca de 30 voluntários da Suíça, Holanda, Grã-Bretanha, Estados Unidos, África do Sul, China, Brasil, França e Congo Belga, bem como várias equipes de morteiros Machal de países do norte da ÁfricaO 82º Batalhão era a única unidade com tanques em 1948 e era formado numa companhia "Inglesa" e noutra "Russa", em referência às línguas faladas nas duas unidades, largamente compostas de veteranos ocidentais e soviéticos da Segunda Guerra Mundial.

Estes voluntários estrangeiros chamados “Machal”, um acrônimo para as palavras hebraicas “Mitnadvay Chutz La’aretz”, significando "Voluntários do Exterior", eram sobre-representados nas unidades técnicas do Tzahal, e particularmente nas duas unidades mecanizadas (as 8ª e 7ª brigadas), que formariam o futuro Corpo Blindado de Israel. Na 8ª Brigada, na companhia de tanques pesados, comandada pelo machalnik Clive Selby, o inglês era a língua de comunicação, enquanto na companhia de tanques leves, era o russo. O comandante do 82º Batalhão conversava em russo com o comandante da 8ª Brigada, Yitzhak Sadeh, e em alemão com o subcomandante. Como ninguém na brigada falava tanto russo quanto inglês ao mesmo tempo, alguém traduzia do russo para o iídiche (a língua franca dos judeus na Palestina) e depois o iídiche era traduzido para o inglês.

Comandante de carro sentado no assento da torre em continência enquanto passa.


Yitzhak Sadeh se encontra com o comandante da companhia.




Tanquista israelense com o capacete soviético,
chamada "tcheco" pelos israelenses.




Hotchkiss H35/39 preservado no Museu de Blindados de Yad la-Shiryon

Hotchkiss H35/39 preservado no Museu de Blindados de Yad la-Shiryon, em Israel.

domingo, 25 de agosto de 2024

ENGESA EE-T4 OGUN. Tamanho não é documento!


FICHA TECNICA
Velocidade máxima: 75 Km/h.
Alcance máximo: 360 km.
Motor: Um motor Perkins modelo QT 20 B4236 diesel quatro tempos, turbinado, quatro cilindros em linha, 125 HP 
Peso: 4 toneladas.
Comprimento: 3,7 m.
Largura: 2,14 m
Altura: 1,35 m.
Tripulação: 4
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Passagem de vau: 670 mm
Obstáculo vertical: 60 mm
Armamento: metralhadora .50 ou calibre 7,62mm, canhões 20mm lançadores de mísseis.

ORIGENS 
Por Ghost
Na segunda metade dos anos de 1980, o Iraque, então governado por Saddam Hussein estava profundamente envolvido no conflito com o Irã. Para repor as perdas e modernizar seu exercito o governo iraquiano começou a reequipar seu exercito com novos equipamentos de diversos fornecedores como o carro de combate T-72 e PT-76 os veículos de combate de infantaria BMD-1, sistema de artilharia de foguetes BM-21 Grad de origem soviética, obuseiros GHN-45 155 mm da Áustria e os Astros II , EE-11 Urutu e EE-9 Cascavel do Brasil.
Durante os estudos realizados para a obtenção dos novos equipamentos para o seu exercito o Iraque se interessou pelo projeto do blindado leve Wiesel projetado pela Porsche e fabricado pela MaK da então Alemanha Ocidental, era um veículo blindado leve, sobre lagartas que não possuía equivalentes classificado como “Airportable Armoured Vehicle” (veiculo blindado aerotransportável), uma novidade naquela época nos finais da “Guerra Fria”. Sua função era dotar as brigadas aerotransportadas do Exército da Alemanha Ocidental com um veículo blindado de reconhecimento e capaz de ser transportado e lançado a partir de aeronaves ou mesmo helicópteros pesados. O Wiesel alemão foi fabricado somente em duas versões. A primeira delas era um veículo anticarro, denominada TOW Al e a segunda estava equipada com um único canhão Rheinmetall MK 20 Rh 202 de 20 mm. No entanto, os iraquianos foram surpreendidos pela recusa do governo alemão em vender o seu novo blindado fora do âmbito dos países da OTAN. A solução era buscar outro veiculo, em outro país.
O compacto veículo blindado leve Wiesel da Alemanha era o único veículo de seu tipo em meados da década de 80. A recusa da Alemanha em vender este veículo ao Iraque, gerou uma oportunidade para a Engesa que foi procurada pelo país de Saddam Hussein que financiou o desenvolvimento de uma viatura daquele tipo que se tornou, o EE-T4 Ogun.

