terça-feira, 12 de novembro de 2019

CLASSE VISBY. A sombra viking do Báltico.


FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta.
Tripulação: 43 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 2009
Deslocamento: 640 toneladas.
Comprimento: 72,7 m.
Boca: 10,4 m.
Propulsão: CODAG com 4 turbinas a gás Honeywell TF-50A, 2 motores a diesel MTU-16V 2000 N90 que movem dois propulsores jatos de água Kamewa.
Velocidade máxima: 35 nós (65 km/h).
Alcance: 4630 Km.
Sensores: 1 radar Ericsson Sea GIRAFFE AMB 3D com 180 km de alcance, Radar de busca Condor CS-3701, 1 sonar de casco GDC, 1 sonar rebocado Hydra 135, e um sonar de profundidade variável VDS.
Armamento: Um canhão Bofors 57 mm MK3, dois lançadores quádruplos para de mísseis antinavio RBS-15F. 4 tubos de torpedos de 400 mm (2 de cada lado do navio) para torpedos Type 45, e cargas de profundidade.
Aeronaves: Um helicóptero A-109M pode ser operado, mas sem hangar de manutenção.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

SUKHOI SU-57 FELON. O caça russo de 5º geração.

SU-57 Falon em demonstração na feira aeroespacial russa MAKS 2019
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: 1800 km/h (supercruzeiro)
Velocidade máxima: 2500 km/h.
Razão de subida: 21660 m/min.
Potência: 1,24.
Carga de asa: 91 lb².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantâneo: 29º/s.
Razão de rolamento: 200º/s.
Teto de Serviço: 20000 m.
Raio de ação/alcance: 1500 km/ 3600 km (em velocidade subsônica)
Alcance do radar: N036 Byelka: 400 Km contra alvos aéreos de 5m2 de RCS
Empuxo: 2 motores turbofan NPO Saturn AL-41F1 (Izdeliye 117S) com 17500 kgf de empuxo com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 22 m
Envergadura: 14.2 m
Altura: 5,3 m
Peso vazio: 18500 kg (vazio).
Combustível Interno: 22700 lb.
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil R-77M de longo alcance, R-74M2.
Ar terra: Bombas KAB 250 e 500, mísseis táticos Kh-38M, Kh 58UShK, míssil anti navio KH-35 e míssil anti radar KH-31 e sua versão anti navio também.
Interno: 1 canhão 9-A1-4071K de 30 mm.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O FAMAS no mercado de exportação


Por Jean Huon, extrato do livro “Le FAMAS et son histoire”, 2010.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de outubro de 2019.

ESPERANÇAS DESAPONTADAS.
Desde 1984, o FAMAS é oferecido para exportação e vários países adquiriram essa arma, mas em quantidades limitadas:

  • Argentina (Comandos Anfíbios),
  • Brasil (FAMAS F1 Comando, usado pelas Forças Especiais do Exército),
  • Camboja (guarda pessoal do príncipe Sihanouk),
  • Chipre (FAMAS F1 Comando, usado pelas forças especiais da polícia),
  • Djibuti (400 unidades),
  • Emirados Árabes Unidos,
  • Gabão (800 unidades),
  • Indonésia (forças especiais da polícia),
  • Líbano,
  • Filipinas (forças especiais da polícia),
  • Senegal.
GIGN da Gendarmerie do Djibouti em treinamento com o 13th MEU.
Um comando anfíbio argentino com o FAMAS G2 Comando.
Os filhos do coronel Khadafi se gabavam de ter um FAMAS que lhes foi oferecido por ... (não podemos dizer)!
Terrorista do Estado Islâmico com um FAMAS F1. Acredita-se que veio do Líbano.
Força de Ação Especial da polícia filipina.
Operador do KOPASSUS com um FAMAS G2.
Em Angola, o guarda do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, estava equipado com o FAMAS, apesar da França nunca vender neste país!
A China comprou algumas cópias do FAMAS (talvez para copiá-lo?).
Militares chinesas com fuzis FAMAS F1.
Apesar das campanhas de apresentação particularmente brilhantes no exterior, o FAMAS não conseguiu penetrar no mercado de exportação, provavelmente devido ao seu alto custo (você pode pagar entre sete e dez fuzis Kalashnikov pelo preço de um FAMAS).

