sábado, 12 de fevereiro de 2022

FOTO: Mercenário do Corpo Eslavo com retrato de Bashar al-Assad

Mercenário da PMC Corpo Eslavo com um retrato de Bashar al-Assad, 2013.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 12 de fevereiro de 2022.

Um combatente da Companhia Militar Privada (Private Miltiary Company, PMC) russa Slavyanski Korpus (Corpo Eslavo / Славянский Корпус) posando com o retrato do presidente Bashar al-Assad na Síria, em 2013. O Corpo Eslavo precedeu o Grupo Wagner e teve vida curta, sendo aniquilado em uma emboscada do Jaysh al-Islam (Exército do Islã). Ao chegarem ao aeroporto de Vnukovo, em Moscou, os mercenários sobreviventes foram detidos pelas autoridades; pois o mercenarismo é oficialmente ilegal na Rússia. Alguns destes mercenários foram incorporados no nascente Grupo Wagner.

Vídeos de combate do Corpo Eslavo mostram algumas operações, inclusive um combate noturno com uso de OVN, onde um canhão autopropulsado 2S1 Gvozdika do Exército sírio é visto atirando.

Segundo relatos da mídia, o Corpo Eslavo foi registrado em Hong Kong por dois funcionários da empresa de segurança privada Moran Security Group, os cidadãos russos: Vadim Gusev e Yevgeniy Sidorov.

Na primavera de 2013, anúncios de emprego de uma empresa sediada em Hong Kong surgiram em vários sites militares russos. Os anúncios prometiam 5.000 dólares por mês para os serviços de guarda protegendo as instalações de energia na Síria durante a guerra civil naquele país. Os anúncios atraíram a atenção de ex-membros da OMON, SOBR, VDV e Spetsnaz; muitos deles tinham experiência militar anterior na Guerra Civil do Tajiquistão, bem como na Segunda Guerra da Chechênia.

A foto mais famosa do Corpo Eslavo na Síria.

Em 2013, depois de chegar inicialmente a Beirute, no Líbano, os mercenários foram transferidos primeiro para Damasco, a capital da Síria, e depois para uma base do exército sírio em Latakia. Em outubro, o Corpo Eslavo tinha uma força de 267 contratados divididos em duas companhias que estavam presentes em Latakia.

Os contratados receberam equipamentos desatualizados, o que levantou preocupações entre os participantes. Eles logo perceberam que a FSB e o governo sírio não tinham envolvimento com a operação. Aqueles que desejavam retornar à Rússia não tiveram escolha a não ser ganhar sua passagem de volta através da participação direta na guerra civil síria. O novo objetivo do Corpo Eslavo foi descrito como guardar os campos de petróleo de Deir ez-Zor. Em vez dos prometidos T-72, os contratados receberam ônibus cobertos de placas de metal. A caminho de Deir ez-Zor, a coluna encontrou um helicóptero da força aérea síria que colidiu com uma linha de transmissão e caiu em cima duma caravana, ferindo um dos contratados.

Em 18 de outubro, a coluna recebeu ordens para reforçar as forças do exército sírio na cidade de Al-Sukhnah. Três horas em sua jornada, a coluna foi atacada. Com a ajuda de um canhão autopropulsada do exército sírio e apoio aéreo de um único caça, os contratados assumiram uma posição defensiva. Os combatentes do Jaysh al-Islam, de dois a seis mil homens (de acordo com os russos), tentaram um movimento de pinça. Em desvantagem numérica, os contratados recuaram para seus veículos enquanto uma tempestade no deserto cobria o campo de batalha. No rescaldo da batalha, seis membros do Corpo Eslavo foram feridos. Tendo falhado em atingir seus objetivos, o grupo retornou à Rússia.

Ao chegar ao Aeroporto Internacional de Vnukovo, os participantes foram detidos pela FSB por suspeita de agir como mercenários, o que é punível nos termos do artigo 359 da lei penal russa. Apesar do fato de a empresa estar registrada em Hong Kong, os proprietários, Gusev e Sidorov, também foram acusados e condenados em outubro de 2014.

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