sexta-feira, 6 de outubro de 2017

MODERNIZAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL. Como conquistar a credibilidade internacional?

INTRODUÇÃO Matéria produzida em parceria com o Plano Brasil.
O WARFARE blog começou a ser publicado no dia 1 de junho de 2014 como uma continuação do antigo blog Campo de Batalha que eu publicava até o Google excluir minha conta por motivos ridículos. Na época do Campo de Batalha eu postei três artigos tratando de sugestões de modernização das forças armadas brasileiras. Cada artigo tratava de uma força focada de forma individualizada.
Hoje, muitos dos leitores do Campo de Batalha que permanecem leais a este trabalho através da publicação do WARFARE blog me solicitaram que voltasse a escrever sobre sugestões de modernização das Forças Armadas do Brasil. Eu estava um pouco resistente para decidir fazer este artigo porque sinto uma certa decepção com as decisões tomadas pelo comando de cada uma das três forças em relação a suas ações e planos de reequipamento pouco eficientes, além do quadro geral da política nacional que faz com que sinta um certo desprezo pelo país.
A matéria que segue nas próximas linhas mostram uma mudança do meu conceito de como as forças armadas brasileiras deveriam se equipar e como o governo deveria se posicionar diante do resto do mundo para que algumas das sugestões que farei pudesse ser, de fato, implantada, independentemente de ofender acordos idiotas que o Brasil assinou como o Tratado de Não proliferação Nuclear, assinada pelo então ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso em 1998. Por mais que alguns discordem de mim (a maioria, mas não todos, com orientação politica de esquerda), a entrada do país neste tratado malicioso nos deixou "mancos" para desenvolver uma força armada com real capacidade dissuasória.
Por ultimo, para não estender esta já longa introdução, quero reforçar que as sugestões que dou neste artigo são de cunho totalmente pessoal e refletem meu ponto de vista sobre oque é a instituição "forças armadas" e como nossas forças armadas deveriam ser equipadas para ter uma capacidade dissuasória real, com um custo relativamente baixo de manutenção e focada no objetivo maior das Forças Armadas do país, orientado pela Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 142, caput, que é a "DEFESA DA PÁTRIA" e que claramente é a missão principal que nossas autoridades, civis e militares, dão as nossas Forças Armadas.
Acima: Soldados do Exército Brasileiro aguardam as ordens em um treinamento.

COLOCANDO OS PINGOS NOS "IS"
Antes de começar a tratar, propriamente das minhas sugestões para uma modernização, ou mesmo, "revolução" nas forças armadas do Brasil para torna-las efetivamente eficazes, quero pontuar algumas coisas. Em primeiro lugar temos que entender que forças armadas existem para a GUERRA. Não para a paz. Forças armadas devem ser treinadas, antes de qualquer coisa, para matar o inimigo custe o que custar. Um militar da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) foi muito feliz em dizer: "Não se ganha uma guerra morrendo pelo seu país. A guerra se ganha matando por ele". Uma vez entendido isso, vou para a segunda pontuação. O militar em missão, seja contra um Estado inimigo invasor, ou contra um inimigo interno (os traficantes que reinam em São Paulo, Rio de Janeiro ou qualquer cidade brasileira), que vira e mexe tem as forças armadas chamadas a dar apoio às polícias locais tem que ter ORDEM para matar qualquer um que tenha a ousadia de enfrentar a autoridade que estas forças do Estado representam. Quando as forças armadas são acionadas, as leis não podem, para o bem da sociedade correta, trabalhadora, ordeira, serem usadas como uma "coleira" obrigando soldados a levarem tiros sem poder revidar. Se o Estado não tem culhões para fazer valer a ordem pública, custe o que custar, então nem tenha  a cara de pau de chamar as forças militares para "fazer massa" andando nas ruas das cidades tomadas por um banditismo que até a classe política é mancomunada. Enquanto escrevia estas ultimas linhas me lembrei de Fuzileiros Navais do Brasil, sendo recebido por uma chuva de projéteis em uma comunidade do Rio de Janeiro, sendo protegidos pela blindagem de um veículo de transporte de tropas Piranha IIIC que aquela distinta força faz uso, sem poder contra atacar devido as ordens de comandantes fracos, submissos e de um governo que fede pior que esterco.
Uma vez exposto este meu ponto de vista, vamos às ideias que tenho sobre como deveria ser o reequipamento das forças armadas nacionais e sua modernização material para melhor poder fazer valer a soberania brasileira.
Acima: É absolutamente inaceitável não permitir as forças do Estado, sejam militares, sejam policiais não poderem atual com toda sua força e sob um regime legal diferenciado, dando suporte jurídico aos membros destas forças em caso haja necessidade de usar força letal nos conflitos internos como as ações nos morros do Rio de janeiro ou na periferia de São Paulo.

PANORAMA ATUAL.
Muita gente acredita que o Brasil é um país "pobre" ou que tem pouco dinheiro investido em defesa. Na verdade, segundo dados coletados e publicados pelo IISS (International Institute for Strategic Studies ou Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), o Brasil está posicionado na décima primeira posição entre os maiores orçamentos de defesa do mundo (dados de 2015) com um investimento de U$ 24,3 bilhões de dólares. Estamos na frente de muitas "potencias regionais" em termos puramente financeiro. Agora, o nobre leitor pergunta "Se temos um orçamento defesa desse porte, por que nossos recursos materiais e mesmo humanos são tão pobres?" Como tudo relacionado a dinheiro publico no Brasil, nas suas forças armadas não poderia ser diferente. O dinheiro é extremamente mal usado. Incompetências de gestão e bizarrices administrativas como colocar nas costas desta receita a previdência militar, fazem com que 73% deste dinheiro seja usado com gastos de pessoal e encargos sociais. Ou seja, mal sobra dinheiro para investir em treinamento, municiamento e rearmamento. Nossa força aérea usa como seu caça de defesa aérea o velho F-5EM, que independentemente de ter sido modernizado, é uma aeronave cujo desempenho fica muito aquém do minimamente adequado para combate. Nossa marinha usa fragatas com mais de 40 anos de projeto e estão em vias de iniciar a substituição destas fragatas por corvetas! Ou seja, teremos uma marinha que hoje opera em águas azuis rebaixada para uma "guarda costeira" graças a falta de bom senso do comando da marinha. O único acerto da marinha do Brasil em reequipamento foi o programa PROSUB para construção de quatro modernos submarinos modelo S-BR baseados na classe Scorpene, da França e a construção de um submarino nuclear de ataque. SN-10 Classe Álvaro Alberto. O exército tem conseguido seguir com a aquisição de seus veículos de transporte de tropas VBTP-MR Guarani e tem substituído seus velhos fuzis FAL pelo mais moderno IA-2 que embora gere acaloradas discussões entre entusiastas e especialistas, é um fuzil mais moderno que o velho fuzil de projeto belga.
Outro importante ponto que vejo como sendo errado é a ideia de que temos que receber transferência de tecnologia de sistemas de armas que nossas forças armadas venham a encomendar. Aqui eu coloco uma pergunta a você, caro leitor: O que faremos com essa "tecnologia transferida"?  O Brasil é tradicionalmente um país onde empresas de defesa não vingam e acabam fechando ou ficam passando de mão em mão com projetos que morrem na praia, ou que só ficam no campo do projeto no papel pela falta de investimento do orçamento de defesa que vai para a folha de pagamento de pessoal e pensões. O país não é um grande consumidor de material de defesa para justificar o alto investimento em "transferência de tecnologia". Um exemplo é o programa FX-2. Compramos o caça Saab JAS-39 Gripen E, o mais barato avião moderno de combate do mercado e vamos pagar o preço de um F-35A Lightining II devido a termos optado pela "transferência de tecnologia". Os engenheiros brasileiros que estão recebendo algum know how desta "transferência de tecnologia", irão embora do pais para trabalhar em nações que levam mais a sério sua industria e suas capacidades assim que tiverem oportunidade, porque ficarão ociosos aqui e provavelmente iriam trabalhar fora de suas áreas de formação graças ao perfil de nosso mercado e de nossas politicas. O certo para o país com problemas de gestão financeira de seus recursos de defesa é a compra de prateleira mesmo. O Gripen E comprado de prateleira sairia pela metade do preço na pior das hipóteses. Melhor ainda, teria sido a compra do caça F/A-18E Super Hornet, que já está em produção e a Boeing conseguiria nos entregar muito mais rápido do que a SAAB nos entregará o  Gripen E, que ainda está em desenvolvimento, e ainda considerando que os americanos tinham feito um generoso pacote de armas para a venda de seu caça ao Brasil.
No âmbito de produção local, o que deveríamos ter é a transferência de manutenção de itens mais básicos para poder dinamizar a manutenção dos equipamentos que adquirimos e nacionalizar alguns componentes de maior demanda para estas manutenções.
Acima: Com uma fatia de menos de 30% do orçamento de defesa disponível tendo que ser divididos entre a aquisição de equipamentos, munições e treinamento, já que a maior parte deste orçamento é destinado a gastos de pessoal e encargos sociais, nossas forças armadas amarguram a condenação a usar sistemas de armas obsoletos, como os caças F-5EM acima aguardando manutenção.