UMA OPORTUNIDADE PARA A ENGESA.
Na segunda metade dos anos 80, a ENGESA – Engenheiros Especializados S/A já havia se firmado como uma grande companhia na aérea de defesa, sendo que seus principais produtos eram veículos militares sobre rodas. A empresa possuía clientes nos mais variados cantos do mundo, abrangendo desde a América do sul passando pela África ate as areias dos desertos no Oriente médio. Em alguns casos a empresa possuía clientes chaves. Um desses casos era o Iraque. Autoridades militares do Iraque solicitaram a Engesa se a mesma seria capaz de projetar um veiculo blindado a partir dos requisitos do exercito iraquiano e que, em muitos pontos, possuía características semelhante ao projeto alemão Wiesel. Com o comprometimento da equipe de projetos da Engesa com outros programas (EE T-1 Osório e EE-18 Sucuri II) o novo veiculo se beneficiou em muitos pontos pois foram introduzidos os conhecimentos adquiridos nestes projetos. O projeto era muito avançado para seu tempo, visto que seu único concorrente era o próprio Wiesel e com uma particularidade, os dois projetos eram inteiramente diferentes, muito embora fossem contemporâneos.
Os estudos começaram e em maio de 1986 foi apresentado o primeiro protótipo destinado a ensaios mecânicos. Logo em seguida um segundo foi construído e enviado para testes naquele país, surgindo assim à necessidade de se efetuar diversas modificações que levaram à construção de um terceiro protótipo. Isto não impediu que ele fosse oferecido a outros países, cujas delegações visitavam a sede da Engesa em São José dos Campos, SP, onde ocorria uma série de demonstrações deste e dos demais veículos militares ali produzidos. Paralelamente a estes testes foi construído então um quarto protótipo bem mais elaborado que os outros três e equipado com uma pequena torre Engesa com duas metralhadoras em calibre 7,62 mm, que foi apresentado na Primeira Exposição Internacional de Produtos Militares ocorrida em Bagdá em 1989, tendo o veículo permanecido para testes no país, quando em 1991, em decorrência da Guerra do Golfo, o mesmo foi deixado em Tikrit em um Quartel do Exército iraquiano e o pessoal da Engesa retornou ao Brasil e nunca mais tivemos notícia deste veículo. Com o agravamento da crise financeira da Engesa que logo em seguida pede concordata e tem sua falência decretada em 1995, o projeto do Ogum não foi levado adiante e dos quatro protótipos apenas um existe atualmente (o segundo protótipo) e se encontra em poder do Exército, lotado no 2º Regimento de Carros de Combate em Pirassununga, SP. Uma curiosidade é o fato de ter participado de uma concorrência em Abu Dhabi em 1988 e conseguido vencer tecnicamente o Wiesel nas provas ali realizadas, aliás, a mesma em que o EE-T1 Osório venceu o italiano Ariete, venceu no campo técnico mais acabou derrotado no político.
O Ogun é uma blindado tão compacto quanto seu concorrente europeu. Essa característica permitiria uma mobilidade muito grande devido a facilidade de transportar esse veículo por aviões e helicópteros pesados que poderiam, rapidamente, colocar varias viaturas no teatro de operações em pouco tempo.

PROTEÇÃO
A estrutura do veiculo era formada por um monobloco composto por chapas de aço bi metálicas semelhantes às utilizadas nos blindados sobre rodas 6x6 Urutu e Cascavel, de alta resistência o que lhe dava uma resistência estrutural com ângulos de incidência e baixa silhueta o que garantia uma proteção balística efetiva, segundo o fabricante, contra o calibre 7,62mm AP. Ainda falando da proteção do Ogum, a Engesa estudou a possibilidade de instalar o EE T-4 Ogum a blindagem que foi desenvolvida para o Osório que e era formada por um composto de aço, cerâmica, alumínio e fibra de carbono esse material, somado aos ângulos do desenho do Ogum lhe garantiram uma plena capacidade contra projéteis de até 14,5 mm. Porém foi descartada por ser um veiculo pequeno devido às necessidades de se manter o baixo peso para ser transportado e lançado a partir de aeronaves de transporte ou mesmo helicópteros pesados.
Para manter a proposta de um veículo leve, a blindagem do Ogun permite suportar disparos de armas leves até o calibre 7,62x51 mm AP (perfurante de blindagem).

PROPULSÃO
A opção inicial era por um motor da empresa alemã MTU.  Que possuía instalações no Brasil (pois a Engesa acreditava que no futuro o Exercito Brasileiros pudesse adquiri-lo). Porém, a Engesa acabou declinando desta opção em função do seu alto custo. A segunda opção foi a instalação do motor do próprio Wiesel um motor Audi 2,5 litros, 5 cilindros turbo diesel com 85 cv de potência, porém esse motor foi descartado pela Engesa pelo fato de ainda estava sendo desenvolvido. A escolha definitiva recaiu sobre o propulsor Perkins modelo QT 20 B4236, a diesel, quatro tempos, turbinado, quatro cilindros em linha, 125 HP, transmissão automática Alisson modelo AT 545, quatro marchas à frente e uma à ré, o que lhe dava uma autonomia de 350 km, em estradas a uma velocidade de 70 km/h.  Já os dois últimos protótipos foram equipados com motor BMW modelo M21D24WA-LLK, diesel de seis cilindros, bem mais leve e com potência de 130 HP, raio de ação de 360 km e uma velocidade de 75 km/h. Sua suspensão é do tipo barras de torção com três amortecedores de cada lado. As lagartas são alemãs Diehl com sapatas removíveis, guiadas pelo centro com duplo pino emborrachado, o que lhe dá baixa pressão sobre o solo.
Versões previstas para o Ogun

VERSÕES E ARMAMENTOS
A ideia da Engesa era que o EE T-4 Ogum constituísse uma família de blindados em várias versões que seriam baseadas sobre o mesmo chassi, permitindo assim uma economia importante, na medida em que os clientes podem comprar um maior número de unidades para diversas missões podendo assim se beneficiar da economia de escala e assim diminuir os preços de cada veículo. A logística da manutenção é também muito facilitada. A versão inicial solicitada pelo exército iraquiano era de um veículo de reconhecimento dotado de armamento leve. Porém a Engesa propôs as seguintes versões: Veículo Transporte de Pessoal (APC) com capacidade para quatro soldados equipados mais o motorista armado com uma torre com uma metralhadora. 50 ou calibre 7,62 mm em suporte simples; Veículo com canhão de 20 mm (o que proporciona maior poder ofensivo nas missões de reconhecimento); Veículo com torre para duas metralhadoras em calibre 7,62 mm; Veículo de reconhecimento com metralhadora .50 em torre giratória; Veículo transporte de munição; Veículo comando; Veículo Ambulância com capacidade para três feridos, Veículo porta-morteiro 120 mm; Veículo antitanque lançador de mísseis (equipado com uma torre dotada de dois mísseis). Todos os veículos da família Ogum seriam equipados com Além do armamento descrito acima, todas as versões do Ogum seriam equipadas com tubos lançadores de granadas fumígenas que poderiam ser lançadas individualmente ou em grupos para fornecer uma cortina de fumaça diminuindo a visibilidade do Ogum para seus inimigos na hora que estivessem em combate.
Nessa foto, uma configuração mais simples com uma metralhadora pesada M-2HB em calibre 12,7x99 mm (50 BMG).

