sexta-feira, 26 de junho de 2020

GALERIA: Aprimoramentos de blindagem na Guarda Republicana Síria

Carros T-72M1 com o novo pacote de blindagem.

Por Stijn Mitzer Joost OliemansOryx Blog, 30 de janeiro de 2015.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de junho de 2020.

A guerra moderna tem uma prevalência em ambientes urbanos, com os combates ocorrendo em meio às populações e com os combatentes fazendo máximo uso das áreas edificadas. Este foi particularmente o caso na guerra civil síria iniciada em 2011.

A Guarda Republicana do Exército Árabe Sírio (SAA, exército do governo sírio de Assad) utiliza o T-72M1 - a versão de exportação do T-72A - que, ironicamente, surgiu após a invasão do Líbano em 1982 e o batismo de fogo do T-72 contra os M60 israelenses. A experiência na campanha levou os russos a aprimorarem a blindagem frontal do T-72, e aumentando a blindagem na torre, incluindo cavidades que eles encheram de areia. Esta versão ficou conhecida pelos americanos como "Blindagem Dolly Parton", por causa da protuberância do glacis (a parte frontal do chassis) e fazendo referência à cantora country Dolly Parton, conhecida pelo seu clássico Jolene e por ter um busto avantajado.

O T-72 sírio em seu estado natural.

No recente conflito, travado em ambientes urbanos onde um soldado de infantaria bem posicionado pode facilmente se esgueirar pelos pontos cegos de um blindado, os sírios descobriram que seus tanques T-72 são vitimados facilmente por foguetes portáteis e mísseis anti-carro. Portanto, os blindados agora estão usando proteções em com barras e grades, em estilo de gaiola, tal qual os americanos também aprenderam na contra-insurgência no Iraque.

Visão lateral.

A blindagem de gaiola assume a forma de uma grade rígida de metal instalada em seções principais do veículo, com a intenção de interromper cargas ocas; seja esmagando-as de forma a impedir a ocorrência de detonação ideal ou danificando o mecanismo de armação, impedindo a detonação de imediato. Embora a blindagem de gaiola seja eficaz contra mísseis, ela não oferece proteção completa - até 50% dos impactos dos mísseis não são impedidos por ela. É mais provável que a blindagem de gaiola seja eficaz se o espaçamento da gaiola for menor que o diâmetro da munição explosiva de entrada (geralmente 85mm de diâmetro).





Uma cortina de metal com bolas para servir de saia.


Os sírios também adaptaram blindagens de gaiola em outros tipos de veículos, como escavadeiras e blindados antiaéreos.



Este exemplar de escavadeira foi usado pelo exército sírio em Jobar para transportar tropas e limpar campos minados até que foi avariado e colocado fora de combate em dezembro de 2014 por vários disparos de RPG. Ele foi então destruída pelos rebeldes que cavaram um túnel sob ele e o detonaram com uma grande carga explosiva.

Outro veículo a receber a blindagem de gaiola e aprimoramento adicional da blindagem foi o ZSU 23-4 Shilka, um sistema de armas antiaéreas de "pele fina", projetado para operar em áreas seguras, mas que encontrou vida nova como a arma perfeita para desobstrução de edifícios devido aos seus canhões de 23mm.

O Shilka em seu estado natural, propriedade do USMC como OPFOR no Exercício Kernel Blitz 97, em Camp Pendleton, 1997.

Shilka com a blindagem de gaiola na Síria.


Bibliografia recomendada:

US Army and Marine Corps MRAPS:
Mine Resistant Ambush Protected Vehicles,
Mike Guardia.

Stryker Combat Vehicles,
Gordon L. Rottman.

T-72 Main Battle Tank 1974-93,
Steven J. Zaloga.

Self-Propelled Anti-Aircraft Guns of the Soviet Union,
Mike Guardia.

Leitura recomendada:





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