UMA FORÇA DE DEFESA INTEGRADA.
O Brasil não tem uma política expansionista e nem conflitos com nenhum país fronteiriço ou mesmo em outros continentes. Nossa história e realidade deixam claro que o Brasil não precisa ter uma força armada super dimensionada com 1000 caças, 15 porta aviões, 50 submarinos, e por ai vai. Nossa preocupação é a defesa de nosso território que deve ser feito através de uma estratégia focada na dissuasão. A melhor forma de não entrar em uma briga é mostrar a todos que se meter com você será caro e que por mais que você possa perder a briga, as lesões que você vai causar no agressor não valerão a pena, obrigando o potencial inimigo a procurar outras formas resolver o conflito que tem com você. Assim deve ser as forças armadas brasileiras. Elas devem estar preparadas com uma doutrina de retaliação e com uma estratégia que lhe permita reagir a uma agressão de forma rápida, agressiva e que seja, virtualmente, nula as chances de defesa por parte do agressor.
A forma mais eficaz de conseguir este efeito é ter as três forças armadas operando de forma integrada. A Força Aérea precisa considerar sua atuação de forma coordenada com a Marinha e Exército. O Exército e a Marinha devem ter suas estratégias alinhadas com a Força Aérea.
Hoje o Brasil tem um Ministro da Defesa que centraliza o comando das forças armadas nas mãos dos civis. Até agora o único Ministro da defesa que que senti alguma firmeza foi o ex- ministro Nelson Jobin que teve o seu mandato de 2007 a 2011, quando saiu por clara divergência com a ex presidente Dilma Rousseff. O Ministro da Defesa no Brasil, como pode-se deduzir, é, normalmente um cargo entregue nas mãos de pessoas inaptas como barganha política, pois não costumam ter conhecimento sobre o tema defesa e, muitas vezes, nem interesse no assunto. Assim, "para variar", dependem de uma equipe que os assessora, que no nosso caso é o Estado Maior de Defesa, este sim, com  militares e conhecedores do assunto. Essa condição na dinâmica de hierarquia de como é gerenciado o assunto no Brasil torna burocrático, ineficaz e demorada a tomada de decisões para todos os tipos de demandas que a defesa nacional venha a ter. Por isso, minha sugestão para solução desta situação seria entregar mais poderes ao Estado Maior de Defesa, além de se escolher um ministro da defesa que não seja um completo idiota e que esteja no comando da pasta, simplesmente para barganhar apoio ou agradar um ou outro partido com objetivos totalmente alheios ao interesse nacional.
Acima: Um caça AF-1 (A-4KU) da Marinha do Brasil reabastece um caça F-5EM Tiger II da Força Aérea Brasileira. A integração entre as forças armadas é fundamental para se conseguir uma sinergia em busca de um melhor desempenho da defesa nacional.

DISSUASÃO REAL E A UM CUSTO BAIXO
A tentativa de produzir a dissuasão através de meios convencionais é, efetivamente, muito cara e certamente não é eficaz contra todos os países. A única forma de ter uma dissuasão efetiva a um custo relativamente baixo é o desenvolvimento e fabricação de armas de destruição em massa, sendo a arma nuclear baseada em mísseis balísticos de longo alcance (ICBM) lançado de uma plataforma móvel como um caminhão, vagão ferroviário ou submarino (SLBM) a opção que considero melhor. Neste momento o leitor deve estar me julgando "Nossa, que maluco afirmar isto!" Porém justifico minha afirmação dizendo que com apenas 15 ou 30 armas destas, teríamos condição de alcançar 70 ou 80% das cidades do mundo, dependendo do alcance do ICBM. Não são muitos mísseis. Observe que as duas maiores potencias tem centenas de mísseis que transportam de 4 até 12 ogivas nucleares independentes. Se pensarmos no Brasil operando um pequeno número de mísseis ICBMs moveis, teríamos condições de assegurar que qualquer potencial inimigo teria suas cidades incineradas em questão de menos de uma hora em caso de agressão. O elevado custo de desenvolvimento de um míssil deste tipo teria sua compensação na economia que poderíamos fazer com a manutenção de um numero reduzido de sistemas de armas convencionais. Uma vez estabelecido esta capacidade, que infelizmente não podemos ter hoje, em virtude de nossa constituição, em seu artigo 21, XXIII, a,   não permitir o desenvolvimento belicoso da energia nuclear, o ex presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso ter assinado o tratado internacional de não proliferação nuclear, e o atual presidente do Brasil, o senhor Michel Temer, ter sido o primeiro chefe de Estado a assinar um "tratado de proibição de armas nucleares" na 72º Assembleia Geral da ONU, as três forças poderiam abrir mão de grandes quantidades de sistemas de armas convencionais.
A aquisição, operação e manutenção destes mísseis ficaria sob responsabilidade da Força Aérea Brasileira. Uma vez que não se vende este tipo de arma e há, ainda, um tratado de não exportar mísseis com mais de 300 km de alcance, nós teríamos que desenvolver o míssil ICBM aqui no país, além, é claro, da fabricação das ogivas nucleares. Eu penso em um míssil com alcance de 10000 km e transportando uma ogiva apenas de cerca de 200 kt (quiloton), já seria suficiente para nos tornar capazes de impor um poder dissuasivo bastante eficaz contra qualquer inimigo.
Um exemplo recente que pode ser usado como analogia é a tensão na península coreana. A Coreia do Norte provoca a Coreia do Sul o Japão, assim como as forças militares norte americanas constantemente. Militarmente sua maior força é seu enorme exército, porém suas armas são obsoletas e certamente o pequeno país não aguentaria um mês de guerra. Mas por que então, as forças aliadas dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul não entram com tudo e acabam com a Coria do Norte?
Os dois principais motivos são que a capital da Coreia do Sul está no alcance e sob a mira de cerca de 2000 peças de artilharia que causariam uma destruição pesada na capital Seul, afetando gravemente o mercado internacional e causando milhares de mortos em poucas horas. E segundo lugar, a Coreia do Norte tem um pequeno e rustico arsenal atômico que mesmo sendo pequeno e limitado, já impôs a dissuasão contra seus poderosos inimigos.
Acima: O Ex presidente Fernando Henrique Cardoso orientou o então ministro das relações exteriores Luiz Felipe lampreia a assinar, em 20 de junho de 1997, o tratado de não proliferação nuclear, que reforçou, ainda mais, a negligenciar o acesso a armas nucleares pelo Brasil. A motivação principal foi a de conseguir uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Hoje, 20 anos depois, não estamos na ONU e continuamos sem uma capacidade de dissuasão estratégica.
A partir de agora vou descrever abaixo os equipamentos que o Brasil deveria adquirir e suas características sob meu ponto de vista pessoal, observando que só mencionarei os sistemas que considero deficientes na força, de forma que as classes de armamentos não mencionados significará que são satisfatórios dentro do meu conceito do que é ideal.

EXÉRCITO BRASILEIRO (EB)
MBTs: O Exército Brasileiro possui atualmente cerca de 220 carros de combate MBT alemães Leopard 1A5 e 91 MBTs M-60A3 TTS de origem norte americana. O numero, em si, não é ruim. São mais de 300 viaturas do tipo MBT. Porém, são modelos adquiridos de segunda mão e armados com canhões de 105 mm, que embora tenham uma grande diversidade de tipos de granadas, incluindo a APFSDS (Armour-piercing fin-stabilized discarding sabot, ou projétil perfurante de blindagem estabilizado), também conhecido como "flecha", não é uma arma tão eficaz quantos os atuais canhões de 120 e 125 mm usados por modelos mais modernos de canhões de MBTs. Como temos um relativo bom relacionamento com a empresa KMW (Krauss-Maffei Wegmann), fabricante dos veículos de combate Leopard 1 e 2, deveríamos considerar duas opções para padronizar a frota da MBTs por um só modelo que fosse mais moderno, protegido e armado que os dois modelos usados atualmente, que certamente teriam pouca capacidade de sobrevivência no campo de batalha moderno. Na primeira opção, o Exército Brasileiro procuraria pela oportunidade de compra de MBTs usados de fabricação alemã, porém devidamente modernizados como o Leopard 2A5 ou A6 ou mesmo comprar o leopard 2A4 e implementar o programa de modernização para o padrão MBT Revolution conforme fossem disponibilizados. A outra opção que vejo como válida seria migrar para a compra do MBT russo T-90MS Tagil. Um veículo que representa a ultima versão do veterano T-72, mas com melhorias que o tornaram extremamente letal no campo de batalha. Uma mudança neste caminho, implicaria em um grande esforço por parte do Exército Brasileiro para se adaptar a toda uma nova cadeia de suprimentos, sendo bastante interessante, neste caso, negociar a nacionalização de alguns componentes  de substituição mais frequente, além da transferência de tecnologia (neste caso, eu abro uma exceção ao que afirmei sobre transferência de tecnologia no começo deste artigo) para poder produzir munição do calibre 125 mm usado por esta viatura.  A quantidade de 300 unidades é adequada para nosso cenário.
Acima: O programa de modernização MBT Revolution, trouxe uma maior capacidade de sobrevivência, além de um incremento na capacidade ofensiva do clássico MBT Leopard2A4. Para o Exército Brasileiro, seria minha opção para padronizar a força de MBTs do país. Como alternativa, outra opção muito atraente seria a mudança de fornecedor para a Rússia com seu moderno e eficiente T-90MS Tagil, visto abaixo.

VEÍCULO DE COMBATE DE INFANTARIA: No que tange aos veículos de combate  de transporte de tropa, o Exército está indo relativamente bem. Hoje estamos com cerca de mais de 250 unidades do novo veículo VBTP-MR Guarani de um total de 2044 unidades a serem entregues até o ano 2030. O Guarani possui variantes que receberam uma torre UT-30BR que usa um canhão automático ATK Bushmaster MK-44 em calibre 30 mm. Porém o desenvolvimento de uma versão 8X8 do Guarani que poderia ser armado com um canhão de 105 mm ou mesmo um de 120 mm para missões de "caça tanques e apoio de fogo" acabou sendo suspensa por contingencias orçamentárias que como todos nós sabemos, no Brasil, acaba levando a morte do projeto. Este é um dos sistemas de armas que seriam necessários, pelo menos 300 viaturas, pois esse tipo de blindado opera melhor em ambiente urbano, onde grandes MBTs sobre lagartas tem dificuldades de mobilidade e maior vulnerabilidade decorrente dessa limitação.
Acima: O veículo blindado de transporte de tropas Guarani 6X6, fabricado pela Iveco no Brasil trouxe uma importante melhoria na capacidade de transporte de tropas através de um veiculo mais moderno, e com melhor proteção blindada, além de melhor capacidade de combate, com seu canhão automático UT30BR em calibre 30 mm.
Abaixo: O novo veículo Iveco centauro II é um exemplo de viatura 8X8 de combate armada com um poderoso canhão de 120 mm (ele aceita um canhão de 105 mm caso o cliente opte por esse calibre). O Guarani 8X8 seria semelhante a este modelo, caso viesse a ser construído. O Exército Brasileiro precisa de, pelo menos 300 veículos deste tipo.