                      

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

EXÉRCITO BRASILEIRO NOS ESTADOS UNIDOS - Tropa CORE realiza assalto aeromóvel

CORE 2024

Louisiana – EUA

Na noite do dia 15 de agosto ocorreu o embarque tático das tropas brasileiras para o início da fase operacional do Exercício CORE 24.

Nessa ocasião, foram empregadas aeronaves AH-64 (Apache), UH-60 (Black Hawk) e CH-47 (Chinook) do exército americano, infiltrando a tropa CORE até o local controlado pela tropa oponente do exercício.

O embarque marca uma das fases de um assalto aéreo, operação em que tropas são transportadas e inseridas em uma área de combate por meio de aeronaves, geralmente helicópteros. Essas operações são usadas em situações em que o objetivo é realizar ataques rápidos, tomar ou defender posições estratégicas, ou ainda, realizar outras missões táticas de forma eficiente e com um tempo de resposta reduzido.

A tropa brasileira demonstrou seu adestramento e prontidão, na preparação e na execução do assalto aéreo, estando em alto grau de integração operacional com a tropa norte-americana que opera em conjunto com os brasileiros.
Tropa brasileira se preparando para embarcar nos UH-60 Black Hawk do Exército do Estados Unidos.

Histórico

Em 2021, o Exército Brasileiro e o Exército Americano realizaram o Exercício Culminating, nos Estados Unidos. Após a atividade, foi assinado um programa de cooperação que estipula exercícios bilaterais anuais até o ano de 2028. Os exercícios receberam a denominação de CORE, acrônimo em inglês para Operações Combinadas e Exercícios de Rotação.

Os Exercícios CORE têm a participação de tropas das Forças de Prontidão do Exército Brasileiro. Os militares do país visitante são enquadrados em unidades do Exército anfitrião.

Além da edição atual, que é realizada nos Estados Unidos, já foram desenvolvidas duas no Brasil, uma em São Paulo e a outra no Pará e no Amapá, e uma nos Estados Unidos.



CORE: COMBINANDO DIPLOMACIA COM INTEROPERABILIDADE.

                           

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

ÍNDICE DE AERONAVES MILITARES - WARFARE Blog


NORTHROP F-5EM TIGER II - A receita perfeita da FAB para um caça pular da 2º para a 3º geração!!!


Northrop F-5EM Tiger II
FICHA TECNICA 
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.98 (1050 km/h) à 11000 m. 
Velocidade máxima: Mach 1.63 (1741 km/h) à 11000 m
Razão de subida: 10500 m/min.
Potência: 0,64.
Carga de asa: 81,87 lb/ft².
Fator de carga: 7,33, -3,5 Gs
Taxa de giro instantânea: 20º/s.
Razão de rolamento: *250º/s (estimado).
Teto de Serviço: 15790 m.
Alcance: 890 km.
Alcance do radar: Leonardo Grifo F: 56 km, e 38 km contra alvos voando baixo.
Empuxo: 2 turbojatos General Electric J85-GE-21, com 2200 kgf de empuxo máximo, cada um.
DIMENSÕES
Comprimento: 14,45 m.
Envergadura: 8,13 m.
Altura: 4,08 m.
Peso vazio: 4392 kg.
Combustível Interno: 2563 litros.
ARMAMENTO
Ar Ar: Curto alcance: Míssil Piranha, Míssil Python 3, Míssil Python IV.
           Médio alcance: Míssil R-Darter, Míssil Derby.
Ar Terra: Bombas Mk82/83/84, bombas incendiárias BINC-200/300, bombas anti pista BAPI, bombas de fragmentação BLG-120/204/252 e lançadores de foguetes de 70 mm.
Interno: 1 canhão M-39A-2 de 20 mm com 280 tiros.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O projeto do F-5 nasceu no início de 1954, quando a Northrop pesquisou junto a aliados americanos,  com poucos recursos para usar um caça mais complexo como o grande McDonnell Douglas F-4 Phanton II, as suas necessidades para um novo caça que pudesse ser construído a um baixo custo. O resultado foi um pequeno caça chamado incialmente de N156F, que acabou sendo escolhido pelo departamento de defesa dos Estados Unidos para fazer parte do programa de assistência militar para países considerados amigos. O F-5 passou por diversas versões, sendo que a versão F-5E foi a mais promissora por sua maior capacidade de combate aéreo e por isso foi adquirido por muitos países que acabaram usando-o como a primeira linha de defesa por muitos anos. Logicamente, muitos desses países, aposentaram ou estão na iminência de aposentar os pequenos F-5 e substitui-los por novos caças, porém outros, como o nosso Brasil, com sua crônica falta de verbas para investimentos em aquisição de novos vetores acabaram tendo que usar a criatividade e procurar formas de atualizar os sistemas de  seus caças para que pudessem ter alguma eficácia nos cenários atuais do campo de batalha.
O Chile e Singapura foram bem sucedidos nos programas de modernizações de seus F-5E e, mais particularmente o Chile, nosso “quase” vizinho, demonstrou em combates simulados no deserto do Atacama e em Nellis nos Estados Unidos, onde participou de treinamentos Red Flag, um desempenho notável contra caças F-15 e F-16C, que são mais recentes e mais potentes que o leve F-5E. 
Graças a esse desempenho satisfatório, a FAB (Força Aérea Brasileira), resolveu seguir a receita de modernizar seus 47 F-5E, para um padrão que se chamou inicialmente F-5BR e atualmente F-5EM. Foram contratadas a Elbit Sytems de Israel, especialista nesse tipo de programa de modernização, e a nossa conhecida Embraer, que fez a  integração dos novos sistemas e a revisão estrutural dos F-5s da FAB.
Um caça F-5E da FAB antes de sua modernização.

