quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

SFAB do Exército enfrentará condições difíceis durante a missão na África

Presidente do Estado-Maior Conjunto do Exército dos EUA, General Mark A Milley, durante uma visita ao Pentágono, em Arlington, Virgínia, 31 de outubro de 2019 (Exército dos EUA / Sargento Keisha Brown)

Por Matthew Cox, Military.com, 27 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 27 de fevereiro de 2020.

O principal general do Pentágono disse recentemente que a 1ª Brigada de Assistência às Forças de Segurança do Exército dos EUA (Security Force Assistance BrigadeSFAB*) enfrentará um ambiente operacional difícil quando for desdobrada na África, um ambiente muito mais austero que no Afeganistão.

*Nota do Tradutor: As Brigadas de Assistência às Forças de Segurança são unidades especializadas do Exército dos Estados Unidos, formadas para treinar, aconselhar, auxiliar, habilitar e acompanhar operações com nações aliadas e parceiras.

O presidente do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, testemunhou sobre os desafios que a SFAB enfrentará na África diante do Comitê de Serviços Armados da Câmara na quarta-feira.

O Pentágono anunciou em meados de fevereiro que a unidade especializada em aconselhamento será enviada à África para treinar forças locais em um esforço para enfrentar a Rússia e a China na região.

O deputado Anthony Brown, representante de Maryland, pediu mais informações sobre o desdobramento desde que o comandante da 1ª SFAB, General-de-Brigada Scott Jackson disse recentemente que a unidade não terá a infra-estrutura militar que estava disponível no Afeganistão, como a rede de bases, cadeias de suprimentos e helicópteros.

Em 2017, uma emboscada terrorista em uma unidade das Forças Especiais do Exército de 12 membros que operava em uma área remota do Níger deixou quatro soldados americanos mortos. A unidade acompanhava 30 homens de uma força nigeriana em uma missão para capturar ou matar um líder de um grupo de alto nível do Estado Islâmico na África Ocidental, quando mais de 100 extremistas lançaram um ataque mortal perto da aldeia de Tongo Tongo.

Cerimônia de ativação da 1ª SFAB, 7 de fevereiro de 2018. 

"O que estamos fazendo para garantir que a SFAB tenha a infra-estrutura necessária para realizar seu trabalho?" Brown perguntou. Atualmente, o Comando Americano da África está avaliando se é necessário fazer alguma alteração na infra-estrutura militar em preparação para a missão da SFAB, disse Milley a Brown.

"Mas, para que fique claro, a SFAB não é uma força de operações especiais; no entanto, eles são treinados e selecionados explicitamente para poder operar de maneira expedicionária em um ambiente muito austero", disse Milley, descrevendo como todos os membros da SFAB se voluntariaram para esse dever de treinar, aconselhar e auxiliar as forças militares locais. "Os SFABs conduzem uma missão estrangeira de defesa local. Eles não realizam todas as outras missões das Forças Especiais, mas são capazes de operar em ambientes muito austeros".


Brown disse que entendeu o argumento de Milley, mas não aceitou a resposta.

"O General Jackson fez esses comentários porque tem preocupações sobre a infra-estrutura de apoio logístico que receberá enquanto estiver no terreno e, diferentemente do que exigimos na Coréia e em outros lugares, não podemos pedir às nações africanas que paguem a conta porque elas estão falidas," disse o legislador.

O secretário de Defesa Mark Esper, que também testemunhou na audiência, disse que a SFAB terá o que precisa para conduzir sua missão de aconselhamento e assistência na África. "Não vamos colocá-los lá sem meios para fazer o trabalho deles," afirmou.

Distintivo de ombro das Brigadas de Assistência às Forças de Segurança.

O desdobramento futuro da SFAB permitirá que o Exército retorne elementos de uma brigada de infantaria da 101ª Divisão Aerotransportada para Fort Campbell, Kentucky, para que possa se concentrar em seu trabalho principal de treinamento para combate.

O elemento do tamanho de uma companhia da 101ª enviado ao Quênia no início de janeiro como parte da Força de Resposta da África Oriental (East African Response ForceEARF) após um ataque do grupo al-Shaaab, afiliada da Al-Qaeda, em uma base no Quênia, matou um soldado americano e dois contratados americanos.

A recente mudança de forças é o resultado de uma revisão que Esper ordenou para avaliar como cada um dos comandos de combate é organizado e equipado para apoiar a Estratégia de Defesa Nacional.

O deputado Trent Kelly, representante do Mississippi, disse a Esper e Milley que ele acabou de voltar de uma viagem à África com o deputado James Inhofe, do Oklahoma, para se encontrar com líderes locais e comandantes militares.

"Não precisamos reduzir o número de soldados que temos lá", disse Kelly. "Acho que temos algumas ameaças reais - terroristas e grande competição de poder - nessa região, e acho que precisamos ser criteriosos para garantir que não reduzamos a quantidade de tropas lá."

Boina bege da 1ª SFAB com distintivo e escudo.

Atualmente, os EUA têm cerca de 6.000 soldados baseados na África.

Em uma declaração de 10 de janeiro, Inhofe disse que a retirada de tropas da África seria "míope" e poderia prejudicar a capacidade do AFRICOM de executar sua missão. Esper disse aos legisladores na audiência que as notícias de uma retirada planejada das forças americanas da África não são precisas.

"Não há planos para retirar completamente todas as forças da África. Isso foi relatado incorretamente e repetido várias vezes," afirmou. "Mas o que pretendo fazer é garantir que eu possa recorrer às missões que são absolutamente necessárias e dimensionar corretamente a força".

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