sábado, 10 de julho de 2021

FOTO: Operador especial ugandense

Membro das Forças Especiais da Força de Defesa Popular de Uganda.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 10 de julho de 2021.

A Força de Defesa Popular de Uganda (Uganda People’s Defence Force, UPDF) são as forças armadas de Uganda. Entre 2007 e 2011, o grupo International Institute for Strategic Studies (IISS) estimou o contingente total do exército ugandense entre 40 000 e 45 000 tropas, incluindo forças terrestres e aéreas.

Inicialmente conhecidas como Exército de Resistência Nacional (National Resistance Army, NRA), desde a independência de Uganda em outubro de 1962, as forças armadas do país foram caracterizadas por divisões internas, corrupção e rixas entre os diversos grupos étnicos que compõem a nação. Quando um governo assumia o poder, normalmente ele enchia as principais patentes e posições de comando com pessoas de sua própria etnia ou de sua região de origem, usando o exército para fins políticos. Golpes de Estado por parte dos militares ou apoiados por estes tonaram-se comuns. Cada regime pós-independência expandiu o tamanho do exército, geralmente recrutando pessoas de uma região ou grupo étnico específicos, e cada governo empregou força militar para subjugar agitações políticas.

Quando da independência em outubro de 1962, oficiais britânicos mantiveram a maioria dos comandos militares de alto nível. Os ugandeses na na tropa alegaram que essa política bloqueava as promoções e mantinha seus salários desproporcionalmente baixos. Essas queixas acabaram desestabilizando as Forças Armadas, já enfraquecidas pelas divisões étnicas. Além das constantes lutas internas, Uganda enfrentou outros Estados, primeiro quando apoiou os rebeldes Simbas (a palavra "simba" significando "leão" em swahili/suaíle) ao lado de conselheiros cubanos, contra o ex-Congo Belga (este apoiado ativamente pela Bélgica) de 1964 a 1965 - ano em que os rebeldes Simbas foram derrotados. As forças armadas ugandenses foram lançadas contra a Tanzânia pelo ditador Idi Amin Dadá, o mesmo que abrigou os sequestradores dos passageiros israelenses em Entebbe. Essa guerra foi travada ao lado da Líbia de Kadaffi e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e levaria à derrocada do ditador Idi Amin e 1979.

A Segunda Guerra do Congo (1998-2002)


Uganda também travaria as duas guerras continentais na República Democrática do Congo (RDC, ex-Congo belga), uma guerra com Ruanda e conflitos de fronteira constantes e intervenções africanas (como na Somália, desde 2007).

Relativamente bem armada se comparada a seus vizinhos, boa parte de seus equipamentos são importados especialmente da Rússia e da China; mas também incluem material sul-africano, italiano e dos Estados Unidos. Atualmente, a UPDF é dividida em Comando, Forças Terrestres, Forças Aéreas, Forças de Reserva, Forças de Proteção da Pesca e Comando de Forças Especiais. O Comando das Forças Especiais é atualmente liderado pelo Tenente-General Muhoozi Kainerugaba, comandante desde dezembro de 2020.

Bibliografia recomendada:

Modern African Wars (4): The Congo 1960-2002.
Peter Abbott.

Leitura recomendada:


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