domingo, 20 de fevereiro de 2022

França: Mulas estão de volta ao serviço com caçadores alpinos

Essas bestas robustas podem carregar até 120 quilos de carga útil, sejam suprimentos, munição, artilharia ou feridos.
(LP/Thomas Pueyo)

Por Thomas Pueyo, Le Parisien, 10 de julho de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 20 de fevereiro de 2021.

Abandonadas pelo exército desde a década de 1970, as mulas estão retornando às suas fileiras para apoiar a infantaria nas montanhas.

No sopé do Vercors (Isère), caçadores alpinos partem por um caminho íngreme, FAMAS nos ombros, para uma incursão de vários dias. Para içar seus equipamentos pesados ​​nos picos, eles não podem contar com máquinas motorizadas, incapazes de evoluírem em terreno tão técnico. Seus novos aliados são, portanto... mulas.

Sai as siglas de veículos blindados, aqui Prunelle e Raiatea, bestas  de 650kg. “Estes verdadeiros 4x4. Ao contrário dos cavalos, as mulas podem cruzar os pés e, portanto, percorrer caminhos muito estreitos nas montanhas", garante Thomas Duguy, muleteiro e reservista, que está mais acostumado a ter seus animais de carga trabalhando nas vinhas do que com o exército. “Eles são da raça Poitevin, uma das mais poderosas do mundo. Uma mula pode carregar 120kg e come 40% menos que um cavalo. É por essas qualidades que a mula já foi amplamente utilizada no exército, antes de ser abandonada em 1975. A sua reintegração é, portanto, um pequeno evento.

“Um meio de transporte que pode ser encontrado no local”

O tenente-coronel Franck Bouchayer, do 7º Batalhão de Caçadores Alpinos (7e bataillon de chasseurs alpins, 7e BCA), vê-os como um interessante complemento aos veículos modernos: “As mulas permitem transportar mantimentos, munições, artilharia ou feridos em terrenos de muito difícil acesso, tipo Afeganistão. Os soldados podem assim se mover por mais tempo enquanto permanecem autônomos. Além disso, é um meio de transporte que pode ser encontrado no local, rústico, portanto, garantia de confiabilidade."

Ainda é necessário domar esse animal supostamente teimoso. “Durante um ano, multiplicamos os exercícios com as mulas. Isto nos permite calibrar as cargas sem dêem pontapés, conhecer suas reações nas montanhas, dependendo da altitude”, explica o sargento Frédéric Alexandre.

Depois de uma escalada cansativa aos Hauts Plateaux do Vercors, um jovem recruta parabeniza as mulas com um tapinha no pescoço. "É um pouco como nossos mascotes", ela admite, sem fôlego. Também traz uma dimensão mais humana do que um veículo convencional.”

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