domingo, 19 de janeiro de 2020

PERFIL: Khalid Bin Sultan Bin Abdulaziz Al Saud, príncipe Khalid bin Sultan, Arábia Saudita

Tenente-General Khalid Bin Sultan Bin Abdulaziz Al Saud, comandante das Forças Conjuntas na Arábia Saudita, discute as condições para um cessar-fogo com os generais iraquianos durante a Operação Tempestade do Deserto, em 1991. Atrás do General Khaled está o General H. Norman Schwarzkopf, comandante-em-chefe do Comando Central dos Estados Unidos.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 19 de janeiro de 2020.

Khalid bin Sultan foi cadete na Academia Militar de Sandhurst, na Inglaterra, de 1967 a 1968, "cumprindo assim um sonho de adolescente". Ele
 se voluntariou para servir nas forças especiais mas foi colocado no comando de um pelotão de artilharia na província de Tabuk, com a perspectiva de ser destacado na função de compras e aquisições militares, para onde foi remanejado tempos depois. Essa posição de importância é conhecida pelos "favorecimentos" com relação às compras de material militar. 

Pensando na defesa antiaérea saudita, o príncipe Khalid criou as Forças de Defesa Aérea independente do Exército em 1981; sendo o seu primeiro comandante. A Força conta atualmente com cerca de 16 mil homens.

Ele também é formado na Escola de Comando e Estado-Maior do Fort Leavenworth (Command and General Staff College, CGSC), e na Escola de Guerra Aérea (Air War College, AWC), ambas nos Estados Unidos.


Emblema das Forças de Defesa Aérea sauditas.

Na década de 1980, o príncipe Khalid bin Sultan, então comandante da Força de Defesa Aérea, foi à China comprar mísseis DF-3 (Dong Feng 3, Vento Oriental 3), o primeiro míssil guiado saudita, criando assim a Força de Mísseis Estratégicos - hoje com 2.500 homens. Por seu papel na criação da Força de Mísseis Estratégicos, Khalid bin Sultan recebeu o apelido de "O Pai dos Mísseis da Arábia Saudita".

Quando o Iraque invadiu o Kuwait, em 1990, o príncipe Khalid foi nomeado comandante das forças conjuntas árabes da Coalização, sua posição mais conhecida, e destacado com uma responsabilidade fictícia equivalente àquela do General Schwarzkopf. Esta sinecura foi narrada pelo General Khalid escreveu um livro em 1995 sobre a sua atuação na Guerra do Golfo, Desert Warrior: A Personal View of the Gulf War by the Joint Forces Commander (Guerreiro do Deserto: A visão pessoal da Guerra do Golfo pelo Comandante das Forças Conjuntas); o primeiro livro escrito por um membro da família real saudita.


Desert Warrior é um relato interessante do universo saudita. Logo de cara percebemos que a visão do príncipe Khalid sobre o que é um "Guerreiro" é bem diferente da visão ocidental: ele se vangloria da sua ilusória importância na Coalizão, de vestir um uniforme militar e viajar dentro de uma Mercedes com ar condicionado, como um playboy, sendo acompanhado por uma equipe de filmagem para auto-promoção enquanto suas tropas suavam em trincheiras no deserto. O Príncipe também fala orgulhosamente sobre a importância de ter nascido na família Saud e dos méritos do nepotismo saudita na escolha de membros da família real para posições importantes independente do mérito profissional. Khalid jamais visitou as linhas de frente, pois ele era "importante demais para se arriscar". 

Ele também tenta pintar uma paridade de importância decisória com Schwarzkopf, com quem teve uma relação tempestuosa, e qualifica a contribuição saudita como "massiva". Em uma das muitas gritarias entre ele e "Storming Norman", o general americano gritou "Devo tratá-lo como general ou como príncipe?", "Ambos!" respondeu Khalid no mesmo tom. Orgulhoso e egocêntrico, o príncipe-general evitou todo tipo de demonstração de subordinação aos americanos, assegurando, por exemplo, que ele sempre tivesse o mesmo número de guarda-costas que Schwarzkopf.

Avibras ASTROS-II SS-30 do Exército Saudito em demonstração durante a Operação Escudo no Deserto, 1990.

