quarta-feira, 20 de setembro de 2017

EXÉRCITO BRASILEIRO E PARAGUAIO PROSSEGUEM NAS ATIVIDADES DA OPERAÇÃO PARANÁ

Força Combinada realiza Marcha para o Combate e Ataque à Localidade


No dia 19 de setembro, em prosseguimento à Operação Paraná, exercício combinado inédito entre os Exércitos do Brasil e do Paraguai, após a emissão de ordens e a ocupação da Zona de Reunião, a Força Combinada Paraná, constituída por tropas dos dois países, iniciou a execução de Operações Ofensivas, sendo promovidas uma Marcha para o Combate, seguida de um Ataque à Localidade de Diamante do Sul (PR).
Durante a Marcha para o Combate, a Força Combinada deparou-se com inúmeras situações, que exigiram planejamento detalhado por parte do Estado-Maior Combinado. Essa preparação culminou com o emprego de frações, desde o nível Grupo de Combate até o nível Companhia de Fuzileiros Mecanizada, composta por pelotões brasileiros e paraguaios, demonstrando plena integração e sinergia.
No Ataque à Localidade, a Força Combinada Paraná teve a oportunidade de planejar e executar um ataque seletivo em ambiente edificado, contando com excepcional proteção blindada e poder de fogo proporcionados pela moderna Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Média de Rodas (VBTP-MR) Guarani.

VÍDEO


GENERAL EDUARDO VILLAS BOAS DÁ ENTREVISTA A PEDRO BIAL.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

EXÉRCITO E UNIVERSIDADE DISCUTEM TEMAS DE SEGURANÇA E DEFESA NACIONAL

Autoridades e personalidades acadêmicas encontram-se em Brasília para debater temas de Segurança e Defesa Nacional.


Em parceria com o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), o Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEx) realizará, entre os dias 18 e 20 de setembro, o Seminário de Estudos Estratégicos “Geopolítica, Defesa e Segurança da Nação Brasileira”, cujo objetivo é debater, com estudiosos e autoridades nacionais, temas de Segurança e Defesa Nacional, de modo a estimular a reflexão sobre a temática e a subsidiar políticas públicas na área.


   O evento ocorrerá no auditório do UniCEUB e contará com mesas redondas, nas quais serão discutidos diversos assuntos, como “Segurança nas Fronteiras”, “Inteligência”, “Conflitos Armados”, “Geopolítica” e “Operações de Paz”.

    Entre as personalidades convidadas, estão o Secretário Nacional de Segurança Pública, General Carlos Alberto dos Santos Cruz; o Diretor do Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança (MRE), Embaixador Nelson Tabajara; o Secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Dr Flávio Basílio; e os Professores Doutores/PhD Eliezer Rizzo (Unicamp), Marco Cepik (UFRGS), Maria Regina Soares (UERJ), Paulo Visentini (UFRGS) e Wanderley Messias da Costa (USP).

      Os interessados em participar do evento deverão acessar aqui.

 Para outras informações, podem ser utilizados os seguintes contatos: Coronel Lange: (61) 3415-4593 / lange.valerio@eb.mil.br; Coronel Ávila: (61) 3415-4594 / avila.vargas@eb.mil.br; Tenente-Coronel Oscar Filho: (61) 3415-4638 / oscarfilho.medeiros@eb.mil.br.

Esquizofrenia social


Por Gen Ex Maynard Marques de Santa Rosa

A transição atual é prolífica em extravagâncias que espelham interesses de todo o tipo, ensejando uma agenda surpreendente. A proposta de trocar o sistema presidencialista pelo parlamentarista, porém, é tema recorrente. Os políticos costumam culpar o presidencialismo dito de coalizão ou o semiparlamentarismo de tornar o Poder Executivo refém do Legislativo. Marotamente, omitem a causa da desarmonia: o parlamentar em função executiva. 


Pelo certo, o senador ou o deputado, ao aceitarem cargo no Executivo, deveriam perder o mandato legislativo, em favor do princípio da independência dos poderes. Da mesma forma, esses políticos fingem esquecer que a soberania popular, fonte de todo o poder, escolheu o presidencialismo puro em dois plebiscitos recentes. Além disso, a proposta é inoportuna. Uma reforma que delega mais autoridade ao estamento político, no momento mais crítico de sua credibilidade, é insensatez.

Outra preocupação relevante é a violência urbana. Embora seja notória a crise geral de segurança pública, o tema não consegue espaço na agenda legislativa. A redoma psicológica em que se abrigam os legisladores no Congresso parece torná-los insensíveis ao sofrimento refletido no índice macabro de 60 mil homicídios ao ano, que supera o total de baixas somadas na Síria e no Afeganistão. A realidade social mostra que os códigos vigentes no País estão defasados. Uma explicação para o imobilismo seria a alienação ideológica.
Contudo, o distúrbio da insensibilidade não se restringe ao âmbito legislativo. A crise econômica e o desemprego de 14 milhões de pessoas não chegam a comover as corporações dos poderes públicos, responsáveis pela expansão de supersalários, que transcendem os limites legais. Sobre fenômeno similar, escreveu Alexis de Tocqueville, em "O Antigo Regime e a Revolução", que as teses dos enciclopedistas eram temas da moda entre os nobres da França no século XVIII, durante os convescotes de Paris e os saraus da Corte de Versailles, como se não lhes afetassem a própria sobrevivência. Mais do que anomalia emocional ou moral, seria um sintoma de esquizofrenia social.
Outro aspecto contumaz da agenda subliminar é a chamada "teoria do gênero". Inventada na Europa por pensadoras feministas, pretende alterar as leis da natureza, ao derrogar os sexos, como se o homem e a mulher fossem espécies diferentes dentro do gênero humano. O que surpreende é a assimilação do conceito pela grande mídia, que vem conseguindo inculcar tal aberração na sociedade, até alcançar a legislação governamental.
O fato é que o humanismo perdeu o rumo e transpôs os limites razoáveis, ocasionando um ambiente cada vez mais permissivo. O Brasil, por mais de quatro décadas, tem sido vítima de campanhas "construcionistas", que subverteram os valores sociais e desnortearam o senso comum. O bombardeio populista e ideológico, a partir da Constituinte de 1988, consolidou uma cultura de direitos sem deveres e minou o princípio da autoridade. O resultado mostra-se nos indicadores de corrupção, violência e impunidade. Para agravar esse quadro, escasseiam-se as lideranças políticas.