MODERNIZAÇÃO DO SOLDADO (COBRA): O Exército brasileiro possui um programa de modernização do soldado batizado de COBRA que é um acrônimo para Combatente Brasileiro. Essa iniciativa do comando do Exército Brasileiro, também é elogiável devido à necessidade de acompanhar os desenvolvimentos da tecnologia empregada ao infante para aumentar sua letalidade dentro do campo de batalha moderno. O sistema é baseado no modelo FELIN francês que já é operacional e está sendo adaptado para o armamento nacional, no caso o fuzil IA-2 e é composto por sistemas de comunicação integrada, sistema de visão noturna para os sargentos, que também terão um tablet que permitirá melhorarar muito a consciência situacional dos operadores, dando vantagem tática para lutar contra o inimigo. Por ser um sistema caro, é certo que apenas uma pequena parcela da tropa receberá estes equipamentos, sendo o mais provável os membros de operações especiais do Exército Brasileiro. Essa iniciativa do Exército Brasileiro é, mais um dos acertos que esta força tem apresentado no sentido de se manter mais preparada para as mudanças no campo de batalha.
Acima: O programa COBRA representa um dos programas de modernização do soldado em desenvolvimento no mundo. O projeto brasileiro se baseia no modelo Felin francês, e que dará ao soldado uma capacidade impensável a nível de consciência situacional e de comunicação para um soldado brasileiro.


AQUISIÇÃO DE AERONAVES DE ASA FIXA PARA TRANSPORTE: O Exército Brasileiro tem uma frota de aeronaves de asas rotativas, e adquiriu 4 aeronaves de asa fixa Short C-23B Sherpa de segunda mão da Guarda Aérea Nacional dos Estados Unidos, sendo que depende, ainda, de aeronaves de asas fixas da Força Aérea Brasileira para missões especificas. Neste ponto há uma lacuna a ser explorada e melhorada. É importante que a força terrestre tenha aeronaves de asa fixa para transporte de material e de paraquedistas. O modelo espanhol CASA C-295 usado pela Força Aérea é um modelo que o Exército poderia considerar por já ter pessoal treinado nesta aeronave na FAB que poderia dar o treinamento e suporte para que o exército operasse de forma eficiente este modelo. Penso que o Exército poderia operar, pelo menos, 10 unidades deste avião. Uma alternativa a ser considerada, a título de comparação com o C-295, é o modelo italiano Leonardo https://www.youtube.com/watch?v=csJhtX_OMFo, também uma boa opção para o Exército e apresenta uma maior robustez e uma capacidade de carga pouco maior que o modelo espanhol.

Acima: O Leonardo C-27L Spartan é uma das ótimas opções de aeronave de carga que o Exército poderia operar, diminuindo sua  dependência da Força Aérea Brasileira para transporte.

HELICÓPTEROS DE TRANSPORTE DE TROPAS E CARGA: O Exército Brasileiro tem cerca de 45 helicópteros de transporte de tropas e carga ou que, poderiam ser usados para isso e essa missão é dividida por quatro modelos distintos. São nove unidades do Helibras AS532 Cougar, o novo e moderno Helibras/ Airbus Helicopters H225M Caracal, do qual temos quatro unidades de 16 encomendados;  quatro helicópteros norte americanos Sikorsky UH-60L Blackhawk e trinta e quatro unidades do helicóptero Helibras/ Airbus Helicopters AS-356K Pantera. Estes números são baixos para um exército que costuma manter cerca de 100000 militares na ativa. Por isso, eu acredito que o Exército deveria ter uma frota de 50 unidades do Helibras/ Airbus Helicopters H-225M Caracal, que possui uma boa capacidade de transporte de tropas, podendo transportar até 28 soldados ou 5700 kg de carga externa, além de adquirir mais unidades do modelo norte americano Sikorsky UH-60L Blackhawk atingindo 50 unidades. E por ultimo, o nosso Exército, deveria adquirir um helicóptero de transporte pesado, e nesse ponto, o Mil Mi 26 Halo, de fabricação russa é o mais capaz do segmento, podendo levantar até outras aeronaves ou veículos blindados como alguns modelos de viaturas de transporte de tropas com sua força. A quantidade de 10 unidades estaria de bom tamanho para nossa força terrestre.
Acima: O Exército Brasileiro se beneficiária muito com uma aquisição de 10 unidades do helicóptero Mil Mi-26 Halo, fabricado pela Rússia. Trata-se do mais poderoso helicóptero de transporte do mundo, possuindo capacidade de transportar até 80 soldados totalmente equipados ou uma carga de até 20 toneladas.

HELICÓPTEROS  DE COMBATE: No Brasil, somente a Força Aérea Brasileira, opera um modelo de helicóptero de combate: O modelo russo Mil Mi 35M Hind, chamados localmente de AH-2 Sabre, com suas 12 aeronaves. Porém, do meu ponto de vista, dadas a forte vocação para apoio aéreo aproximado, o helicóptero deveria ser adquirido pelo Exército Brasileiro. O helicóptero de ataque que considero ideal é o modelo italiano Leonardo T-129. cujo custo da unidade se situe entre 18 a 20 milhões de dólares cada,  dando uma boa relação custo benefício para esta plataforma. O Exército deveria adquirir 24 unidades e montar dois esquadrões desta aeronave, e , claro, não se esquecendo de comprar as armas para uso contra tanques (mísseis Hellfire ou Spike).
Acima: Atualmente produzido pela leonardo e pela TAI, da Turquia, o helicóptero de ataque T-129 seria a melhor escolha para o Exército Brasileiro como uma plataforma de apoio aéreo aproximado e combate anti-taque.

SISTEMAS DE DEFESA ANTIAÉREA MOVEIS DE CURTO E MÉDIO ALCANCE:  Uma das maiores fraquezas de nossa defesa é a baixa capacidade de nossos meios de defesa anti-aérea. Temos, apenas, dois tipos de mísseis anti-aéreos, sendo um deles o modelo russo lançado do ombro (MAMPADS) 9K38 Igla, guiados por infravermelho e um alcance limitado a apenas 5200 metros de distancia e contra alvos voando em velocidade subsônica. O outro míssil usado é o sueco Bofors RBS-70, outra arma de alcance limitado para uma efetiva defesa anti-aérea apresentando um alcance de 8 km contra alvos a no máximo 5000 metros de altitude e guiado por iluminação a laser. Aqui tenho que fazer uma observação. Não se iludam com a ideia de que se deve entupir todo o território nacional de mísseis antiaéreo. No caso do Brasil, seria insano o custo de adquirir milhares de sistemas de defesa antiaérea. Assim sendo, considero que as bases aéreas, portos, centros de comando e sítios de radares devem receber baterias de sistemas antiaéreos de, no minimo, médio alcance. Os sistemas que considero ideais são o novo sistema S-350 Vityaz, que a Rússia está desenvolvendo e que permite uma ampla gama de mísseis que abrangem dos 40 km até 120 km, quando usando o míssil 9M96M (mesmo usado no sistema S-400).  Deveriam haver baterias do sistema em todas as bases aéreas, edificações de comando, áreas de abastecimento, portos e fábricas de sistemas de defesa e munições. Outro sistema que poderia ser levado em consideração, alternativamente, é o sistema Eurosam  SAMP/T, que opera com os mísseis Aster 15 com 30 km de alcance e com o míssil Aster 30, cujo alcance chega a 100 km. O leitor pode conhecer com mais detalhes estes sistemas clicando no nome deles pois já foram tema de matéria no WARFARE blog.
Acima: O moderno sistema de defesa antiaéreo S-350 Vityaz daria ao Exército Brasileiro uma capacidade de defesa anti-aérea de aérea e de curto, médio e longo alcance que hoje não temos e com a vantagem que é baseado em uma só plataforma.

ARTILHARIA: MÍSSEIS DE CRUZEIRO ANTI NAVIO E ANTI SUPERFÍCIE: Como mencionado no inicio deste artigo, existe restrições para a exportação de mísseis com alcance de mais de 300 km. Porém, é importante a disponibilidade de mísseis superfície superfície que fossem capazes de engajar alvos em terra e no mar o mais distante possível. Neste caso, a industria nacional deve ser incentivada e pesquisar, desenvolver e fabricar um míssil de cruzeiro que possa ser empregado nestas condições e que tenha um alcance na faixa dos 350 a 500 km. Este míssil deveria poder ser lançado de caminhão, navio e se possível, por aeronaves de combate. a Avibras poderia ser a contratante principal deste sistema de combate e de fato, eles estão desenvolvendo um míssil com estas características, chamado AV-TM 300 Matador. Embora os dados sobre o projeto deste míssil de cruzeiro sejam escassos, sabe-se que se trata de uma arma com raio de combate na ordem de 300 km e que poderá usar uma cabeça de guerra de 200 kg de alto explosivo ou sub munições. Este armamento poderia ser usado até mesmo para defesa costeira, sendo posicionado em locais estratégico de nosso litoral. Porém, é claro que a versão de ataque anti-navio precisaria de um sistema de guiagem condizente com este tipo de alvo, o que significa uma versão de uso específico.
Acima: O míssil AV-TM-300 Matador, apresentado nesta foto de um teste de lançamento, é um tipo de armamento que, além de poder ser empregado contra alvos em terra, poderia ser usado para atacar navios próximos a costa brasileira.

