Velocidade máxima:72 Km/h. Alcance Maximo: 450 Km. Motor:Motor MTU MB-883 com 12 cilindros e 1500 Hp de potência. Peso: 67,5 Toneladas. Comprimento:10,97 m. Largura:4 m. Altura:2,64 m. Tripulação:4 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1 m,
Obstáculo vertical: 1,1 m.
Armamento: Um canhão L-55 de 120 mm e 42 munições; 1 metralhadora Rheinmetall MG-3 em calibre 7.62 mm, uma torre remotamente controlada FLW-200 que pode contar uma metralhadora pesada modelo M-2HB calibre .50 (12,7 mm) ou um lançador de granadas automático de 40 mm e 18 granadas de fumaça.
DESCRIÇÃO
Por Edilson Moura Pinto - Do site www.planobrazil.com
Herdeiro de uma bem-sucedida e consagrada família de carros de combate, o Leopard 2A7+ é a mais nova arma projetada pela Krauss-Maffei Wegmann, KMW, para ser a próxima geração de carros de combate do Exército Alemão e provavelmente dos usuários da série 2A6. O veículo foi testado e aprovado pelo Bundeswehr (forças armadas alemãs) que pretende atualizar pelo menos parte de sua frota de 225 veículos Leopard 2A6 e 125 Leopard 2A5 para este novo padrão. Pode-se dizer que a nova arma é o que de mais moderno e atualizado a KMW tem para oferecer a uma nação que almeje operar carros de combate desta linha.
Por esta razão o Plano Brasil, em estreita colaboração com o WARFARE blog apresentará as principais características deste veículo de combate, suas inovações e tecnologias, de modo que o leitor possa por si só avaliar o que de mais importante e moderno há nesta máquina de guerra projetada para diferentes teatros de operação.
Acima: O modelo desta foto é o Leopard 2A6 um dos mais capazes MBTs do mundo. O Leopard 2A7+ deriva deste modelo.
A GÊNESE DO LEOPARD 2A7+
Oriundo das atualizações constantes sofridas ao longo dos anos nas famílias Leopard 1A e 2A a nova série 2A7 traz consigo o histórico de evoluções e atualizações aprendidas ao longo dos anos de operação das versões que o antecederam. Sua história começa ainda nos anos 70 com o primeiro veículo da série.
Leopard 2 A”0”O Leopard de base 2, é às vezes informalmente chamado de “A0″ este afixo é usado para diferenciá-lo de versões subsequentes. Os veículos foram fabricados entre outubro de 1979 até março de 1982, pela fabricante Krauss Maffei e MAK.
O veículo era equipado com um canhão WNA-H22, um computador de controle de fogo, um telêmetro laser, um sensor de vento, um telescópio de uso geral EMES 15, um periscópio panorâmico PERI R17, e um sistema de visada na torre FERO Z18, um sistema controlado por computador definida DP 1-8, porém ao invés de um sistema de visão termal o A”0” era equipado com amplificador de luz PZB.
Leopard 2-A1
Após pequenas modificações como a instalação do sistema de visão térmica para o artilheiro a Krauss-Maffei lançava em Março de 1982 a nova série Leopard 2A1 cuja produção seguiu-se até Novembro de 1983. As modificações mais notáveis desta versão foram a dos racks de munição que passaram a padronizar-se em relação aso utilizados no MBT americano M1 Abrams, esta variante teve também redesenhados os filtros de combustível, o que reduziu o tempo de reabastecimento. Outras pequenas modificações foram introduzidas nos veículos produzidos em 1984 que acabaram sendo adotados na série subsequente a 2A2.
Leopard 2A2
Esta designação foi dada aos veículos adaptadas do primeiro lote da série Leopard 2 e consistia numa modernização que gradualmente substituiu os sistemas PZB originais, por visores térmicos modelo EMES 15. Além disso, a atualização incluiu o encaixe de aberturas de enchimento e cápsulas para os tanques de combustível para a seção frontal do casco para permitir o reabastecimento em separado, bem como, a adição de uma placa defletora para o periscópio e uma grande placa de cobertura para proteger o sistema de proteção NBQ. O carro recebeu novos cabos de reboque de cinco metros com uma posição diferente. O programa teve início em 1984 e termino em 1987.
Leopard 2A3
Entre dezembro de 1984 e dezembro de 1985 a série 2A3 recebia como principal modificação a instalação de um novo sistema de comunicação de rádios digitais, conhecido como SEM80/90, esta versão diferia muito pouco da anterior e possuía modificações no sistema de recarga e escotilhas.
Leopard 2A4
Fabricada entre 1985 e 1992, esta é sem dúvida a versão que galgou o maior número de encomendas e exportações e também a primeira da séria incorporar significativas modificações. A s modificações incluía um carregador automático e sistema autônomo de controle de incêndio, um sistema totalmente digital de controle de fogo que permitia a operação de novos modelos de munição. Houve também melhorias na arma principal e reforço da blindagem com adição de armadura em titânio / tungstênio.
Ao longo dos anos as versões adquiridas pelos países compradores receberam melhoramentos e personificações, há inclusive inúmeros kit que podem ser adotados pelos clientes e que modernizam as versões mais antigas para um padrão mais atualizado, esta modificações variavam de cliente para cliente, por esta razão, não serão aqui citadas em função do foco da matéria.
Leopard 2A5
A série 2A5 introduziu a proteção em forma de cunha na armadura frontal da torre, esta medida melhorava a proteção balística frente as novas armas de carga oca afetando a energia cinética das munições penetradoras, o Leo 2A5 recebeu melhorias na composição armadura principal e o interior do carro recebeu revestimentos que minimizam a ação das ogivas fragmentadoras. As saias laterais foram substituídas por modelos mais resistentes.
O sistema de visão do comandante foi transferido para uma nova posição atrás da escotilha, este sistema recebeu um canal térmico independente. A visão do artilheiro foi transferida para o topo da torre. Uma nova escotilha de correr foi instalada e a torreta recebeu controles totalmente elétricos, aumentando a confiabilidade e segurança da tripulação, reduzindo a massa do equipamento.
O sistema de travagem foi melhorado e uma nova arma foi adicionada com tubo de alma lisa modelo L-44 que permite disparos de munições mais potentes, como a DM-53 APFSDS. O A5 entrou em serviço nos batalhões alemães em meados de 1998.
Variantes suecas e dinamarquesas introduziram significativas modificações no que se refere a proteção contra IED entre outras armas, certamente estas modificações impactaram nas variantes futuras do carro.