ALGUMAS HISTÓRIAS RELATADAS DURANTE A APRESENTAÇÃO DO FAMAS EM VÁRIOS PAÍSES.
General brasileiro testando o sistema FÉLIN.
No Brasil, as demonstrações de tiro com o Exército foram realizadas em um estádio de futebol em um distrito periférico. No estádio, portanto, são instalados alvos no gramado, mas sem nenhuma proteção de tiro! Ao fundo, atrás dos alvos, a algumas centenas de metros, a favela local com seus barracos de telhados de telhas metálicas enferrujadas.
Os soldados começam a atirar na frente dos olhos surpresos do demonstrador da MAS. A certa altura, os militares começam a disparar várias vezes em rajada. Vimos as telhas voando e as pessoas correndo em todas as direções.
Diplomaticamente, ele pergunta a um dos oficiais presentes: "As casas ali atrás não te incomodam?" Resposta: "Eles não têm permissão para construir ali, eles não estão lá!"
Na Venezuela, os militares instalaram um tambor de 200 litros cheio de água perto do ponto de tiro. O oficial venezuelano pega um FAMAS e dispara o padrão da OTAN (150 tiros em 3 minutos) e, com um gesto amplo, mergulha o FAMAS fumegante no tonel com o chiado que imaginamos. Então ele retira o FAMAS, olha o cano e dispara uma segunda vez, de acordo com o padrão da OTAN. Nenhum problema foi observado.
Mas melhorou. Outro soldado "sangra" um cartucho para reduzir a carga de pólvora, o introduz na câmara e dispara. Como esperado, a bala fica parada no cano.
Em seguida, ele pega um carregador cheio, coloca em rajada contínua e dispara o carregador completo. O cano nem estava com tiras vermelhas!
Operadores da 99ª Brigada de Operações Especiais, Comando de Operaciones Especiales General en Jefe Félix Antonio Velásquez, Exército da Venezuela.
Também na Venezuela, que havia comprado alguns exemplares do FAMAS, um dos chefes do departamento de testes se perguntou sobre a vida útil das armas. As unidades em seu poder dispararam 17.000 cartuchos sem nenhum sinal de desgaste.
Em um pequeno Estado da África austral, o FAMAS é apresentado às autoridades que solicitam tiros em alvos móveis. O alvo em questão consistia em uma placa de metal que um soldado robusto segurava no final de uma vara enquanto corria dentro de uma trincheira. Os demonstradores da MAS conseguiram colocar 23 dos 25 impactos no alvo, disparando em rajadas de três tiros.
Legionário do 2e REI na Arábia Saudita durante a Operação Escudo no Deserto, 1990.
Durante a Guerra do Golfo em 1990, uma competição-avaliação entre materiais diversos foi organizada nos Emirados Árabes Unidos. O FAMAS ficou em segundo lugar e, quando a tempestade de areia começou a soprar, ele se classificou em primeiro lugar, sendo o único a resistir à areia devido à ausência de trancamento da culatra.
- Jean Huon, Le Famas et son histoire, pg. 104-105. Crépin-Leblond Éditions, 2010.

sábado, 2 de novembro de 2019

PROJECT 949A ANTEY (OSCAR II). O indestrutivel dos mares.


FICHA TÉCNICA 
Comprimento: 154 m.
Largura: 18,2 m. 
Calado: 9 m. 
Deslocamento: 23000 toneladas quando submerso.
Velocidade máxima: 32 nós (59 Km/h) submerso ou 15 nós (28 km/h) na superfície.
Profundidade: 500 m normalmente, mas pode chegar a 830 m no máximo. 
Armamento: 4 Tubos para torpedos de 533 mm, 2 tubos para torpedos de 650 mm, somando 24 torpedos;  Míssil anti submarino RPK-2 Viyuga (SS-N-15 Starfish) lançados dos tubos de torpedo de 533 mm; missil antinavio RPK-6 Vodopad (SS-N-16 Stallion) lançados dos tubos de 650 mm; 24 mísseis antinavio P-700 Granit (SS-N-19 Shipwreck). 
Tripulação: 94 a 107 homens.
Propulsão: 2 reatores nucleares OK-650B que produz  e 2 × turbinas a vapor tipo GTZA OK-9 entregando 73.070 kW (98000 shp) para dois eixos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

7 mercenários ligados ao Kremlin mortos em Moçambique em outubro - Fontes militares



Por Piotr Sauer, The Moscow Times, 31 de outubro de 2019.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 1º de novembro de 2019.