ARTILHARIA: UM MAIS MODERNO OBUS DE 155 MM REBOCADO: O Exército brasileiro tem cerca de 565 obuses rebocados. O único de calibre 155 mm, padrão no ocidente, são as 92 unidades do velho e limitado M-114A1 cujo curto cano, também limita a distancia máxima do alvo em 14 km, cerca de metade do que um moderno Obus de 155 mm consegue. O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil (CFN)  já esteve "flertando" com o obuseiro M-777 dos Estados Unidos, mas nosso Exército ainda não escolheu um sucessor para seus envelhecidos obuses. O M-777 representa um moderno obuseiro, usado pelo Exército dos Estados Unidos, Índia, Austrália e Canadá. Seu alcance chega a 30 km com granadas com base bleed (sistema por onde uma granada lança gases pelo culote, gerando uma maior propulsão). O Exército deveria adquirir, ao menos 200 unidades deste modelo de obus e mais 300 unidades do modelo L-118 Light Gun , em calibre 105 mm e com alcance de 17,2 km, já usado pelo Exército, mas com apenas 54 unidades. Os dois modelos de obuses sugeridos substituiriam os 4 modelos atuais de antigos obuseiros que o Exército ainda usa.
Acima: O obus rebocado M-777 em calibre 155 mm, operado pelo Exército dos Estados Unidos cairia como uma luva para substituir nossos velhos M-114A1.

COMPRA DE LANCHAS DE COMBATE FLUVIAIS: A região amazônica é um dos mais importantes pontos  a serem defendidos pelo Exército Brasileiro, e com grandes rios, o uso de embarcações leves para transportar tropas é uma das formas mais rápidas para se locomover dentro daquele inóspito ambiente. Assim, o Exército usa duas lanchas de patrulha fluvial de origem colombiana LPR-40, fabricadas pela Cotecmar. Esta é uma embarcação perfeita para uso naquela região. A LPR-40 entrega proteção balística, desempenho de navegação, e razoável poder de fogo para transportar 10 soldados e uma tripulação de 6 militares. Minha sugestão nesse segmento é, justamente aumentar o numero dessas embarcações para 30 unidades que substituiriam todos os modelos embarcações em uso atualmente. Como opção a embarcação já em uso, poderia se adquirir a já bem testada pelo nosso exército CB-90, fabricada na Suécia.

Acima: As lanchas LPR-40 fabricadas na Colômbia e já em uso pelo com apenas duas unidades. Nosso exército precisaria de, pelo menos 30 embarcações deste tipo para cobrir melhor a extensa área amazônica.

FORÇA AÉREA BRASILEIRA (FAB)
AVIAÇÃO DE COMBATE. O grosso da capacidade de combate da FAB está sob responsabilidade de velhos caças F-5EM  Tiger II modernizados. Embora a aeronave tenha ganho muito mais letalidade com a modernização, o fato incontestável é que se trata de uma aeronave com desempenho relativamente pobre, pouca autonomia, e com pouco armamento. O programa FX-2, cuja decisão de adquirir caças suecos Saab JAS-39 Gripen E/F,  foi anunciada em dezembro de 2013, e representa um caça leve multifunção que, dentro da proposta de defesa nacional, fará bem o seu papel. Muitas pessoas reclamam que é um avião em desenvolvimento ou que seu custo operacional é uma incógnita justamente por ser uma aeronave nova cuja similaridade com o modelo base JAS-39C Gripen é limitada somente no aspecto estética e há pouquíssimos componentes intercambiáveis entre o modelo C e o novo Gripen E. Foram adquiridos 36 caças, que passaram a ser chamados de "F-39 Gripen" dentro da FAB e que equiparão, inicialmente, dois esquadrões: O Jaguar, em Anápolis (GO) e o Adelphi, em Santa Cruz (RJ). Até ai, tudo bem. São decisões já tomadas e com o programa em andamento. Sob meu ponto de vista, a FAB deveria adquirir mais 36 F-39 Gripen totalizando 72 aeronaves. Outro ponto é que considero que estes 72 aviões fossem dispostos em seis esquadrões de combate divididos pelo território nacional sendo que cada esquadrão tivesse, 12 caças a sua disposição. Além de caças, cada esquadrão de combate deveria ter em seu inventário três unidades de um modelo de aeronaves de alerta aéreo transportado (AEW), que no Brasil é  o modelo Embraer E-99 e mais  4 aeronaves Embraer KC 390 que operariam na missão de reabastecimento aéreo e transporte de transporte de carga. Neste ponto, quem conhece melhor nossas forças armadas já deve ter percebido que as 5 unidades do E-99 em uso são insuficientes para poder equipar com 3 unidades os 6 esquadrões que eu sugiro neste texto. Assim sendo, teríamos que adquirir mais 13 aeronaves do tipo junto a Embraer para poder montar os esquadrões dentro desta configuração. Com relação ao reabastecedor KC-390, foram encomendadas 28 unidades, número adequado que permite configurar os esquadrões com este padrão e ainda sobra 4 aeronaves para operações de transporte que podem ser empregadas em conjunto com os atuais 14 Airbus C-295 (C-105 Amazonas) que usamos.
Acima: A FAB adquiriu 36 caças Saab JAS-39E/F Gripen. O pequeno caça leve sueco é uma plataforma de armas moderna e capaz de satisfazer as necessidades de combate da força. Porém, a quantidade deve ser aumentada para 72 aeronaves e a organização dos esquadrões deveria ser de 12 aeronaves, para poder formar 6 esquadrões de combate que fariam defesa aérea e missões de ataque a superfície podendo substituir todos os aviões de combate em uso atualmente por este modelo de caça.

ARMAMENTOS PARA COMBATE AR AR: De nada adianta ter aeronaves de combate modernas e não ter as modernas armas que elas precisam para poderem fazer o seu papel. Por isso, a Força Aérea Brasileira deve aproveitar que os novos caças Gripen E devem vir com o míssil ar ar de médio alcance MBDA Meteor integrado e adquirir este armamento para serem empregados em missões de superioridade aérea. Os Gripen E/ F brasileiros deverão ser integrados ao moderno míssil sul africano A-Darter o qual o Brasil ajudou a financiar o desenvolvimento. Este míssil, considerado como uma arma de 5º geração, permitirá ao Gripen, engajar alvos que estejam a até 90º de angulo em relação ao curso da aeronave o que lhe garantirá que poderá engajar aeronaves mais manobráveis que o próprio Gripen. Sobre a quantidade de cada arma dessas mencionadas, eu acredito que a manutenção de um estoque de 150 mísseis Meteor e 200 A- Darter seria adequado. Conforme os mísseis se aproximassem da data de validade de seus componentes como propulsores ou mesmo do corpo do míssil (sim, os mísseis se degradam quando voam nos cabides dos caças, e por isso tem validade), os caças treinariam com mísseis reais e comprariam os mísseis lançados para repor o estoque.
Acima: O míssil de médio alcance MBDA meteor é a mais avançada arma do tipo no ocidente e já foi integrada ao Gripen. A FAB deveria optar por este modelo de míssil para permitir o máximo aproveitamento da capacidade que o Gripen possui quando armado com este armamento.


ARMAMENTOS PARA COMBATE AR- SUPERFÍCIE: Para armamentos ar superfície, deve-se pensar em armas com capacidade stand off (capacidade de lançamento fora do alcance da defesa inimiga) e para isso é necessário integrar armamentos de alta tecnologia como bombas planadoras e mísseis de cruzeiro. Assim, as modernas bombas planadoras AASM- Hammer seriam ideais devido a maior facilidade de aquisição junto aos franceses. Esta arma possui alcance que varia de 15 a 60 km dependendo da altitude de lançamento e sua guiagem hibrida por sistema inercial e GPS, garantem uma precisão elevada tendo uma margem de erro circular de 10 metros. Sua ogiva de 250 kg de explosivos pode destruir alvos reforçados com um impacto direto, ou alvos mais frágeis dentro dos 10 metros de margem de erro. Esta arma pesa 340 kg e poderia ser empregada em cabides duplos pelos Gripen E/F adquiridos pelo Brasil. Sobre a quantidade, acredito que 200 unidades desta arma seria adequados para se manter em estoque.
Acima: A bomba de precisão AASM Hummer é uma das modernas armas com capacidade stand off disponíveis no mercado internacional. O Modelo, fabricado pela Safran, da França, permite que a bomba seja lançada até 60 km de distancia do alvo dependendo da altitude do lançamento.
Para ataques contra navios de superfície e alvos terrestres mais distantes, o moderno míssil Raytheon JSM (Joint Strike Missile) desenvolvido como uma versão lançada do ar do míssil naval NSM, da empresa Kongsperg Defense & Aerospace, da Noruega é, sob meu ponto de vista, a melhor míssil de cruzeiro que o Gripen  brasileiro poderia usar. Os nossos aviões de patrulha também poderiam receber esta arma. O míssil JSM não está integrado no modelo Gripen e nem no P-3 Orion, mas essa integração pode ser feita, desde que o país cliente pague o preço deste processo. O JSM é um míssil com capacidade de engajar alvos em terra ou no mar, a um alcance que excede os 250 km e ele possui um design furtivo que degrada, seriamente a capacidade da defesa anti míssil inimiga. Sua ogiva possui 125 kg de alto explosivo e fragmentação. O sistema de guiagem possui recursos de GPS, reconhecimento do terreno e engajamento final por infravermelho. A FAB deveria ter, entre 60 e 100 mísseis desse modelo em estoque.
Acima: O míssil de cruzeiro Raytheon JSM representa a melhor opção para uma arma de ataque de longo alcance contra alvos de superfície para o Gripen E.
Além destas armas, a FAB deve manter um estoque de bombas guiadas a laser GBU-12 Paveway II, fabricadas pelos Estados Unidos, na fábrica da Raytheon. Deveria ser adquirida em quantidades maiores para serem empregadas pelos Gripens e pelos Super Tucanos em operações de apoio aéreo e ataque leve de precisão. O estoque dessas bombas eu considero o número de 500 unidades.
Acima: A bomba guiada a laser GBU-12 Paveway II é uma das mais populares armas de precisão sendo usada por muitos países da OTAN e já largamente empregada em combate real. na foto podemos ver um Embraer A-29B Super Tucano lançando uma bomba GBU-12 em demonstração para a Força Aérea dos Estados Unidos.
Por ultimo, em se tratando a armamentos aerotransportados, não poderia deixar de sugerir o moderno míssil de projeto britânico Brimstone, fabricado pela MBDA que possui um peso de apenas 48 kg, e pode ser empregado contra carros de combate e alvos reforçados. Esta excelente arma pode ser guiada por radar de microondas, laser e sistema inercial, tendo um CEP (margem de erro) de apenas 1 metro! Seu alcance varia de 20 km até 60 km dependendo da versão e da plataforma lançadora. O preço da cada míssil pode chegar a U$ 136000,00, considerado relativamente caro. Além disso a arma deveria ser integrada, tanto no Gripen E quanto no Super Tucano e também na aeronave de LIFT da qual tratarei no próximo tópico deste artigo. Este míssil deveria ser adquirido, em, pelo menos 200 unidades.
Acima: O míssil Brimstone, da poderosa empresa MBDA é uma das mais avançadas armas aerotransportadas do momento. Com um pequeno peso (menos de 50 kg), o míssil consegue destruir um carro de combate a 20 km de distancia. Além disso, a vantagem de ser leve permite ser transportado por pequenas aeronaves e em cachos triplos, como mostrado na foto.