Leopard 2A6
Esta versão possui a introdução do canhão L55, porém a própria versão 2A6 possui variações como a série 2A6M que recebeu uma maior proteção nos chassis contra minas e melhorias internas visando melhorar a capacidade de sobrevivência da tripulação. O veículo possui acionamento elétrico da torre, há versões com variações nos sistemas de ar condicionado e comunicações, equipados com metralhadoras MG3 ou FN MAG e sistemas de camuflagem suecos SAAB Barracuda.
Leopard 2PSO
Esta nova variante do Leopard 2 foi desenvolvida tendo em vista as Operações de Apoio à Paz, por isso recebem o acrônimo PSO (Peace Support Operation). A versão foi projetada especialmente para a guerra urbana e é equipada com proteções mais eficazes que os seus antecessores. Recebeu nova estação de armas secundárias, melhoria na capacidade de reconhecimento, uma lâmina do tipo Bulldozer, e um cano de arma mais curto de modo a melhorar a capacidade de manobra em ambientes urbanos em detrimento do alcance do fogo. O veículo recebeu também sistemas de armas não-letais, e capacidade de vigilância a curta distância com a incorporação de sistemas de câmera, um holofote e outras alterações para melhorar a sua autonomia e mobilidade em ambiente restrito de espaço, estas modificações são tidas como não muito diferente do Kit Tanque Urban Survival fornecido ao carro americano M1A2 Abrams.
Leopard 2A7 +
Em 14 julho de 2010 a Krauss-Maffei Wegmann GmbH & Co. KG apresentou a nova geração de veículos da família Leopard 2 a Leopard 2 A7 + , que incorpora novos conceitos de modularidade, sobrevivência e através de uma atualização com os principais avanços alcançados especialmente nas séries 2A5-A6 e PSO, maximiza a eficácia do Leopard 2, quer para operações em terreno urbano quer para as operações de alta intensidade. Projetado para operar tanto em conflitos de baixa intensidade como em de alta intensidade, o veículo recebeu um kit de proteção e armadura modular.
A seção frontal foi melhorada com um kit na torre e no casco além de proteção a 360 ° contra RPG. Os chassis receberam proteção anti-minas e IED que aumentam a capacidade de sobrevivência em operações urbanas. O veículo pode disparar Munições programáveis HE e possui uma torre comandada remotamente do modelo FLW 200. A mobilidade e a resistência em operação foram aumentadas bem como a capacidade de consciência situacional através de novos sensores e interfaces homem máquina.
SURGE ENTÃO O LEOPARD 2A7+
O novo MBT é inovador em muitos quesitos comparavelmente aos seus adversários e até mesmo aos membros mais antigos da sua família. Ele segue um novo conceito de modularidade que proporciona a integração de sensores e armas que o habilitam tanto ao combate urbano quanto a os conflitos de alta intensidade em campo aberto.
O Leopard 2A7+ possui uma significativa proteção às IED e um conceito de proteção modular que permite a adoção de uma armadura passiva adicional sobre o arco frontal do veículo, o veículo possui proteção lateral ao longo do casco e da torre, além disso, o conceito permite a integração de blindagem do veículo de um kit de operações urbanas, que também oferece uma proteção de 360 graus contra as RPG.
Tendo em conta as ameaças assimétricas, o veículo inova em soluções que permitem que forças blindadas possam cumprir os seus objetivos de forma eficaz e segura. Um fato curioso é que o kit de atualização está disponível para todas as versões dos veículos Leopard 2, qualquer veículo da série pode receber estas modificações a partir da de um processo de modernização.
Acima:O Leopard 2A7 ganhou peso com os incrementos na blindagem sem, contudo, perder mobilidade.
O Leopard 2A7 + está armado com um canhão de 120 mm alma lisa, modelo L55 com42 recargas. A arma foi desenvolvido pela Rheinmetall GmbH de Ratingen, Alemanha. O canhão foi desenvolvido para substituir o L44 também de 120 mm, porém mais curto o qual é utilizado nos veículos da família Leopard 2. O L44 tem um comprimento de 530 cm e pesa 1.190 kg, a arma possui uma massa de 3.780 kg. O compartimento da arma possui uma porta operada eletricamente. A extensão do comprimento do cano em 130 cm do novo canhão L55 resulta em maior energia disponível que é convertida em mais velocidade para o projétil que pode atingir até cerca de 1.750 m / s . Além disso, a arma possui a capacidade de disparar munições programáveis que permitem o ataque de tropas escondidas por trás de estruturas como prédios, muros e bunkers. O Leopard 2A7 + também está armado com uma estação de armas controlada remotamente modelo KMW-RCWS FLW 200, operável sob proteção do interior do veículo. A torre pode ser equipada com uma arma calibre 50 e/ou com lançador de granadas de 40 mm.
Por comparação, o cano do L 55 possui comprimento de 660 cm, e possui uma massa de 1.374 kg. A peça inteira possui uma massa de 4.160 kg. A torre permite ao cano permite elevações entre -9 e 20 °.Em geral as munições são de tungstênio de 55 calibres capazes de penetrar até 720 mm de aço laminado, cada munição possui uma massa total de 21,4 kg, com o projétil possuindo 8,35 kg. Dependendo da munição o L 55 pode atingir alvos a 6000 m com uma distância efetiva de 4500 m, 1500m a mais que o seu antecessor L 44. A taxa de fogo é estimada em 6-12 / min.A arma principal é totalmente estabilizada e pode disparar uma variedade de tipos de munições, como por exemplo, a munição anti-carro alemã DM33 APFSDS-T capaz de penetrar até 560 mm de armadura de aço em uma faixa de 2.000 m. Outra arma munição utilizada é a DM12 cuja versatilidade permite seu emprego multiuso como munição direta ou de emprego anti-carro MPAT. Se a área de armazenamento das munições for atingido, um painel de purga rompe-se no teto direcionando a energia da explosão para cima e para longe do compartimento da tripulação.
Acima: A munição DM-63 de 120 mm do tipo APFSDS-T é uma das mais eficientes munições do mundo para perfurar blindagens
Uma nova munição a APFSDS-T , também conhecida como DM-53, foi introduzido para aproveitar o cano mais longo é capaz de penetrar até 810 mm de armadura RHAE a um intervalo de distância de 2.000 m. A Rheinmetall desenvolveu uma atualização para o Leopard 2 que lhes provê a capacidade de disparar o míssil guiado anti-carro Lahat que pode ser disparado através da arma principal, o míssil pode atingir alvos à um perímetro de 6.000 m. Algumas fontes como Dutch Defense citam a utilização da arma L-60 que possui um sistema de carregamento automático avançado, o que torna o Leopard 2A7+ um dos veículos de cadência de disparos mais rápidos do mundo. O mais interessante sobre o L 60 no entanto, é a possibilidade de uso de armas ECT, ou Eletrotérmica-química.