Fontes do Exército disseram ao The Moscow Times sobre dois incidentes separados envolvendo emboscadas de insurgentes ligados ao Estado Islâmico.
Sete mercenários russos do Grupo Wagner foram mortos em dois incidentes de tiroteio separados envolvendo insurgentes ligados ao Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, este mês, disseram duas fontes do exército de Moçambique ao The Moscow Times.
Em um ataque não declarado que ocorreu em 10 de outubro no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, dois soldados russos Wagner foram mortos a tiros depois que seu grupo foi emboscado por insurgentes militantes islâmicos, um soldado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) que testemunharam o incidente disse ao The Moscow Times.

Mais cinco mercenários russos Wagner foram emboscados em 27 de outubro no distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, disse uma fonte separada da FADM ao The Moscow Times.
De acordo com a segunda fonte, quatro dos russos foram mortos a tiros no local do ataque, então decapitados, e o quinto foi ferido e depois morreu no Hospital Distrital de Mueda.
"Os atacantes primeiro instalaram barricadas ao longo da estrada e, quando os veículos da FADM chegaram, começaram a atirar e depois decapitaram as vítimas e queimaram o veículo", disse a fonte ao The Moscow Times.
A Embaixada da Rússia em Maputo não respondeu aos pedidos de comentários do The Moscow Times.

O Grupo Wagner é uma companhia militar privada vinculado ao Kremlin, fundado por Yevgeny Prigozhin, um empresário que mantém contato próximo com o presidente russo Vladimir Putin e é frequentemente chamado de "O Chef de Putin" por causa de seu negócio de catering*.
*Nota do Tradutor: Catering é o serviço de fornecimento de refeições coletivas em locais remotos como hotéis, hospitais, aviões, navios de cruzeiro, locais de entretenimento, etc.
Ambas as fontes desejaram permanecerem anônimas. Seus relatos coincidem com as reportagens da mídia local de Moçambique divulgadas na terça-feira dizendo que 20 soldados do exército de Moçambique também foram mortos na emboscada.

Segundo Piers Pigou, consultor sênior sobre a África da ONG International Crisis Group, se confirmado, os incidentes recentes seriam "um golpe psicológico para os militares de Moçambique e para os conselheiros russos". A partir de 2017, Moçambique intensificou sua luta contra os insurgentes na empobrecida maioria muçulmana de Cabo Delgado, com resultados mistos.
"Tendo se gabado no início deste mês de operações bem-sucedidas contra os insurgentes militantes de Cabo Delgado, este ataque sugere uma escassez de informações sobre o grupo e sua capacidade operacional de interromper as operações de contra-insurgência do governo", disse Pigou.

Os relatos lançaram uma nova luz sobre as atividades do [Grupo] Wagner em Moçambique. Mais cedo, o Times de Londres informou a chegada de 200 mercenários russos Wagner e três helicópteros para ajudar as forças do governo de Moçambique a combater os jihadistas. Em 8 de outubro, dois dias após a morte relatada de outro soldado russo Wagner, o Kremlin negou ter enviado quaisquer  tropas governamentais a Moçambique.
Prigozhin é frequentemente visto como uma das principais figuras que lideram a entrada da Rússia na África. [O Grupo] Wagner já havia sido visto no Sudão e na República Centro-Africana, segundo a CNN, onde coopera com as autoridades locais. Na quarta-feira, o Facebook suspendeu três redes de contas russas ligadas a Prigozhin que tentaram interferir na política doméstica de oito países africanos, incluindo Moçambique.

A Rússia tem sido extremamente reservada sobre a morte de soldados russos ligados ao grupo Wagner. No início deste outono, o site de notícias Meduza informou que 10 a 35 mercenários russos Wagner morreram enquanto lutavam na Líbia. [O Grupo] Wagner também está lutando na Síria ao lado do presidente Assad. Em 2018, seus mercenários estavam envolvidos em uma batalha de quatro horas com comandos americanos, que resultou em até 300 mortes russas.
O Estado Islâmico é uma organização terrorista banida na Rússia.