AVIAÇÃO DE TREINAMENTO/ ATAQUE LEVE: A formação dos pilotos brasileiros tem sido feito em, extremamente velhos, Neivas T-25 Universal. Eu tive a oportunidade recente de estar ao lado de uma destas aeronaves da FAB e é evidente que precisam ser substituídos o quanto antes, devido a seu elevado grau de desgaste. O custo dessa substituição  implicará em um investimento pequeno para aquisição e certamente por serem aeronaves de concepção mais moderna, terão um custo operacional menor. O projeto nacional da empresa Novaer, chamado de TX-C atende, perfeitamente a esta demanda. Uma encomenda de 70 aeronaves dessas, trariam para a Academia da Força Aérea uma aeronave mais adequada, confiável e com melhores características de formação básica para o piloto. Outro ponto importante no treinamento  que a FAB precisa agir é sobre a aquisição de uma aeronave de treinamento a reação. A Força Aérea Brasileira não opera uma aeronave de treinamento a reação desde abril de 2013, quando deixaram o serviço ativo os ultimo jatos de treinamento AT-26 Xavante. Embora a FAB tenha decidido usar seus turbo propulsores A-29B Super Tucano para formar os pilotos de combate que saem da academia da força aérea, a verdade é que, o desempenho de um avião com motor a pistão é muito diferente de um jato. Por isso, eu considero importante a aquisição de um moderno jato de treinamento que possa ser usado para formar as tripulações de aeronaves de combate de primeira linha, no caso o novo F-39 Gripen E. Existem várias opções no mercado internacional de aeronaves de treinamento a reação. Porém, eu considero que o ideal seria adquirir 24 unidades de uma aeronave de treinamento que, em caso de necessidade, estivesse habilitada para ser empregada em combate real, dando apoio aéreo aproximado, ou mesmo, executando defesa aérea de ponto. Essas 24 unidades seriam, também, dividias em dois esquadrões em bases diferentes. Os jatos que considero mais adequados para preencher esta lacuna na FAB são, primeiramente o russo YAK-130 Mitten, com um desempenho subsônico, muito bem equipado para poder simular o desempenho de aeronaves diversas de combate, tanto russas, quanto ocidentais, e ainda pode ser bem armada, mesmo com armamento ocidental, pois seu sistema de barramento de dados segue o padrão MIL STD 1553, altamente customizável para integrar armas e aviônica ocidental. Por fim, o custo de U$ 15 milhões por avião não é alto considerando que ele serve para treinamento e combate. Outra alternativa seria o modelo inglês Hawk, um modelo mais antigo, mas que apresenta um excelente nível de desempenho e pode ser armado também. Contra essa alternativa está seu preço, que chega a quase o dobro do YAK-130, batendo nos U$ 29 milhões de dólares por unidade.
Acima: A industria aeroespacial russa marcou outro ponto com o projeto de seu jato de treinamento e ataque leve (LIFT) YAK-130 Mitten. Ele é, dentro do meu ponto de vista, o modelo que mais se encaixa para a necessidade de uma aeronave moderna de treinamento e que possa ser usada em combate a um preço relativamente baixo (U$ 15 Milhões de dólares cada um).

AERONAVE DE ALERTA AÉREO ANTECIPADO: O Brasil é uma das poucas nações do mundo que podem se orgulhar de possuírem aeronaves de alerta aéreo antecipado. Conhecidas internacionalmente como aeronaves AEW & C (Airborne Early Warning and Control), estas aeronaves são os equipamentos mais valiosos dentro de um contexto de defesa aérea ou mesmo de controle do campo de batalha. Seus radares de longo alcance aerotransportado permitem uma consciência situacional, próxima dos 100 % e assim podem orientar os comandantes para agirem da melhor forma contra os inimigos no campo de batalha. A FAB possui 5 unidades do Embraer E-99A equipadas com um radar de varredura eletrônica ativa Erieye, que apresenta um alcance de cerca de 450 km quando operado a uma altitude de 7620 m. A aeronave é moderna, sob qualquer ponto de vista e seu alcance é de de 2520 km. O E-99 pode manter a missão na posição "on station" por até 6 horas, o que é muito bom. O que falta a aeronave é uma sonda de reabastecimento, que eu considero que deveria ser considerada em uma futura modernização do modelo. Porém, como sugeri no tópico sobre aviação de combate, a FAB deveria adquirir mais algumas unidades para poder distribuir 3 aeronaves destas para cada esquadrão de combate, sendo assim, a FAB deveria investir na compra de mais 13 aeronaves deste modelo.
Acima: O Embraer E-99 é uma moderna aeronave de alerta aéreo antecipado e comando, porém nossa frota deste tipo de aeronave é diminuta e precisa ser aumentada para 18 aeronaves (hoje temos apenas 5 aeronaves deste modelo).

AVIAÇÃO DE TRANSPORTE ESTRATÉGICO: A FAB não possui em seu inventário um modelo de aeronave de transporte estratégico atualmente. As aeronaves de transporte que temos são 12 unidades dos Lockheed C-130, nas versões E e HM e 14 unidades do Airbus C-295, que na FAB são designados de C-105 Amazonas. A entrada em serviço dos 30 KC-390 vão aposentar os Hercules da FAB, porém, acredito que dentro do esquema de manter 4 aeronaves KC-390 em cada um dos 6 esquadrões de combate que expliquei na parte que descrevi a capacidade de combate aéreo, acabaria por comprometer a frota para missões de transporte de carga. Assim, seria interessante para a FAB poder contar com uma aeronave de transporte estratégico para poder fornecer uma capacidade logística, tanto para a própria força aérea, como para dar suporte as outras duas forças armadas. lembre-se que logo no começo desta matéria eu deixo claro que as forças armadas do Brasil tem que trabalhar de forma integrada, para gerar sinergia na defesa. As aeronaves desse tipo costumam ter custo elevado. As ocidentais são o Lockhhed C-5 Galaxy, usado exclusivamente pelos Estados Unidos e que se encontra fora de linha e produção desde o final da década de 80 do século passado, custaria, fácil, mais de U$ 350 milhões de dólares por unidade. O Boeing C-17 Globmaster III, outro caro avião, cujo custo de aquisição está em torno de U$ 329 milhões por aeronave. O modelo europeu Airbus A-400 Atlas, embora tenha 1/4 da capacidade do C-5 em termos de carga, custa a metade, cerca de U$ 165 milhões por unidade, tornando ele pouco vantajoso na relação custo benefício. O modelo com relação custo benefício mais interessante para a FAB é o russo Ilyushin IL-476 que tem uma capacidade de transportar até 60 toneladas e seu custo unitário é de U$ 58 milhões. A FAB poderia operar cerca de 10 unidades desta aeronave e assim,  poder fornecer uma capacidade de transporte de tropas, equipamentos e veículos para qualquer ponto do nosso território rapidamente.
Acima: O  Ilyushin IL-476 traz uma excelente relação custo beneficio na missão de transporte estratégico quando comparada com seus concorrentes ocidentais. Esta aeronave cairia como uma luva na FAB, hoje carente de um avião desse porte.

ARMAMENTO DA INFANTÁRIA DA FAB: A Força Aérea Brasileira não tem só aviadores e nem só a aviação merece uma modernização. Sua infantaria é fundamental para a a realização das atribuições desta força. Hoje o soldado da FAB tem como armamento padrão o antiquado e cansado fuzil alemão HK-33 em calibre 5,56 mm. As tropas de PARA-SAR, usam o confiável fuzil suíço SIG-551, também no calibre 5,56 mm, já descrito nas paginas do blog Full Metal Jacket (FMJ), além do extremamente popular e eficiente M-4 (também descrito no FMJ na matéria que trata do M-16/ AR-15). A padronização do fuzil é algo que considero importante. As opções que vejo como mais interessantes seriam a substituição de todos os fuzis pelo modelo SIG-516, que é um "AR-15" da empresa SIG que já tem um relacionamento de longa data com a FAB, ou partir para a compra do fuzil CAR-816 da empresa do Emirados Árabes Unidos  Caracal, que está abrindo uma fábrica no Brasil. Ambas as armas são de qualidade e confiabilidade excelentes. Outro armamento antigo usado pela FAB são as pistolas Imbel baseadas nos modelos M1911 e as Taurus PT 92 baseadas nas Berettas 92. A FAB precisa padronizar este armamento também, facilitando a manutenção, barateando a aquisição e entregando uma ferramenta de maior desempenho a seus soldados. O mercado internacional tem uma variedade grande de modelos de boa qualidade e que serviriam nossas forças. O fato de termos duas fábricas no Brasil, não deveria obrigar a comprar delas esse tipo de equipamento pois nem sempre elas produzem o melhor (na verdade NUNCA produzem o melhor, e ainda para piorar, os preços das armas nacionais costumam ser até mais caras que as importadas). Aqui minhas sugestões para uma pistola padrão para a FAB são as CZ P-09 fabricadas pela Česká zbrojovka ou CZ, da República Checa. A qualidade desta tradicional fabricante, aliada a preços justos (não são armas caras), precisão do modelo P-09, capacidade de 19+1 munições em calibre 9 mm parabellum, alta confiabilidade mecânica e segurança de uso a qualificam como uma das melhores pistolas para uso militar atualmente na minha opinião. Como segunda opção, coloco a Glock 17, também em calibre 9 mm parabellum. O modelo 17 da Glock é o modelo básico em dimensões full, com capacidade de 17 + 1 munições, e reconhecidamente uma arma confiável, precisa durável e de preço justo.
Acima: Com um relacionamento bem sucedido de alguns anos já, a SIG possui um produto que poderia padronizar o fuzil da infantaria da FAB com uma arma de qualidade bem acima da média e moderna como o SIG-516. Já a Caracal, em fase de instalação de uma planta fabril no Brasil, seria uma alternativa bastante párea ao fuzil suíço com seu CAR-816 apresentado abaixo.

MOBILIDADE DA INFANTARIA - AÉREA. A infantaria da FAB precisa de veículos para seu deslocamento seguro em campo de batalha, seja em uma guerra aberta contra um país invasor, seja contra um inimigo interno (crime organizado, trafico de drogas e milícias). Longe de defender o emprego de MBTs, e viaturas tipo IFVs sobre lagartas e com custo proibitivo, e que tem mais coerência com o compromisso do Exército Brasileiro do que com a Força Aérea Brasileira, não se pode negligenciar que a infantaria da FAB tenha meios de se locomover de forma segura e eficiente em zonas deflagradas. Quando falo de meios de locomoção, eu abranjo os terrestres e os aéreos. Assim, do ponto de vista aéreo, a FAB precisa dispor de uma boa quantidade de helicópteros para poder operar missões de transporte de tropas e carga. Hoje a FAB conta com uma encomenda de 16 unidades encomendadas do mesmo helicóptero Helibras/ Airbus Helicopters H-225M Caracal que o Exército Brasileiro e a Marinha do Brasil também encomendaram. Sua excelente capacidade de transporte de tropas e de ter uma linha de montagem em solo nacional, o torna ideal para transportar os tropas da infantaria da FAB. Em missões de PARA- SAR, tanto o Caracal quanto os modelos Blackhawk, do qual a FAB já conta com 16 unidades, devem ser equipados para poderem operar de forma eficiente nesta importante missão. Assim, precisam estar equipados com sistema de guincho duplo dos dois lados, dissipador de calor e lançador de iscas infravermelhas (Flares), duas metralhadoras M-134 Minigun de cada lado da aeronave, sonda de reabastecimento em voo e blindagem adicional contra disparos de armas leves (até 7,62X51 mm AP). A quantidade de helicópteros especialmente equipados para missões PARA-SAR, deveria ser de, pelo menos 20 unidades a ser distribuídos pelos esquadrões de combate e de transporte da FAB.
Acima: Embora a FAB já possua 16 unidades do helicóptero UH-60L Black Hawk, seria muito interessante poder contar com helicópteros dedicados a C-SAR (Busca e salvamento de Combate) ou Para-SAR (Busca e salvamento). Na foto podemos ver um HH-60W, que representa uma das mais modernas versões dedicadas a C-SAR do Black Hawk.

MOBILIDADE DA INFANTARIA DA FAB - TERRESTRE: Para a mobilidade terrestre, a infantaria da FAB precisa de um veículo que lhe garanta proteção em ambientes de batalha. O veículo blindado leve LMV da Iveco, , que a pouco tempo venceu uma concorrência no Exército Brasileiro para uma viatura 4X4 blindada, é o que considero ideal para a FAB. Seu concorrente nacional, o Guará da Avibras, embora modular, possui um desempenho levemente inferior e uma blindagem pouco menor, além do que, o LMV é amplamente usado por mais de 10 países, sendo um produto com uma base de fornecimento de peças  e sobressalentes já bem implantada no mercado. A FAB deveria dispor de, pelo menos 200 unidades da versão alongada do LMV que permite o transporte de 6 tripulantes em seu inventário para poder operar em ambientes onde houvesse resistência inimiga ativa.
Acima: Tendo sido escolhido para o programa Viatura Blindada Multitarefa, Leve de Rodas (VBMT-LR) do Exército Brasileiro, o Iveco LMV seria um veículo excelente para transportar os soldados da infantaria da FAB.

MISSEIS ESTRATÉGICOS: Aqui voltamos a tocar na ferida. O assunto "arma nuclear" é um tabu no Brasil, notadamente dentro da percepção limitada da classe política de ideologia de esquerda. Independentemente de qual explicação que alguém lhe dê para justificar o país não ter um arsenal nuclear, mesmo que minimo, o fato é que não existe dissuasão efetiva sem este tipo de armamento. A falta de capacidade de negociação, a facilidade com que se corrompe uma autoridade pública e  por que não dizer, baixa compreensão do potencial nacional para o desenvolvimento, nos levou a assinar protocolos de não proliferação nuclear, deixando o mundo nas mãos de poucas nações que não abrem mão de seus exagerados arsenais atômicos. Como expus no começo deste artigo, eu julgo ser necessário que a Força Aérea Brasileira, dispusesse de um pequeno número de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), lançados por caminhão ou via férrea (por tanto móveis) com alcance de 10 a 11 mil km, armados com uma só ogiva nuclear com potência de 200 Kt. Sugeri um numero de 15 a 30 mísseis que precisariam ser desenvolvido pela engenharia nacional, pois esse tipo de tecnologia, na teoria, não é vendida (N/A: teoria, pois na pratica alguns países repassam essa tecnologia a parceiros que paguem bem) O investimento no desenvolvimento do míssil (veículo) e das ogivas, certamente seriam bem altos, mas a médio e longo prazo, a economia por não precisar adquirir centenas de aeronaves, veículos ou navios, já legitimariam esta medida. Poderia ser considerado, também, uma alternativa aos mísseis baseados em terra, sob responsabilidade da FAB. A alternativa seria a Marinha do Brasil operar dois submarinos nucleares armados com mísseis nucleares SLBM (Míssil Balístico Lançado de Submarinos), o que acarretaria uma maior complexidade e custo no desenvolvimento, ficando, desta forma, com a responsabilidade da capacidade estratégica das forças armadas nacionais. De qualquer forma, minha posição sobre o assunto este assunto é clara e eu defendo a posse de armas nucleares pelo Brasil.
Acima:  O míssil balístico intercontinental RS-24 Yars, da Rússia. O ponto base da dissuasão estratégica não deve ser, apenas, causar danos nas forças de ataque inimigas quando elas partem para cima de seu país. A dissuasão estratégica só está garantida, quando suas forças armadas são capazes de acertar o coração do inimigo, no caso, incinerar uma cidade da nação agressora com armas nucleares. Uma vez atingido esta capacidade, nenhum país, incluindo os mais bem armados da Terra, vão querer arrumar briga com seu país. Para finalizar esta parte, exemplifico a Coreia do Norte. Sem as armas nucleares, e seus mísseis de médio e longo alcance, já em estágios mais avançados de desenvolvimento, a aliança sul coreana, japonesa com os norte americanos, já teriam ido para cima do Norte e arrasado com tudo.

MARINHA DO BRASIL
Com relação a Marinha do Brasil, atualmente cabe a ela a função de guarda costeira, além da função pesada de combate, propriamente dita. Nesse ponto, quero dizer que considero equivocada essa atribuição, de forma que o Brasil deveria sim, ter uma Guarda Costeira com fim de policiamento do nosso litoral e que fosse vinculada a Polícia Federal. Assim a marinha poderia otimizar seus recursos para a defesa militar efetiva. Nos Estados Unidos, a marinha (US Navy), possui apenas uma classe de navio patrulha (classe Cyclone) do qual apenas 13 embarcações estão ativas. A defesa litorânea dos Estados Unidos é feita por navios de combate litorâneos (LCS) com os navios da classe Freedon (já descrito no WARFARE blog) e os navios da classe Independence, que são navios análogos a corvetas. A Guarda Costeira norte americana tem uma forte atuação na operação tipicamente policial, embora possa ser empregada com fins militares, uma vez que ela é, efetivamente considerado um ramo das forças armadas dos Estados Unidos.
Outro ponto que muitos de vocês leitores podem torcer o nariz, é minha opinião sobre o país operar um porta aviões (ou dois). Eu não considero que a marinha brasileira precise se um navio como um porta aviões, por considerar que a principal natureza deste caro navio seja o de projeção de poder contra inimigos onde seu país não possa contar com um apoio aéreo. Por mais que algumas pessoas sustentem que a aviação de combate de um navio aeródromo sirva a defesa aérea da frota, eu, continuo mantendo meu posicionamento que não se justifica o investimento para as necessidades de defesa nacional. lembrando que o grande objetivo deste artigo é propor uma força militar de credibilidade dissuasória com um investimento menor, mais racional contra qualquer oponente, inclusive grandes potências, o porta aviões não se encaixa neste contexto. E por fim, antes de começar a apresentar minhas ideias para a marinha brasileira, admito que fui um pouco menos "econômico" na hora de montar a proposta naval do que fui para a força aérea e para o exército, porque considero a marinha do Brasil a força que se encontra em pior situação e que, tem, de fato uma forte participação dentro do contexto de defesa nacional que conceituei..
Agora vamos as sugestões para nossa marinha:
Acima: A Fragata Liberal, da classe Niteroi, ainda é o mais importante navio de guerra de nossa marinha. Com mais de 40 anos de uso, este navio não tem um substituto a altura em vista.