Chegamos, assim, ao limiar da ordem política, econômica, social e jurídica. É hora, portanto, de reação, antes que o faça o instinto de sobrevivência coletivo, potencial criador de cenários escatológicos. A ordem social que repousa em base falsa torna a sociedade suscetível ao presságio bíblico: "Quando vierem as chuvas, subirem os rios, soprarem os ventos e a vierem açoitar, ela ruirá, e grande será a sua ruína" (Mateus, 7:25).


domingo, 10 de setembro de 2017

ALMAZ-ANTEY - S-350E-VITYAZ 50R6. O novo sistema de defesa antiaérea russo


FICHA TÉCNICA (9M96E/ 9M96M e 9M100)
Motor: Propelente sólido de estágio único (em todos os modelos de  mísseis).
Velocidade:  9M96E: 6480 km/h,  9M96M: 6480 km/h, 9M100: 3000 Km/h.
Alcance: 9M96E: 40 km; 9M96M: 120 km, 9M100: 10 Km.
Altitude: 9M96E: 20000 m; 9M96M: 30000 m, 40N6: 6000 m.
Comprimento: 9M96E: 4,75 m; 9M96M: 5,65m, 9M100: 2,5 m.
Peso: 9M96E: 333kg; 9M96M: 420, 9M100: 200 kg.
Ogiva: 9M96E e 9M96M: 26 kg de alto explosivo (HE); 9M100: 13 kg HE
Lançadores: caminhão 50P6 (BAZ6909).
Guiagem: 9M96E.9M96M: inercial com radar homing terminal ativo e o 9M100 por guiagem infravermelha (IR)

DESCRIÇÃO
Por E.M.Pinto em parceria com o site Plano Brasil
O Sistema S-350E Vityaz 50R6 é um novo sistema de defesa terra-ar móvel, projetado, desenvolvido e fabricado na Rússia pela indústria de Defesa Almaz-Antey. O desenvolvimento do sistema, teve início em 1990, desde então, uma série de disparos de mísseis e ensaios de sistemas foram efetuados com sucesso, a Almaz avaliou uma gama de possibilidades operacionais para o campo de atuação do sistema. Em 1998 após inúmeras avaliações, o setup do sistema foi congelado e a Almaz chegou a definição de um sistema que encontra o europeu SAMPT um análogo ocidental mais próximo.
A princípio chegou-se a especular que o S350 fosse um sistema desenvolvido para exportação. até porque juntamente com a Rússia, a Coréia do Sul , tradicional cliente de produtos ocidentais especialmente dos Estados Unidos, desenvolveu a partir do Vityaz o seu sistema próprio de defesa Anti-aérea KM-SAM Chun Koong. Ademais o Vityaz foi declaradamente um sistema desenvolvido para Bielorússia, desde a sua concepção.
É provável que o sistema seja voltado principalmente, mas não exclusivamente, para o mercado de exportação, porém claramente o S-350 é um sistema que vem para complementar as famílias de sistemas S-300 / S-400. A versão desenvolvida pela Coreia do Sul é simplificada em relação ao Vityaz o sistema também denominado Cheolmae-2 conta com o suporte técnico e assessoria da Almaz Central Design Bureau.
Fontes Russas, rebatem a ideia inicial de que o sistema visa apenas a exportação, para os analistas russos o Vityaz foi concebido para substituir os obsoletos sistemas S-300PS, cuja vida útil está chegando ao fim nos próximos dois ou três anos. Estas mesmas fontes chegam a afirmar que o período de amadurecimento do sistema foi necessário para que as tecnologias pudessem ser adaptadas as novas necessidades da defesa e que não necessariamente foram moldadas aos requisitos estrangeiros, mas que isto ocorrera por coincidências operacionais.
Acima: A Coreia do Sul, embora alinhada aos Estados Unidos, possui um trabalho de cooperação com a Rússia no desenvolvimento de seu sistema de defesa anti-aérea KM SAM Chun Koong baseado no sistema S-350 Vityas.

O SISTEMA
O novo sistema terá um radar mais avançado e um lançador com capacidade para lançar 16 mísseis o que supera numericamente o sistema anterior, já demonstrando a superioridade em relação aos apenas quatro mísseis lançados pelo S-300.
Em fevereiro de 2013, o Ministério da Defesa  russo e a e Almaz-Antey anunciaram o primeiro teste operacional  de uma bateria do sistema Vityaz 50R6. De acordo com o Almaz, o Vityaz poderia substituir os modelos mais antigos de  SAM, como o S-125, com capacidades adicionais de defesa contra múltiplos alvos, capacidade anti-mísseis de cruzeiro e UCAVS. De acordo com informações divulgadas em 2013, o sistema pode ser entregue em duas configurações: Uma versão otimizada para proteção contra armas de alta precisão, mísseis de cruzeiro, bombas inteligentes e UAVS táticos. Esta versão seria capaz de envolver simultaneamente até oito alvos.
A outra configuração é a versão multi tarefa que seria composta por um radar e até quatro lançadores com 32 “pequenos” mísseis cada, enquanto que a bateria seria ainda composta por um posto de comando móvel, ligado a um máximo de dois radares e até oito lançadores.
Uma bateria pdrão do sistema é composta por Unidades Lançadoras e veículos de comando-controle, Cada sistema S-350E Vityaz 50R6 normalmente inclui:
  • 04 lançadores 50P6
  • 01 sistema de radar de controle de fogo com alvo e vigilância 50N6A
  • 01 sistema comando e controle do veículo 50K6
  • 01 Estação de retransmissão para a comunicação
VEÍCULOS DE TRANSPORTE E APOIO
O sistema de mísseis S-350E Vityaz 50R6 é montado sobre o chassis padrão dos veículos BAZ-6909, denominado 50P6. O Lançador pode comportar até dois mísseis  em que cada um dos casulos, que podem ser substituídos por um grupo de quatro armas menores e de menor alcance. O  lançador vertical, pode comportar até doze recipientes tubulares, em duas linhas de seis. O sistemas de mísseis embarcados nas baterias do S-350E Vityaz 50R6 é bastante variável, e abrange basicamente 3 famílias de mísseis básicos sendo a principal arma o míssil 9M96 originalmente projetado para o sistema S-400.
A família de mísseis 9M96, é amplamente utilizada tanto pelos sistemas  S-300 quanto S-400. Este  míssil foi desenvolvido nos finais dos anos 90. É extremamente compacto e possui capacidade de abater outros mísseis de cruzeiro ou mesmo, mísseis balísticos em rota terminal de alta velocidade.
A versão básica do 9M96 possui alcance estimado em 40 km,  porém á outras versões como a 9M96E que destina-se a exportação e possui alcance de 40 km – e altitude de altitude 20 km.  A versão 9M96M por sua vez, possui longo alcance, estimado em 120 km  e altitude de engajamento de 30 km, perfis idênticos a versão de exportação a 9M96E2. O fabricante produz ainda um modelo de treinamento,  9M96R que possui altitude máxima de 35 km.
Os mísseis são orientados por sistema  inercial, utilizando um datalink que atualiza os dados sobre posicionamento do alvo e um radar de Banda-X MFMTR para orientação meio curso. A pequena ogiva de fragmentação 24 kg explosão é projetada para produzir um padrão de fragmento controlado, utilizando vários iniciadores para moldar a onda de detonação através do explosivo. Um fusível radar inteligente é usado para controlar o tempo e padrão da detonação.
Acima: A família de mísseis antiaéreo 9M96, inicialmente desenvolvida para uso no moderno e capaz sistema S-400, respondem pela capacidade de engajamento de médio e longo alcance do sistema S-350 Vityas.
Os mísseis  9M96 cumprem funções duplas de anti-míssil e anti-aérea. O menor 9M100 míssil também pode ser usado contra aeronaves, UAVs e mísseis de cruzeiro. Esta arma é usada para  a defesa em curto alcance e baixa altitude e é equipado com sistema de guiagem por infravermelho (IR). As informações que dispomos sobre estes mísseis são escassas, porém, dão conta que o seu alcance seria de no máximo 10 km, e sua altitude máxima em torno de 6 km.
O Vityaz pode ser equipado aina com míssil 9M96E designado como uma arma ‘hit-to-kill‘ o qual não necessitaria, em tese, de possuir ogiva , porém, o míssil usa uma pequena ogiva 24 kg de fragmentação, a sua função é a de abater armas em rotas terminais por impacto direto.
O Míssil faz uso  de canards e vetorização para impulsioná-o e assim alcançar fatores “G” extremamente altos bem como, velocidade angular. Esta função indicam claramente como uma arma destinada a abater mísseis de cruzeiro e MIRVs em rotas terminais.
Acima: O novo míssil anti-aéreo de curto alcance 9M100 que é usado pelo sistema S-350 Vityas tem um desenho bastante simples e usa a  vetoração de empuxo como principal recurso para conseguir extrema manobrabilidade.

MOBILIDADE E AEROTRANSPORTABILIDADE
Os lançadores do sistema S-350E Vityaz são montados no chassi de caminhão BAZ-6909 8×8.  O veículo possui motor, embreagem e uma caixa de velocidades que são montados atrás da cabine. O motor YaMZ-8424,10-033 é do tipo multi-combustível de quatro tempos de oito cilindros em V, movido a diesel e refrigerado a líquido e com uma potência de 470 hp. A suspensão é do tipo barra de torção wishbone independente, com amortecedores telescópicos.
O sistema de regulação de pressão de ar do pneu  é centralizada e controlada a partir dos bancos do condutor e inclui uma válvula de controle de pressão, válvulas de bloqueio das rodas e dos tubos. A cabine é de um metal estampado e soldado tipo de porta dupla de três assentos. A cabine é montada numa caixa blindada que oferece proteção balística contra armas leves aos condutores. Equipamentos auxiliares incluem  filtragem dos sistemas de ventilação,  aquecimento, comunicação, e inclusive um sistema de descontaminação e proteção para ataques de armas químicas.
O veículo BAZ-6909 pode deslocar-se carregado a uma velocidade máxima de 80 km/h, com um alcance máximo de 1,000 km. O veículo pode enfrentar obstáculos de gradiente de 57º; inclinação lateral de 38º, vadeando profundidades de até 1,4 m e trincheiras de no máximo 1,5 m.
A Bateria é aerotransportada, um quesito bastante importante e que foi contemplado desde o início do projeto por conta da adaptabilidade do projeto frente as ameaças e novas realidades de operação.
Acima: O veículo base das baterias Vityaz o é caminhão 8×8 BAZ-6909 mostrado nesta foto.

PRONTO PARA COMBATE
Uma bateria padrão do sistema S-350E Vityaz 50R6  inclui um sistema de controle de fogo e abrigo montado com radar integrado que realiza as funções de vigilância e rastreamento de alvos, quatro plataformas lançadoras de mísseis e um veículo de reabastecimento de mísseis. Todos os três componentes são montados sobre o mesmo veículo de chassis 6 × 6. A carga básica de mísseis por bateria é de 48 misseis. Cada conjunto lançador do veículo possui duas camadas de seis mísseis prontos para disparo em seus casulos de lançamento vertical. Todos os componentes do sistema de veículos utilizam quatro estabilizadores operados hidraulicamente para estabilizar-se no local de lançamento da bateria.
Cada bateria também tem a sua própria unidade de potência auxiliar (APU). Os veículos componentes usam um Datalink  para transmitir e receber informações do sistema de controle de fogo.
Após o exposto, fica a pergunta, há lugar no Exército Brasileiro para um sistema de defesa Terra-Ar como o Vityaz?  A resposta para esta pergunta é um sonoro SIM! O Brasil não possui nenhum sistema de defesa antiaérea de médio ou longo alcance. Um sistema como o S-350 tiraria a capacidade antiaérea nacional de um longo período de travas onde nossos únicos recursos estão baseados em mísseis MAMPADs (lançados do ombro 9K38 Igla) de fabricação russa e que o alcance não chegam nem a 6 km e o míssil  e o míssil, sueco SAAB Bofors RBS-70 cujo alcance chega a 8 km.
O sistema S-350 Vityas se tornará, com absoluta certeza, um sucesso de exportação e deve assumir o lugar de sistemas de defesa antiaérea como o BUK M1 e S-300PS, dois sistemas que colocaram um profundo respeito e temor nos pilotos de combate de nações cujos seus inimigos operavam tais armas.
Acima: Cada bateria do sistema S-350 Vityaz conta com uma  unidade do radar 50N6A transportado pelo veículo BAZ| 6909 do mesmo tipo usado em todos os equipamentos do sistema. Abaixo podemos ver a unidade de comando e controle 50K6.

VÍDEO


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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Haiti e a criação do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil


Por Cap José Renato Gama de Mello Serrano

A participação brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) foi uma experiência sem precedentes na história das Forças Armadas brasileiras. O crescimento profissional e a evolução da doutrina militar são pontos a se ressaltar nesse processo de mais de 13 anos vividos intensamente pelo Exército Brasileiro. Nesse contexto, o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) participou diretamente do sucesso obtido por nossas tropas em solo caribenho.

Em abril de 2004, quando foi criada a MINUSTAH, o treinamento dos militares que seriam desdobrados era feito com base na experiência de alguns contingentes nacionais em Angola e Moçambique. No entanto, o Haiti representava um desafio ainda maior, uma vez que a missão era nova e cabia ao Brasil liderar o componente militar, tarefa que jamais havia sido atribuída a um militar brasileiro.

Após os três primeiros contingentes, verificou-se a necessidade de implantação de uma sistemática de treinamento, a fim de aproveitar o conhecimento adquirido no terreno para melhorar a preparação da tropa. Dessa forma, o Exército criou o Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOPaz), com sede no 57o Batalhão de Infantaria Motorizado (Escola), no Rio de janeiro, Unidade ímpar e que teve papel fundamental no treinamento dos contingentes.