O F-5EM teve seu radar original APQ 159 V5 da Emerson que possui um alcance teórico de 74 Km, mas sem capacidade rastrear e atacar um alvo voando baixo (look down shot down), por um moderno radar pulso Doppler Fiar Grifo F com capacidade de múltiplo engajamento e look down shot down. O alcance contra alvos voando alto, é de 56 Km, e de 38 Km contra alvos voando baixo.  A primeira vista, isso pode parecer pouco, mas os “74 Km” do radar anterior eram teóricos e pela idade do equipamento, eles eram no mínimo “míopes”. Este novo radar Grifo F, permite o uso de mísseis BVR (fora do alcance visual), coisa que nenhum caça da FAB possuía antes. Certamente foi uma escolha bem feita e aumentou a letalidade do pequeno F-5 de forma contundente. O F-5, tem um RCS frontal muito pequeno, e isso, associado ao novo radar, permite que ele se aproxime bem do inimigo antes de ser detectado, diminuindo o tempo de resposta do alvo.
A instalação do novo radar Leonardo Grifo F, exigiu modificações importantes no radome e no interior da parte frontal da aeronave. Uma das modificações foi a retirada de um dos canhões M-39 de 20 mm para acomodar o conjunto de equipamentos do novo radar. O Radome precisou ser aumentado também.
 
Uma outra melhoria muito significativa, se não a mais significativa, diz respeito ao uso do sistema de transmissão e recepção de dados por data link. Com esse dispositivo, indispensável no campo de batalha atual, o F-5EM pode mandar e receber dados entre si e entre ele e um  E-99 AEW&C por exemplo, sem expor sua posição. O F-5EM poderia, por exemplo, manter seu radar desligado e receberia os dados de posicionamento do inimigo, do radar Erieye do E-99. O sistema de data link que o F-5EM usa, e o rádio V/UHF digital da marca Rohde & Schwartz que fazem as transmissões de dados e voz usando criptografia e salto de frequência (com centenas de mudanças de frequência por segundo), tornando a interceptação dessas comunicações algo praticamente impossível. O desenvolvimento de táticas de interceptação e combate usando esse sistema de integração de dados, permitiu um aumento de letalidade para um padrão inédito na Força Aérea Brasileira.
O F-5EM trouxe um importante aumento de capacidade para os pilotos da FAB. Muitos de seus recursos novos só poderiam ser experimentados em aeronaves mais novas.

