Declaração foi divulgada pela embaixada da Ucrânia no Reino Unido pelo Twitter; presidente ucraniano disse, neste sábado, que não estão abaixando as armas.
Sharon Braithwaite, da CNN
26/02/2022 às 08:05 | Atualizado 26/02/2022 às 08:22.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou uma oferta dos Estados Unidos de retirada da capital Kiev, disse a embaixada da Ucrânia no Reino Unido neste sábado no Twitter.
Segundo a embaixada, Zelensky disse aos EUA: “A luta está aqui. Preciso de munição, não de carona.”
“Os ucranianos estão orgulhosos de seu presidente”, acrescenta o tweet.
Em um vídeo postado na manhã de sábado no Twitter, Zelensky disse que não estão abaixando as armas.
Zelensky continua sendo um “alvo principal da agressão russa”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, na noite de quinta-feira, em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia.
A declaração acompanha as próprias palavras de Zelensky. Ele afirmou que informações da inteligência do país informaram que ele se tornou um alvo chave na operação.
Zelensky disse na quinta-feira que “de acordo com nossas informações, o inimigo me marcou como alvo número 1, e minha família – como alvo número 2. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado. Temos informações de que grupos de sabotagem inimigos entraram em Kiev.”
BATALHA SE INTENSIFICA
A batalha pelo controle de Kiev, capital da Ucrânia, se intensifica ao longo deste sábado (26). Os combates se espalham pelas ruas, e explosões e tiros foram ouvidos durante a madrugada, enquanto as tropas russas avançavam sobre a cidade.
De acordo o prefeito da capital Kiev, Vitaliy Klitschko, um prédio residencial de mais de 20 andares foi atingido por um míssil. As equipes de emergência se dirigiram ao local. Não há informações de vítimas .
Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana relatam fortes explosões a oeste e sul de Kiev na manhã deste sábado. O céu, ainda escuro, iluminou-se com uma série de clarões no horizonte.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado que a capital Kiev está sob controle da Ucrânia. “Nós resistimos e estamos repelindo com sucesso os ataques inimigos. A luta continua”, disse ele em uma mensagem pelas redes sociais.
De acordo com o governo ucraniano, um tanque e aeronaves do exército russo foram destruídas no combate desta madrugada. O Estado-maior das forças armadas informou que havia também ataques em outras cidades.
ENTENDA O CONFLITO
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
REGIÕES DA UCRÂNIA QUE REGISTRARAM BOMBARDEIOS DA RUSSA.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
* Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN.
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