A partir de 2006, o CIOPaz instituiu série de estágios que capacitavam os oficiais integrantes do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (BRABAT) e da Companhia de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY), tanto na sede do preparo, quanto no próprio aquartelamento do Centro. Após essa etapa, os oficiais repassavam o conteúdo aos subordinados, fazendo com que o conhecimento atingisse todos os militares que participariam da MINUSTAH.

Passado esse primeiro período de uso da força no Haiti (2004 a 2007), o CIOPaz teve que adequar sua sistemática de treinamento, adaptando-se às constantes mudanças que a missão trazia para o emprego das tropas brasileiras. Na busca da realização de exercícios com o máximo de realismo possível, alguns militares do Centro faziam reconhecimentos no Haiti, a fim de acompanharem a mudança do ritmo da missão e os novos desafios encontrados.

Em 3 de dezembro de 2008, por meio da Portaria do Comandante do Exército Brasileiro n.º 949, o CIOPaz recebeu sua designação histórica, passando a denominar-se "Centro Sergio Vieira de Mello", em homenagem a esse ilustre brasileiro, que trabalhou na Organização das Nações Unidas (ONU) por mais de 34 anos. A relevância dos serviços desse Alto Comissário em prol da ONU tornou seu nome referência na área internacional, por ser exímio administrador de litígios, o que o credenciou para missões complexas que envolviam, entre outras, a reconstrução de países devastados por conflitos armados.

Em 12 de janeiro de 2010, o Haiti foi arrasado por um terremoto de grandes proporções. Do mesmo modo, a MINUSTAH sofreu um duro golpe. Em um país que já sofria com a grave crise política e econômica, a catástrofe comprometeu ainda mais o desenvolvimento daquela nação. Em consequência, o Brasil enviou outro batalhão para a MINUSTAH. O BRABAT 2, como ficou conhecido, realizou treinamentos no CIOPaz antes de seu desdobramento, para que estivesse pronto a enfrentar o cenário caótico do Haiti pós-terremoto.

Em 15 de junho de 2010, em virtude da necessidade de treinamento integrado entre as três Forças Singulares (Marinha, Exército e Força Aérea), o CIOPaz teve a denominação alterada para Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), mantendo sua subordinação ao Exército, mas passando a ser vinculado ao Ministério da Defesa. Dessa forma, a Organização Militar passou a ter integrantes das três Forças Armadas e ampliou sua atuação junto a outros órgãos e instituições governamentais.

Entre 2010 e 2012, o CCOPAB passou a preparar dois Batalhões de Infantaria e uma Companhia de Engenharia para ser desdobrados no Haiti, no intuito de orientar as Unidades para proverem assistência humanitária àquela população. O trabalho exigiu capacidade intelectual e logística do Centro, levando-se em conta o aumento das atividades e o efetivo reduzido. Do mesmo modo, a evolução do cenário da missão permitiu um enriquecimento doutrinário, garantindo a excelência das atividades no terreno e a consonância com as demandas das Nações Unidas.

Em 2013, a MINUSTAH começou a reduzir seu efetivo. Mais uma vez, o CCOPAB teve que se adaptar às novas demandas, que tinham caráter assistencial, mas sem deixar as técnicas de combate para trás. O contingente brasileiro sofreu a redução de um batalhão, o que permitiu maior flexibilidade ao Centro para fornecer o adequado preparo à tropa. 

A partir de 2014, o Batalhão Brasileiro de Força de Paz no Haiti passou a ocupar uma área de responsabilidade maior, sendo empregado em missões para as quais ele não era comumente designado, como a Força de Reação Rápida (QRF, sigla em inglês). A mudança fez com que o CCOPAB alterasse a sua maneira de conduzir o preparo do contingente militar, adequando-se à nova realidade, a fim de garantir a melhor formação do Soldado da Paz.

Atualmente, o ciclo de preparo dos contingentes brasileiros para missões de paz é composto pelos seguintes estágios: Preparação para Comandantes e Estado-Maior; Preparação para Comandantes de Subunidade e Pelotão; Coordenação Civil-Militar; Logística e Reembolso; Tradutores e Intérpretes Militares; Básico e Avançado para Operações de Paz. Essa estrutura ocorre em um período aproximado de quatro meses e tem se mostrado eficiente, de acordo com os resultados obtidos na MINUSTAH.

Passados 13 anos da entrada do Brasil na MINUSTAH e após mais de uma década da participação do CCOPAB no preparo das tropas brasileiras desdobradas na Missão, percebe-se que houve evolução na mentalidade das Forças Armadas e na capacitação dos militares. Essa transformação tem participação significativa do CCOPAB e dos próprios militares, homens e mulheres que se dispuseram a ajudar na preparação dos contingentes seguintes.

Com a aproximação do término da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, cultivamos a história vivida, desde 2004, na bem-sucedida Missão de Paz. Os próximos desafios serão ainda mais complexos e com peculiaridades que apenas o tempo será capaz de mostrar. Entretanto, enquanto houver a necessidade de realizar o preparo de tropas com excelência e de mostrar o real valor do soldado brasileiro, o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil estará presente.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Tropas brasileiras encerram a participação na Missão de Paz no Haiti

Atuação brasileira foi fundamental para gerar estabilidade e segurança à população haitiana, além de projetar o Brasil no cenário internacional.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) chega ao fim no dia  15  de  outubro,  concluindo,  também,  a  participação  das  Forças Armadas  brasileiras  nesse capítulo da história daquele país. Há treze anos (2004 a 2017), militares brasileiros desempenham missões voltadas para a criação e a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti, ao longo dos quais foram conquistados significativos avanços para a população haitiana, para o reconhecimento internacional do Brasil e para o aprimoramento da capacidade técnico-profissional de nossas Forças Armadas.
Cerca de 37.500 militares das Forças Armadas brasileiras integraram as tropas da MINUSTAH no decorrer desse período. Além disso, a liderança do componente militar da missão sempre esteve sob a responsabilidade de um general do Exército Brasileiro. A partir da extinção da MINUSTAH e do retraimento das forças de paz, será estabelecida uma nova missão da ONU, com o objetivo de fortalecer instituições do Estado haitiano.
O Contingente Brasileiro no Haiti foi formado, durante a maior parte do tempo, por um Batalhão de Infantaria de Força de Paz (BRABAT) e por uma Companhia de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY). Na segurança, os militares brasileiros conseguiram pacificar a capital, Porto Príncipe, dominada, anteriormente, por gangues fortemente armadas.
Cotidianamente, as tropas brasileiras realizavam intensivo patrulhamento nas áreas que estavam sob sua responsabilidade, participaram de operações com as demais tropas das Nações Unidas e com a Polícia Nacional do Haiti, escoltaram autoridades e proveram segurança para as ações humanitárias e as eleições. Esse esforço propiciou as condições necessárias de estabilidade para a promoção do desenvolvimento social, econômico e político do país.
Os militares do Brasil estiveram presentes em momentos de grandes catástrofes naturais no Haiti,  como  o  terremoto  de  2010  e,  mais  recentemente,  a  passagem  do  Furacão  Matthew. A Companhia  de  Engenharia  Brasileira  foi  empregada  pelas  Nações  Unidas  em  obras  como construção, asfaltamento e reparação de vias, perfuração de poços, limpeza de valas, distribuição de água e destruição de explosivos.
O bom comportamento dos soldados brasileiros e o relacionamento construído com a população haitiana foram elementos essenciais para os resultados alcançados, que projetaram o Brasil no cenário internacional e trouxeram ganho em experiência para as Forças Armadas brasileiras. Os resultados positivos da participação brasileira na MINUSTAH credenciam o Brasil a uma nova missão das Nações Unidas no futuro.