Khaled tem muito a dizer sobre a natureza da coalizão contra Saddam Hussein e as peculiaridades de vários contingentes (por exemplo, a atitude de superioridade das tropas francesas) e reclama que o acordo de paz era fraco, sem um documento formal de rendição "que [...] poderia ter ajudado a remover Saddam". A narrativa de um garoto mimado de humor sardônico dá uma visão inédita sobre o universo real saudita. 

Após a guerra, Khalid foi promovido a Marechal-de-Campo pelo Rei Fahd, seu tio, e foi para a reserva em 1991 - dedicando-se a negócios pessoais. Apenas quatro anos depois, o Rei Fahd sofreu um derrame, deixando seu meio-irmão Adbullah como o governante de fato; com sua idade avançada (70 anos) a questão da sucessão real em uma monarquia de 5 mil príncipes afetou a eterna briga por trás das cortinas na corte saudita. De um lado, Abdullah comandando a prestigiosa Guarda Nacional, cuja missão é defender a Casa Real como uma guarda pretoriana e recrutada majoritariamente nas leais tribos beduínas. Do outro, Sultan bin Abdulaziz, Ministro da Defesa, comandando o exército, majoritariamente composto por homens de origem urbana. Sultan reconvocou Khalid, seu filho, para a função de Vice-Ministro da Defesa, em janeiro de 2001, de modo a garantir que as forças armadas permanecessem do lado da família do príncipe Sultan.

Khalid bin Sultan é filho do ex-Ministro da Defesa saudita príncipe Sultan bin Abdulaziz Al Saud, ambos da família real saudita.

Em 2007, os sauditas compraram o míssil de alcance médio Dong-Feng 21 (DF-21) secretamente da China vermelha. O DF-21 foi projetado para carregar armas nucleares, sendo impreciso como arma convencional (o que tornou os DF-3 sauditas inúteis contra os Scuds iraquianos em 1991). Em abril de 2013, Khalid visitou a China novamente e encontrou com o Presidente Xi Jinping e o Ministro da Defesa Chang Wanquan. A aquisição dos mísseis DF-21 só veio a público em janeiro de 2014, por meio de uma matéria da Newsweek dizendo que a CIA aprovou a compra contanto que os mísseis fossem modificados para não serem capazes de carregar cargas nucleares. Em setembro de 2014, Riad anunciou a compra de mísseis balísticos DF-21A chineses (chamados CSS-5 pela OTAN) para a defesa de Meca e Medina contra o Irã.

Em novembro de 2009, Khalid bin Sultan liderou uma intervenção militar saudita no Iêmen, depois que uma patrulha de fronteira saudita foi emboscada por rebeldes houthis, do lado saudita da fronteira, em 3 de novembro, com a morte de 1 soldado e ferindo outros 11 - com um segundo soldado morrendo depois. Os sauditas responderam com ataques aéreos ao território iemenita e mobilização de tropas na fronteira.

Em 8 de novembro, a Arábia Saudita confirmou que havia entrado na briga, alegando ter "recuperado o controle" da montanha Jabal al-Dukhan dos rebeldes. Por volta dessa época, comandos jordanianos, que haviam chegado aos campos sauditas alguns dias antes, apoiaram as forças sauditas nos esforços para tomar a montanha Al-Dukhan; com baixas em ambos os lados. A Arábia Saudita formou uma coalizão árabe e ocupou o Iêmen com quase 200 mil homens, além de um forte contingente dos Emirados Árabes Unidos a partir de 2015.

Tropas sauditas no Iêmen, 2016.

A campanha foi conduzida de forma desajeitada, trazendo fortes críticas a Khalid. O Rei Abdullah não ficou nada satisfeito com a sua liderança, quando as tropas sauditas se mostraram incapazes de rapidamente desalojarem os rebeldes houthis iemenitas de território saudita ocupado por eles no final de 2009. O Rei Abdullah expressou especificamente suas preocupações com a longa duração do conflito, grande número de baixas e incompetência saudita. 