Esta arma utiliza um cartucho de plasma para acender e controlar propulsor da munição, usando a energia elétrica como um catalisador para iniciar o processo. A ETC aumenta o desempenho em reação aos propulsores sólidos convencionais, reduz o efeito da temperatura sobre a expansão do propulsor e permite maior energia cinética ao projétil. O sistema de controle de fogo padrão de todos os Leopard 2 é o EMES 15 com um duplo sistema de magnificação primária, estabilizado e de visão ampliada. A visão primária tem um sistema integrado de neodímio ítrio alumínio Garnet, Nd: YAG. O Telêmetro laser é de estado sólido e um telureto 120 de elemento cádmio mercúrio, CdHgTe, também conhecido como CMT. O visor térmico da Zeiss que se ligam a um computador de controle de fogo do carro.
Um telescópio auxiliar FERO-Z18 8x serve de backup é montado coaxialmente para o artilheiro.
O comandante tem um periscópio independente, o Rheinmetall / Zeiss PERI-R 17A2, com sistema de visão panorâmica estabilizada e projetada para operações dia / noite. O sistema permite executar observação e identificação do alvo e fornece uma visão 360 °.
O conjunto de opto eletrônica é fornecido pelo sistema de visão SEOSS, composto por um sistema de visão diurna, um sistema de visão térmica e laser, bem como o seu próprio sistema de controle de fogo. Ele é utilizado para controlar a estação de arma montada atrás da escotilha do carregador. Como a estação arma também é equipado com sistemas de visão, pode-se supor que carregador também seja equipado com um painel de controle.
Acima:Aqui podemos vero detalhe do sistema de controle de fogo EMES-15, presente em todos os modelos do Leopard 2.
A tripulação do carro usufrui de sistemas de visão noturna e diurna de última geração, o comandante do carro e o artilheiro fazem uso de câmeras de imagem térmicas de terceira geração ATTICA da empresa alemã Zeiss. Esta câmera permite a detecção por modo térmico de um veículo a uma distância de 25 km, propiciando o reconhecimento integral do modelo a distâncias de 20 km. Para identificação de tropas a ATTICA permite identificar um soldado oculto na vegetação a distâncias de 20 km e reconhecer a distância de 10 km. O condutor tem a sua disposição duas câmeras, uma na parte traseira do casco e outra na frente. Ambas são equipadas com sistema de visão a qualquer tempo. A câmara frontal é montada em um novo compartimento na parte superior da dianteira do casco. A câmera traseira é colocada em uma caixa estendida para manter a visão noturna.
A imagem térmica do periscópio do comandante é exibida em um monitorar dentro do carro. A suíte de controle de fogo é capaz de fornecer até três valores em intervalo de quatro segundos. O intervalo de dados é transmitido para o computador de controlo de fogo e é utilizado para calcular a solução de disparo.
O telêmetro a laser é integrado ao sistema de visão principal do artilheiro o que lhe permite ler diretamente. O alcance máximo do telêmetro a laser é de menos de 10.000 m com uma precisão de medição dentro de 20 m. O sistema combinado permite que o Leopard 2 possa atingir alvos em movimento em um alcance de até 5.000 m, enquanto este se move até mesmo por terrenos acidentados.
Acima:A torre remotamente controlada KMW-RCWS FLW 200 equiapda com uma metralhadora M-2HB em calibre 12,7X99 mm.
BLINDAGEM E PROTEÇÃO
A família Leopard, recebeu continuamente atualizações e inúmeros melhoramentos foram incorporados ao longo dos anos às versões subsequentes. A versão Leopard 2 A7+ recebeu melhoramentos importantes que visam aumentar a proteção da tripulação, preparando o veículo para os novos teatros de operações que se impõe às forças da OTAN principalmente para a guerra assimétrica e urbana.
A versão A7 é 23 cm mais largo e possui 5 toneladas a mais que a versão A6, em razão do acréscimo de proteção lateral nas saias do veículo, o carro possui uma massa total de 67,5 toneladas. Isto porque o carro é equipado com blindagem extra contra RPG 360º e IED. Além disso o veículo possui um sistema de comunicação com o exterior que permite ao veículo coordenar e se comunicar com tropas desembarcadas. O veículo é equipado com dispositivos de imagem infravermelha à frente e à ré, além de dispositivos optrônicos para vigilância à longa distância.
A mobilidade, sustentabilidade e consciência situacional também foram melhorados. Outra alteração importante no casco frontal do Leo A7 em relação aos seus anteriores é a capacidade de montar o equipamento externo em pontos de montagem para dispositivos de remoção de minas ou lâminas Bulldozer. As montagens também incluem plugues elétricos para variados fins ao lado direito da parte traseira do casco foi adicionada uma unidade auxiliar de potência. O Veículo consome e exige mais potência elétrica em função do acréscimo de novos instrumentos digitais e elétricos, além disso, o A7 oferece terminais para as tropas em apoio as unidades blindadas.
O Leopard 2A7 é equipado com um novo sistema de ar condicionado em padrão QBN (proteção para ambientes químico biológicos e nuclear) para a tripulação e também pode ser equipado com o guarda-chuva de proteção solar e sistema de camuflagem SAAB Barracuda que reduz o calor transmitido ao veículo, bem como minimiza a sua assinatura térmica.
Acima: Este leopard 2A7 está equipado com o sistema de blindagem SAAB barracuda que além de diminuir visibilidade do veículo, também diminui a assinatura térmica dificultando que sensores infravermelhos consigam detectar o leopard;
PROPULSÃO
Ao que se sabe, o veículo 2A7 deve compartilhar a mesma motorização das séries anteriores que são impulsionados por um motor diesel MTU MB 873, que fornece 1.500 hp ou 1.103 kw de potência. O MTU MB 873 é um motor diesel de quatro tempos, 47,6 litros e multi-combustível,o motor é turbo de 12 cilindros e possui um escape com refrigeração líquida, que tem uma taxa de consumo de combustível estimada em cerca de 300 l / 100 km em estradas e 500 l / 100 km em campo despreparado.
Sabe-se que uma versão melhorada do EuroPowerPack , com 1.650 cv e 1.214 kW do motor MTU MT883 também foi testado pelo Leopard 2, até a escrita deste artigo, não tivemos informações se esta versão do motor pode vir a ser usada na versão 2A7+.
O sistema de frenagem do veículo acoplado é do tipo Renk HSWL 354, a transmissão tem 4 marchas para a frente, duas marchas a ré com um conversor de torque totalmente automático. O motor e a transmissão são separados do compartimento da tripulação através de um anteparo à prova de fogo.
O Leopard 2 possui quatro tanques de combustível, que têm uma capacidade total de cerca de 1.200 litros, o que lhe permite uma alcance na estrada de cerca de 500 km, algumas literaturas apontam para 450 km na variante 2 A7, provavelmente devido ao aumento da massa do veículo. Segundo algumas fontes o Leopard 2A 7 pode atingir cerca de 72km/h em estradas pavimentadas. o exército alemão priorizou a mobilidade em seu Leopard 2, que é considerado o MBT mais rápido que existe.
O veículo pode trafegar por cursos d´água de 4 m de profundidade, pois para isso, faz uso de um snorkel ou 1,2 metros. Além disso, está equipado com uma unidade de refrigeração de alta performance e uma APU (unidade auxiliar de potência) que lhe permite efetuar sem interrupções, operações de mais de 24 horas. O conceito operacional redesenhado permite que a tripulação possa utilizar os novos recursos de forma eficiente sem a perda de energia mesmo estando o veículo parado por muitas horas.
Acima: O potente motor MTU MB 873 de 12 cilindros equipa todas as versões do Leopard 2. Graças a sua elevada potência (1500 Hp) ele permite uma alta velocidade ao pesado Leopard 2A7.
CONCLUSÃO
Em relação as séries anteriores da família Leopard, a 2A7+ engloba segundo o fabricante, melhorias na:
Proteção e blindagem completa passiva para a tripulação contra ameaças como bombas, minas e fogo lança rojões
Interface para conectar instrumentos, como um arado sistema anti-minas e lâmina bulldozer.
Novo sistemas de refrigeração, tanto para a torre quanto para o chassis.
O aumento da potência nominal dos geradores de energia adicionais para missões.
Melhor interface de comunicação para o exterior do veículo auxiliando as forças desmontados.
Visão noturna combinado do condutor com intensificador de imagem térmica / imagem para frente e retrovisor.
Optoeletrônica melhorada (dia / noite) para reconhecimento em longas distâncias.
Conceito usuário Digitalizado e multifuncional.
O Leopard 2A7 + adicionou melhorias à mobilidade que vão desde o motor, pista, sistema de rodas e equipamentos relacionados. Melhor proteção contra ruídos para a tripulação, melhoras no sistema de mira térmica e munição mais eficaz para os 120 mm. Introdução de munição não letal.
É um fato que muitos países vão preferir continuar atualizando seus Leopards nas versões mais antigas principalmente porque não há num horizonte de tempo curto, um novo veículo que possa os substituir, ao invés disto, os kit de conversão dos modelos mais antigos para o padrão 2A7+ parecem ser uma boa alternativa econômica para as nações que operam estes veículos.
A Atualização para o padrão 2A7+ certamente dará uma sobrevida a os Leopard e esta indicação e do próprio exército alemão que ainda espera poder operá-los nos anos vindouros da década 30 deste século.
Acima: Aqui podemos ver o detalhe da lamina Bulldozer usado para remover bombas improvisadas IEDs.
ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM A APRESENTAÇÃO DO LEOPARD 2A7+.
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Um tanque principal K2 Black Panther sendo desembarcado na Noruega.
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 29 de dezembro de 2021.
O carro de combate principal K2 Black Panther, o MBT sul-coreano, chegou à Noruega para testes visando a sua possível adoção. Ele participará de testes de avaliação nos próximos dias conforme requisição do governo de Oslo.
Em novembro deste ano, o Ministério da Defesa norueguês anunciou um plano para adquirir novos tanques de batalha principais (Main Battle Tank, MBT) para substituir o Leopard 2A4NO atualmente em serviço com o exército nacional. Os atuais candidatos são o Leopard 2A7 alemão e o K2 Black Panther coreano.
Um K2 Black Panther sul-coreano em ação em uma pista de treinamento sendo filmado por drone
O Ministério da Defesa norueguês há muito tempo conduz análises relacionadas com a manutenção e o desenvolvimento das capacidades fornecidas hoje pelos MBT Leopard 2A4NO. No início, foram consideradas até nove variantes, mas na última etapa da avaliação, duas opções permaneceram: a modernização dos tanques existentes no âmbito do chamado projeto 5050 e a aquisição de novas máquinas.
Conforme anunciado em um comunicado oficia, o Ministério da Defesa norueguês avaliou que a modernização dos Leopards existentes, obtidos de segunda-mão do excedente da Holanda, não fornecerá um nível adequado de capacidades quando se trata de proteger o interior dos tanques contra munição de nova geração, e nem possuem capacidade de operar em um sistema de comunicação centrado em rede, que atualmente está sendo introduzido nas forças terrestres do país.
Desta feita, foi decidido que dois tipos de novos tanques poderiam ser considerados como soluções: adquirir o novo modelo do Leopard 2, a versão A7, ou adquirir o coreano K2 Black Panther da Hyundai Rotem.
O inventário norueguês é limitado, com cerca de cerca de 50 Leopard 2A4NO, e um plano de substituição detalhado, incluindo propostas sobre números e custos, será apresentado ao Parlamento no próximo ano. Presume-se que os novos tanques possam entrar em serviço a partir de 2025. Os alemães estão atualmente renovando seus Leopard 2 para o padrão A7V e os noruegueses poderiam se juntar ao programa; no entanto, a opção coreana também é atraente.
Os coreanos são novos entrantes no mercado de blindados, com o K2 sendo um dos mais novos MBT no mundo. Além disso, as forças armadas norueguesas equiparam sua artilharia auto-propulsada com os obuseiros auto-propulsados K9 de 155/52mm sul-coreanos. Estes foram oficialmente transferidos para o Artilleribataljonenda brigada de infantaria motorizada norueguesa "Nord" (“Norte”) em Setermoen. Na Noruega, o obuseiro auto-propulsado K9 é chamado de VIDAR.