Etapas da desmobilização

No dia 31 de agosto, será realizado um evento em Porto Príncipe, no Haiti, com a presença de autoridades civis e militares, para marcar o encerramento das atividades operacionais. Para mais informações sobre esse evento, deverá ser feito contato com a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa, pelo e-mail: ascom@defesa.gov.br ou pelo telefone (61) 3312-4994.
Entre os dias 10 e 17 de setembro, o último contingente brasileiro retornará ao Brasil. No dia
15 de outubro, a base do contingente será entregue, oficialmente, à Organização das Nações Unidas.

Contatos

Outras informações sobre o encerramento das atividades das Forças Armadas brasileiras no Haiti e o legado de 13 anos de atuação podem ser obtidas no Centro de Comunicação Social do Exército, pelo e-mail imprensa@ccomsex.eb.mil.br ou pelo telefone (61) 3415-5711.

Para saber mais, acesse http://www.eb.mil.br/web/haiti/ ou #HaitiEuEstiveLá.


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A FORÇA TERRESTRE E O CONCEITO DE SEGURANÇA INTEGRADA.


O ALARGAMENTO CONCEITUAL DE PROTEÇÃO INTEGRADA PARA A SEGURANÇA INTEGRADA E O PAPEL DA FORÇA TERRESTRE PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS AO ESTADO BRASILEIRO NO CONTEXTO DO SÉCULO XXI1
Mauro Cesar Barbosa CID – Maj
Joel CAJAZEIRA - Maj
     A ordem global contemporânea tem se caracterizado por um ambiente multipolar e assimétrico, no qual prevalecem a incerteza e a possibilidade de inúmeros atores gerarem insegurança. O século XXI apresenta desafios mais complexos do que os enfrentados durante o período de confrontação ideológica bipolar. Assim, à luz de uma agenda global conflitiva e complexa, cujo alcance tem perpassado a esfera doméstica e internacional, observa-se a mudança da percepção costumeira das ameaças à segurança, tanto do Estado quanto dos indivíduos.
     Tal dinâmica é carreada pelo terrorismo catastrófico; por delitos transnacionais (com ênfase para o tráfico de drogas internacional); por conflitos étnicos; por „revoluções coloridas‟; por disputas energéticas e ambientais; e pela atual „crise dos refugiados‟. Fruto desse quadro, constata-se a ascensão de novos atores no „jogo global‟, como o crime organizado transnacional (COT) e as organizações terroristas transnacionais.
     Transpondo para o cenário brasileiro no período pós-Guerra Fria, sabe-se que a Constituição Federal (CF) de 1988, no seu artigo 144, trata do termo „segurança pública‟. Conforme a CF, “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, (...)” (BRASIL, 1988). Para isso, determina como principais órgãos de segurança pública (OSP): a Polícia Federal; a Polícia Rodoviária Federal; a Polícia Ferroviária Federal; as Polícias Civis; as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares.
     Já no artigo 142, a CF prevê que as Forças Armadas (FA) “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer um destes, da lei e da ordem”. Logo, o Brasil é uma República Federativa, na qual a segurança pública é responsabilidade direta das polícias federais e estaduais, mas que admite o emprego das FA para garantir a lei e a ordem em casos excepcionais.
     Nas fronteiras brasileiras, os ilícitos transnacionais dividem-se em duas vertentes: a dos crimes contra a pessoa, envolvendo o narcotráfico, o tráfico de armas e munições e o tráfico humano; e a dos crimes financeiros, como a lavagem de dinheiro. Desse modo, a grande extensão da fronteira terrestre, a escassez de recursos, o número insuficiente de postos de fiscalização, o pequeno efetivo de agentes federais e a corrupção fragilizam o controle estatal na faixa de fronteira.
  Nos grandes centros urbanos, as ameaças estão associadas ao crescimento desordenado. Há questões de toda ordem: problemas ambientais e sanitários, poluição, deficiências na mobilidade urbana e um precário mercado de trabalho. Portanto, processos de urbanização indisciplinados produzem cidades frágeis, marcadas por desigualdades sociais e por altas taxas de letalidade, privando determinadas áreas do acesso aos serviços públicos e da proteção estatal.
    Em consequência, as favelas brasileiras são a materialização da desigualdade social e constituem-se em meio fértil para a propagação da violência e de inúmeras ameaças à segurança do Estado e dos indivíduos. Com o avanço dessas organizações criminosas, já na década de 2010, observa-se o surgimento de black spots (pontos negros) nas grandes cidades, fruto da falha na governança por parte das Autoridades Centrais.
    No rol das respostas deflagradas pelo Estado Brasileiro, há uma série de ações com ênfase na Expressão Militar do Poder Nacional, que é a capacidade resultante da integração dos meios da Nação, acionados pela vontade nacional, com o objetivo de manter e de conquistar os objetivos nacionais. Assim, no século XXI, é recorrente o emprego das Forças Armadas em operações, entre as quais se destacam as ações de estabilização de comunidades, a manutenção da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em face de greves de policiais e a garantia do pleito eleitoral.
  No âmbito do Exército Brasileiro (EB), avançando no fomento das operações interagências, a Portaria n.º 192 do Estado-Maior do Exército, de 21 de novembro de 2012, aprovou a Diretriz para a implantação do Projeto Estratégico PROTEGER, com o objetivo de viabilizar ao Exército a capacidade efetiva para a proteção das Estruturas Estratégicas Terrestres nacionais, em complemento aos sistemas de segurança orgânica e de segurança pública.
    Na perspectiva da Proteção Integrada, contida no Manual de Operações do Exército, passou-se a abarcar todas as medidas necessárias para proteger a sociedade, num esforço essencialmente interagências, nas seguintes atividades: garantia dos poderes constitucionais; garantia da lei e da ordem; proteção de estruturas estratégicas; prevenção e combate ao terrorismo; e participação da Força Terrestre em ações na faixa de fronteira.
    Esse repertório de atividades é conduzido pela Força Terrestre nas Operações de Apoio a Órgãos Governamentais, alcançando sete possibilidades de emprego, sendo cinco delas reunidas sob a demanda da Proteção Integrada (garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem; proteção de estruturas estratégicas; ações na faixa de fronteira; prevenção e combate ao terrorismo; e ações sob a égide de organismos internacionais), e somadas ao emprego no apoio à política externa em tempo de paz ou de crise; e às atribuições subsidiárias.
  Percebe-se que o termo “Proteção Integrada” é de natureza restritiva, pois limita o entendimento a situações concretas quanto ao bem proteger e aos atores intervenientes. O conceito de “Segurança Integrada” é o mais adequado à atuação conjunta em ambiente interagências e, consequentemente, é mais apropriado para os estudos doutrinários.
Como única referência conceitual existente na Doutrina Militar de Defesa, segurança integrada trata da “expressão usada nos planejamentos de garantia da lei e da ordem da Força Terrestre, com o objetivo de estimular e caracterizar maior participação e integração de todos os setores envolvidos.”
    Portanto, há espaço para uma política pública permanente, com a finalidade de otimizar a perspectiva da segurança integrada e da sua gestão, especialmente quando se observa a atual instabilidade da situação da segurança no Brasil, perpassada por ameaças que transitam da esfera da segurança nacional para a da segurança pública

1 - O artigo é um extrato do Projeto Interdisciplinar (PI) sobre SEGURANÇA INTEGRADA dos alunos do 2º ano do Curso de Comando e Estado-Maior do Exército (CCEM) da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).

terça-feira, 22 de agosto de 2017

DOMINGO AÉREO NO PAMA SP 2017 - Esquadrilha da Fumaça chegando!

O vídeo abaixo mostra as aeronaves A-29 Super Tucano do esquadrão de Demonstrações Aéreas estacionando no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo no domingo aéreo no ultimo dia 20 de agosto de 2017. 

Vídeo By Carlos E. S. Junior

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Atualização no FMJ. Submetralhadora Steyr TMP/ Brugger & Tomet MP-9


Para ler sobre a submetralhadora TMP/ MP-9 clique na foto acima para ser direcionado para a matéria no blog FMJ (Full Metal Jacket)

segunda-feira, 17 de julho de 2017

URALTRANSMASH 2S19 MSTA-S.O martelo de batalha da artilharia russa.


FICHA TÉCNICA
Tripulação: 5 homens.
Motor: Um motor V-84A com 840 hp.
Peso: 42 toneladas.
Comprimento: 11,91 m.
Largura: 3,38 m.
Altura: 2,98 m.
Autonomia: 500 km.
Velocidade: 60 Km/h em estrada.
Passagem de vau: 1,2 m
Obstáculo vertical: 0,50 m
Trincheira: 2,8
Inclinação frontal: 65º
Inclinação lateral: 40º
Armamento: Um canhão modelo 2A64  de 152 mm uma metralhadora NSV em calibre .50 (12,7X108 mm).
Alcance das granadas: Convencional: 45 km, Granada RAP: 62 km.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A capacidade de artilharia auto propulsada é um dos elementos mais importantes do campo de batalha pois garante poder de fogo contra áreas distantes, não raro a mais de 30 km e mobilidade para não depender de ser rebocado como um obuseiro comum, que acarreta na necessidade de maior tempo para preparo do armamento para ser empregado. A Rússia, desde a época da União Soviética, já dispunha de um arsenal de artilharia que lhe colocava entre os maiores usuários do mundo nessa categoria de armamento. Um dos mais recentes armamentos deste tipo no exército russo é o 2S19 MSTA-S que está em serviço desde 1989 depois de um período relativamente longo de desenvolvimento do projeto que se iniciou em 1980.

Acima: O antigo obuseiro autopropulsado SO-152 (2S3 Akatsiya) foi o sistema de artilharia que deu lugar ao novo 2S19 MSTA-S.
O 2S19 é um veículo particularmente de grandes dimensões e, consequentemente, bem pesado também. São quarenta e duas toneladas que um potente motor V-84A com 840 hp de potência empurram para frente a uma velocidade máxima de 60 km/h quando o veículo estiver em uma estrada. Cabe observar aqui que a potência deste motor representa o dobro de potência que o motor norte americano Detroit Diesel 8V71T, usado no obuseiro auto propulsado M-109A-6 Paladin, é capaz de fornecer. O chassis do veículo é baseado nos carros de combate MBT T-72 e T-80, sendo que a carroceria é mais semelhante ao do T-80. A autonomia em estrada do 2S19 chega a 500 km. Nada mal quando comparamos à autonomia de 335 km do T-80!
Acima: O obuseiro 2S19 representou uma evolução significativa na capacidade da artilharia móvel russa.
As chapas de blindagem do 2S19 são relativamente finas e fornecem proteção contra armas leves (munições até 7,62mm) e estilhaços de granadas. Internamente, porém, o veículo foi projetado com proteção para sua tripulação em ambientes nucleares, biológicos e químicos (NBQ). Além disso, o 2S19 possui um sistema automático de extinto de incêndios caso algum armamento inimigo atingir a viatura. Outro recurso de proteção que está integrado ao 2S19 são três lançadores de fumaça de cada lado da torre que produzem cortinas de fumaça para dificultar o engajamento do veículo pelos sistemas de mira inimigos.
Acima: Aqui podemos ver o lançador de fumaça em operação. este sistema permite dificultar o máximo a visada inimiga contra o veículo criando uma cortina de fumaça.
Embora, inicialmente, o obuseiro autopropulsado 2S19 não estivesse equipado com um sistema de posicionamento global GLONASS (equivalente ao GPS norte americano), as versões modernizadas do veículo, chamada de 2S19M1, receberem computadores de tiro integrados a um sistema deste tipo baseado no GLONASS. O armamento principal é um obus 2A64 em calibre 152 mm que é alimentado por um recarregador automático que permite uma cadência de 8 tiros por minuto e pode operar todos os tipos de granadas do calibre 152 mm que a Rússia produz. O alcance varia conforme a munição usada, de forma que a granada de alto explosivo HE possui alcance de 24,7 km. Com projétil assistido por foguete RAP, o alcance aumenta para 28,9 km. O canhão 2S64 é capaz de disparar o projétil guiado a laser 30F39 Krasnopol , que tem alcance de 20 km, porém, com capacidade de atingir um carro de combate inimigo, mesmo se ele estiver em movimento a velocidade de até 36 km/h
Acima: O canhão 2S64 em calibre 152 mm usado no 2S19M pode empregar todos os tipos de granadas fabricadas na Rússia. O alcance das granadas varia de 24,7 a 28,9 km dependendo do tipo.
O 2S19 tem capacidade de armazenar 50 granadas de 152 mm o que lhe garante uma boa persistência de combate. Para exportação, a Uraltransmash disponibiliza um canhão ocidental L-55 em calibre 155 mm conhecida como 2S19M-155. O armamento secundário é representado por uma metralhadora pesada NSV em calibre .50 (12,7X108 mm) controlada remotamente de dentro do veículo e capaz de uma cadência de 800 tiros por minuto. Esta metralhadora tem alcance de 2000 metros contra alvos de superfície e 1500 metros contra alvos aéreos e a arma está alimentada com 300 munições para pronto emprego.
Acima: O armamento secundário de todas as versões do veículo 2S19M (na foto um 2S19M2) é a metralhadora pesada NSV, controlada remotamente, de dentro do veículo. esta arma dispara munição calbre 12,7X108 mm (.50).
O obuseiro auto propulsado 2S19 substituiu o antigo veículo 2S3 Akatsia  e elevou a capacidade da artilharia russa em alcance, precisão, persistência de combate e cadência de tiro. Embora a Rússia já tenha um veículo mais moderno em desenvolvimento conhecido como 2S35  Koalitsiya-SV, o fato é que o 2S19 continuará a ser um sistema de artilharia com desempenho superior a de muitos sistemas similares. Atualmente, os russos contam com quase 500 unidades desse moderno obuseiro auto-propulsado e a produção ainda continua. Além dos russos, mais sete nações, incluindo a Venezuela, nossa vizinha do norte, opera este veículo.
Acima: Nesta foto podemos ver dois obuseiros 2S19M1 posicionados em uma trincheira, que permite reduzir a exposição em altura do veículo.