Khalid era cotado para a sucessão de seu pai, falecido em 2011, como Ministro da Defesa. Mas dada sua ineficiência na operação no Iêmen, uma nova viagem à China com mais compras militares vultosas, e a decisão de firmar um acordo multi-bilionário de 84 Boeing F-15 que a Arábia Saudita comprou em 2010, fizeram com que Khalid fosse apontado como Vice-Ministro da Defesa em novembro de 2011. Seu mandato durou até 20 de abril de 2013, quando foi substituído por Fahd bin Abdullah, outro membro da família real. Tradicionalmente, a decisão de dispensa segue "com base em seu pedido", mas a ordem real emitida dispensando Khalid bin Sultan do cargo não incluía esta frase.

Bibliografia recomendada:

A FN lança o Fuzil de Precisão SCAR 20S em 6,5mm Creedmoor

FN SCAR 20S 6,5mm


Do site Tactical Life, 15 de janeiro de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 19 de janeiro de 2020.

Agora calibrado em 6,5mm e disponível em preto fosco, o fuzil de precisão FN SCAR 20S adiciona mais opções e versatilidade para os fuzis de longo alcance.

A FN America anunciou recentemente seu mais novo fuzil de precisão SCAR 20S, agora em 6,5mm Creedmoor. A nova calibragem também acompanha novas opções de cores, incluindo preto fosco, juntamente com o bege cor de terra (Flat Dark Earth, FDE) exclusivo da empresa.

O fuzil calibrado em  6,5mm Creedmoor apresentará um cano de 20 polegadas e de torção (passo) à direita de 1:8 polegadas com o dispositivo de boca SureFire ProComp 762. O cano é fabricado com aço de metralhadora patenteado da FN e é forjado por martelo a frio e cromado para maior vida útil.


Como o FN SCAR 20S 7.62mm, o fuzil possui uma caixa da culatra monolítica estendida com amplo espaço para montar miras óticas. Um gatilho Geissele Super SCAR oferece uma tração da resistência do gatilho de 4 libras. Uma coronha de precisão FN MK 20 SSR ajusta o comprimento e altura, enquanto uma empunhadura Hogue completa os recursos. Tanto o 20S em 7.62mm quanto aquele em 6.5mm Creedmoor aceitam os carregadores 17s de 10 ou 20 tiros.

FN SCAR 20S 6,5mm na cor FDE


A munição 6,5mm Creedmoor conquistou o mercado de tiro de longo alcance com sua eficiência aumentada, recuo reduzido, disponibilidade e preço de munição de alta qualidade, combinada com um desenho de cartucho que é inerentemente preciso. A FN prototipou o cartucho 6,5 Creedmoor pela primeira vez no FN MK 20 SSR, ou fuzil de apoio sniper, quando o USSOCOM anunciou planos no ano passado para explorar o cartucho para adoção futura.

Para mais informações, visite fnamerica.com. (https://fnamerica.com/products/fn-scar-series/fn-scar-20s-6-5cm-fde/)

FN SCAR 20S 6,5mm

Especificações do FN SCAR 20S 6,5 CM (Creedmoor)
- Calibre: 6,5mm Creedmoor
- Comprimento total do cano: 20 libras (50,8cm)
- Taxa de torção: 1:8" à direita
- Material do cano: aço de liga, forjado a martelo, cromado
- Dispositivo de boca: SureFire ProComp 762
- Miras: Nenhuma
- Coronha: Precisão SSR, ajustável para LOP, telha da coronha
- Guarda-mão: Trilhos M1913 às 3, 6 e 9 horas
- Peso total: 11,5 libras (5,2kg)
- Comprimento total: 41,125-43 polegadas (104,4-109,2cm)
- Largura: 2,73 polegadas (7cm)
- Altura: 8,03 polegadas/20cm (com carregador)
- Comprimento de Tração: 13.125-15 polegadas (33,3-38cm)
- Carregador: 10 tiros
- Gatilho: Super SCAR de duas etapas Geissele de 3,5 a 4,5 libras (1,6kg-2kg)
- Preço do Vendedor: US$4.499

VÍDEO - F-16C do grupe Viper em uma demonstração fantástica em RIAT-2019



A Batalha pelo Aeroporto de Donetsk - A história por dentro


Por Eric SOF, Spec Ops Magazine, 18 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 18 de janeiro de 2020.