Original: https://www.themoscowtimes.com/2019/10/31/7-kremlin-linked-mercenaries-killed-in-mozambique-in-october-sources-a67996

terça-feira, 29 de outubro de 2019

CLASSE SCORPENE. O astuto tubarão franco-espanhol

Submarino classe Scorpene
FICHA TÉCNICA
Tipo: Submarino diesel elétrico.
Data de comissionamento: Setembro de 2005.
Comprimento: 66,4 m.
Boca: 6,2 m.
Calado: 5,8 m.
Deslocamento: 1700 tons.
Velocidade máxima: 20 nos (37 Km/h) submerso.
Profundidade: 350 metros.
Armamento: 6 tubos lançadores de torpedos de 533 mm (18 torpedos ou misseis) MK-48 ADCAP, Black Shark, F-17 e F-21, mísseis SM-39 Exocet.
Tripulação: 31 homens.
Propulsão:  4 motores a diesel MTU 16V 396 SE84 que produzem 2990 hp, 1 x Motor elétrico Jeumont Schneider  que produz 2.8 MW

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Combatentes Femininas Peshmerga: Da Linha de Frente à Linha de Retaguarda*

Combatentes Peshmerga em parada militar.
Por Hanar Marouf, 10 de outubro de 2018.
Tradução Filipe do A. Monteiro.

Hanar Marouf é uma ativista de direitos humanos. Ela é a fundadora da For You Magazine, a primeira revista para jovens curdos publicada em inglês.

*Nota do Tradutor: A autora escolheu a palavra “sideline”, que indica marginalização.

Embora as mulheres sirvam nas forças Peshmerga há décadas, as mulheres Peshmerga se encontram principalmente mantendo a segurança nas fronteiras, protegendo os abrigos femininos e fornecendo serviços médicos e de comunicação ao longo da história. As combatentes raramente realizavam tarefas relacionadas ao combate e ficavam longe das linhas de frente onde seus camaradas homens estavam estacionados.
No entanto, com o surgimento do Estado Islâmico (EI) em junho de 2014, os tabus e restrições culturais que anteriormente cercavam as mulheres se romperam. Mulheres Peshmerga assumiram papéis de combate mais ativos e finalmente se juntaram às linhas de frente da batalha contra o EI. Essas mulheres lutaram bravamente e demonstraram tanto aos recrutas em potencial quanto aos seus superiores que as Peshmerga eram um recurso valioso para as forças combatentes. No entanto, com a queda do EI, as mulheres não têm certeza se suas contribuições serão reconhecidas ou se serão forçadas a voltar aos papéis restritos do passado.
Antes de serem formalmente integradas às forças em 1996, as mulheres combatentes conseguiram servir ao lado dos Peshmerga desde os anos 1970. A União Patriótica do Curdistão (PUK) formou a primeira unidade exclusivamente feminina em 1996, e essa unidade cresceu e passou a incluir mais de quinhentas combatentes. Desde então, os membros passaram a assumir posições militares de alto escalão, até o posto de coronel.
No entanto, décadas de participação formal no Peshmerga não deram às mulheres a oportunidade de se ramificar além dos limitados papéis designados para elas. Em vez disso, foi a prolongada luta contra o EI que finalmente permitiu que as mulheres assumissem papéis de combate ativos na linha de frente. Em junho de 2014, as primeiras mulheres Peshmerga foram destacadas para a frente de Basheer. Em agosto do mesmo ano, as combatentes também participaram da operação para recuperar a Represa de Mosul. Depois que a represa foi recapturada, dez mulheres Peshmerga continuaram a guardá-la - um sinal da mudança do papel de combate das mulheres curdas na guerra.
Em 2016, com os planos de libertar Mosul em andamento, cerca de mil mulheres da unidade Peshmerga Zeravani receberam treinamento intensivo de dois meses das forças italianas da coalizão em uma base curda nos arredores de Erbil. Nesse mesmo ano, as mulheres Peshmerga se tornaram parte da missão de proteger a cidade de Kirkuk e os campos de petróleo próximos, eventualmente recuperando as instalações de produção de petróleo em Bai Hassan, em Kirkuk, do EI.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Novo Memorial aos Cães da Guerra do Vietnã Celebra “O Laço Inquebrável”

Por Ken Gordon, The Akron Beacon Journal, 30 de setembro de 2019.
Tradução Filipe A. Monteiro, 08 de outubro de 2019.