A aproximação com material coreano começou em maio de 2015, a Samsung Techwin juntou-se ao programa de atualização da artilharia norueguesa, competindo contra o KMW Panzerhaubitze 2000 alemão, Nexter CAESAR 8x8 francês e M109 KAWEST americano da RUAG suíça para substituir os obsoletos M109A3GNM por 24 novos sistemas. Um único K9 foi enviado à Noruega para participar da competição. Operado pela equipe de vendas, o veículo passou por testes entre novembro de 2015 a janeiro de 2016; vencendo os seus competidores.
Durante o teste de inverno de janeiro de 2016, o K9 foi o único veículo que conseguiu passar por um campo de neve com um metro de espessura e disparar seu canhão sem nenhum problema, enquanto os veículos concorrentes apresentavam problemas no motor ou peças quebradas. Além disso, o motor K9 foi capaz de manter o calor durante a noite simplesmente cobrindo a área com lona, permitindo assim que o motor iniciasse sem falhas no dia seguinte a -40ºC. Além disso, a suspensão hidropneumática se tornou uma grande vantagem para a mobilidade, pois seu mecanismo derreteu a neve nas partes móveis com muito mais rapidez. O resultado do teste também impactou a Finlândia e a Estônia, que foram convidadas a observarem as apresentações para a sua substituição de sua própria artilharia, o que os levou a também adquirir o K9.
De acordo com o acordo firmado em 2017 entre o Ministério da Defesa norueguês e a empresa sul-coreana Hanwha Land Systems, esta última fornecerá ao exército norueguês 24 obuses AP K9 Thunder com um novo calibre 155/52mm; com uma opção de mais 24 sistemas adicionais. Além dos obuses propriamente ditos, o contrato prevê o fornecimento de seis veículos blindados para o transporte de munições K10 no mesmo chassi, munições, simuladores, equipamentos afins, além de treinamento e suporte técnico completo para os canhões AP durante todo o seu serviço.
O K9 Thunder pesa 47 toneladas, com o potente diesel de 1000cv possibilitando velocidades de até 67 km/h e um alcance de cruzeiro 480km, e contendo uma tripulação de 15 militares. Ele é armado com o canhão KNUMX com um cano de calibre 155; sua a cadência de tiro chega a 52 tiros por minuto. O obuseiro pode atingir alvos com alta precisão a uma distância de mais de 5km e, ao usar projéteis inteligentes Excalibur, a uma distância de mais de 40km.
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de julho de 2020.
A empresa polonesa Polska Grupa Zbrojeniowa (PGZ SA) anunciou, em 29 de maio deste ano, o término do processo de construção dos dois primeiros tanques de batalha principais (MBT) Leopard 2PL, atualizados para o Exército Polonês, com o primeiro lote de Leopards 2PL saiu da fábrica Zakłady Mechaniczne "Bumar-Łabędy" S.A. em Gliwice.
Os carros de combate terão novos sistemas de proteção contra fogos e explosão, sistemas de estabilização hidráulica de canhões e torres, e um canhão melhorada de alma lisa Rh-120 L44; além de módulos de blindagem adicionais montados na torre dos blindados. Eles são equipados com a câmera de imagem térmica optoeletrônica KLW-1 Asteria III. Os MBT serão entregues à 10ª Brigada de Cavalaria Blindada, instalada em Świętoszów.
Em 2002, a Alemanha doou para a Polônia um total de 128 tanques Leopard 2A4 dos estoques do Exército Alemão. Em 2013, o Ministério da Defesa alemão assinou um contrato com a Polônia para vender outros 14 tanques Leopard 2A4, mais 105 tanques Leopard 2A5 mais novos e veículos blindados de recuperação Bergepanzer 2 dos seus estoques militares. Em 2015, o Ministério da Defesa da Polônia selecionou a Rheinmetall da Alemanha como a licitante favorita para atualizar os Leopard 2A4 mais antigos. Uma versão atualizada foi desenvolvida pela Rheinmetall em cooperação com várias empresas polonesas sendo chamado de Leopard 2PL.
A atualização do Leopard 2PL é amplamente semelhante ao MBT Revolution da Rheinmetall, um pacote de atualização modular para os Leopard 2A4.
O Leopard 2PL polonês melhorou a proteção da blindagem com um kit de Blindagem Composta de Proteção Avançada Modular (Advanced Modular Armor Protection, AMAP), desenvolvido pela empresa IBD Deusebroth da Alemanha, o qual foi instalado na torre - também presente no MBT Revolution - e que utiliza novos materiais nano-cerâmicos e modernas ligas de titânio e aço.
Essa blindagem fornece um nível mais alto de proteção contra uma ampla gama de ameaças. A torre blindada do Leopard 2PL oferece proteção mais alta que aquela do Leopard 2A5, todavia não pode corresponder ao nível de proteção do Leopard 2A7. O kit de blindagem é modular, portanto, os módulos de blindagem danificados podem ser substituídos em condições de campanha.
O tanque Leopard 2PL mantém o canhão de alma lisa L44 de 120mm do seu antecessor, mas com a modificação pela Rheinmetall para ser compatível com as munições de alta pressão recém-desenvolvidas, como as munições programáveis de explosão no ar DM11 alto-explosivas e as munições perfurantes de alta potência DM53 e DM63. As munições programáveis permitem atingir alvos atrás da cobertura e dentro dos edifícios. Essas munições DM11 multiuso também podem ser usadas contra tropas inimigas, veículos blindados e helicópteros que voam baixo.
O canhão também pode disparar qualquer outra munição padrão OTAN de carros de combate de 120mm. Um total de 42 munições são estocadas dentro do blindado.
Bibliografia recomendada:
TANKS: 100 Years of Evolution. Richard Ogorkiewicz.
O emprego em serviço do Leopard 2RI modernizado pela Indonésia (mostrado disparando) dá a ela uma força de MBT avançada que é complementada pela aquisição de IFVs Rheinmetall Marder excedentes. (Rheinmetall)
Por Stephen W. Miller, Asian Military Review, 26 de abril de 2017.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 10 de agosto de 2020.
É um ditado frequentemente repetido que os tanques de batalha principais (MBT) são inadequados para operação nas selvas, montanhas e arrozais comuns em ambientes da Ásia-Pacífico. Mesmo assim, muitos exércitos da região estão investindo na atualização de suas frotas de MBT.
Uma razão para este investimento regional é que o MBT continua a ser a plataforma principal para a aplicação do poder de combate no solo. A ideia de que os MBT são inúteis na vegetação tropical e em terrenos acidentados ou montanhosos ignora a história. Durante a Segunda Guerra Mundial, os tanques do Exército Imperial Japonês surpreenderam seus contrapartes britânicos ao atacar com sucesso através da selva supostamente impenetrável da Malásia. O papel dos tanques durante as recentes intervenções lideradas pelos EUA no Afeganistão e no Iraque reforçou ainda mais o reconhecimento de sua relevância contínua para as operações contemporâneas.
Hoje, os MBT estão sendo adquiridos por atores na Ásia-Pacífico com armamento, proteção e mobilidade modernos. Alguns exércitos personalizaram seus MBT para seus ambientes locais com ar-condicionado, blindagem aprimorada e pacotes especializados de combate urbano. Enquanto isso, os MBT desenvolvidos localmente são frequentemente desenvolvidos em cooperação com empresas de defesa terceirizadas, resultando em projetos avançados que estão sendo oferecidos para exportação. Por exemplo, a tecnologia do MBT K2 Black Panther (Pantera Negra) da Agência para o Desenvolvimento da Defesa da República da Coréia/ Hyundai Rotem, notavelmente o canhão principal do tanque, foi selecionada para equipar o MBT Otokar Altay do Exército Turco. Portanto, no domínio dos MBT, o que os exércitos da Ásia-Pacífico estão buscando e quais são seus planos?
O desenvolvimento nativo do K2 Black Panther não só forneceu à ROK um dos MBT mais avançados, mas também gerou oportunidades de exportação em potencial. (Exército ROK)
Austrália
O Royal Australian Army Armor Corps (Corpo Blindado do Exército Real Australiano) atualmente possui 59 M1A1 Abrams, da General Dynamics, adquiridos para o 1º Regimento Blindado. Os modelos australianos incluem o Tank Urban Survivability Kit (Kit de Sobrevivência Urbana do Tanque) desenvolvido como resultado das lições aprendidas nas operações urbanas do Exército Americano no Iraque. Desde 2013, um programa de atualização e remediação técnica de tanques de US$ 59 milhões está em andamento para estender a vida útil do veículo até 2035. No que diz respeito à operação dos MBT australianos com infantaria, durante a manobra, atualmente esta última conta com o transportador blindado de pessoal sobre lagartas M113AS, da United Defense/ BAE Systems, que não tem velocidade ou proteção para operar próximo ao M1A1. No entanto, o exército lançou uma licitação para adquirir 450 novos Veículos de Combate de Infantaria (Infantry Fighting Vehicles, IFV) com maior mobilidade, maior proteção e maior armamento do que o M-113AS. De acordo com um analista de defesa australiano, esta aquisição: “transformará o exército australiano de essencialmente (uma força de infantaria leve) em uma das forças mais potentes do mundo”. Dito isso, uma frota de IFV desse tamanho seria difícil de apoiar adequadamente com uma força existencial de MBT tão pequena. Portanto, não seria uma surpresa ver essa força expandida no futuro.
Cingapura
O Leopard 2SG é uma atualização dos MBT Leopard 2A4 que o Exército de Cingapura adquiriu de suas contrapartes alemãs. Essa atualização forneceu ao Exército de Cingapura veículos equipados com proteção e letalidade de última geração. (Rheinmetall)
Embora a Austrália use MBT fornecidos pelos Estados Unidos, o Exército de Cingapura optou por uma solução européia por meio da aquisição de 96 MBT Leopard 2A4, da Krauss-Maffei Wegmann, em 2006. Vários desses MBTs foram especialmente modificados pela IBD Deisenroth Engineering e ST Kinetics com blindagem adicional. Referido como Leopard 2SG, este MBT atualizado também possui o canhão Rheinmetall L55 de 120mm de cano mais longo. Enquanto isso, a vizinha Malásia adquiriu sua atual frota de MBT da Polônia, levando a entrega de 46 PT-91M, da Bumar-Labedy. Os testes de protótipos começaram em 2000 com um contrato de aquisição assinado em 2003, e o MBT entrando em serviço completo com o Tentera Darat Malaysia (TDM/ Exército da Malásia) em 2010. O PT-91M é derivado do MBT da família T-72, da Uralvagonzavod, mas possui um motor polonês PZL-Wola S-1000R e blindagem reativa explosiva ERAWA projetada na Polônia. O comandante e o artilheiro têm o sistema de controle de fogo Safran VIGY-15 giro-estabilizado que, junto com a nova estabilização do canhão, aumenta a precisão do armamento em 23 por cento em comparação com a família T-72. Em 2015, o General Raja Mohamed Affandi Raja Mohamed Noor, comandante do TDM, apareceu para confirmar a intenção de formar um segundo regimento blindado. Apesar de estar em serviço, o PT-61M pode não ser o único candidato para esta nova unidade. Fontes locais sugerem: “houve críticas à confiabilidade mecânica e preocupações sobre a capacidade de sobrevivência do PT-61M (o último em parte devido à vulnerabilidade do T-72 mostrado durante conflitos recentes no Iraque e na Chechênia).” Até o momento, os fundos ainda não foram orçados para nenhum novo MBT.*
*Nota do Tradutor:Em 2019, foi relatado que Cingapura havia recebido um segundo lote, elevando o número para 170 carros Leopard 2A4. A mídia alemã também anunciou que a Krauss-Maffei Wegmann estaria fabricando carros Leopard 2A7 para Cingapura e o Qatar.
Tailândia
Tanques T-84 Oplot-M tailandeses manobrando com blindados anfíbios.
Longe da Malásia, o Exército Real da Tailândia iniciou um esforço ambicioso para substituir seus tanques leves M41A3, da Cadillac, com a aquisição de 40 MBT T-84 Oplot, da Kharkiv-Morozov, no entanto, as entregas foram atrasadas devido à guerra civil na Ucrânia. Esta primeira entrega de 40 veículos foi vista como a primeira parte de uma eventual de entrega de até 200 exemplares. No entanto, os primeiros T-84 não foram recebidos até 2014, depois do prometido, embora em maio de 2016 um total de 20 tanques tenham sido entregues. Os atrasos e alguns problemas técnicos sofridos em relação aos MBT fizeram com que o comando do exército tailandês em dezembro de 2015 considerasse alternativas russas e chinesas (este limite foi ditado pela necessidade de munição comum ao canhão de 125mm do T-84). Em maio de 2016, o exército anunciou que havia assinado formalmente um acordo com a Corporação de Indústrias do Norte da China (China North Industries Corporation, NORINCO) para comprar seu MBT-3000. Alegadamente, o primeiro lote de 28 veículos encomendados por US$ 150 milhões seria entregue no final de 2016*. Esta é a primeira exportação do MBT-3000, em si uma versão de exportação do T-99G do Exército de Libertação do Povo (PLA), o qual estreou em 2012 na exposição Eurosatory em Paris.