DEFESA LITORÂNEA: O Brasil possui um litoral, absurdamente extenso, com 7367 km. A defesa do litoral não deve ser feita por apenas um tipo de navio, principalmente quando tratamos de uma área tão grande. Hoje, a marinha do Brasil conta com uma quantidade risível de navios que além de escassos, são tecnologicamente obsoletos. Para o caro leitor ter uma ideia da gravidade da situação, temos 3 corvetas da classe Inhaúma, uma corveta da classe Barroso (esta é a mais moderna embarcação da marinha), 7 fragatas classe Niterói, duas fragatas classe Greenhalgh (Type 22) e 18 navios de patrulha oceânica que apenas os três navios da classe Amazonas tem algum valor militar ou potencial de modernização. O resto dos navios, principalmente os da classe Macaé, são, efetivamente, muito fracos e simples e deveriam estar a disposição, especificamente, para uma Guarda Costeira a serviço da Polícia federal. Depois do exposto, fica claro que a Marinha do Brasil é, efetivamente, a força armada nacional com maior nível de degradação de sua capacidade de combate dentre todas as forças armadas nacionais. Para se conseguir configurar a dissuasão que proponho neste artigo, esses navios patrulha obsoletos e as corvetas da classe Inhauma, devem ser substituídos por uma combinação de navios de ataque de alta velocidade como o barco de ataque rápido classe Skjold, já descrito aqui no WARFARE blog que seria usado para interceptações, que seriam beneficiadas pela sua alta velocidade de 60 nós (110 km/h) e forte armamento. Este desempenho e seu pequeno tamanho, limita seu alcance, porém, uma quantidade de 30 embarcações destas espalhadas pelo litoral, operando de forma integrada a corvetas modernas como a Tamandaré, fariam bem o trabalho de defesa litorânea. A quantidade de corvetas que considero adequado para patrulhar nosso litoral é de 15 embarcações.
Acima: Uma desenho da futura corveta classe Tamandaré. Pelo menos 15 navios destes deveriam ser adquiridos para operar o patrulhamento de nosso litoral com apoio de um barco rápido de ataque como o Skjold.

FORÇA DE SUBMARINOS: Seguindo a proposta de se ter o máximo de dissuasão sem um custo proibitivo e, que o objetivo das forças armadas brasileiras são totalmente voltadas para a defesa nacional, temos que compreender que a frota de submarinos deve ser muito ampliada de forma que se tornem o principal recurso de combate da esquadra naval. Hoje nós temos uma frota de submarinos com apenas 4 submarinos Type 209 "classe Tupi" e um submarino "classe Tikuna" que tem seu projeto baseado no Type 209 mas com aperfeiçoamentos que o tornam mais eficiente em relação a operação silenciosa. Não há duvidas que se trata de uma quantidade muito inferior ao que seria adequado para tornar nossa área marítima extremamente perigosa para "aventureiros" que tentassem empreender uma ação contra nossos território partindo do nosso mar territorial. A Marinha do Brasil, com seu projeto PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) encomendou a construção de 4 submarinos convencionais classe Riachuelo, baseados na classe Scorpene  de projeto francês, e ainda, a continuidade do desenvolvimento e construção de um submarino com propulsão nuclear. Estes submarinos não vão substituir os atuais submarinos da esquadra, e sim, vão incrementar ela nos deixando com 9 submarinos convencionais e um nuclear, totalizando 10 submarinos. Aqui vale observar que o submarino nuclear brasileiro deve demorar a ser concluído, com projeção para que ele entre em operação só depois de 2025. No meu ponto de vista, a marinha deveria encomendar mais submarinos convencionais da classe Riachuelo, para poder contar com uma esquadra de, pelo menos 20 submarinos convencionais em um prazo mais curto, além, de encomendar mais 3 submarinos nucleares. Com 24 submarinos, sendo 4 nucleares, teríamos condições de impor dissuasão naval contra, absolutamente, qualquer frota do planeta. Não estou dizendo que venceríamos uma guerra com os Estados Unidos. Nada disso! Estou afirmando, categoricamente, que tornaríamos, um ataque de qualquer país, incluindo os Estados Unidos, muito caro para valer a pena. Isso é dissuasão.
Acima: O PROSUB é, efetivamente o mais importante programa de reaparelhamento da marinha no momento. A aquisição de mais 3 unidades do submarino nuclear Alvaro Alberto, atualmente em desenvolvimento, somaria-se a uma grande frota de submarinos convencionais modernos para impormos a negação de nosso mar territorial de forma mais eficiente. Nesta foto podemos ver o submarino nuclear Rubis Amethyste, francês, do qual nosso submarino vai se assemelhar.

ESCOLTA E MISSÕES EM ÁGUAS AZUIS: Com um foco na defesa territorial, e na otimização dos recursos financeiros em investimentos com uma alta relação custo benefício dentro deste objetivo, eu não vejo necessidade termos um numero elevado de navios de combate de maior deslocamento. Porém, não abro mão de ter pelo menos 6 unidades de uma fragata multi-missão. Existem muitos modelos de navios que poderiam ser usados pelo Brasil nesse perfil de uso. Alguns tem custo elevado, quase se igualando a de um navio da categoria do destróier, naturalmente mais complexos e caros, outros tem custo mais baixo, mas tem limitações sérias em alguma capacidade, como por exemplo, não ter uma capacidade de defesa antiaérea de área, capacidade que considero importante. Assim sendo a fragata da classe Formidable, projetada pela empresa francesa DCNS (atualmente rebatizada de Naval Group), para a marinha de Cingapura, cairia como uma luva. Suas capacidades são análogas a outro produto desta mesma empresa, a classe Aquitaine, do programa FREMM, só que custando metade do valor das, cerca de U$ 400 milhões por unidade. Minha segunda opção para fragata da marinha brasileira seria, justamente a classe Aquitaine, porém, com um deslocamento maior. tanto a Formidable, quanto a Aquitaine, por terem projetos modular, podem ser customizada de acordo com a necessidade de cliente, e aproveitando esta capacidade, eu substituiria os sistemas de mísseis anti-navio de ambos os navios, por lançadores de 4 a 6  mísseis do poderoso míssil indu/ russo BrahMos, devido a ser uma arma de muito maior capacidade, com velocidade supersônica alta e um alcance de 450 km, superando por longa margem os menos de 200 km que ambos mísseis ocidentais, Harpoons e Exocets, conseguem apresentar.
Acima: A classe Formidable de fragatas multimissão seria perfeitas em capacidade a um custo relativamente menor a de sua irmã classe Aquitaine, da França. mesmo assim, a Aquitaine seria muito bem vinda, caso a marinha dispusesse de receita para adquirir esta classe de navios.

AVIAÇÃO NAVAL: Embora no Brasil seja comum o "tiro no pé" quando se legisla contra os próprios interesses da nação, eu devo dizer que discordo de impor restrições a aquisição de determinado sistema de armas a determinada força armada. Para dar nomes aos bois, e não deixar o caro leitor confuso, eu estou tratando da imposição por decreto presidencial 2538 de que a marinha só possa operar aeronaves de asas fixas em um navio aeródromo, de forma que se ela quiser operar aeronaves de asa fixa baseadas em terra, ela não teria esta permissão. Se a marinha entende que precisa de uma aeronave de asa fixa operando a partir de bases terrestres, então que ela o faça sem que isso implique e um problema. A Marinha do Brasil, deveria possuir uma aeronave de patrulha marítima com capacidade anti submarino e anti- navio. A Força Aérea Brasileira (FAB) tem um esquadrão de aeronaves com essa função, equipados com os antigos, mas confiáveis P-3AM Orion, que passaram por uma modernização feita na Espanha pela antiga EADS, hoje parte da Airbus. Considero que as opções sobre este assunto seriam as seguintes:
  1.  A FAB repassaria seus 12 aviões P-3AM (9 em condições operacionais e 3 para canibalização de peças) para a Marinha do Brasil, assim como seus suprimentos de peças e armamentos. Uma vez feito isto, a marinha compraria mais 12 aeronaves do modelo e implantaria um programa de modernização visando padronizar com os equipamentos FITS já instalados nos 9 exemplares operacionais da FAB, em 9 e separando mais outros 3 aviões para fonte de peças, de forma a utilizar a dispor de 18 aeronaves operacionais para patrulhar a costa brasileira;
  2.  A Marinha do Brasil encomendaria a Embraer uma variante de seu E-Jet E2 devidamente      equipada para efetuar caça a submarinos e ataque a navios de superfície e compraria 18 unidades.;
  3.  A Marinha encomendaria uma versão de patrulha marítima do EMB-145, conhecido como P-99, o que seria interessante pois a Embraer já tem um projeto dessa versão.
Qualquer uma das 3 opções citadas traz uma solução adequada para que a marinha possa assumir missão de patrulhar a costa nacional com aeronaves, podendo atacar submarinos inimigos, navios de superfície ou colaborando com a missão de busca e salvamento no mar.
Acima: Uma das boas opções para equipar a marinha do Brasil com uma aeronave de patrulha marítima seria a encomenda da versão especializada nesta missão do Embraer 145, chamada de P-99.

CONCLUSÃO
Neste texto apresentei meu ponto de vista sobre como deveria ser a dissuasão militar brasileira e expus que sou favorável ao desenvolvimento e uso de armas nucleares pelo Brasil. na remotíssima hipótese de ser implantado a ideia de o Brasil abandonar o tratado de não proliferação nuclear, abrindo mão, também, do artigo 21, XXIII, alínea A, certamente sofreríamos uma forte reação inicial por parte da comunidade internacional. perderíamos, em um primeiro momento, acesso a determinados produtos e serviços, principalmente bélicos, e tentativas de coagir o governo brasileiro a abandonar a sua opção pelas armas nucleares. Porém, acredito que pelo fato de o Brasil ser uma nação com um forte mercado consumidor e uma das maiores economias do mundo, acabaríamos superando estas barreiras iniciais. Ainda neste assunto, faço a consideração de que para que pudéssemos conseguir ter estas armas, seria  importante que os estudos, testes e desenvolvimento fossem feitos de forma discreta, como o míssil, em si, seria resultado de conhecimento no desenvolvimento de um foguete lançador de satélites, programa do qual já temos e que se encontra estagnado. Já o desenvolvimento de tecnologia de enriquecimento de urânio ou mesmo produção de plutônio (mais caro e complexo) seria feito de forma velada, secreta. Enquanto isso, os equipamentos que menciono neste artigo seriam sendo adquiridos antes que se pudesse ser negado sua compra pelo Brasil. Isto seria parte da preparação para se poder armas nucleares e atenuar o impacto inicial do prejuízo político e mesmo econômico que, inicialmente resultaria a mudança de postura do país em relação a sua estratégia de defesa.
Durante o decorrer da concepção desta matéria conversei com algumas pessoas das quais tenho um forte apreço pelo conhecimento, cultura e ainda respeito pelas suas opiniões, mesmo que algumas divergentes das minhas. Parte deste artigo teve influencia, destas pessoas das quais deixo meu agradecimento pela paciência e pelo respeito com que tiveram nos nossos debates e que me ajudaram a mudar de ideia em alguns conceitos iniciais que tinha quando comecei artigo, e outros que me ajudaram, também, a me posicionar de forma mais convicta em outros posicionamentos. Compreendo que vários pontos aqui relacionados são polêmicos e podem ir contra conceitos de vários leitores. Mas lembrem-se que se trata de um artigo de opinião pessoal e não uma imposição que coloco e que obrigue todo mundo a concordar comigo. Nada disso. É apenas uma opinião de cunho pessoal, ou um ponto de vista sobre o tema  "Defesa nacional" e Dissuasão estratégica Brasileira".

