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segunda-feira, 30 de março de 2020

O Fuzil FN49 - Uma Breve Visão Geral

Fuzileiros navais do Brasil armados com fuzis FN49 na República Dominicana, 1965. Óleo sobre tela de Álvaro Martins.

Por Marc Cammack, Ammoland, 13 de janeiro de 2016.

Tradutor Filipe do A. Monteiro, 30 de março de 2020.

Durante o século XX, a Fabrique Nationale (FN) produziu muitas armas lendárias, como a pistola High Power 9mm, a metralhadora MAG 58, e o FN FAL.

Após a Segunda Guerra Mundial, a FN produziu outro fuzil menos conhecido, o fuzil semi-automático FN49. O FN49 não viu o mesmo nível de uso de combate que os fuzis de batalha automáticos similares, como o M1 Garand, o SVT40 ou o G43.


No entanto, a arma ajudou a abrir o caminho para o famoso fuzil de batalha FN FAL de 7,62mm, e o FN49 foi usado em outros conflitos, tais como a Guerra da Coréia. O fuzil também foi adotado por vários* países logo após a Segunda Guerra Mundial, e hoje os fuzis FN49 sobreviventes se tornaram um item de coleção estimado.

*Nota do Tradutor: A autor americano deveria ter usado a palavra "alguns", pois apenas um punhado de países adotou o FN49, a saber:  Argentina, Bélgica, Brasil, Colômbia, Congo Belga (Zaire e República Democrática do Congo), Egito, Indonésia, Luxemburgo e Venezuela (primeiro utilizador).

Guerrilheira Karen no Mianmar (Birmânia).
O FN FAL foi usado em todo mundo.

O projetista do FN49, foi um belga chamado Dieudonné Saive. Após a morte de John Moses Browning, Saive terminou o projeto da pistola Hi Power de 9mm. Mais tarde, ele também projetou o famoso fuzil FN FAL, que equiparia muitas nações ocidentais durante a Guerra Fria. Saive começou a trabalhar em fuzis semi-automáticos no início dos anos 30. Seus primeiros fuzis de carregamento automático eram operados por recuo, mas ele projetou um fuzil operado a gás em 1936. O desenvolvimento posterior desse fuzil a gás foi interrompido em 1940, quando os nazistas invadiram a Bélgica.

Protótipos de 1927-37.

Saive conseguiu escapar da Bélgica para a Inglaterra no verão de 1941. Na Inglaterra, ele desenvolveu seu projeto para um fuzil semi-automático. Saive foi posteriormente ao Canadá em 1943 para ajudar na produção da pistola Hi Power na empresa John Inglis. O projeto do fuzil em que Saive trabalhou na Inglaterra serviu de base para o fuzil semi-automático FN49* do pós-guerra, adotado pela Bélgica em 1949.

Dieudonné Saive com o desenho do FAL.

*NT: Em 1943, Saive estava de volta ao trabalho em seu fuzil experimental, agora em 7,92×57mm Mauser. No final daquele ano, a Royal Small Arms Factory, Enfield encomendou 50 protótipos designados "EXP-1" e às vezes referidos como "SLEM-1" ou "Self-Loading Experimental Model" (Modelo Experimental de Carregamento Automático). Com base em testes com esses protótipos, a Enfield encomendou 2.000 fuzis para testes de tropa, mas um problema de última hora com a moderação da pressão do gás (bem como o iminente fim da Segunda Guerra Mundial) levou ao cancelamento desta encomenda. Apesar disso, Saive, que havia retornado a Liège logo após sua libertação em setembro de 1944, continuou o trabalho no fuzil, e finalizou o projeto do FN-49 em 1947.

Diorama mostrando soldados luxemburgueses defendendo uma casamata na Coréia, Museu Nacional de História Militar de Luxemburgo.

Voluntários belgas na Coréia.
O FN49 é visível no centro da foto.

O exército belga foi o maior usuário do fuzil FN49. Esses fuzis foram marcados como "ABL" para o Exército Belga. Esses modelos belgas foram criadas para facilitar a conversão para seletor de tiro. O Congo Belga também teve um total de 2.795 fuzis FN49 com seletor de tiro e em .30-06. Esses fuzis tinham um brasão de leão na caixa da culatra para distingüi-los dos fuzis do Exército Belga. Em 1960, o FN FAL substituiu o FN49 na Bélgica e no Congo como um fuzil de infantaria padrão.

