terça-feira, 28 de agosto de 2018

HMS OCEAN/ PHM ATLANTICO. O novo navio de guerra brasileiro.



FICHA TÉCNICA
Comprimento: 203,4 m.
Calado: 6,5 m.
Boca: 35 m.
Deslocamento: 21500 toneladas.
Propulsão: Dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200 que proporcionam 23904 Hps.
Velocidade máxima: 18 nós (33 km/h).
Autonomia: 13000 km.
Sensores: Radar BAe Type 997 Artisan 3D com 200 km de alcance; Um radar de navegação Type 1008; Dois radares Type 1007 para controle de aeronaves
Armamento: 4 canhões DS30M Mark 2 em calibre 30 mm; 8 metralhadoras de uso geral FN MAG e, calibre 7,62X51 mm
Aviação: 18 helicópteros que podem ser combinações de  EC-725 Cougar de transporte de tropa, S-70B Seahawk para guerra anti-submarino e anti superfície, Bell 206 Jet Ranger, para ligação e HB-350 Esquilo.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O navio que apresentarei hoje tem sido foco de recentes matérias jornalisticas do segmento de defesa nacional por ser o mais novo membro da frota da Marinha do Brasil. Estou falando do navio porta helicópteros britânico HMS Ocean, que na marinha brasileira foi renomeado PHM (Porta Helicópteros Multipropósito), um navio que foi projetado no início dos anos 90 do século passado e comissionado em setembro de 1998 e que tem, relativamente, pouco tempo de serviço.
Nestes 19 anos de serviço na Royal Navy (Marinha Real Britânica), o navio encarou  uma vida operacional com pouco uso em combate real, fazendo o registro aqui de sua participação em missões no Iraque entre março e maio de 2004.
Acima: Embora seja uma embarcação relativamente nova, a marinha britânica descomissionou o Ocean em 2018. A marinha brasileira adquiri-o este navio, batizando-o de PHM Atântico
Construído pelo estaleiro Vickers em conjunto com a KGL (Kvaerner Govan Ltd), o navio PHM Atlântico tem seu casco projetado tendo como base o porta aviões ligeiro HMS Invencible, bastante famoso pela sua ótima atuação na guerra das Malvinas e no Golfo Pérsico, porém, teve sua superestrutura modificada para poder operar como um navio de desembarque anfíbio também. Devido a restrições orçamentárias relacionadas a construção dos porta aviões da classe Queen Elizabeth, já apresentados aqui no WARFARE Blog, foi decidido construir apenas um, dos dois navios planejados.
Acima: Com seu casco projetado tendo por base os porta aviões ligeiro da classe Invencible, a semelhança é inquestionável.
O Atlântico é propulsado por dois motores a Diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200 que proporcionam 23904 Hps levando o navio a uma velocidade máxima de 18 nós (33 km/h), pouco menos que seu similar norte americano da classe América. Seu deslocamento é de 21500 toneladas, e o navio tem autonomia de 13000 km, o que lhe permite operar em qualquer ponto do planeta. Navios desse tipo, normalmente tem velocidades mais baixas que suas escoltas, até porque não é necessário alto desempenho nesse tipo de navio. A função principal desse tipo de embarcação é prestar apoio a missões de desembarque anfíbio e para as tropas que estiverem operando em terra.
Acima: Propulsado por dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200, o desempenho de velocidade do Atlântico é bastante limitado não chegando nem a 20 nós. 
O principal sensor instalado no Atlântico é seu radar tridimensional BAe Type 997 Artisan 3D capaz de rastrear até 800 alvos simultaneamente a um alcance máximo de 200 km. Por não ser um navio com capacidade de auto defesa de bom desempenho e com sensores cujo alcance de detecção é cerca de 50% menor que a de navios como porta aviões ou mesmo navios de escolta, o Atlântico deverá estar sempre escoltado por um navio que tenha sensores e armas de maior desempenho para garantir a segurança da integridade da embarcação em situação de batalha assim como de seus 1295 tripulantes, somando a ala aérea, marinheiros e fuzileiros navais que ele transporta. Além do radar mencionado acima, também foram instalados dois radares de controle aéreo Type 1007 e um radar de navegação Type 1008.
Acima: O radar BAe Type 997 Artisan 3D  é o principal sensor do Atlântico. Trata-de de um moderno radar de arquitetura aberta que permite rastrear até 800 contatos aéreos simultaneamente.
O Atlântico está equipado com um sistema de defesa ativa anti-míssil composto por um lançador de iscas DLH  que é a versão de exportação do sistema Sirens de iscas que interferem no sensor dos mísseis anti-navio para que eles desviem do alvo, preservando a integridade do navio durante um ataque inimigo. O sistema de comunicação usa rádios para intercambio da dados (data link) com link 16, padrão da OTAN, assim como link 11 e 14 também.
Já o armamento instalado no Atlântico, é relativamente leve, como normalmente sempre é nesse tipo de navio. São 4 canhões DS30M Mark 2 em calibre 30 mm. Antes de o navio ser transferido para o Brasil, haviam mais 3 sistemas de defesa antiaérea de ponto CIWS MK-15 Phalanx calibre 20 mm, de origem norte americana e baseado no canhão de canos rotativos GE M-61 Vulcan, porém, estes canhões foram removidos. Armamentos mais leves como metralhadoras de uso geral FN MAG em calibre 7,62 mm podem ser instalados em suportes pelo navio
Acima: Bem na proa do Atlântico, quando estava em uso pela Royal Navy, pode ser visto um de seus 3 sistemas de defesa de ponto CIWS Phalanx com um canhão M-61 de canos rotativos  em calibre 20 mm. Estas armas, além de 4 metralhadoras de canos rotativos M-134 Minigun foram removidos antes da transferência para o Brasil.
O Atlântico pode operar até 18 helicópteros que podem ser do tipo EC-725 Cougar de transporte de tropa, S-70B Seahawk para guerra anti-submarino e anti superfície, Bell 206 Jet Ranger, para ligação e HB-350 Esquilo.
Além de aeronaves, o Atlântico pode transportar até 40 veículos leves e 830 fuzileiros navais para suas operações de desembarque anfíbio.
Relativamente novo, com menos de 20 anos de serviço, a real marinha Britânica (Royal navy) descomissionou o navio em 2018 e o vendeu à marinha do Brasil por um valor equivalente a 113 milhões de dólares. Embora este tipo de navio tenha uma grande valor para apoiar operações dos fuzileiros navais, o custo envolvido na aquisição e, principalmente, na manutenção de um navio desse porte impactará fortemente em um orçamento já comprometido onde mal se consegue planejar a compra de navios de escolta para substituir suas velhas fragatas da classe Niteroi e da classe Greenhalg, onde o planejamento contempla o uso de corvetas para o lugar destes navios. Por isso considero que a aquisição deste navio não se justifica enquanto estivermos sem condições de possuir navios de escolta que sejam, efetivos.
Acima: Aqui vemos o Atlântico, ainda sob o comando da marinha inglesa, navegando ao lado de um navio de desembarque anfíbio da classe Mistral, da marinha francesa. 



VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Assine nossa newsletter na barra direita do site e nos sigam nas redes sociais também! InstagranFacebook, MeWe e Twiter. Compartilhe nas suas redes sociais e ajude o WARFARE crescer.

4 comentários:

  1. Carlos, discordo dá sua conclusão onde você não recomenda a compra porque vaso como este e nestas condições só existe este e o valor se ficar mesmo em US100 mi. é razoável. Se perdermos está oportunidade, teremos que desembolsar no mínimo uns US$600 mi. em um LHD novo.

    ResponderExcluir
  2. A marinha não conseguiu recursos para poder substituir suas fragatas por novos navios de mesmo tipo. Assim, serão construídas corvetas para o lugar de fragatas. Essa grave degradação da capacidade de escolta deveria ser prioridade da marinha ao invés de adquirir um porta helicópteros que além de caro, não terá uma escolta de bom nível para garantir sua segurança em uma missão de batalha. Nossa marinha está se tornando uma guarda costeira com navios fracos em armamento e com desempenho marinheiro limitado.

    ResponderExcluir
  3. Eu pensei o mesmo que não é viável , mas acredito que possa ser uma boa escolha para defesa e não para atacar outros países .

    ResponderExcluir
  4. O Ocean tem um ótimo radar de detecção ar-ar e pode receber armamento leve e se defender perfeitamente. Essa necessidade de escoltas é obviamente um lobby da marinha conseguir verbas para navios de segunda mão ou novos.

    Por menos de 10% do custo de UMA escolta nova, esse navio pode ser armado com quatro canhões antiaéreos Bofors Trinity 40mm retirados das fragatas Niteroi. Eles tem alguma capacidade antimissel.

    Adicionalmente, e mais importante, pode ser instalada uma célula de lançamento vertical (VLS) para misseis Sea Ceptor, com alcance acima de 25KM e já estão integrados ao Artisan 3D. Trata-se de um missel de lançamento "soft-launch" com radar ativo, dispensando um radar de guiagem (que o Ocean nao tem). Uma celula de pelo menos 16 misseis pode ser colocada no lugar do Phalanx de proa (que nao devem vir com o navio).

    Com isso, temos um navio capaz de se defender sozinho contra misseis antinavio e avioes, nos cenarios de baixa e media intensidade que se pode esperar na America do Sul. Também poderia proteger navios de apoio e anfibios que façam parte da força-tarefa.

    Ainda assim, o navio precisa de escoltas mas que podem atuar mais distantes, buscando submarinos e ampliando o alcance de detecção ar-ar. Três ou quatro navios (duas fragatas,duas corvetas) seriam suficientes.

    ResponderExcluir