sexta-feira, 8 de agosto de 2025
YAKOVLEV YAK-130 MITTEN - Formando os futuros pilotos da Rússia
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,75 (887 km/h);
Velocidade máxima: Mach 0,90 (1050 km/h);
Razão de subida: 3900 m/min.
Potência: 0,68
Carga de asa: 56,6 lb/ft²
Fator de carga: +8/-3 Gs
Taxa de giro: 14º/seg (sustentada)
Razão de rolamento: *220º/s
Alcance: 1600 km
Empuxo: Dois motores Klimov AI-222-25, sem pós combustor, que produzem 2500 kgf de potência cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 11,49m
Envergadura: 9,72m
Altura: 4,76 m
Peso: 4600 kg (Vazio)
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil AIM 9 Sidewinder, R-73, R-550 Magic.
Ar Terra: Bombas FAB M62, Míssil KH-25ML Bomba guiada a laser KAB-500KR , GSH-23 de 23 mm, também em casulo externo, lançadores de foguetes B-8M1 e B-13. Total de cargas externas: 3000 kg.
OBS: O símbolo * significa que o dado é estimado pelo autor.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
Para os leitores mais antigos deste blog, logo perceberão a similaridade do avião que tratarei neste artigo com modelo M-346 Master da empresa Leonardo, italiana.
Uma joint venture entre a empresa russa Yakovlev e a italiana Aermacchi (atualmente Leonardo), começou o desenvolvimento do modelo YAK-130 em 1993, sendo que o primeiro voo deste modelo ocorreu em 1996. Com a parceria desfeita no final de 1999, a Aermacchi desenvolveu o resto do projeto sozinha, criando o M-346, já descrito neste site, enquanto que a Yakovlev, russa, levou até o fim o desenvolvimento de seu YAK-130.
Esse desenvolvimento final separado, entre as duas aeronaves, acabou fazendo com que tivessem desempenho final, também, diferentes. O modelo italiano acabou sendo uma aeronave com uma leve maior potência, devido ao uso de motores mais potentes. Na prática, essa vantagem do italiano é muito pequena, pois ela só permite uma velocidade máxima um pouco mais rápida que a do avião russo.
Foram encomendadas 116 unidades do YAK-130 pela força aérea russa, com o objetivo de substituir os antigos aviões de treinamento Aero Vodochody L-39 Albatros. Além da Rússia, as outras nações que já encomendaram o YAK-130 foram a Argélia, Bangladesh, Bielorrússia, Laos, Mianmar, Irã e Vietnam.
O YAK-130 está propulsado por dois motores Klimov AI-222-25, sem pós combustor, que produzem 2500 kgf de potência cada. Com essa propulsão, pequeno YAK-130, possui uma relação empuxo/ peso de 0,68 e atinge uma velocidade máxima de 1050 km/h. Essa potência é considerada baixa, quando comparada aos caças de combate de primeira linha, mas adequada para uma aeronave de treinamento e ataque leve descompromissada como este avião. É interessante notar que o YAK-130 foi projetado para operar
No campo de manobrabilidade, o YAK-130 acaba chamando a atenção pelo bom desempenho conseguindo puxar curvas de até 8 Gs e manter uma curva sustentada de 14º/seg.
O sistema de controle de voo FBW (Fly By Wire) com redundância quadrupla (há 3 sistemas reservas fora o principal) permite ao YAK-130 simular o comportamento de voo de muitos modelos de caças de 4º geração, como o MIG-29, Su-27 Flanker, F-16, Mirage 2000 ou Rafale, por exemplo, bastando escolher o modelo de avião a ser simulado, no controle de voo dentro da cabine.
O painel de controle conta com três displays multifunção, como na maioria dos aviões de combate de 4º geração, e conta, ainda, com a integração de um capacete HMD/ HMS onde os dados de navegação e do alvo são mostrados, na própria lente do capacete, complementando o visor de navegação e mira acima da cabeça HUD, também disponível no painel. Essa característica facilita, ainda mais, a adaptação dos novos pilotos as aeronaves de combate que pilotarão de forma definitiva em suas carreiras.