Agradeço publicamente a Sérgio Santana, Luiz Medeiros, Anderson Barros, Edilson Pinto pelas conversas, esclarecimentos, trocas de ideias e apoio que vocês me deram durante a produção deste texto.

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19 comentários:

  1. Muito bom. Eu lembro de ter lido as 3 matérias no antigo campo de batalha varias vezes. lembro também que só tinha 13~14 anos. kkkkkk. O tempo passa rápido .

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  2. Obrigado Felipe e Bob. Esse artigo deu bastante trabalho, e ainda, tive problemas de ordem familiar, durante a fase que estava escrevendo, o que me atrasou bastante. Mas finalmente consegui publicar ele. Abraços a todos!

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  3. eu nao tenho o que reclamar o texto é prá lá de bom !!!!!

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    1. Obrigado Luiz! É ótimo poder contar com suas visitas a este a estes trabalhos que faço no WARFARE.
      Abraços

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  4. pensei que fab ainda usava fuzis hk ...... vi uma foto no texto ... acho que equipamentos de visao noturna poderiam destruir a bandidagem no rio de janeiro , sempre desejei ver o rafale na fab, mas este troço de transferencia de tecnologia...... saber que um grippen esta caro como f- 35.... antes o rafale !!!!!!

    o que me deixa mais triste ... 14 milhoes de desempregados e nao se pode entrar nas forças armadas para sabermos alguma nova profissao ou a chance de termos um negocio individual com os cursos que sao dados aos jovens que saem dos quartéis .

    acho esquisito termos negocios tao bons em submarinos e nao termos intresse em tanques franceses , armas francesas ( exceto o fuzil famas ) , quem sabe , um unico fornecedor ..... e excelentes formas de pagamento ?

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  5. bem ,,, tem coisas ruins em se ter um unicor fornecedor..... de repente , acham que nao fizemos uma bondade a este fornecedor em um campo como o de minerios , construção de obras grandes de engenharia e este fornecedor...... decide que nao havera mais armas , nao haverá mais fornecimento de armas de defesa e ataque !!!!! coisa ruim, mas acontece !!!!! coisa injusta, mas acontece !!!!!

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  6. A matéria em si, está de bom tamanho, mas gostaria de deixar aqui minhas impressões do que, possível e realmente, deveria ser feito em relação às Forças Armadas.
    Como sabemos, não temos nenhum inimigo premente que justifique o incentivo à compra de material bélico pesado para o País.
    Calma ! Não se assustem !
    Nosso Governo Federal, se existissem homens honestos, agiria da seguinte forma:
    1) A verba destinada ás Forças Armadas, seriam guardadas e aplicadas em um fundo que rendesse melhor no País, ou fora dele;
    2) Esses recursos seriam utilizados após 10 (dez) anos, aonde se compraria, à vista, o que de melhor tivesse à época;
    3) Uma parte, bem menor do que é usado, seria utilizada de imediato, ao melhor adestramento dos militares, com cursos, além, dos que já existem, dentro e fora do País. Esse seria o melhor emprego do capital fim das FFAA, pois que uma tropa bem adestrada consegue fazer coisas, mesmo com material considerado obsoleto, à contento. Exemplo prático ? lembrem-se da campanha do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Acho que não precisa explicações à respeito.
    4) material bélico leve. Foram apresentados aqui, aluns fuzis leves para tropas de elite, mas podem ser usados também na tropa comum, mas cabe lembrar que esses fuzis t~em que ser leves, práticos em tudo, de fácil transporte, com calibre para as nossas necessidades "internas" e que seja confiável verdadeiramente, aliado à baixo custo operacional e de manutenção. Poderão ser usados como estopim para o acendimento da questão nas polícias, civil e militar, quanto ao seu emprego;
    5) No transporte, acho que já temos material de excelente, mesmo antigos, mas que foram fabricados pela ENGESA. O que até hoje não entendo os nossos governos, anteriores ou atuais, que "fizeram com que a ENGESA fechasse suas portas", inclusive com o projeto mais audacioso que o tanque Osorio.
    Não posso opinar sobre a IVECO, pois não estou acompanhando seus projetos.
    Essas são minhas impressões sobre a situação que "acho" devemos seguir, mas com um Governo em que se possa confiar, principalmente com os seus gastos, sem a extorsão dos contribuintes, que é o que vem acontecendo nos últimos anos.

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    1. Obrigado pelas interessantes considerações Osvaldo. O caso da Engesa não foi só do governo, mas também de má gestão. A Iveco, uma grande empresa italiana, desenvolveu o Guarani para o Exército Brasileiro, seguindo os requisitos que o comando da força expediu. O resultado foi bom e a viatura segue sendo usada a contento, substituindo, gradualmente, os velhos e obsoletos Urutus.
      Abraços

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  7. Sua analise foi muito boa, mas na questão do avião escolhido, você diz que a melhor opçao seria o f 18, eu discordo em muito sua justificativa. O F 18 é um avião ultrapassado, ja esta em fase de descarte pelo USA. Estão nos oferecendo lixo, assim como os carros de combate recentemente ofertados. LIXO mesmo. coisa de jogar fora. Apoiar essa ideia é um retrocesso total, sem falar que estariamos nas mãos desses controladores do mundo que agora simplesmente querem destruir o Brasil enfraquecendo o exercito e assim ficar mais facil dominar o pre sal.

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  8. Acho que para marinha em questão de escoltas seria melhor termos algo em torno de 10 navios sei que pode aparecer muito séria ótimo, e também ter um navio porta helicópteros como Mistral francês, no caso das armas nucleares deveriamos em contra ponto ter armas químicas também! Vejo seu blog desde a trilogia quando tinha 12 anos.

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    1. Olá Jean! Obrigado por prestigiar esse trabalho e os antigos blogs Campo de Batalha. Sobre o F/A-18E Super Hornet, saiba que ele não será substituído tão cedo. Na verdade, a US Navy deve encomendar algo em torno de moais 80 aeronaves do tipo, além de iniciar um programa de upgrade dos exemplares já em uso que receberão alguns itens do desenvolvimento do F/A-18XT (road map). O substituto do Super Hornet não será uma aeronave de 5º geração, mas um de 6º, que hoje é chamado de F/A-XX que só deve entrar em serviço entre 2035 a 2040. Por tanto, o F/A-18E Super Hornet continuará a ser a linha de frente da marinha norte americana por mais duas decadas ainda. O radar do Super Hornet é mais capaz e tem maior alcance que o radar ES-05 Raven do Grién E. O Gripen E, por sua vez, é muito mais ágil, porém essa vantagem é menos importante dentro da arena de combate ar ar moderna pois a maioria dos combates serrão resolvidos além do alcance visual, onde o que mais importa são os sensores e um bom armamento de médio/ longo alcance.
      Abraços

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  9. Faltou uma planilha (o que deveria ser comprado / e o preço).

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  10. PARABENS, PELO POST. só uma pergunta(duvida)nao cairia bem para o brasil mais uns 24 mi-35 e uma certa quantidade de su-35 ou mesmo su-34. no restante foste de uma felicidade impar.

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  11. Paulo, agradeço pela congratulação.
    O foco do artigo foi o de mostrar uma forma de impor dissuasão a um custo mais baixo. Para tanto, você pode observar que o elemento dissuasor de tudo que foi dito aqui gira em torno de uma limitada, porém crível, capacidade nuclear. Sou um fã do Su-35S e do Su-34 Fullback (tem matéria dos dois modelos aqui no WARFARE), porém a operação destes modelos é mais cara que a do pequeno Gripen, e por isso, acaba indo contra a ideia de uma força dotada de um equipamento mais econômico. Essa configração que descrevo deste artigo é especificamente centrada em armas nucleares. Se formos pensar em uma modernização das forças armadas, sem as armas nucleares, eu consideraria os modelos russos, sem a menor sombra de duvidas.
    Abraços

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  12. Carlos, seria bom a FAB comprar uns 36 f-18xt para fazer um mix com os gripens, quanto aos submarinos não seria também melhor a MB partir para um submarino convencional de maior tonelagem, como os barracudas convencionais que a Austrália vai com prata, ou até mesmo o japonês soryu, quanto aos navios de escoltas os kdx-II seriam uma boa opção também?

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  13. Olá Jean.
    Os posicionamentos que expus neste artigo visam uma capacidade de dissuasão com menos custos. Se mudarmos a forma de abordar este tema, poderemos montar esquemas diversos, onde não se partiria para a posse de armas nucelares, mas se investiria em meios de combate convencionais mais capazes, porém mais caros.
    Abraços

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  14. Carlos,além do míssil JSM que acredito que dificilmente será integrado ao gripen,quais outras armas da mesma categoria voce julga ser adequadas para dotar o gripen de uma capacidade stand-off.
    Obrigado.

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  15. Luiz, eu considero que as bombas AGM-154 JSOW Norte americanas (estavam dentro do pacote de armas que viria com o Super Hornet, se este ultimo tivesse sido vencedor do FX), e as bombas Spice 1000/ 2000 fabrucadas por israel.
    Abraços

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