sábado, 2 de julho de 2022

Taiwan adota orçamento militar recorde para evitar invasão chinesa


Por Thomas Romanacce, Capital, 31 de agosto de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 2 de julho de 2022.

Taipei financiará seu exército no valor de 14 bilhões de euros em 2022. Esses fundos serão usados ​​para fabricar massivamente mísseis e comprar dispositivos americanos de última geração.

Taiwan está fortalecendo cada vez mais sua defesa militar para melhor se proteger de uma possível invasão chinesa. De acordo com o Taipei Times, o governo de Taiwan concedeu 14,2 bilhões de euros ao seu exército para o ano de 2022. Um orçamento recorde que representa 2% do produto interno bruto (PIB) deste Estado insular. Um valor, porém, insuficiente para a presidente da ilha, Tsai Ing-wen, que pretende financiar suas tropas em até 3% do PIB. Este esforço orçamental visa modernizar as forças taiwanesas em inferioridade numérica face ao imenso exército chinês.

Parte desses 14 bilhões de euros será entregue a certas empresas taiwanesas para que possam produzir mísseis em massa. Esses dispositivos serão capazes de atingir alvos no continente chinês com precisão e, portanto, exercerão uma forma potencial de dissuasão contra uma força hostil que gostaria de pousar na ilha, explica o Taipei TimesA marinha do Estado insular também aproveitará este aumento orçamentário para adquirir de Washington, 10 helicópteros Seahawk especializados no rastreamento de submarinos inimigos. As forças navais de Taiwan também planejam comprar mísseis guiados e torpedos.

No lado aéreo, as tropas de Tsai Ing-Wen gastarão 500 milhões de euros para adquirir quatro drones americanos MQ-9B Sea Guardian. A aeronave estará totalmente operacional em 2023. “Esses dispositivos aumentarão a capacidade da ilha de responder a ameaças futuras, fornecendo recursos de inteligência e vigilância, mas também de mira e ataques em terra, no mar e debaixo d'água”, detalha um comunicado de imprensa do departamento. Concretamente, essas máquinas permitirão que a aviação naval taiwanesa possa monitorar com mais eficiência os barcos militares e civis no Estreito de Taiwan. Este canal, com 180 quilômetros de largura, separa a "província renegada" da China continental e, por si só, movimenta cerca de 30% do comércio marítimo mundial.

Finalmente, o exército taiwanês estará em breve equipado com o míssil de cruzeiro AGM-84H especializado na destruição de navios de guerra. Taipei também terá o sistema de foguetes Himars, que já foi comprovado nas guerras no Iraque e no Afeganistão. Os oficiais superiores da ilha priorizam logicamente a defesa costeira do país. Em caso de conflito com o gigante chinês, a marinha taiwanesa deve implantar inúmeras minas anti-submarinas no estreito que separa o Estado insular da República Popular. Um sistema antimísseis será disseminado em todas as praias do território nacional para evitar os bombardeios, que o exército chinês poderia lançar do outro lado do estreito.

Um esforço “fútil” para o Global Times: o veículo de notícias internacional oficial de Pequim. O site lembra que o exército chinês realizou com sucesso exercícios militares onde os soldados treinaram para desembarcar o mais rápido possível nas “praias inimigas”. Uma mensagem clara para Taiwan, pois as relações diplomáticas entre o governo de Xi Jinping e a ilha são extremamente tensas.

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