![]() |
Combatente curda do PKK capturada pelos turcos, 18 de setembro de 2022. |
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 3 de outubro de 2022.
Combatente curda do grupo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (پارتی کرێکارانی کوردستان / Partiya Karkerên Kurdistan, PKK) capturada por soldados do Exército Turco em 18 de setembro de 2022. Segunda a Turquia, o PKK é um grupo terrorista e não é reconhecido como uma força combatente legítima e, portanto, não é protegida pela Convenção de Genebra para o tratamento humano de prisioneiros de guerra (PG).
O PKK é uma organização política militante curda, de orientação socialista, e um movimento de guerrilha armada, que historicamente operava em todo o Curdistão, mas agora está baseado principalmente nas regiões montanhosas de maioria curda no sudeste da Turquia e no norte do Iraque. A organização é famosa internacionalmente por empregar mulheres nas suas fileiras, principalmente em funções de apoio e propaganda; o que faz incessantemente.
![]() |
Guerrilheiras YBŞ e PKK no norte do Curdistão em 2017. O homem na bandeira é Abdullah Öcalan. |
A ideologia do PKK era originalmente uma fusão do socialismo revolucionário e do marxismo-leninismo com o nacionalismo curdo, buscando a fundação de um Curdistão independente. O PKK foi formado como parte de um crescente descontentamento com a supressão dos curdos da Turquia, em um esforço para estabelecer direitos linguísticos, culturais e políticos para a minoria curda. Após o golpe militar de 1980 na Turquia, a língua curda foi oficialmente proibida na vida pública e privada. Muitos que falaram, publicaram ou cantaram em curdo foram detidos e presos. O governo turco negou a existência de curdos e o PKK foi retratado como tentando convencer os turcos a serem curdos.
O PKK está envolvido em confrontos armados com as forças de segurança turcas desde 1979, mas a insurgência em grande escala só começou em 15 de agosto de 1984, quando o PKK anunciou uma revolta curda. Desde o início do conflito, mais de 40.000 pessoas morreram, a maioria civis curdos. Em 1999, o líder do PKK Abdullah Öcalan foi capturado e preso. Em maio de 2007, membros ativos e ex-membros do PKK criaram a União das Comunidades do Curdistão (KCK), uma organização abrangente de organizações curdas no Curdistão turco, iraquiano, iraniano e sírio. Em 2013, o PKK declarou um cessar-fogo e começou lentamente a retirar seus combatentes para o Curdistão iraquiano como parte de um processo de paz com o Estado turco.
O cessar-fogo foi rompido em julho de 2015 quando os turcos invadiram o Iraque para combater o Estado Islâmico e os Estados Unidos abandonaram os curdos. Tanto o PKK quanto o Estado turco foram acusados de se envolver em táticas terroristas e visar civis. O PKK bombardeou os centros das cidades e recrutou crianças-soldados, enquanto a Turquia despovoou e incendiou milhares de aldeias curdas e massacrou civis curdos na tentativa de erradicar os militantes do PKK.
Bibliografia recomendada:
![]() |
A Mulher Militar: Das origens aos nossos dias, Raymond Caire. |
Leitura recomendada:
COMENTÁRIO: A Lição Curda, 30 de junho de 2021.
Curdistão sírio: realidade política ou utopia?, 30 de dezembro de 2020.
O perigo de abandonar nossos parceiros, 5 de junho de 2020.
Mulheres em lados opostos da guerra na Síria, 6 de março de 2022.
Ministro da Síria chama Turquia de principal patrocinador do terrorismo na região, 28 de setembro de 2020.
Por que a Turquia se preocupa com Mossul?, 20 de março de 2022.
Monstros do Desespero: os Sturmpanzers do YPG, 21 de maio de 2022.
GALERIA: Fuzis anti-material Zastava M93 modificados dos curdos peshmerga, 21 de julho de 2020.
FOTO: Guerrilheiras assírias no século XX, 18 de setembro de 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário