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sábado, 9 de maio de 2020

GALERIA: Retirada da Islândia do Afeganistão

Brynja Oskarsdottir, a representante islandesa em Cabul.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de maio de 2020.

Brynja Oskarsdottir, a representante nacional da Islândia de mais alta hierarquia no Afeganistão, observa sua bandeira ser retirada no QG Resolute Support em Cabul, no Afeganistão, em 22 de junho de 2019. 

Ela levou a bandeira da Islândia consigo, sendo a última cidadã do seu país a deixar o Afeganistão.

Brynja Oskarsdottir serviu como oficial de comunicações estratégicas no Afeganistão de agosto de 2018 a julho de 2019.

Brynja Oskarsdottir era uma especialista civil destacada pelo governo islandês para trabalhar junto às forças armadas da OTAN no Afeganistão. Sua principal responsabilidade era criar mensagens estratégicas para a missão da OTAN e fornecer apoio às forças armadas e à polícia afegãs no desenvolvimento de mensagens estratégicas. Com esse objetivo, ela analisava o ambiente de informações sobre assuntos relacionados ao terrorismo e conflito, geopolítica e política internacional no Afeganistão e nas regiões muçulmanas e do Oriente Médio.

Ela trabalhou em associação próxima com especialistas Asia Foundation e da RAND Corporation, apoiando o Ministério da Defesa e a Comissão Eleitoral Independente afegãos, envolvendo o UNAMA, PNUD, USAID e as principais embaixadas em Cabul. Ela participou do desenvolvimento, redação e entrega de mensagens estratégicas e auxílio aos órgãos governamentais afegãos sobre questões de combate ao terrorismo, eleições, política e defesa.


As defesas da Islândia consistem na Guarda Costeira da Islândia, que patrulha as águas da Islândia e monitora seu espaço aéreo, e outros serviços tais como as Unidades de Segurança Nacional e Forças Especiais do Comissário Nacional. A Islândia é o único país da OTAN sem um exército permanente.

Homens da ICRU no Afeganistão. Eles estão equipados com material norueguês, desde o uniforme ao armamento e colete CV-1.

A Islândia também possui a Unidade de Resposta à Crise da Islândia (Icelandic Crisis Response UnitICRU) ou Íslenska Friðargæslan, é uma unidade paramilitar islandesa sob a responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores com uma lista de capacidade de até 200 pessoas, das quais cerca de 30 estão ativas a qualquer momento. Ela é uma força expedicionária de manutenção da paz guarnecida por pessoal dos outros serviços da Islândia, armados ou não, incluindo a Polícia Nacional, a Guarda Costeira, os Serviços de Emergência e do sistema de saúde. Devido à natureza militar da maioria das atribuições da ICRU, todos os seus membros recebem treinamento básico de combate de infantaria. Esse treinamento costuma ser realizado pelo exército norueguês, mas a Guarda Costeira e as forças especiais também são designadas para treinar a ICRU.

Oficiais islandeses do ICRU conversando com um oficial britânico como parte da ISAF no Afeganistão.

Criada na década de 1990 para participar de operações e projetos de manutenção da paz, inclusive no apoio às operações de manutenção da paz da OTAN, teve posteriormente esse papel evoluindo para o fornecimento de um fórum apropriado para a mobilização de pessoal em outras organizações, como nas missões de campo da OSCE, bem como com nas operações da ONU, bem como em apoio a organizações como a UNIFEM, UNRWA e UNICEF. Sob a bandeira da OTAN, a ICRU serviu na ex-Iugoslávia, Kosovo e Afeganistão. Alguns dos seus membros foram feridos em um atentado suicida em Cabul, em 2004.

Soldado islandês da ICRU no Afeganistão.
O seu fuzil é o AG-3, a versão norueguesa do HK G3
.

A ICRU foi pesadamente atacada pelas muitas organizações islandesas de esquerda, como o partido Social-Democrata, o partido Socialista e os ecologistas "Left-Green", levando à decisão de que os elementos da ICRU deveriam estar sempre desarmados e sem os uniformes às menos que estritamente necessário. Além disso, forçaram a decisão que os seus membros devem ter nível universitário. Essas decisões, na prática, desmobilizaram a ICRU. 

As justificativas foram a necessidade do pacifismo por parte da Islândia e que os gastos "militares" cortariam fundos para o desenvolvimento de bem-estar social.

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