M41 Walker Bulldog tailandês no golpe militar de 22 de maio de 2014.
*NT: O Exército Real Tailandês tem 38 carros VT-4/MBT-3000 em serviço, com os primeiros 28 entregues em outubro de 2017. O negócio, estimado em cerca de US$ 150 milhões, incluía a opção de compra de mais 153 veículos. Em abril de 2017, o exército real encomendou mais 10 MBT VT-4 da NORINCO no valor de US$ 58 milhões, que foram entregues no início de 2019.
Indonésia
Coluna blindada indonésia com carros Leopard 2A4, Leopard 2RI e um Marder 1A3 durante um exercício conjunto em nível de brigada em Baturaja, Indonésia, 15 de novembro de 2018.
Mais ao sul, o Tentara Nasional Indonesia Angkatan Darat (TMI-AD/ Exército Indonésio) aceitou seus primeiros oito MBTs Leopard 2A4 atualizados em maio de 2016, de um total de 61. Estes são além dos 46 carros da versão Leopard 2RI já fornecidos. Um porta-voz da Rheinmetall compartilhou que a empresa: “está atualmente realizando uma atualização de desempenho do Leopard 2A4 em nome das forças armadas indonésias... Duas versões diferentes, o Leopard 2A4 e o Leopard 2RI, estão sendo modernizadas. O programa inclui um sistema de controle de temperatura (para ambos os MBT), proteção balística aprimorada, conversão para uma transmissão de torre elétrica, uma unidade de alimentação auxiliar e a instalação de uma câmera traseira (para o Leopard 2RI)." A Rheinmetall também está convertendo o canhão de alma lisa de 120mm no Leopard 2RI para disparar a nova munição polivalente DM11 programável da Rheinmetall.
Coluna de carros Leopard 2RI (de República da Indonésia) camuflados para a selva.
República da Coréia
Coluna de carros K2 Black Panther na Coréia do Sul.
Conforme observado acima, alguns fabricantes de MBT na Ásia-Pacífico estão entrando no mercado internacional. O Centro de Desenvolvimento de Defesa da Coréia e a Hyundai Rotem projetaram alguns MBT de última geração. Por exemplo, o MBT da família K1 foi projetado em 2007 com a assistência da General Dynamics e compartilha muito do design do M1A1 (veja acima); uma grande exceção sendo o motor MTU MB-871-Ka-501 construído sob licença pela Ssangyong Heavy Industries da ROK. O comandante tem a mira panorâmica Safran SFIM de dois eixos, independentemente estabilizada, fabricada pela Samsung sob licença. Os K1 também têm uma suspensão ajustável que permite ao tanque "agachar" reduzindo seu perfil visual, ou "ajoelhar" para aumentar a elevação ou a depressão do canhão para disparar em terreno ondulado. A partir de 2014, os MBT K1A1 foram atualizados para o K1A2 com um sistema de gerenciamento de batalha digital, capacidade IFF (Identification Friend or Foe, Identificação Amigo ou Inimigo) e câmeras de vigilância frontal e traseira.
O K2 (veja acima) não é tanto um sucessor do K1, mas um complemento. Depois de mais de 15 anos em desenvolvimento, o primeiro K2 entrou em serviço em junho de 2014. Seu armamento principal, embora com um calibre de 120 mm, tem uma maior velocidade inicial de 1400 metros-por-segundo (4600 pés por segundo) devido ao seu maior cano de 2,6 metros (24 pés). O Sistema de Controle de Incêndio (Fire Control System, FCS) do tanque inclui não apenas a visão panorâmica e capacidade de imagem térmica, mas um radar de onda milimétrica para detectar mísseis de longo alcance para alvos/ alcance e aquisição de alvos e detecção de ameaças em sua direção. Usado em conjunto com as miras de imagens térmicas, o sistema seguirá um alvo de manobra designado, até mesmo um helicóptero voando baixo a um alcance de nove quilômetros (5,5 milhas). O FCS está vinculado à estabilização do canhão / torre, o que garante que o tiro seja iniciado no exato instante em que o canhão esteja precisamente alinhado com o alvo, compensando assim o erro induzido pelo movimento do veículo. A nova arma dispara a exclusiva munição coreana Smart Top-Attack (KSTAM-1/2). O KSTAM é uma munição anti-carro atire-e-esqueça, de ataque vindo por cima, disparada em alta elevação e desdobrada por pára-quedas para usar seus próprios sensores para buscar e atacar alvos a nove quilômetros de alcance. Assim, o K2 pode atacar alvos enquanto coberto ou abrigado. Os primeiros 100 K2 usarão o motor 890 da MTU, mas pretende-se que ele seja substituído pelo motor Doosan DST 1500cv e uma transmissão automática da S&T Dynamics; substituição iniciada no final de 2016.
Japão
O tanque de batalha principal Tipo 90 por um período de tempo foi o MBT de produção mais cara no mundo.
Ao contrário do ROK, o Japão tem desenvolvido seus próprios MBT para a Força de Autodefesa Terrestre Japonesa (Japanese Ground Self Defence Force, JGSDF) há algum tempo, por exemplo, o MBT Tipo 90 das Indústrias Pesadas Mitsubishi (Mitsubishi Heavy Industries, MHI), equipado com o canhão Rheinmetall L44 de 120 mm (produzido sob licença pela Japan Steel Works) é o MBT padrão atual da JGSDF. Cerca de 340 carros T-90 estão em serviço, embora o Japão esteja atualmente desenvolvendo um novo MBT conhecido como MHI Tipo 10. Os objetivos do programa Tipo 10 eram fornecer proteção confiável e sobrevivência, e um MBT mais compatível com a rede rodoviária e ferroviária local, visto que o Tipo 90, inclinando a balança para 54 toneladas, era limitado onde poderia operar. O Tipo 10 com peso básico de 44 toneladas tem maior flexibilidade de emprego nesse aspecto. O peso mais baixo do Tipo 10 é parcialmente obtido através do uso de um sistema de blindagem modular que permite que os módulos sejam removidos para diminuir o peso e adicionados para aumentar a proteção.