Desmontagem em primeiro escalão do FN49


Fuzileiros navais brasileiros em exercício de montanha e contra-guerrilha na República Dominicana, 1965.

Fuzileiros navais brasileiros, com o FN49, em exercício de guerra de montanha e contra-guerrilha da FIP na República Dominicana, 1965.

A Bélgica não foi o primeiro país a adotar o FN49. A Venezuela encomendou 4.000 fuzis FN49 em 7mm Mauser em 1948. Eles fizeram um segundo pedido de 4.000 em 1951, totalizando 8.000 fuzis. Esses fuzis foram marcados com o brasão venezuelano e possuíam um quebra-chama único. A Marinha do Brasil usou um total de 11.001 fuzis FN49 em .30-06 e um fuzil em 7,62mm OTAN. Esses fuzis foram marcados com o brasão brasileiro na parte superior da caixa da culatra e também foram marcados com uma âncora no lado esquerdo da mesma.

FN49 venezuelano em 7mm.

Soldado venezuelano ajoelhado com um FN49, no centro da foto, durante o golpe militar de 1958.

Brasão venezuelano.

FN49 argentino com carregador destacável.

FN49 com o brasão da Armada da República Argentina (ARA).


Outros países da América do Sul usaram o FN49, como a Argentina. A Marinha Argentina encomendou um total de 5.537 fuzis em 7,65mm Argentino. Muitas dessas armas foram posteriormente convertidas para o 7,62mm OTAN e equipadas com um carregador destacável de tipo cofre de 20 tiros. Os fuzis da Marinha Argentina são marcados com o brasão da Argentina e da ARA na caixa da culatra. 1.000 fuzis em .30-06 foram produzidos para a Colômbia e esses fuzis foram marcados com o brasão colombiano na caixa da culatra.

Armação argentina modificada para carregador destacável, feita pela Metalúrgica Centro (antiga Fábrica de Armas Halcón).

Armação padrão com o carregador fixo servindo de depósito.

O Egito foi o segundo maior usuário do FN49, com cerca de 37.602 fuzis em 8mm Mauser sendo comprados ao longo de dois anos. As armas egípcias costumavam ter um disco de latão no lado direito da coronha. As miras traseiras também foram marcadas em árabe e as caixas da culatra foram marcadas com uma águia ou a coroa egípcia. O Luxemburgo também encomendou o FN49. Estes foram calibrados em .30-06 e marcados AL na caixa da culatra, significando Exército do Luxemburgo. Um total de 6.003 fuzis FN49 foram fabricados para o Luxemburgo. A Indonésia foi outro comprador do FN49 e encomendou cerca de 16.100 em .30-06. Esses fuzis foram marcados com as letras ADRI na caixa da culatra e uma águia [NT: A Marinha Indonésia marcou as letras ALRI].

Brasão indonésio ADRI.

Brasão da Marinha Indonésia, ALRI.

Brasão luxemburguês.

FN49 sniper luxemburguês


As variações de atiradores de elite do FN49 foram feitas para a Bélgica, o Egito e o Luxemburgo. A Bélgica tinha um total de 262 fuzis de precisão FN49. O número de fuzis de precisão usados por Luxemburgo também foi pequeno. Os fuzis de precisão da Bélgica e Luxemburgo exibiam montagens Echo e lunetas OIP de 4x de potência. O Egito usou um número maior de fuzis de precisão FN49, e essas armas diferiam de suas contrapartes européias. Eles foram equipados com e lunetas MeOpta 2,5x de potência tchecos e montagens de fabricação tcheca.

Brasão real egípcio do tempo do Rei Faruk.

Paras franceses do 2e RPC (Régiment de Parachutistes Coloniaux), que saltaram no Porto Said, inspecionam um fuzil SKS capturado dos egípcios, 1956.

Prisioneiros egípcios feitos pelo 2e RPC no Porto Said, novembro de 1956.