A batalha pelo aeroporto de Donetsk foi uma das mais sangrentas da curta guerra ucraniana. A principal diferença entre essa batalha e batalhas semelhantes ao redor do mundo na última década foi no ponto em que o tiroteio direto foi orquestrado entre as forças especiais ucranianas e as forças especiais rebeldes. As forças ucranianas foram apoiadas, treinadas e equipadas por seus aliados ocidentais, enquanto as forças rebeldes foram apoiadas por seus aliados orientais.

Na verdade, foi um tiroteio direto entre dois poderes taticamente orquestrados diferentemente. A batalha teve duas fases, descritas como a Primeira Batalha do Aeroporto de Donetsk e a Segunda Batalha do Aeroporto de Donetsk. Em 2015, uma revista SOF publicou uma entrevista com um paraquedista ucraniano que revelou a história interna da batalha pelo aeroporto de Donetsk. O paraquedista se chama Sergei e, nas próximas linhas, você pode ler as opiniões dele sobre o conflito ucraniano e a Batalha do Aeroporto de Donetsk.

Sua Formação

Tenho 22 anos e sou estudante da Universidade Nacional de Cherkasy. Eu servi nas tropas paraquedistas ucranianas em uma companhia de reconhecimento e participei de exercícios internacionais, durante os quais fiz muitos amigos do Exército dos Estados Unidos. Depois de servir, trabalhei nos negócios da família em Cherkasy e estudei na Universidade antes do estouro da guerra. Mas em agosto, fui mobilizada em minha unidade.

A Batalha pelo Aeroporto de Donetsk

Duas semanas antes de nossa chegada, terroristas pró-russos fizeram uma operação para capturar o novo terminal quando o antigo terminal começou a queimar. Os terroristas pró-russos destruíram todos os tanques do governo, prédios próximos e começaram a limpar o novo terminal. As tropas ucranianas dentro do prédio tiveram que deixar suas posições. Então, uma companhia da nossa unidade, a 95ª Brigada Aeromóvel, teve a missão de lançar um contra-ataque contra os terroristas. Após a operação, as forças ucranianas tinham o 1º e o 2º andares sob controle. Dez separatistas estavam no terceiro andar e às vezes lançavam granadas perto da minha posição. O porão também estava sob controle terrorista.

A Batalha pelo Aeroporto de Donetsk.
(Al Jazeera)

Em suma, sob o controle das tropas do governo estavam o antigo terminal e o novo terminal. Eu estava no novo terminal. Nossa missão era manter posições de tiro naquele terminal. Nossos grupos estavam cercados por inimigos. No novo terminal, o 1º e o 2º andares estavam sob nosso controle, enquanto o subsolo e o 3º andar estavam sob controle separatista pró-russo.

Um dia, dirigiram-se a nós através da pista trazidos por veículos de combate de infantaria na velocidade máxima à noite. Nossos grupos consistiam de paraquedistas, forças especiais e grupos de reconhecimento. Eles atiraram em nossas posições com RPGs, AKs, metralhadoras, artilharia de mísseis e morteiros, mísseis anti-tanque, lança-granadas automáticos, tanques. O maior problema foram os snipers.


Eu estive no novo terminal por nove dias. Agora estou em Slavyansk, e todos os novos terminais estão agora sob o controle das tropas do governo...

Os Snipers Inimigos

Os separatistas pró-russos tinham muitos snipers, que atiravam de direções diferentes. Às vezes, eu via um "raio de sol" da ótica da luneta na parede quando o sol estava em frente de suas posições. O alcance deles até nós era de aproximadamente 1.000 metros. Não tínhamos contra-snipers com nosso grupo no prédio. Seus snipers mataram apenas dois soldados de um tanque, que foi explodido em uma pista de pouso. Nossas tropas eram muito profissionais e cuidadosas dentro do prédio, mas as balas dos atiradores voavam muito perto de nós...

Seu Treinamento

Participei de exercícios internacionais na Ucrânia. Eles duraram 2 semanas. Os instrutores nos ensinaram sobre suas táticas de combate. Os oficiais compartilharam suas experiências e habilidades de combate obtidas no Afeganistão. E como trabalhar no posto de controle.

Que tipos de armas e equipamentos você tinha?

Em nossa companhia, tínhamos AK-74, AKMS, metralhadora PKM Kalashnikov, SPG-9, RPG-7, fuzil sniper SVD e AGS-17 (lança-granadas automático). Todos esses tipos de armas nós tínhamos no aeroporto... e também tínhamos três veículos de combate de infantaria com metralhadoras 14,5mm, um outro nós perdemos na batalha antes do aeroporto.

Mapa do aeroporto de Donetsk durante o conflito (Foto: XY)

As posições dos nossos morteiros e artilharia reativa a aproximadamente 3-5km do aeroporto. A artilharia era a coisa mais importante na defesa do aeroporto.

Uniforme... você já viu que todo mundo tem um uniforme, colete à prova de balas, capacete, óculos balísticos, botas personalizados. Não temos o mesmo uniforme porque civis (que querem ajudar o exército) e voluntários compram munição e equipamento para os soldados (e eles compram essas coisas em diferentes lojas e países).

Por exemplo, tenho um capacete de kevlar da Itália, um colete à prova de balas da Alemanha, óculos da Inglaterra, um pacote de primeiros socorros de Israel, botas da Alemanha e uniforme ucraniano.

As armas mais pesadas

Tínhamos RPG-7, RPG-18, RPG-22, RPG-6, mísseis anti-tanque “Fagot” [AT-4 Spigot] e “Kombat” [AT-14 Spriggan], СПГ-9 [SPG-9] no terminal... mas havia um grande problema para disparar com esse tipo de arma de dentro do prédio... e o alcance do terminal para os tanques inimigos era aproximadamente 1.000 metros. Mas nossa artilharia foi a melhor arma anti-tanque no aeroporto.

As visões e opiniões expressas neste artigo são aquelas do soldado entrevistado e não refletem necessariamente aquelas do Warfare Blog.

sábado, 18 de janeiro de 2020

FOTO: Paraquedistas sérvios

Paraquedistas sérvios em ordem de salto.

Invasão Spetsnaz em um orfanato russo


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 18 de janeiro de 2020.

Forças Especiais russas, Spetsnaz, tomaram de assalto um dos orfanatos da Rússia para... desejar às crianças um feliz natal, distribuir presentes e até mesmo participar de cantigas natalinas com as crianças. As fotos são do Ministério do Interior da Federação Russa.

Uma unidade policial local no Distrito Autônomo de Yamalo-Nenets compartilhou fotos do evento: cinco operadores Spetsnaz caminhando pelo orfanato de uniforme completo, usando máscaras, coletes à prova de balas e chapéus de Papai Noel interagiram com as crianças e aparecem uma uma roda de ciranda em uma das fotos.



O Natal russo é comemorado segundo o calendário Juliano da Igreja Ortodoxa Russa no dia 25 de dezembro que, no calendário Gregoriano, cai no dia 7 de janeiro - data da publicação das fotos no Twitter. 

Os usuários de modo geral aplaudiram a iniciativa, mas alguns condenaram a ideia de comandos fardados "assustando" crianças. No entanto, as fotos mostram os órfãos muito confortáveis perto dos Spetsnaz, mas ainda assim as fotos foram apagadas do Twitter no dia 15 de janeiro; estando disponíveis em artigos de notícias na internet.







BOEING P-8 POSEIDON. O Deus dos mares!

Boeing P-8A Poseidon
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: 907 km/h.
Velocidade máxima: 800 km/h.
Autonomia: 4 horas on station.
Teto operacional: 12500  m.
Alcance: 8300 km.
Empuxo: Dois motores CFM 56-7B cada um com 12383 kgf de potência.
Radar: Raytheon APY-10.
DIMENSÕES
Comprimento: 39,47 m.
Envergadura: 37,64 m.
Altura: 12,83 m.
Peso: 62730 kg (vazio).
ARMAMENTO
Até 9000 kg de armamentos divididos em 5 estações fixas internas e mais 2 estações em cada asa. Torpedos leves MK-54, Mísseis anti-navio AGM-84D Harpoon, AGM-84H/K SLAM ER