Foram instalados 2 computadores que recebem dados de diversos sensores espalhados pela fuselagem do avião, e enviam esses dados de forma organizada para as telas do painel do F-5M, promovendo a consciência situacional do piloto, e facilitando a tomada de decisões durante o combate. Um outro sistema muito importante instalado no F-5EM, é o RWR (sistema de alerta radar) da empresa israelense Elisra. Esse sistema detecta, analisa e alerta o piloto sobre emissões de radares que estiverem rastreando o avião. Com isso o piloto fica ciente do tipo de ameaça que ele está sofrendo, e com isso poder iniciar os procedimentos de combate, para enfrentar ou se evadir.
Foi instalado no F-5M uma cabine de nova geração com 3 telas multifunção MFD coloridas, e incorporado um controle HOTAS (hands on throttle-and-stick) para diminuir a carga de trabalho do piloto, e agilizando sua capacidade de resposta em combate, na medida que todos os sistemas importantes para a administração da situação de voo e combate são acionadas no manete do HOTAS.
Uma das mudanças mais severas no F-5EM ficou em seu painel de instrumentos do cockpit. O F-5 original tinha apenas instrumentos analógicos. O novo painel substituiu tudo por 3 telas mulfuncionais que garantem maior agilidade de leitura para facilitar a operação da aeronave.

No que se refere ao armamento, os novos sensores, permitem o uso de armas que  nunca tinham sido usadas pelos caçadores da FAB, como por exemplo um míssil de médio alcance. O radar Fiar Grifo F, pode ser usado para fornecer dados de ataque para mísseis de diversas nacionalidades, como o AIM-120 Amraam, MICA, R-Darter, e Derby. Essa possibilidade é muito importante na medida que nos deixa 
livres para escolher uma arma que seja isenta de restrições “idiotas” para o fornecimento de armas. 
A FAB adquiriu um lote de mísseis Derby, fabricados pela Rafael, empresa do segmento aeroespacial de Israel, Este míssil tem guiagem ativa alcance de 50 km. Os mísseis de curto alcance serão o Piranha, Python III e Python IV. todos guiados por infravermelho, sendo o Python IV o míssil com alta capacidade de engajamento fora do ângulo de visada, o que lhe permite engajar alvos mais manobráveis e com alta chance de destruição. 
Para o ataque a alvos terrestres, o F-5EM, terá uma maior precisão por causa da instalação de um radar altímetro usado no AMX. Embora a FAB não deva adquirir o míssil Maverick, ele poderia ser facilmente integrado ao F-5EM devido aos seus novos sistemas. Um dos 2 canhões M-39 A-2 de 20 mm teve que ser removido para a instalação de aviônicos e do novo radar, porém isso não piora o poder de fogo do F-5EM que a partir de agora será armado com mais mísseis por causa dos incrementos na aviônica.
Nessa rara foto de um F-5EM armado, podemos ver sua composição de 2 mísseis Python IV na ponta das asas e 2 mísseis de médio alcance Derby nos cabides externos.

Como pode-se ver, a FAB fez um trabalho muito eficiente para definir os requisitos de melhorias e modernização dos F-5E, para passarem ao padrão F-5EM. Certamente que o programa de modernização da FAB criou a versão mais eficaz do F-5E em serviço no mundo. No entanto, as células estão no final de sua vida útil e antes do fim da década de 20, estes caças deixarão as fileiras da FAB e terão o merecido descanso. A FAB gostaria de substituir estes F-5EM por mais um lote de caças F-39E Gripen, porém, com os cortes de verba impostos pelo governo Lula, os orçamentos reduzidos não permitirão a concretização dessa ideia. Hoje, se considera a possível compra de caças usados, com maior probabilidade sobre caças F-16 de segunda mão que começam a ficar disponíveis no mercado internacional e poderiam atender a demanda da FAB pela substituição de dois esquadrões de caças F-5EM.

Um F-5EM da FAB operando na base norte americana de Nellis em um exercício Red Flag.


F-5EM equipado para treinamento de combate.


A FAB também possui uma reduzida quantidade de exemplares biplaces F-5FM, usadas para treinamento.