FN Sniper egípcio


O FN49 foi rapidamente substituído pelo famoso FN FAL 7,62mm em muitos países. Apesar disso, o FN49 viu uso limitado de combate em vários* conflitos. O Batalhão de Voluntários Belgas lutou na Guerra da Coréia e foi equipado inicialmente com fuzis britânicos nº 4 Enfield .303, mas seria reequipado com os fuzis FN49 em 1952. Os fuzis FN49 também foram usadas no Congo após a independência do país em 1960. As tropas egípcias usaram a arma durante a crise de Suez de 1956 também. Tropas venezuelanas usaram o FN49, ao lado de fuzis FN Mauser e FAL, durante o golpe-de-estado venezuelano de 1958.

Sentinela fuzileiro naval observando a Av. George Washington em um posto de controle em São Domingos, 1965. Ele tem a baioneta do FN49.

*NT: Novamente, o autor americano devia ter usado a palavra "alguns". Além desses mencionados, os Fuzileiros Navais (FN) brasileiros usaram o FN49 em ação contra os constitucionalistas na República Dominicana. A primeira missão operativa da Cia FN (BRASIL) foi ocupar, no amanhecer de 7 de junho de 1965, o limite leste da ZIS (Zona Internacional de Segurança) fazendo face à zona rebelde, barrando duas vias principais - a Avenida George Washington e a Avenida Independência.

Embarque do Escalão Marítimo do FAIBRÁS no Soares Dutra, porto de Haina, 1966. Dois FN49 são visíveis.

Nos Estados Unidos, os fuzis FN49 sobreviventes estão em alta demanda no mercado de colecionadores. Eles são muito mais incomuns do que outros fuzis contemporâneos como o M1 Garand, devido ao seu baixo número de produção. Os fuzis da Venezuela e do Luxemburgo são muito procurados devido, em parte, ao fato de serem frequentemente encontrados em excelentes condições ou em condições novas.

Os fuzis egípcios são os fuzis FN49 mais comuns nos EUA e são frequentemente encontrados com coronhas substitutas. Os FN49 do exército belga são raros nos Estados Unidos, pois foram configurados para serem facilmente convertidos com seletor de tiro e, portanto, são proibidos de importar.

Sobre o autor:

Marc Cammack coleciona armas de fogo desde os 14 anos de idade. Seus interesses são principalmente armas de fogo excedentes militares do final do século XIX até os anos 50. Ele os estudou em profundidade e atualmente é voluntário em dois museus locais, fornecendo informações precisas sobre suas armas de fogo. Ele se formou na Universidade do Maine com um diploma de bacharel em história. Ele estuda a história européia e americana moderna desde os 9 anos de idade e pratica o tiro desde os 11 anos. Atualmente, ele mora nos arredores de Bangor, Maine.

Bônus: Turma do tradutor na Marambaia com o FN49 (chamado de FS) em novembro de 2007.

1º Pelotão, 1ª Companhia "Fantasma".


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

FOTO: Sniper belga da SIE/ESI, anos 90

Sniper da SIE/ESI.

Atualmente DSU (Holandês: Directie van de speciale eenheden; Francês: Direction des unités spéciales), é uma unidade de operações especiais da polícia belga, contando com 540 operadores (50 na unidade de intervenção).

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.


European Counter-Terrorist Units 1972-2017.
Leigh Neville.

Leitura recomendada:

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

FN FAL: “O Braço Direito do Mundo Livre”


Por Chris Eger, Guns.com, 3 de março de 2014.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 29 de agosto de 2019.

[O blog já tratou sobre o FAL aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.]

Durante a Guerra Fria, o mundo foi dividido em OTAN, Pacto de Varsóvia e alguns neutros. Enquanto os EUA escolheram foi de M14/M16 e os soviéticos escolheram o humilde AK, o resto do mundo foi por outro caminho - o FN FAL.

O FN FAL armou a maior parte do mundo ocidental e seus aliados durante a era da Guerra Fria.

Por quê

No final da década de 1940, os países aliados ocidentais no pacto militar da OTAN estavam indo às compras atrás de um novo e moderno fuzil de batalha. Com os soviéticos e seus companheiros do bloco oriental armados com o SKS e o AK-47 com seletores de tiro, fuzis de ferrolho Enfields, Mausers e MAS da OTAN foram totalmente ultrapassados.

Fuzil MAS-36 sendo disparado por um soldado alemão no final da Segunda Guerra Mundial.