Há um sistema de alerta de falhas que informa o piloto através de uma voz gravada, sobre a natureza da falha da aeronave. Este sistema, de origem russa, é fornecido pela AA.S Popov GZA. O YAK-130 usa o barramento padrão de dados MIL STD 1553, ocidental, para facilitar a substituição e integração de sistemas de diversas origens, dando flexibilidade ao cliente que queira sistemas diferentes dos fornecidos pelos russos.
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O Cockpit do piloto do YAK-130 tem o painel de controle com a configuração clássica encontrada em aeronaves de combate de 4º geração como Eurofighter Typhoon, Rafale, ou Super Hornet. |
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Aqui, o painel do copiloto, posicionado atrás do piloto. |
Embora, em, sua versão de treinamento básico, o avião não esteja equipado com um radar, o YAK-130 pode ser equipado com um pequeno radar, caso o cliente assim queira. Embora haja mais de um tipo de radar disponível, graças ao projeto que previu facilidade na instalação de diversos equipamentos, o radar sugerido é o OSA desenvolvido pela NIIP Zhukovsky. Este pequeno radar possui um alcance máximo de 85 km contra alvos do tamanho de caças convencionais (5m2 de RCS), e pode rastrear 8 alvos simultaneamente e engajar 4 deles ao mesmo tempo.
No entanto, outra configuração do YAK-130 pode ser equipado com um sistema ótico laser SOLT-25, para designação de alvos a laser, montado no lugar do radar. este sistema tem alcance aproximado de 9,5 km e é empregado, também, em aeronaves de ataque Sukhoi Su-25 Frogfoot, bastante usadas na guerra de invasão da Rússia contra a Ucrânia, pelos dois lados do conflito.
O YAK-130 está equipado com um sistema de iscas, tipo Chaff e Flare, para despistar mísseis guiados a radar e a infravermelho, respectivamente. Um sistema de guerra eletrônica baseado em um interferidor de radares (Jammer) além de um sistema de alerta de radar (RWR), também está disponível para esta aeronave.
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Na ponta desse YAK-130, está instalado o sistema ótico SOLT-25, para designação de alvos a laser, que direciona bombas e mísseis com sensores para esse tipo de radiação. |
O armamento do YAK-130 fica distribuído por 8 pontos fixos de cargas externas espalhadas no avião, sendo 4 em cada asa Ao todo, este pequeno avião pode transportar até 3000 kg de armamentos ou tanques de combustível externos. Basicamente, a grande maioria do armamento empregada pelo YAK-130 é voltada a missões ar solo. A força aérea russa equipou seus exemplares com o míssil KH-25ML (AS-10 Karen), que possui um alcance máximo de 10 km e seu sistema de guiagem é por sensor passivo a laser. Este míssil pode penetrar até 1 metro de concreto, sendo eficaz contra alvos reforçados. A bomba guiada a laser KAB-500KR também está disponível para o YAK-130.
Bombas de queda livre da família FAB M62 dos modelos de 100, 250, 500 kg com ogivas fragmentação são, também usadas. O YAK-130 usa casulos de foguetes não guiados B-8M1 e B-13 além de pod com um canhão duplo GSH-23 de 23 mm montado em uma posição sob o centro da fuselagem.
Aliás, o barramento MIL STD 1553 usado no YAK-130 permite a fácil integração de armamento ocidental como o míssil ar solo norte americano AGM-65 Maverick, o míssil ar ar AIM-9 Sidewinder e o míssil ar ar francês Magic de curto alcance. O míssil ar ar russo R-73, guiado por infravermelho já está integrado ao modelo em operação na força aérea russa e em operadores estrangeiros.
Como se pode ver, o YAK-130 representa uma interessante solução, tanto para o treinamento de pilotos novatos, quanto para a necessidade de uma aeronave de combate leve de apoio que tenha baixo custo de aquisição e operação, capaz de, com a estratégia correta, multiplicar a força de combate das aeronaves de primeira linha em caso de guerra, principalmente, em se tratando de conflitos de baixa e média intensidade.
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A Força Aérea da Rússia possui pouco mais de 115 exemplares do YAK-130. |
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terça-feira, 22 de julho de 2025
Direito Romano, Ditadura e o Brasil
Da página História militar e Estratégia, no Twitter, em 22 de julho de 2025.
Como a República Romana aponta para o prosseguimento da escalada autoritária do Judiciário brasileiro.
Hoje, Roma é frequentemente lembrada como um Império. Contudo, antes de César Augusto, o 1º Imperador de Roma, a cidade já era capital do poder dominante no Mediterrâneo.
Com efeito, entre 509 e 27 a.C. Roma foi uma república com instituições peculiares, muitas das quais influenciaram o Ocidente e seguem sendo replicadas ao redor do mundo.
Mas o que isso tem a ver com o Brasil de 2025?
Para este ensaio, nos ateremos ao caráter monárquico da SPQR, nome oficial da República Romana (Senatus Populusque Romanus, ou O Senado e o Povo de Roma).
Esse caráter monárquico estava investido em seus dois principais magistrados, os Cônsules.
Estes eram eleitos pela Assembleia Popular, que funcionava como uma espécie de Câmara Baixa do Legislativo romano e tinham mandatos fixos de um ano, além de poder de veto sobre as decisões do outro Cônsul.
Contudo, os Cônsules deviam atuar em estrita obediência à Lei e, em casos excepcionais, não detinham os meios necessários à resolução de um determinado problema, como guerra civil, invasão externa ou revoltas nas províncias.
Existiam dois meios para isso:
- Senatus consultum ultimum
Este decreto consistia em uma declaração formal de apoio para que os cônsules ou outro oficial romano ignorassem a Lei (que continuava em vigor) a fim de resolver uma ameaça à segurança do Estado.
Os cônsules precisavam responder por seus atos após a resolução do conflito em questão e poderiam ser processados por qualquer cidadão romano que se achasse prejudicado. Deviam, inclusive, responder como simples cidadãos, recebendo o apoio do Senado apenas caso suas ações fossem consideradas justificadas pelos senadores.
Repare que, embora o magistrado tivesse o apoio do Senado na execução das medidas, se abusasse da autoridade de forma injustificada, corria o risco de ser condenado. Desnecessário dizer que isso forçava a autolimitação do poder concedido emergencialmente.
- Dictator
Ditador já era um cargo formal na República romana, dotado de autoridade suprema e por tempo delimitado (geralmente limitado a seis meses). Ele ficava acima dos Cônsules e estava sujeito apenas a uma supervisão limitada do Senado durante seu mandato.
Ao contrário do item anterior, o ditador detinha poderes amplos que se estendiam a todo o mundo romano.
Porém, era esperado que ele renunciasse a seu cargo assim que a ameaça fosse eliminada e seu julgamento após a renúncia era menos comum.
Mas e o Brasil, onde entra nessa história?
Todo esse apanhado histórico foi para, finalmente, chegarmos ao Brasil e a situação atual da República.
Foi amplamente defendido na mídia e até mesmo alguns atores políticos que o Brasil enfrentou (ou ainda enfrenta) uma situação de emergência, com o Estado sob ameaça, desde 2019.
Foi a partir de então que começou a expansão sistemática dos poderes judiciários, com muitas ações não respaldadas por precedentes do próprio Poder Judiciário nem previstas na legislação brasileira.
Seu herdeiro foi Augusto, o último líder da República de Roma — e o seu primeiro Imperador.
domingo, 29 de junho de 2025
CLASSE MOGAMI. O amadurecimento da indústria naval japonesa.
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Classe Mogami |
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata Multimissão.
Tripulação: 90 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2022.
Deslocamento: 5500 toneladas (Carregada)
Comprimento: 132,5 mts.