Sempre que Ed Reeves olhou para o Memorial dos Veteranos do Vietnã em Washington, DC, ele se concentrou nos painéis que continham os nomes daqueles que morreram em 12 de setembro de 1970 e 14 de fevereiro de 1971.
Foi naqueles dias, disse Reeves, que não fosse o cachorro dele, Prince, "meu nome estaria nesse muro".
Em vez disso, quase 50 anos depois, o morador de Grove City visitou um muro diferente no sábado no Motts Military Museum em Groveport, um subúrbio a sudoeste de Columbus, para a dedicação do Memorial da Equipe de Cães da Guerra do Vietnã.
Seus três painéis de granito preto estão inscritos com os nomes de 4.244 cães que serviram durante a guerra, bem como os números que foram tatuados dentro de cada uma de suas orelhas. Também estão listados os 297 tratadores de cães, um veterinário e dois técnicos veterinários que morreram no Vietnã.
Os painéis cercam uma escultura de bronze em tamanho natural, inspirada em Prince e Reeves, que estava entre os aproximadamente 10.000 homens que serviam como tratadores de cães no Vietnã.
No painel central do memorial estão inscritas as palavras "The Unbreakable Bond” ("O Laço Inquebrável").
O custo total do memorial foi de US$ 110.000. Os três painéis foram projetados e construídos pelo Columbus Art Memorial, usando granito da mesma área da Índia que produziu a pedra para o Vietnam Memorial em Washington. A escultura foi criada pelo famoso escultor de Zanesville, Alan Cottrill.
Décadas depois, Reeves e outros tratadores - incluindo Tom King, do município de Hamilton, no Condado de Franklin - ainda lutam para controlar suas emoções ao discutir sobre seus companheiros de combate.
"Passamos por muita coisa juntos", disse King, 73 anos, com a voz embargada pela lembrança do cachorro Fritz. "As únicas coisas que me mantiveram inteiro foram minhas cartas de casa e brincar com Fritz."
Adicionando à emoção o fato de que, enquanto Reeves e King terminaram suas turnês e voltaram para casa, seus cães ficaram para trás.
Depois de trabalhar com novos tratadores, a maioria dos cães de guerra do Vietnã que sobreviveram ao combate foram sacrificados ou entregues ao Exército do Vietnã do Sul, de acordo com a U.S. War Dog Association (Associação de Cães de Guerra dos EUA), com sede em Nova Jersey. Apenas cerca de 200 retornaram aos Estados Unidos.
"Nosso grupo se formou porque havia muita culpa dos tratadores de cães que sobreviveram (à guerra)", disse Ernie Ayala, vice-presidente da Vietnam Dog Handler Association (Associação dos Tratadores de Cães no Vietnã), incorporada na Califórnia. "Os cães salvaram nossas vidas, e é isso que eles recebem? Eles ficaram lá e nós pudemos ir para casa."
Reeves, 69 anos, é voluntário no Motts Military Museum desde 2012. Ele passou anos investigando o destino de seu cachorro, Prince, e escreveu um livro sobre ele que foi publicado em 2016. Isso levou Lori Motts-Byrd, diretora do museu. assistente do diretor, a começar a arrecadar fundos para um memorial. Uma doação de US$ 50.000 da Ohio Facilities Construction Commission (Comissão de Construção de Instalações de Ohio) foi fundamental, disse ela, além de doações privadas.
"Conversando com Ed e descobrindo mais sobre o que os cães fizeram, pensei: 'Algo precisa ser feito. As pessoas precisam saber sobre isso'", disse Motts-Byrd.