DESCRIÇÃO
Por Sérgio Santana com colaboração de Carlos Junior
A Marinha dos EUA (US Navy ou USN) iniciou um estudo de requisitos para a substituição do seu clássico avião de patrulha marítima Lockheed P-3C Orion em 1997 e o Conselho de Aquisição de Defesa iniciou vários estudos conceituais entre 2000 e 2002.
Uma avaliação das propostas da USN levou a contratos com a Boeing e a Lockheed Martin em 2002 para a fase de desenvolvimento avançado.
Em junho de 2004, a USN anunciou a seleção da aeronave de patrulha marítima Boeing 737 MMA (Multimission Maritime Aircraft), e forneceu à Boeing um contrato para a fase de desenvolvimento e demonstração do programa da aeronave de vigilância marítima de última geração da Marinha dos Estados Unidos. A aeronave recebeu a designação P-8A Poseidon em março de 2005.
Registro fotográfico do primeiro voo o protótipo do Boeing P-8A Poseidon
Para o P-8, a Boeing utiliza um sistema de produção in-line inédito na indústria que utiliza o melhor da Boeing Commercial e da Boeing Defense para desenvolvimento e produção.
O P-8 pode voar até uma altitude máxima de 41.000 pés (12500 m)  e viajar até 490 nós (907 km/h), graças a seus dois motores comerciais CFM-56B que proporcionam, cada um, 12383 kgf  de empuxo, melhorando muito as características de subida e voo em relação às aeronaves equipadas com motores turboélice como é o caso do Lockheed P-3C Orion.
O P-8 foi projetado para que sua célula dure 25 anos/ 25.000 horas nos mais severos regimes de voo marítimo, incluindo operações estendidas em ambientes de congelamento. Seu alcance de voo é 8300 km a partir da base sem reabastecimento. Porém, cabe observar aqui, que o P-8 recebeu um receptáculo para reabastecimento aéreo, o que garante um alcance bastante grande para esta aeronave.
O P-8A Poseidon é reabastecido em voo pelo sistema de lança e receptáculo (Flying  boom). É interessante observar que este sistema de reabastecimento não é tão comum entre aeronaves da marinha dos Estados Unidos que, normalmente, emprega o sistema de sonda e cesta, como os usados pela força aérea brasileira (FAB)
O Poseidon possui uma suite completa de sistemas para detecção de alvos submersos e de superfície além de possuir sistemas de comunicação onde ele pode transmitir os dados coletados em tempo real para o centro de comando e para as forças aliadas. Detalhando esta ultima característica, o Poseidon usa a o Common Data Link (CDL) e o Link 16, para que a plataforma possa se comunicar facilmente com aliados estrangeiros da OTAN e dentro das forças norte americanas, com um bom grau de segurança contra interceptação e interferência. Além disso, o sistema de comunicação via satélites Satcom e HF e UHF também são utilizados para comunicações a longa distancia.
O radar Raytheon AN/ APY-10, instalado no Poseidon, usa as mesmas formas de onda que o APS-137B no P-3. Com processamento de sinal aprimorado, ele rastreia mais de 200 alvos - o dobro do antecessor Orion, a um alcance máximo que pode chegar a 370 km. O APY-10 usa uma antena de varredura mecânica que se movimenta de forma rápida. De acordo com o engenheiro da Raytheon, Jim Champion, "Isso nos permite maximizar a integração que obtemos quando olhamos para um alvo como um periscópio. Isso nos dá uma capacidade de detecção de alvos pequenos muito boa em estados do alto mar." O APY-10 é capaz de produzir imagens de abertura sintética de alta resolução do navio inimigo.
Estação de trabalho do P-8A Poseidon.
O Poseidon foi equipado com uma torre multi sensor MX-20HD produzida pela  L-3 Communications Wescam, composto por uma câmera infravermelha, um telêmetro laser com um iluminador (para guiar bombas e mísseis com sistemas de guiagem a laser) um dispositivo de imagens CCDTV e um intensificador de imagem. Essa torre, fica embutida na parte de baixo da fuselagem do Poseidon e só é exposta quando precisa ser empregada.