Boca: 16,3 mts.
Propulsão: CODAG (Combinação diesel e gás) com uma turbina a gás Rolls-Royce MT30 e dois motores a diesel MAN V28/33DD STC que produzem 70000 hps, juntos.
Velocidade: 30 nós (55 km/h)
Alcance: 6000 milhas náuticas (11100 Km)
Sensores: Radar AESA multifunção OPY-2 com 320 km de alcance (contra alvos aéreos), Sistema de busca e vigilância eletro ótico OAX-3(EO/IR), Sonar de profundidade variável OQQ-25 VDS com alcance de detecção máximo de 44,4 km, Sonar rebocado OQQ-25 TASS com alcance de 129 km, Sonar de caça minas OQQ-11.
Armamento: Um canhão MK-45 Mod 4 em calibre 127 mm; 2 lançadores quádruplos para mísseis antinavio Type 17; Um lançador vertical MK-41 para 16 mísseis antiaéreos Type 23 de médio alcance ou RIM-162 ESSM; Um lançador SeaRAM com 11 mísseis antiaéreos RIM-116 de curto alcance para defesa de ponto. Dois lançadores triplos de torpedos leves Type 12
Aeronaves: Um helicóptero SH-60J Seahawk.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior com apoio do material do Site Plano Brasil
O Japão possui uma longa tradição de sua marinha, onde numerosos navios, e de grande capacidade, serviram durante sua história. Mesmo sendo um país com um posicionamento pacifico, adotado depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão ainda tem conflitos tensos com sua "vizinhança".
Desde o fim da daquela guerra, as ilhas Curilas do Sul (também conhecidas como Territórios do Norte pelo Japão), foram invadidas pela Rússia que, simplesmente, se recusa a devolver o território ao Japão até os dias atuais. Por outro lado, a China, outra grande potencia militar, reivindica as ilhas de Senkaku, conhecidas na China como Ilhas Diaoyu, levando os chineses a se aproximar com navios de guerra e aeronaves militares de tempos em tempos, gerando reações japonesas que enviam aeronaves de combate e navios de guerra para interceptar estas ações chinesas. Ainda, há o risco de uma guerra na península coreana, com a Coreia do Norte, sempre ameaçando as forças sul coreanas e japonesas na região.
Com essa histórico todo, o Japão mantem uma forte capacidade de combate no ar, em terra e no mar.
Com uma grande frota de navios de guerra de médio e grande porte, sendo que muitos estão envelhecendo e já caindo na obsolescência.
O Ministério da Defesa do Japão (MoD), em 2015, alocou fundos para analisar a construção de um novo navio de guerra que fosse compacto e que fosse equipado com novos sistemas de radar e capacidades multifuncionais adicionais, e que, ainda por cima, fosse de custo mais baixo e de fácil construção. Em agosto de 2017 a empresa Mitsubishi Heavy Industries (MHI), foi contratada para liderar o programa para desenvolvimento e construção de uma moderna fragata, com a subcontratada Mitsui Engineering and Shipbuilding, para fornecer 22 novos navios de guerra que substituirão oito velhos destroieres da classe Asagiri e seis navios da classe Abukuma, ambos projetos da década de 80 do século passado.
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Os destroieres da classe Asagiri (na foto, o Umigiri DD108), devido a sua obsolescência, começaram a ceder lugar para as novas fragatas da classe Mogami. |
O novo navio foi batizado de Classe Mogami, e a partir daqui, vou descrever suas capacidades e características, que estão permitindo à Marinha do Japão, modernizar sua capacidade de combate frente aos enormes avanços tecnológicos que seus adversários, notadamente a China tem colocado em campo.
Quando se vê a Mogami, a primeira coisa que salta à vista é seu desenho limpo e com aplicação de muitas técnicas de redução de sua assinatura de radar. O navio possui um deslocamento máximo de 5500 toneladas, seu comprimento é de quase 133 metros, e a boca (largura máxima) de 16 metros. Esse porte permite que se possa instalar uma razoável quantidade e variedade de tipos de armamentos e sensores, garantindo que a capacidade de combate seja efetiva dentro do cenário em que o Japão precisa empregar esse navio.
Sua propulsão é do tipo CODAG (Combinação diesel e gás), bastante comum e muito eficiente para um navio de guerra desse porte. A configuração do sistema propulsor é composto por uma única turbina a gás Rolls-Royce MT30 e dois motores MAN Diesel V28/33DD STC, movimentando duas hélices que entregam até 70000 hp, levando a Mogami a atingir velocidades superiores a 30 nós (cerca de 55,5 km/h). Seu alcance é de 11100 km (6000 mn), o que também pode ser classificado como ótimo para uma fragata. Esse desempenho a permite participar de grandes grupos de batalha em qualquer ponto do globo.
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A Mogami possui desempenho adequado para emprego em grandes grupos de batalha, podendo acompanhar estes grupos em qualquer ponto do planeta. |
O sensor principal do Mogami é o radar multifuncional OPY-2, de varredura eletrônica ativa (AESA) e que faz uso da tecnologia de construção com nitreto de gálio e que lhe permite um desempenho de busca contra alvos aéreos de até 320 km, (alvos do tamanho de um bombardeiro). Além disso, o radar pode ser empregado em busca de superfície, simultaneamente em quem busca alvos aéreos. Além disso, também tem um modo que permite detectar um mastro de submarino que esteja navegando submerso, próximo da superfície. Complementando essa capacidade, a Mogami conta com o sensor eletro-óptico/infravermelho OAX-3, que oferece maior precisão na identificação de ameaças em diferentes condições climáticas e de luminosidade.
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O equipamento acima é o sensor OAX-3 que fornece busca e vigilância por imageamento eletro-óptico, complementando as capacidade de busca ativa do radar OPY-2. |
Devido à sua finalidade multimissão, as fragatas contam com o sonar de profundidade variável (VDS) sistema de sonar rebocado (TASS) NEC OQQ-25 para guerra antissubmarino (ASW) e um sonar antiminas OQQ-11, fabricado pela Hitachi e que é montado no casco.
As embarcações também contam com o sistema de gerenciamento de combate OYQ-1 e o sistema de exibição/processamento de informações OYX-1-29.
Todos os sistemas de antenas e links de dados táticos são armazenados no mastro de integração UNICORN NORA-50 (UNIted COnbined Radio aNtenna), uma estrutura que centraliza as comunicações e reduz a interferência eletromagnética, contribuindo para a furtividade e eficiência operacional do navio.
As fragatas da classe Mogami estão equipadas com avançados sistemas de guerra eletrônica, incorporando tecnologias de última geração para defesa e operações táticas. Os navios em serviço, bem como aqueles que serão comissionados em breve, contam com o sistema NOLQ-3E, que integra capacidades de guerra eletrônica passiva e ataque eletrônico, permitindo a detecção e interferência em sinais de radar inimigos. Além disso, possuem um lançador de contramedidas do tipo chaff, utilizado para dispersar refletores metálicos e desviar mísseis antinavio guiados por radar, durante ataques.
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Uma das características mais interessantes das fragatas da classe Mogami, é a redução de sua tripulação, conseguida pelo grande nível de automação dos seus sistemas. |
A capacidade de combate da Mogami conta com um canhão MK-45 Mod 4 em calibre 127 mm, armamento comum em navios maiores como destroieres e cruzadores. Este canhão, multipropósito, consegue atingir um alvo à distancia de até 37 km e ainda, tem uma cadencia de 20 tiros por minuto.
Embora alguns navios da classe Mogami, ainda não tenham recebido seus lançadores verticais MK-41 para mísseis (as primeiras embarcações da classe), o armamento está para ser instalado. Trata-se de uma versão com 16 células de lançamento que podem receber diversos tipos de mísseis, sendo mais provável que receba misseis anti aéreos de médio alcance RIM-162 ESSM ou, mesmo, o novo míssil antiaéreo Type 23, versão navalisada do míssil de médio alcance japonês Chu SAM Kai, baseado em laçadores moveis terrestres. O ESSM é um míssil antiaéreo cuja capacidade de interceptar até mesmo, mísseis antinavio supersônicos é bastante importante, considerando os prováveis adversários do Japão, como China, Rússia ou Coreia do Norte. O alcance do ESSM é de 50 km e seu guiamento se dá por radar semiativo na versão Block 1 e radar atyivoi na versão Block 2. Já o míssil Type 23, tem o sistema de guiagem por radar ativo, e seu alcance está na mesma faixa dos 50 km do modelo ESSM. É interessante observar que o Type 23 é um míssil um pouco mais largo que o ESSM, e por isso, só pode ser instalado um em cada célula do sistema MK-41, enquanto que o ESSM são 4 unidades por cada célula do lançador.
Para atacar navios inimigos, foi instalado dois lançadores quádruplos para mísseis Type-17, com alcance de 400 km. Este míssil usa um radar de varredura eletrônica ativa AESA miniaturizado como seu sistema de guiagem terminal. A guiagem inicial se dá por sistema INS e GPS, e na fase final, o radar a bordo do míssil é ativado e faz a busca pelo alvo.
Para atacar submarinos, há dois tubos triplos HOS-303 para torpedos leves Type 97, que são otimizados para lidar contra submarinos que estejam submersos em profundidades elevadas.
Já, para defesa antiaérea de ponto (e anti míssil), é empregado um lançador SeaRAM com 11 mísseis antiaéreos RIM-116 de curto alcance. Estes mísseis são guiados por infravermelho, por radio frequência, de forma passiva, ou uma combinação dos dois sistemas quando operando em modo dual de busca. O alcance máximo do míssil RIM-116 é de 9 km.
Também foi instalado duas metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7x99 mm (.50 BMG) em estações de operação remota.
Por ultimo, foi construído um hangar para operação de um helicóptero anti submarino e de busca SH-60L Sea Hawk, capaz de fazer busca por submarinos com sonares e atacá-los com torpedos leves Type-57 ou MK-46.
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Os navios da classe Mogami possuem um heliponto e um hangar na popa para operar e manutenir um helicópteros antissubmarino SH-60L Sea Hawk. |
O Mogami foi projetado com uma configuração abrangente de sistemas autônomos com objetivo de reduzir sua tripulação para 90 marinheiros, em comparação a um numero que varia de cerca de 130 até 190 tripulantes em navios desse porte e tipo. Isso é particularmente importante para o Japão que tem experimentado uma significativa dificuldade de recrutar novos marinheiros devido a sua baixa taxa de natalidade que se arrasta há décadas.
Esses navios, trazem uma capacidade equilibrada para lidar com ameaças antiaéreas, antinavio e antissubmarino, à um custo operacional bem menor que os custos dos grandes destroieres japoneses, permitindo aumentar a quantidades de meios de combate de superfície de forma eficiente com um navio moderno.
Uma versão bastante melhorada do Mogami, hora identificada como "Upgraded Mogami", com maior deslocamento, e dimensões está em construção, com duas unidades encomendadas e que devem ser comissionadas por volta de 2028, vai aumentar, bem, a capacidade de combate da classe e poderá, dependendo da disponibilidade de recursos, se tornar a versão definitiva, com novos lotes encomendados para a próxima década.
sábado, 28 de junho de 2025
DICA DE LIVRO! BOEING E-3 SENTRY - AUTOR: SERGIO SANTANA - EDITORA CRÉCY PUBLISHING
O escritor Sérgio Santana, escreveu um novo livro sobre o o famoso avião de alerta aéreo antecipado Boeing E-3 Sentry para a série "Famous American Aircraft", da editora britânica Crécy Publishing.
Seus conhecimentos e pesquisa, trazem detalhes da história de serviço, assim como a origem desta icônica aeronave.