Os americanos e britânicos estavam testando rapidamente novos rifles na época, mas a gigante belga de armas FN - mal se recuperando da guerra e da ocupação nazista de suas próprias fábricas - procurou seu laborioso mestre de armas, Dieudonné Saive, para ver o que ele poderia sugerir.

Projeto

Dieudonné Joseph Saive era o Chef de Service da FN (chefe de projeto de armas) por quase duas décadas. Quando o gênio das armas de fogo John Moses Browning morreu, deixando sua pistola de 9mm bifilar incompleta, Saive a terminou, criando a famosa Browning Hi-Power. Além dessa conquista, ele tinha uma parte na pistola Baby Browning e no fuzil FN-49. Foi essa última arma, um fuzil semi-automático operado a gás, que Saive usou como base para o novo fuzil de combate com seletor de tiro da FN.

O inventor do fuzil FAL, Dieudonné Saive.

Tomando a operação a gás básica, com o bloco da culatra basculante, do seu FN-49, ele o modificou para se tornar capaz de disparar seletivamente até 700 tiros por minuto. Ao contrário dos velhos fuzis de ação de ferrolho das Guerras Mundiais que carregavam no máximo de 5 a 10 disparos, a nova arma da FN seria alimentada por carregadores tipo cofre destacáveis que podiam conter 20 cartuchos de maneira confiável. Um cano de 21 polegadas (533mm) dava à arma um comprimento total de 43 polegadas (109mm).

Protótipo do FAL no calibre .280/30, apresentado em 1947.

Embora isso possa parecer longo em comparação com os fuzis de hoje, deve-se lembrar que o típico fuzil Mauser, que a nova arma estaria substituindo, também tinha 43 polegadas. O peso chegou a 9,48 libras (4,3kg), descarregado, em grande parte devido à armação de madeira da arma e à caixa da culatra fresada (em vez da caixa da culatra estampada encontrada no AK47).

Fuzil FAL, visão explodida do desenho.

Pronto para produção em 1953, a FN chamou seu novo fuzil de Fusil Automatique Léger (francês para "Fuzil Automático Leve"). Obviamente, isso foi simplificado como FAL.

Fuzil FAL comum.

Fuzil Para-FAL. Notar a coronha esquelética rebatível.

Sistema de mira de um fuzil FN FAL.

Uso

A FN encontrou o tipo de sucesso com o FAL com a qual empresas de armas apenas sonham. Entre 1953-1988, eles fabricaram mais de 2 milhões dessas armas para clientes em todo o mundo. Isso incluiu remessas para a Alemanha, Colômbia, Chile, Irlanda, a Holanda e outros. Ao todo, seria usado por forças armadas ou forças policiais em algo como 90 países. Isso incluía não apenas o modelo padrão FAL 50.0, mas também a arma automática do grupo de combate de 13 libras (6kg) FALO* (com um cano pesado e um carregador de 30 tiros), o FAL 50.61 de coronha dobrável, e o modelo “Paraquedista” 50.62/63 com coronha dobrável e cano de 17 polegadas (436mm). Originalmente construído em torno do Kurz intermediário de 7,92×33mm, o fuzil de grande calibre era predominantemente calibrado no 7,62×51mm OTAN.

*Nota do Tradutor: Fusil Automatique Lourd (FALO), conhecido no Brasil como FAP (Fuzil Automático Pesado).

Soldados do 7º Regimento Real Australiano marcham através de Sydney com FALs, 1968.

Gurcas britânicos armados de Kukris e fuzis FAL L1A1.

Além das armas fabricadas pela FN, vários países fizeram suas próprias sob licença. Um grande mercado para armas feitas sob licença desse projeto belga foi o Brasil (Imbel) e a Argentina (FM), que fabricaram centenas de milhares dessas armas. Israel foi outro dos primeiros fabricantes do FAL, usando-o para finalmente substituir os fuzis Mauser e Enfield da época da Segunda Guerra Mundial e aumentar a produção da submetralhadora UZI fabricada localmente. O problema era que o FAL estava propenso a travamentos nas condições do deserto, o que falhou em impressionar os israelenses.

Exército britânico na Irlanda do Norte com FALs L1A1.

FAL L1A1 em Belfast, 1981.

O FALO de 13 libras é uma versão de arma de apoio do grupo de combate do FN-FAL.

