domingo, 30 de janeiro de 2022

FOTO: Snipers do Corpo Hermann Göring em Bautzen

Snipers da Hermann Göring em Bautzen, na Saxônia, em 25 de abril de 1945.

Por Filipe do A, Monteiro, Warfare Blog, 30 de janeiro de 2022.

Após vários dias de combate sangrento casa a casa contra unidades da 1ª Frente Ucraniana, um grupo de Scharfschützen (snipers / atiradores de elite) da 1ª divisão do Corpo Fallschirm-Panzer "Hermann Göring" descansam em Kubschütz durante a batalha de Bautzen, na Saxônia, em 25 de abril de 1945.

Eles estão equipados com fuzis semi-automáticos Gewehr 43 com lunetas ZF4, e usam uma mistura de parcas camufladas e blusões paraquedistas. Os homens estão usando capacetes M35 padrão enquanto o militar da esquerda usa o capacete M38 paraquedista. Nessa mistura dos blusões Fallschirmjäger (paraquedistas de fato) e parcas das Divisões de Campanha da Luftwaffe, nota-se a camuflagem diferente. Pelo menos dois fuzis soviéticos Mosin-Nagant usando luneta são visíveis.

Original em preto e branco.

A Batalha de Bautzen, ocorrida de 21 a 30 de abril de 1945, foi uma das últimas batalhas da Frente Oriental durante a Segunda Guerra Mundial, e a última grande vitória alemã. O Corpo Fallschirm-Panzer "Hermann Göring" participou com suas duas divisões, com a primeira de fato blindada e a segunda de infantaria blindada (panzergrenadier).

O Gew. 43 que equipa os atiradores da foto era um fuzil adequado para o tiro de precisão em distâncias de combate e equipado com a luneta Gw ZF4 de ampliação de 4x. Compacta e com visual moderno, ela possuía tambores de elevação e vento, ajustáveis em cliques de meio minuto e com um alcance de 800 metros. Esta luneta era fabricada pelas indústrias Voigtlander, Opticotechna e I.G. Farbenindustrie, e era afixada com um trilho usinado simples com um retém de liberação rápida de mola. A ZF4 possuía uma escala de graduação do retículo.

Como os soviéticos também aprenderam na guerra rápida e urbanizada da Frente Oriental, a arma semi-automática permite o tiro em sucessão contra alvos que aparecem por poucos segundos e logo somem novamente. Esse conhecimento foi usado na criação do fuzil sniper Dragunov. Essa capacidade de tiro rápido em sequência do fuzil semi-automático foi notado pelo às sniper alemão Sepp Allerberger (pseudônimo Franz Kramer) no livro In Auge Des Jägers:

"Ele trocou seu K98k [Mauser ferrolhado] por um Modelo 43 com mira telescópica. Ele também pegou quatro carregadores separados com cartuchos B [explosivos] e colocou mais em seus bolsos. Conforme os russos saltavam de suas posições e atacaram, ele repentinamente se levantou e atirou a uma distância de 50 para 80 metros em seu método comprovado, sempre [atirando] contra a última onda. Com eficiência terrível, suas balas rasgaram abertos os troncos dos russos, despedaçando-os. Cada tiro era um acerto. Os soviéticos estavam completamente surpresos com este fogo de flanco ... o ataque vacilou. Após dez tiros o carregador estava vazio, e Franz inseriu um novo. Os gritos dos feridos eram enervantes para os outros, e eles abortaram o ataque e recuaram."
- Martin Pegler, Out of Nowhere: A History of the Military Sniper, pg. 195.

Usando os mortos de cobertura, ele atirou em mais 32 soviéticos enquanto eles tentavam reformar a unidade. Por sua atuação, Sepp Allerberger foi condecorado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.

Leitura recomendada:


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