Pré venda já aberta no site da editora: https://crecy.co.uk/product/boeing-e-3-sentry
terça-feira, 29 de abril de 2025
SAKO AK-24 O novo fuzil de assalto do Exército sueco
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Aimpoint Comp M5 e miras de ferro Magpul montadas no trilho picatinny.
Peso (vazio): 3,2 kg
Sistema de operação: A gás com pistão de curso curto com trancamento rotativo do ferrolho.
Calibre: 5,56 x 45 mm e 7,62x51 mm (AK-25)
Capacidade: 30 munições.
Comprimento Total: 71,5 cm (coronha rebatida); 80 cm com (coronha estendida).
Comprimento do Cano: 11,5 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 810 m/seg.
Cadência de tiro: 850 tiros/ min.
Por Carlos Junior
A Suécia participou do desenvolvimento de novas armas para DMR (designated marksman rifle) e de um fuzil de assalto para o Exército finlandês desenvolvido pela empresa SAKO, hoje parte da Beretta, e que foi denominado M-23. Na pratica, o M-23 é baseado na plataforma AR-10 e AR-15, sendo que, diferentemente dos modelos originais dessas plataforma, a SAKO seguiu a "receita" das melhores versões dessa familia no mundo, atualmente. Assim, como no alemão Heckler & Koch HK-416, FN SCAR, CZ BREN 802, etc, o M-23 apresentou o sistema de aproveitamento de gases e pistão de recuo curto, que garante funcionamento mais confiável e relativamente limpo de resíduos da queima do propelente das munições.
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Fuzil SAKO M-23 KIV-23, em calibre 7,62x51 mm para DMR (atirador designado) do Exército finlandês. |
O M-23 está sendo fabricado em calibre 7,62x51 mm (KIV-23 para DMR, TKIV-23 para Sniper e AK-25 que é o fuzil de batalha para forças suecas) e no calibre 5,56x45 mm (M-23 exército finlandês e AK-24 exército sueco)
A FMV (Administração sueca de material de defesa) e o Exército sueco, no intento de substituir os já antigos fuzis AK-5. solicitaram, então, uma versão do M-23, e o nomeou como AK-24 com algumas características especiais da arma, como por exemplo, o acabamento em Cerakote HIR-601 - Swedish Flat Dark Earth (Uma variação do tan, só que pouco mais escuro), o cano mais curto, tendo 11,5 polegadas (292 mm), uma peça de limitador de batente, montado embaixo, e no fim do guarda mão a fim de evitar acidentes com a mão do operador em uma arma com cano tão curto. O AK-24 usa munição 5,56x45 mm, como o AK-5 que será substituído, e também com carregadores de 30 munições.
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Fuzil AK-5, em uso desde 1985 e que, já se apresentava "cansado" nas mãos da infantaria sueca. |
Peças como a coronha telescópica CTR, a empunhadura K2, carregador e o guarda mão, são da empresa norte americana Magpul, a mira ótica é sueca, Aimpoint Comp M5 com um ponto vermelho de 2 MOA - conhecido pelo Exército Sueco como “Rödpunktsikte 18 EHV B”, com miras de ferro de reserva Magpul.
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O novo fuzil SAKO AK-24 traz um amalgama das melhores características já desenvolvidas na plataforma AR e o coloca como um produto premium dentro do mercado de fuzis de assalto. |
O Exército sueco, recebeu um primeiro lote este ano de 2025, logo em janeiro e deve receber mais 15000 unidades ainda este ano. Ao todo, foram encomendados 37000 fuzis, podendo ser aumentado isso, considerando o incremento das forças armadas suecas dentro de um contexto de sua participação na OTAN.
Com a guerra na Ucrânia contra os invasores russos, e o recorrente comportamento agressivo do governo russo frente aos países ocidentais, a modernização das forças armadas suecas, assim como a da maioria dos países europeus, se tornou uma corrida contra o tempo e uma questão de sobrevivência.
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