Esse fato era mais conhecido pelos britânicos, que desde o início criaram seus próprios FALs semi-automáticos licenciados (fabricados pela Enfield e apelidados de L1A1) com recortes de areia no conjunto do ferrolho, pois eles eram conhecidos por estarem envolvidos em climas desérticos de tempos em tempos. Isso provou ser útil para as operadores britânicas do SAS em Omã, Áden e outros lugares em que nunca estiveram oficialmente nas décadas de 1960 e 70. Seguindo a liderança da Grã-Bretanha, a Austrália, o Canadá*, a África do Sul e a Índia fizeram a licença do FAL em suas próprias versões semi-automáticas. Essas armas viram combate nas Falklands (onde soldados britânicos armados com FALs lutaram contra soldados argentinos - armados com FALs).

*Nota do Tradutor: O Canadá adotou o FAL antes da Grã-Bretanha, em 1954, o primeiro país do mundo a adotá-lo; antes mesmo da própria Bélgica.

Fuzis L1A1 vistos aqui nas Falklands com tropas britânicas.

Fuzis FN FAL FMP com tropas do exército argentino nas Falklands, 1982.

Treinamento de infantaria do Exército da Rodésia com seus FN FALs.
Observe a empunhadura para a frente.

A Rodésia usou o FAL em sua versão semi-automática britânica/sul-africana*, pintada distintamente na chamada tinta de cocô de bebê. Hoje, essa série de manchas verdes e amarelas é muito popular entre os colecionadores, que geralmente a recriam em versões de construção doméstica. Essas armas foram a arma icônica dos 15 anos da Guerra de Mato (Bush War) naquele país.

*Nota do Tradutor: A Rodésia utilizou FALs métricos da Alemanha Ocidental e o R1 sul-africano.

Mesmo pequenos países então chamados neutros, sem cortejar inimigos, adotaram o FAL, pois certamente parecia uma boa idéia na época. Isso incluía a pequena Áustria (que o produziu localmente pela Steyr como StG58*), Costa Rica, República Dominicana e Nepal. Isso deixou o mundo não-comunista do Himalaia aos Alpes e aos Andes, todos guardados pelo fuzil de batalha da FN.

*Nota do Tradutor: O StG58 austríaco é considerado a melhor versão do FAL. Uma curiosidade é a ausência de baioneta, apenas com o uso do bocal de granada.

FAL na Rodésia.
Reencenador finlandês com a camuflagem “cocô de bebê”.

O FAL ainda aparece frequentemente em "pontos quentes" militares, como visto por este exemplo enferrujado recentemente fotografado na Libéria.

O capitão do exército dos EUA, William Summer, interroga um cavalo de aparência suspeita no Iraque com um FAL em pronto emprego, 2007.

Soldados nepaleses usando fuzis FN FAL e smartphones em 2010.

FAL na Serra Leoa, 2011.

Colecionabilidade

O FG42 comparado ao G3, à esquerda, e ao FN FAL, à direita.

O chocalho da morte do FAL foi soado pela adoção pela OTAN da munição de 5,56mm como padrão depois de 1964. Primeiro, os EUA, depois a França e a Alemanha começaram a selecionar armas mais leves e controláveis, como o M16, FAMAS e HK33, todos em 5,56 para substituir os fuzis de batalha de 7,62mm dos anos 50 e 60.*

*Nota do Tradutor: A OTAN só adotou realmente o 5,56mm como padrão nos anos 1980. O primeiro país a adotar o 5,56mm como padrão foi a França em 1978 com o FAMAS.

Um por um, o Mundo Livre mudou para armas de menor calibre. Por volta de 1989, até a FN entrou na dança e projetou o FNC de 5,56mm para substituir o FAL em sua linha de montagem.

O ator Dennis Hopper era um ávido proprietário do FAL como visto aqui com seu FAL G em Taos, Novo México, 1970.

Hoje, o FAL ainda está em serviço muito difundido em todo o mundo, mas isso ocorre com forças armadas menores, como o Camboja, Togo e Suriname*. Até membros da OTAN como a Turquia e a Grécia, há muito conhecidos por manter equipamento militar por gerações, mudaram para o 5,56.

*Nota do Tradutor: O Brasil e a Argentina ainda mantêm o FAL, sendo que a Argentina o atualizou e não manifesta o desejo de substituí-lo.