VÍDEO


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quarta-feira, 5 de julho de 2017

CLASSE SEJONG (KDX III). Reinando sobre o Mar Amarelo.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier.
Tripulação: 350 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 2008.
Deslocamento: 11000 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 165 mts.
Calado: 6.25 mts.
Boca: 21 mts.
Propulsão: 4 turbinas a gás GE LM 2500 de 25000 Hp cada.
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h).
Alcance: 10200 Km.
Sensores: Radar multifuncional SPY-1D  (V) AEGIS, Sistema de controle de fogo AN/SPG-62. Sonar Atlas Elektronik DSQS-21BZ, Sonar rebocado Sagem MTeQ e um sistema de detecção passiva infravermelha Sagem IRST.
Armamento: 2 lançadores verticais MK-41 (um de 48 celulas e outro com 32 celulas) totalizando 80 celulas para mísseis SM-2 Block IIIB/IV Standard,  1 Lançador vertical K-VLS para 16 mísseis K-Asroc Red Shark; 1 Lançador vertical K-VLS para 32 mísseis Hyummoo III C, 4 lançadores quádruplos para 16 mísseis antinavio SSM-700K Hae Sung; 1 lançador para 21 mísseis antiaéreos RIM-116 RAM; 1 canhão MK-45 Mod 4 de 127 mm; 1 canhão Goalkeeper  CIWS de 30 mm; 2 lançadores triplos para torpedos leves K-745 Blue Shark.
Aeronaves: 2 helicópteros Agusta/ Westland Super Linx MK-99.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A Coreia do Sul tem sua defesa intimamente ligada a influencia militar e industrial dos Estados Unidos. Todos os meios de combate, das três forças principais de defesa da Coreia do Sul são fabricados sob licença ou tem importante participação da indústria bélica norte americana.
O navio de guerra que é foco deste artigo representa um exemplo claro dessa influência. O destróier KDX III ou, classe Sejong, como é conhecido, é o mais poderoso navio de guerra no mar amarelo e mar do Japão, onde, pode-se dizer que esse status é dividido com o destróier japonês da classe Atago, que também recebeu pesado suporte norte americano em sua concepção e construção.
Acima: O projeto da classe Sejong é baseado no destróier norte americano da classe Arleigh Burke. O navio sul coreano, no entanto, é maior e mais pesadamente armado.
O Sejong começou a ser idealizado no ano 2000 e depois de escolhido o projeto, o navio foi construído durante os anos seguintes vindo a ser lançado em maio de 2007 pela Hyundai Heavy Industries. Seu desenho é baseado no destróier norte-americano classe Arleigh Burke, na sua versão conhecida como Flight II A, cujo principal diferencial é a existência de um hangar para operar dois helicópteros de tamanho médio.  O Sejong, porém, é mais de 11 metros mais comprido, chegando aos 165 metros além e tem uma boca de 21 m. Naturalmente seu deslocamento é maior que o navio norte americano, chegando a  11000 toneladas quando totalmente carregado. Mesmo com essas dimensões maiores, o desempenho do navio no mar é ligeiramente melhor que o seu "pai ocidental".
Sua propulsão é configurada como COGAG (Combinação gás com gás), contando com 4 turbinas General Eléctric LM-2500 que produzem 25000 Hp cada permitindo ao Sejong navega a velocidade máxima de 30 nós (56 km/h), a mesma do Arleigh Burke, porém, sua autonomia é maior, chegando a 10200 km, o que lhe dá capacidade de escoltar grupos de batalha por qualquer lugar do mundo.
Acima: Embora os navios da classe Sejong sejam maiores que os seus primos da classe Arleigh Burke, seu desempenho de velocidade é o mesmo, e o navio sul coreano ainda tem maior alcance.
Sendo um navio com forte ênfase na guerra antiaérea, sua capacidade de detecção e controle do espaço aéreo é dada pelo mais capaz sistema de radar atual, o sistema AEGIS , desenvolvido nos Estados Unidos, composto pelo moderno radar SPY-1D (V). Este radar possui 4 antenas cuja disposição cobrem 360º em volta do navio permanentemente permitindo rastrear mais de 100 alvos a 450 Km de distancia de forma ininterrupta, além de ser muito mais resistente a contramedidas eletrônicas impostas pelos sistemas de guerra eletrônica inimigos. 
O radar de controle de fogo para alvos aéreos é o Mk 99 Missile Fire Control System (MFCS) que trabalha integrado com o radar AN/SPG-62 que faz a iluminação dos alvos aéreos detectados pelo radar SPY-1D para que os mísseis de defesa anti-aérea SM-2 atinjam seu alvo. Desta forma, pode-se ver que os sistemas operam de forma integrada otimizando a capacidade de resposta do navio a ameaças aéreas.
Para guerra anti-submarina, o Sejong faz uso de um sonar de casco DSQS-21BZ fornecido pela Atlas Elektronik que tem capacidade de detectar um submarino inimigo a 29,7 km. Um segundo modelo de sonar chamado MteQ, do tipo rebocado, também é empregado nesta classe.
A suíte de guerra eletrônica foi privilegiada também com o sistema SLQ-200(V) 1K conhecido, também como “Sonata” que faz a identificação de sinais de radio, radares e mísseis, identificando a ameaça e gerando uma contramedidas ativa que interfira nos equipamentos inimigos.
Acima: O sistema AEGIS composto pelas 4 antenas fixas SPY-1D (V) caracterizam o desenho do destróier da classe Sejong. Este sistema está entre os 3 mais modernos sistemas do mundo para defesa antiaérea.
O armamento da Sejong é mais pesado do que a média dos navios de guerra de sua categoria. Mesmo sendo um destróier, suas capacidades se igualam ao do cruzador classe Ticonderoga, da marinha dos Estados Unidos.