Para busca de submarinos, o P-8 foi equipado com um avançado sistema de detecção de anomalias magnética (MAD) na parte traseira da fuselagem que opera de forma integrada a um sistema de comunicação INMARSAT, cuja antena fica montada no topo da deriva.
A aeronave também possui um sistema de gerenciamento de guerra eletrônica Terma AN/ALQ-213(V) Electronic Warfare Management System (EWMS), desenvolvido pela Northrop Grumman. Este sistema opera as contra medidas direcionais infravermelhas (DIRCM) AN/AAQ-24, e o sistema de alerta de radar  RWR, ambos, também desenvolvido pela Northrop.
Na parte de baixo podemos ver o sistema de defesa infravermelha AN/AAQ-24(V) Directional Infrared Countermeasure (DIRCM) e a antena horizontal, acima, é o sistema MAD de detecção de anomalias magnéticas, empregado para descobrir submarinos submersos.
O Poseidon pode transportar até 9000 kg armas que sãos dispostas em 5 estações em um compartimento interno e mais 4 pontos fixos externos, divididos em dois em cada asa.
O armamento integrado ao Poseidon é composto por 5 torpedos leves MK-54 que são lançados na água a partir de um compartimento interno da fuselagem. Este torpedo tem alcance que chega a 11 km e é guiado por sonar ativo ou passivo.
Para lidar com inimigos de superfície, é empregado o míssil anti-navio AGM-84D Harpoon, guiado por radar ativo e que é capaz de atingir um navio inimigo a uma distancia de até 220 km. O Poseidon pode transportar 4 mísseis destes que ficam nos cabides das asas. A versão AGM-84H/ K SLAM ER, que é a versão guiada por sensor de infravermelho, e capaz de destruir alvos em terra, a distancias maiores, podendo chegar até 280 km, também foram integradas nesta aeronave.
Cargas de profundidade, que são como uma bomba jogada na água, em uma área que se tenha detectado a presença de um submarino, e que explodem próximo dele para que o choque hidráulico de sua detonação destrua o submarino ou o obrigue a emergir, também fazem parte do arsenal do Poseidon.
O míssil anti-navio AGM-84D Harpoon é o armamento para atacar navios de superfície.
O P-8A Poseidon é a versão da marinha dos Estados Unidos e usei ela como referência para escrever este artigo. Porém, dado a modularidade desta excepcional plataforma que é o Boeing 737, outros operadores desta aeronave optaram por sistemas embarcados diferentes, para poder cumprir as exigências especificas da realidade operacional de cada um deles. Atualmente, além dos estados Unidos, o P-8 é empregado pela Austrália, Inglaterra, Noruega, Coreia do Sul, Índia e Nova Zelândia. Como pode-se ver, o patrulheiro da Boeing está caminhando para se tornar um sucesso de vendas e quem sabe, num futuro a longo prazo, se equivaler ao que foi o Lockheed P-3 Orion.






VÍDEO: Reforços russos passam por posto de controle americano no norte da Síria, 2020

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 18 de janeiro de 2020.



Novos reforços russos foram desdobrados em 17 de janeiro na principal cidade de Tell Tamr, na zona rural do norte de al-Hasakah, na Síria.

Um vídeo divulgado pela North Press Agency (NPA) mostra os reforços, que consistiam em veículos blindados e caminhões, passando por um ponto de controle estabelecido pelas forças americanas perto de Tell Tamr.

As forças americanas e russas fizeram vários contatos semelhantes no nordeste da Síria nos últimos meses. Apesar da falta de coordenação suficiente, nenhum acidente foi relatado até agora. No início desta semana, um comboio russo chegou à cidade de Qamishli, a nordeste de Tell Tamr. 

O grande comboio transportou tropas, armas e equipamentos, os quais reforçaram uma base russa perto da cidade. As forças russas foram destacadas no nordeste da Síria em outubro do ano passado, após um ataque liderado pela Turquia às forças curdas apoiadas pelos Estados Unidos na região. Essas forças, compostas principalmente de policiais militares do exército russo, estão agora implementando um acordo de desescalada russo-turco.