SERVINDO JUNTOS
Os cães têm sido usados para fins militares desde os tempos antigos, mas não foi até a Segunda Guerra Mundial que o governo dos EUA autorizou o treinamento especializado em cães para servir como batedores e sentinelas, entre outras tarefas.
A associação de cães de guerra estima que 4.900 cães - a maioria pastores alemães, como Prince e Fritz - serviram durante a Guerra do Vietnã, mas registros incompletos foram mantidos nos primeiros anos da guerra.
Em 1966, King era um policial militar estacionado na Base da Força Aérea de Lockbourne (agora Base da Guarda Nacional Aérea de Rickenbacker) em Columbus, quando foi "voluntariado" por um comandante para se tornar um tratador de cães. Fritz treinou com King como cão sentinela - cães que geralmente não eram usados em combate, mas para proteger perímetros de bases.
King e Fritz chegaram ao Vietnã em janeiro de 1967. Embora muitas vezes houvesse tiros e projéteis perto de sua base em Tuy Hoa, King disse que ele e Fritz nunca enfrentaram perigo mortal juntos.
"Ele adorava trabalhar e adorava quando eu o levava para nadar no Mar da China Meridional", disse King.
King voltou para casa em janeiro de 1968, deixando Fritz para trás.
Reeves, que cresceu apaixonado por cães, se ofereceu para ser um tratador de cães depois de ser convocado pelo Exército em 1969. Ele foi alocado com Prince, que foi treinado como cão batedor, acostumado a sair em patrulha e detectar pessoas bem como minas e armadilhas.
Em 12 de setembro de 1970 - o primeiro dia "no país" da dupla - Prince alertou a unidade de Reeves sobre atividade nas proximidades. Isso "nos permitiu saltar sobre eles, e não eles sobre nós", disse Reeves, que sobreviveu por pouco ao tiroteio resultante.
No dia dos namorados de 1971, Prince e Reeves estavam seguindo a trilha de um pelotão quando Reeves viu o cachorro contornar uma pequena árvore que estava caída do outro lado da trilha. Ele chamou Prince de volta, e o cachorro voltou a contorná-lo. Reeves procurou sinais de uma mina e, como não encontrou nenhuma, começou a passar por cima da árvore.
"Prince apareceu debaixo de mim e seu nariz parou no chão", disse Reeves. "Felizmente, eu puxei meu pé para trás."
Eles examinaram o local mais de perto e encontraram um pequeno monte de terra que escondia uma granada de morteiro americana não explodida, armadilhada como uma mina.
Quando Reeves voltou para casa em julho de 1971, Prince ficou.
Ed Reeves fotografado com Prince, o cão batedor que ele tratou durante seu período na guerra do Vietnã em 1970 e 1971
O DESTINO DE UM CACHORRO
Depois que Reeves voltou pra casa, "eu acompanhava as notícias e me perguntava todos os dias: 'O que ele (Prince) está fazendo? Ele ainda está vivo?'", Ele disse, pausando para controlar suas emoções. "Então surgiram as histórias sobre como os cães eram tratados por lá".
Ayala disse que os cães que foram sacrificados estavam doentes ou considerados agressivos demais. A maioria dos cães em boas condições foi dada aos vietnamitas.
Em meados dos anos 2000, um grupo que se organizava para construir um monumento a cães de guerra encontrou um vasto acervo de registros militares de cães na Base da Força Aérea de Lackland, em San Antonio, Texas. Reeves e King foram capazes de obter os registros de seus cães.
King descobriu que Fritz havia sido sacrificado. Em 2009, ele também se conectou com a família em Ogden, Utah, que havia doado Fritz para as forças armadas.
A partir de 2006, Reeves embarcou em uma longa jornada, primeiro rastreando a família de Minnesota que havia doado Prince e depois descobrindo que Prince havia sido um dos poucos cães de guerra que retornaram aos Estados Unidos.
Prince trabalhou por quatro anos detectando drogas para a U.S. Customs and Border Protection (Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA) em San Diego. Reeves se conectou com Jerry Stachowitz, o responsável pela alfândega que trabalhou com Prince, e também encontrou os Canis de Jensen, onde Prince morava.
Um dos donos do canil disse que Prince se aposentou em 1978 e viveu até a idade avançada de 15 anos. Isso entusiasmou Reeves.
"A única coisa que me faria mais feliz é se eu o levasse para casa comigo", disse ele.
Ed Reeves (a esquerda) e Tom King trabalharam como tratadores de cães de guerra no Vietnã.
Tom King, e seu cão Fritz, o cão de guarda que ele cuidou durante a guerra do Vietnã