O Tipo 10 do Japão é projetado para permitir seu uso não apenas em mais ilhas continentais do país, mas também para ser desdobrado com forças de reação por transporte naval ou aéreo, o que sua compactação e peso base de 44 toneladas fornecem. (JGSDF)
O Tipo 10 tem um carregador automático (portanto, uma tripulação de três pessoas) e um canhão principal de alma lisa de 120mm mais uma estação de armamento remota montada na torre. No entanto, são os eletrônicos e optrônicos do tanque que aumentam sua letalidade e capacidade operacional. O local panorâmico do comandante tem vistas de 360 graus desobstruídas e permite papéis de tiro de caçador-matador, entrega ou "da minha posição". O Tipo 10 é inteiramente um projeto japonês com muitos recursos não vistos em outros MBT comparáveis, como sua suspensão totalmente semi-ativa hidropneumática e motor a diesel de 1200cv ligado a uma transmissão continuamente variável permitindo as mesmas velocidades de avanço e ré. O tanque também foi visto com uma lâmina auto-entrincheirável montada na proa. Colocado em serviço pela primeira vez em 2012, cerca de 66 estão agora em serviço e espera-se que o Tipo 10 substitua o MBT MHI Tipo 74 de 1975, o que pode exigir cerca de 300 tanques.
Um tanque Tipo 74 em exibição na Escola de Material Bélico da JGSDF em Tsuchiura, Kanto, no Japão, em outubro de 2007. (JGSDF)
Filipinas
Ao contrário da JGSDF, o Hukbong Katihan ng Pilipinas (HKP / Exército das Filipinas) não tem carros MBT. Os requisitos atuais do HKP exigem a aquisição de carros MBT, mas a disponibilidade de fundos para tal aquisição permanece em dúvida. As plataformas candidatas anteriores que foram mencionadas em fontes abertas incluem as plataformas K1 e Tipo 74 (veja acima), que devem ser aposentados pelo Exército ROK e pela JGSDF. É possível, no entanto, que a melhoria do relacionamento do novo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte com a RPC, possa, no curto prazo, remover o imperativo estratégico de uma aquisição de MBT, se Manila achar que o aquecimento das relações permite ao governo diminuir a velocidade de modernização da defesa?
Tipo 74 executando a depressão das lagartas.
Vietnã
T-54/55M e T-90S do Exército Vietnamita.(VietDefense)
Embora as Filipinas não possuam nenhum MBT, o Exército Popular do Vietnã possui atualmente carros MBT da família T-55 e T-62, da Uralvagonzavod, em serviço. Em junho de 2106, foi relatado que o Vietnã estava buscando os MBT T-90MS, da Uralvagonzavod da Rússia, uma versão de exportação modernizada do T-90S colocada em serviço pelo Exército Russo em 1993, que continua sendo o MBT principal da força. O Vietnã tem uma exigência inicial de 28 veículos, embora os detalhes finais sobre qualquer pedido ainda não tenham sido anunciados.
T-54/55M e T-90S do Exército Vietnamita.(VietDefense)
República Popular da China (RPC)
A NORINCO desenvolveu o MBT mais avançado da RPC na forma do Tipo 99. Este MBT foi colocado em serviço em um número limitado, com apenas 200 supostamente produzidos. (NORINCO)
A maioria da força MBT do Exército de Libertação do Povo continua a usar o Tipo 96, da família da Primeira Fábrica de Máquinas da Mongólia Interior, que foi colocado em serviço pela primeira vez em 1997. O Tipo 96 é semelhante ao T-72, mas com um sistema de controle de tiro mais avançado e um motor diesel de 1000cv. O Tipo 96 foi aprimorado através do Tipo 96G com blindagem reativa explosiva e imagens térmicas substituindo as miras de intensificação de imagem. Mais de 1500 carros Tipo 96 foram produzidos com algumas fontes sugerindo mais de 2000.
No entanto, a NORINCO vem perseguindo um programa agressivo de desenvolvimento de veículos blindados, que inclui veículos MBT, nos últimos quinze anos. Em 1998, desenvolveu e testou o Tipo 98, um MBT baseado no Tipo 96 com melhorias na torre e no armamento. Embora não tenha sido colocado em serviço, ele levou ao Tipo 99, que foi colocado em serviço em 2011. Este MBT possui blindagem ERA modular e um sistema de proteção de laser ativo destinado a interromper mísseis guiados por laser e cegar a optrônica inimiga. O canhão de alma lisa de 125 mm ZPT98 totalmente estabilizado usa cartuchos convencionais e ATGM lançados por canhão. Um novo sistema de controle de fogo computadorizado incorpora um telêmetro laser, rastreador automático de alvos e imagens térmicas tanto na visão panorâmica do caçador-matador do comandante quanto na mira do artilheiro. O motor diesel de 1500cv do MBT é baseado no 871 da MTU. O preço do Tipo 99 parece ter limitado sua implementação em serviço a apenas 200 tanques. No entanto, foram desenvolvidas versões de exportação conhecidas como M3000/ VT-1A, que estão em serviço no Marrocos e no Peru*.
Coluna de tanques Tipo 96 do exército chinês.
*NT: O Exército Peruano contratou a compra de 80-100 MBT2000 da China. No entanto, o negócio fracassou em parte devido à exportação não-autorizada do motor ucraniano.
Próximos passos
Uma companhia indonésia de Leopard 2RI e um Marder 1A3 cobertos na vegetação, norte da Sumatra, 2019.
Preocupações de vários países da Ásia-Pacífico sobre sua segurança e ameaças percebidas aos seus interesses nacionais, talvez melhor destacadas pela presença marítima e territorial cada vez mais vigorosa da RPC nos mares do Leste e do Sul da China e a disponibilidade de veículos blindados de combate avançados a um preço razoável se combinaram para criar o mercado atual de MBT na região. Para alguns, como o Vietnã e a Tailândia, sua frota de MBT envelhecida está fazendo com que se modernizem simplesmente para manter uma capacidade de combate terrestre confiável. Para outros, como ROK e Japão, seus esforços são simplesmente uma continuação dos esforços para manter sua vantagem de combate. Dados os programas em andamento e as iniciativas que estão sendo consideradas, os MBT estão destinados a desempenhar um papel ainda maior dentro dos exércitos da Ásia-Pacífico nas próximas décadas.
Stephen W. Miller é um ex-oficial fuzileiro naval de combate terrestre e de aviação dos EUA, fundamental na adoção de veículos blindados sobre rodas e na guerra de manobra. Ele tem ampla experiência prática em desenvolvimento, aquisição, uso em serviço, apoio e emprego, liderando programas terrestres, navais e aéreos nos Estados Unidos e em vinte e quatro outros países.