A capacidade antiaérea é garantida por 2 lançadores verticais MK-41 para mísseis Raytheon SM-2 Block IIIB/IV Standard. Um dos lançadores tem 48 células e o outro tem 32 células. O míssil SM-2 Block IIIB possui um alcance máximo de 74 km e e seu sistema de guiagem é do tipo dual, ou seja, usa dois tipos distintos de guiagem, sendo uma por radar semi ativo e a fase terminal usa um sensor infravermelho. A grande vantagem desse sistema de guiagem é a capacidade de superar eventuais contramedidas evasivas que venham a ser usadas pelo alvo. Esta versão é particularmente eficaz contra alvos em voo em baixa altitude e com RCS pequeno (alvos furtivos).
Ainda, para defesa antiaérea, há um pequeno lançador de mísseis RIM-116 RAM, com 21 mísseis. Estes pequenos mísseis são usados para defesa aproximada contra mísseis anti-navio, e projeteis guiados que penetrem na defesa externa do navio.
Acima: Os destróieres da classe Sejong são pesadamente armados e contam com a capacidade de pronto emprego de nada mais, nada menos, que 128 mísseis divididos entre mísseis antiaéreos SM-2 Block IIIB/IV Standard, mísseis anti submarino K-Asroc Red Shark e mísseis de cruzeiro Hyummoo III C. Caso colocarmos nessa conta os outros 16 mísseis anti-navio SSM-700K Hae Sung, a conta vai parar nos incríveis 144 mísseis para pronto emprego!
Um sistema de lançamento vertical para mísseis projetado na própria Coreia do Sul foi instalado e está equipado com 48 celulas divididas em 16 células para mísseis anti-submarino K-ASROC Red Shark. Este míssil tem um alcance de 19 km e está equipado com um torpedo K-745 Blue Shark que é lançado na água, na área onde o contato submarino inimigo tiver sido detectado pelos sistemas de sonares do Sejong. A partir deste momento o torpedo inicia o ataque ao submarino detectado. O alcance do torpedo K-745 Blue Shark  é de 12 km e seu sistema de guiagem se dá por sonar ativo/ passivo com alcance de 1,9 km e é equipado com uma espoleta de detonação por contato que detona sua ogiva permitindo penetrar 1,5 metros de aço.
As outras 32 células deste lançador, estão armadas com 32 mísseis de ataque terrestre Hyummoo III C, similar ao Tomahawk. Este poderoso míssil de cruzeiro é guiado por GPS e possui um alcance de 1500 km, sendo, portanto, capaz de infringir sérios danos contra alvos estratégicos inimigos bem dentro de seu território.
Voltando a tratar da capacidade de ataque anti-submarino do Segong, foram instalados dois lançadores triplos de torpedos K-745 Blue Shark, mesmo modelo usado no míssil K-ASROC.
Para guerra anti-navio, o Sejong está armado com 4 lançadores quádruplos para mísseis SSM-700K Hae Sung, cujo alcance é de 250 km e guiados por INS/GPS com radar ativo na fase terminal.
Acima: Operando de forma similar ao famoso míssil de cruzeiro norte americano BGM-109 Tomahawk, o míssil de cruzeiro Hyummoo III C, possui um alcance de 1500 km.
O armamento de tubo é composto por um canhão norte americano MK-45 Mod-4 de 127 mm instalado a frente do navio e pode ser usado tanto contra alvos de superfície, como contra alvos aéreos e seu alcance é de 24 Km. Um sistema antiaéreo tipo CIWS Goalkeeper, contendo com um canhão em calibre 30 mm é usado para defesa antiaérea de ponto.  O canhão usado no sistema é o poderoso GAU-8 da General Electric, famoso por ser usado no avião de combate A-10 Thunderbolt II contra veículos blindados. Sua cadencia é de 4200 tiros por minuto e seu alcance efetivo é de 2000 metros. O destróier Sejong opera dois helicópteros anti-submarino Agusta/ Westland Super Linx MK-99, porém pode-se operar outros modelos de dimensões similares como o Sikorsky SH-60 Seahawk.
Acima: O sistema de defesa de ponto CIWS Goalkeeper é armado com um potentíssimo canhão de 7 canos rotativos GAU-8/A Avenger em calibre 30 mm,  o mesmo usado no jato de apoio aéreo aproximado A-10C Thunderbolt II da força aérea dos Estados Unidos. São 4200 tiros por minuto capazes de destruir aeronaves e mísseis anti-navio que se aproximem do navio a uma distancia de até 2000 metros.
Os dados apresentados aqui deixam claro que a classe Sejong representa um dos mais poderosos destróieres no mundo. É certo que a estratégia de defesa da Coreia do Sul recebe influencia pesada do governo dos Estados Unidos e muito provavelmente os norte americanos até tem poder de decisão sobre o que vai ou não ser adquirido pelas forças armadas sul coreanas. Por isso, é interessante observar que o Sejong é mais bem armado que os navios da classe Arleigh Burke da marinha dos Estados Unidos e isso evidencia a importância que a capacidade antiaérea e de ataque contra alvos terrestres tem na marinha sul-coreana e na estratégia norte americana de atuação naquela região do globo. A Coreia do Norte, o inimigo numero um da Coreia do Sul, não tem, absolutamente, nada equivalente em tecnologia, poder de fogo e desempenho ao que o destróier da classe Sejong é capaz de prover e a marinha sul coreana possui, atualmente, 3 navios desta classe, com mais 3 encomendados e a serem integrados a moderna marinha da Coreia do Sul até 2022.
Acima: Na popa do Sejong podemos ver os dois hangares para operações de dois helicópteros médios, normalmente do modelo Westland Mk.99A Super Lynx. Porém o modelo norte americano SH-60 Seahawk também pode ser empregado.

VÍDEO


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