No entanto, 60 anos de serviço ao redor do mundo e uma silhueta inconfundível deram ao FAL um legado duradouro. Com a possível exceção do fuzil M14/M1A, o FAL é talvez o fuzil de batalha em 7,62x51mm mais desejado nos EUA hoje. Isso faz com que os colecionadores se apressem atrás tanto dos kits de peças e como das próprias versões originais de fábrica da arma.

Kits de peças

Kit de peças do FAL. Os armeiros de casa devem estar cientes de que as peças vêm em variedades de milímetros e polegadas.

A melhor aposta para muitos possíveis viciados no FAL é montar uma arma a partir de um kit de peças. Nesse caso, você simplesmente pega uma nova caixa da culatra semi-automática e monta legalmente sua própria arma em torno dela, no estilo Frankenstein, usando peças separadas vendidas por distribuidores.

Ao comprar os diferentes kits de peças, escolha padrões métricos ou em polegadas e atenha-se a eles ao adquirir peças. Se a última frase o deixa intrigado, lembre-se de que o FN FAL e seus variantes foram feitas tanto pelos países que usaram milímetros e centímetros (Bélgica, Brasil, Áustria) quanto pelos países que usaram polegadas (Grã-Bretanha, Austrália, Canadá etc.), então esteja ciente , você pode encontrar peças de ambos, mas elas não são necessariamente intercambiáveis.

Kit da arma DSA SA58.

É claro que, como a maioria dos variantes do FAL era métrico e muitos modelos de "polegada", como as armas australianas, foram destruídos em vez de vendidos como excedentes, as versões métricas continuarão sendo mais comuns no mercado de excedentes. Além disso, como a Imbel ainda está fabricando e exportando caixas da culatra métricos do FAL, isso pareceria o caminho lógico para os armeiros iniciantes.

FAL de propriedade civil.

Mas não importa o que você monte, consulte as seções de referência do fórum da web FAL Files antes de começar a fazer compras. Ao fazê-lo, você encontrará kits atualmente variando de US$ 400 a US$ 700. Isso, quando você adiciona o preço de uma caixa da culatra a ele, pode ou não valer a pena para você.

Armas prontas


FALs!

Se você não quer brincar de montar o seu próprio fuzil, ainda existem muitas opções para os interessados. A Century fez o que chamou de fuzil R1A1 a partir de caixas de kits de peças que muitas vezes deixavam peças em polegadas e métricas na mesma arma. Estes, como você pode imaginar, são o degrau mais baixo da cadeia alimentar semi-automática legal do FAL nos Estados Unidos e geralmente podem ser comprados por US$ 800. Outras armas fabricadas com novas caixas da culatra, mas utilizando uma mistura de peças antigas (geralmente métricas) incluem o DSA StG58 e o FN Paraquedista da Imbel/Enterprise. Qualquer um desses começa em US$ 1000 e sobe rapidamente a partir daí.

Marca do R1A1 da Century Arms.
Os FALs com marcação da FN em qualquer versão são o item mais quente.

No início dos anos 60, foram importados para os EUA cerca de 1.800 fuzis semi-automáticos FAL da série FN G da Bélgica. Essas armas são extremamente caras, geralmente mais de US$ 5.000, mas são o mais perto possível da coisa real sem um carimbo de imposto. Isso ocorre porque essas armas foram construídas com caixas da culatra de FALs com seletores de tiro regulares, apenas sem a alavanca de manejo verdadeira para acionar a arma na terceira posição.*

*Nota do Tradutor: Nos eventos internacionais, o tiro de fuzil é feito em três posições: Deitado, de Pé e Ajoelhado, sempre nessa ordem. Portanto, primeira posição, segunda posição e terceira posição.

Então, é claro, existem FALs verdadeiros registrados na NFA de Classe III que são capazes de disparar legalmente em fogo totalmente automático. Como acontece com qualquer metralhadora transferível, eles valem amplamente qualquer valor que alguém queira pagar por eles. No entanto, esteja preparado para um ponto de partida nesses itens em torno de US$ 10.000.

De qualquer maneira, o velho Dieudonné fez um bom trabalho para a FN.

Bônus:

O tradutor (centro) com um FAP no Capão do Leão/RS em janeiro de 2008.

Bibliografia recomendada:

The FN FAL Battle Rifle,
Bob Cashner.

Leitura recomendada: