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sexta-feira, 28 de maio de 2021

GALERIA: A Divisão Daguet no Golfo

A praça d'armas do PC da divisão Daguet em Miramar.
Um merlon circunda o acampamento Miramar, na Arábia Saudita, dezembro de 1990.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 25 de maio de 2021.

A partir de 2 de agosto de 1990, a França condenou o Estado iraquiano contra sua agressão ao Kuwait e envolveu-se em um conflito que se desenrolaria no coração da Península Arábica.

A ação francesa resultou na criação da Divisão Daguet, composta por 14.500 soldados deslocados no terreno. A partir de setembro de 1990, a divisão Daguet teve que desdobrar meios técnicos colossais para garantir as posições francesas no coração do deserto saudita, nos campos de Miramar ou do Rei Khaled e, assim, preparar seus contingentes para a ofensiva direta dos meses de janeiro e Fevereiro de 1991.

Soldados do 1er REC (1er Régiment Étranger de Cavalerie / 1º Regimento Estrangeiro de Cavalaria) aguardando embarque em Toulon, no sul da França, em setembro de 1990.
(Christian Fritsch / ECPAD)


O TCD "Foudre" ("Relâmpago") no mar carregado de helicópteros Gazelle e atracado em Yanbu, na Arábia Saudita, fevereiro de 1991.
(Didier Charre / ECPAD)

Desembarque dos tanques de combate pesados ​​AMX 30 B2 do 4e Régiment de Dragons (4º Regimento de Dragões), à partir do "Saint Romain" em Yanbu, na Arábia Saudita, fevereiro de 1991.
(Didier Charre / ECPAD)

A Operação "Tempestade do Deserto", lançada em 16 de janeiro de 1991, consiste sobretudo em um ataque aéreo de 43 dias contra o exército iraquiano, seguido de uma ofensiva terrestre de 24 a 26 de fevereiro, durante a qual os soldados franceses avançam em direção à cidade de As-Salman (ou Al-Salman) a fim de assumir o controle do eixo do Texas. Objetivo alcançado em 48 horas, menos tempo que o previsto no cronograma do planejamento do estado-maior. O aeroporto de As-Salman foi tomado após um avanço rápido de 150km em apenas dois dias, perdendo apenas 2 homens mortos e 35 feridos.

As imagens produzidas pelos repórteres do ECPA (Établissement cinématographique et photographique des arméesEstabelecimento Cinematográfico e Fotográfico das Forças Armadas) tendem a mostrar a eficiência estratégica e logística do exército francês, em um terreno desértico localizado a mais de 7.000 quilômetros da França e dentro de uma coalizão internacional.

Foto aérea do campo do Rei Khaled (camp du roi Khaled, CRK) na Arábia Saudita, novembro de 1990.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

Os marsouins do 2e RIMa (2e Régiment d'Infanterie de Marine / 2º Regimento de Infantaria Naval) praticam a condução de prisioneiros no campo de passagem de Clémence, na Arábia Saudita, em fevereiro de 1991. Falsos prisioneiros jazem no chão sob a vigilância dos marsouins armados com fuzis FAMAS, baionetas caladas.
(Christian Fritsch / ECPAD)

Um soldado do 1er RI (1er Régiment d'Infanterie / 1º Regimento de Infantaria) descansa à sombra de seu veículo Peugeot P4 no campo de Miramar, na Arábia Saudita, em janeiro de 1991.
(Didier Charre / ECPAD)

Manutenção em Jaguars pelos mecânicos de pista de Al Ahsa, Arábia Saudita, dezembro de 1990.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

Em Olive, na Arábia Saudita, uma estrada cortada com Hummers e caminhões americanos e transformada em um aeroporto. Ao fundo, um avião de transporte americano Hercules C-130, fevereiro de 1991.
(Didier Charre / ECPAD)

Quatro Mirage 2000 da Força Aérea Francesa armados com mísseis Matra R 550 Magic II estão prestes a decolar na pista da base aérea de Al Ahsa, na Arábia Saudita, dezembro de 1990.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

Um caça a jato Mirage F1-CR da Força Aérea Francesa, armado com mísseis Matra R-550 Magic II na ponta das asas e bombas, avança pela pista da Base Aérea de Al Ahsa, Arábia Saudita, outubro de 1990.
(Christian Fritsch / ECPAD)

Na base aérea de Al Ahsa, no retorno de uma missão, são verificados os armamentos dos aparelhos da Força Aérea Francesa: canhão de 30mm em um Jaguar, outubro de 1990.
(Christian Fritsch / ECPAD)

Um avião de combate francês Jaguar da base aérea de Al Ahsa em patrulha é reabastecido em vôo por um avião de reabastecimento KC-135, outubro-dezembro de 1990.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

Sistema de radar de baixa altitude Aladdin (autônomo leve de desdobramento instantâneo) da Força Aérea Francesa, próximo à base aérea de Al Ahsa, Arábia Saudita, dezembro de 1990. (Yann Le Jamtel / ECPAD)

Jaguar da Força Aérea Francesa pousando na frente de um avião de transporte Hercules C-130 na pista de taxiamento da base aérea de Al Ahsa, Arábia Saudita, dezembro de 1990.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

No centro operacional da Divisão Daguet, em Olive, na Arábia Saudita, tendas camufladas e VAB posto-de-comando (PC) cobertos por antenas. Um helicóptero Puma sobrevoa o acampamento, janeiro de 1991.
(Christian Frisch / ECPAD)

Vista aérea das posições fortificadas iraquianas e dos tanques T-55 destruídos em Rochambeau, na Arábia Saudita, fevereiro de 1991.
(Michel Riehl / ECPAD)

Pouco antes da ofensiva terrestre, um soldado do RICM (Régiment d'Infanterie de Char de Marine / Regimento de Infantaria de Blindados Navais) é iluminado em contraste ao pôr do sol, em observação em frente à sua toca de combate no Camp Olive, zona de desdobramento operacional em Rahfa, na Arábia Saudita, fevereiro de 1991.
(Michel Riehl / ECPAD)

Os AMX-10 RC do 1er REC na posição de tiro em Hafar El Batin, outubro-novembro de 1990. Um veículo blindado acaba de disparar: a partida do projétil causa um deslocamento de ar.
(Yann Le Jamtel / ECPAD)

Os marsouins do 3e RIMa (3e Régiment d'Infanterie de Marine / 3º Regimento de Infantaria Naval) investem a cidade de Al-Salman, no Iraque, fevereiro de 1991: alguns estão deitados, armados com FAMAS, outros avançam e cruzam uma cerca.
(Michel Riehl e Yann Le Jamtel / ECPAD)

Marsouins do 3e RIMa sondam setor por setor a vila de Al-Salman. Atrás deles, um retrato de Saddam Hussein está pintado na parede. Os homens vestem o traje S-3P, o ​​capacete e o colete à prova de balas. Eles se comunicam pelo rádio TRPP-13, fevereiro de 1991.
(Michel Riehl / ECPAD)

Em Rochambeau, na Arábia Saudita, uma equipe de filmagem do ECPA filma prisioneiros iraquianos rendidos, fevereiro de 1991.
(Yann le Jamtel / ECPAD)

No eixo Texas, no Iraque, um caminhão americano rebocando um obus M-198 de 155mm cruza com soldados iraquianos se rendendo, fevereiro de 1991.
(Michel Riehl / ECPAD)

Evacuação de feridos da Divisão Daguet para a metrópole em Orly, na França, fevereiro-março de 1991. Pessoal do Serviço de Saúde, incluindo um capitão-médico, cuidam dos feridos em Fort Al-Salman dentro de um Boeing C-135-FR em versão de evacuação médica. A fotografia foi tirada sob luz artificial.
(Fabienne Seynat / ECPAD)

A bandeira tricolor foi içada novamente na Embaixada da França na Cidade do Kuwait, capital do Kuwait, em 28 de fevereiro de 1991.
(Claude Savriacouty / ECPAD)

Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:

BATTLEGROUND:
The Greatest Tank Duels in History.
Steven J. Zaloga.

Leitura recomendada:





sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

GALERIA: Armas iraquianas capturadas na Operação Tempestade do Deserto


Por Matthew Moss, Silah Report, 26 de fevereiro de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de fevereiro de 2021.

Este mês marca o 30º aniversário da Guerra do Golfo. Um conflito que viu uma grande coalizão de países ocidentais, nações árabes e Estados do Golfo se unirem para libertar o Kuwait das garras de Saddam Hussein. Neste artigo, daremos uma olhada em algumas das armas portáteis e pesadas capturadas pelas forças da coalizão durante a campanha terrestre de 100 horas que viu as forças aliadas varrerem o Kuwait e o Iraque antes que um cessar-fogo fosse convocado em 28 de fevereiro de 1990.

Essas fotos foram tiradas pelas forças americanas em campanha e foram obtidas dos Arquivos Nacionais dos EUA (NARA). Nesta primeira fotografia está uma seleção de fuzis padrão AKM/S calibrados em 7,62x39mm, sendo difícil distinguir marcas de identificação que nos permitiriam saber o país em que foram fabricados.

Legenda original: “Fuzis de assalto AKM capturados são marcados e exibidos durante a Operação Tempestade do Deserto”. (NARA)

Abaixo estão várias fotos de armas antiaéreas ZPU-4 montadas em quadriciclo. As próprias armas são metralhadoras pesadas KPV de 14,5x114mm. Há pelo menos dois vistos na fotografia, bem como vários veículos montados em metralhadoras pesadas DShK 12,7x108mm, estes foram chamados de “Doshka” pelos iraquianos.

Legenda original: “Uma vista frontal direita de uma metralhadora antiaérea ZPU-4 que foi capturada das forças iraquianas durante a Operação Tempestade do Deserto”. (NARA)

Legenda original: “Uma vista frontal esquerda de uma metralhadora antiaérea ZPU-4 que foi capturada das forças iraquianas durante a Operação Tempestade no Deserto”. (NARA)

Legenda original: “Um sargento fuzileiro naval da 1ª Divisão de Fuzileiros Navais se ajoelha ao lado de um morteiro M-19 de 60mm que é parte de uma exibição de armas e equipamentos iraquianos capturados sendo mostrado aos repórteres após o cessar-fogo que encerrou a Operação Tempestade do Deserto. Um fuzil AKM e um lança-foguetes RPG-7 estão no canto inferior esquerdo”. (NARA)

A fotografia abaixo mostra militares do USMC discutindo uma seleção de armas iraquianas capturadas que incluem um fuzil automático de 7,62x39mm Tipo 56 de fabricação chinesa de modelo posterior (observe a empunhadura de pistola de plástico característico), um lançador de granadas de propulsão de foguete RPG-7 e um pequeno morteiro de 50mm, possivelmente de fabricação soviética, junto com alguns foguetes RPG e granadas de morteiro de calibre maior.

Legenda original: “O Tenente-Coronel Michael H. Smith, à esquerda, oficial comandante do 3º Batalhão, 9º Regimento de Fuzileiros Navais e o General-de-Brigada Thomas V. Draude, à direita, comandante assistente de divisão, 1ª Divisão de Fuzileiros Navais, fala com o Cabo Lance D. Wilson sobre uma exibição de armas e equipamentos iraquianos capturados após o cessar-fogo que encerrou a Operação Tempestade do Deserto. As armas incluem um fuzil AKM e um lança-foguetes RPG-7 no canto inferior esquerdo e um morteiro M-19 60mm no centro superior”. (NARA)

Na imagem abaixo, dois fuzileiros navais da 2ª Força Expedicionária de Fuzileiros Navais posam em frente a um HMMV equipado com um TOW com um fuzil automático Tipo 56 7,62x39mm de fabricação chinesa do padrão inicial e um lança-granadas de propulsão de foguete RPG-7.

Legenda original: “Dois membros da 2ª Força Expedicionária de Fuzileiros Navais exibem um fuzil de assalto AKM iraquiano capturado, à esquerda, e um lança-granadas RPG-7 enquanto estão ao lado de seu M998 veículo sobre rodas multifuncional de alta mobilidade (M998 High-Mobility Multipurpose Wheeled Vehicle, HMMWV) durante a fase terrestre da operação Tempestade do Deserto. Uma arma anti-carro TOW 2 lançada por tubo, opticamente rastreada e guiada por fio (Tube-launched, Optically-tracked, Wire-guided, TOW) é montada no teto do HMMWV. Os fuzileiros navais ainda estão usando suas roupas de proteção Química-Biológica-Nuclear (QBN) e sobrebotas”. (NARA)

Abaixo está uma fotografia de um veículo blindado BMP-1 completamente destruído. O fotógrafo colocou uma pistola sinalizadora e um fuzil automático Tipo 56-2 7,62x39mm, fabricado na China, muito queimado e sem a tampa da culatra.

Legenda original: “Um fuzil de assalto AKM carbonizado e uma pistola sinalizadora repousam no casco de um veículo de combate mecanizado de infantaria BMP-1 iraquiano destruído durante a fase terrestre da Operação Tempestade do Deserto.” (NARA)

A fotografia final abaixo reflete uma longa tradição de ações comemorativas e participação em campanhas históricas com a apresentação de armas capturadas como troféus. Abaixo está uma metralhadora de uso geral PKM 7.62x54mmR capturada que foi capturada no aeroporto da Cidade do Kuwait. A arma tem uma placa fixada em sua coronha e foi presenteada ao Major-General Francis X. Hamiliton Jr.

Legenda original: “Uma metralhadora leve PKM de 7,62 mm de fabricação soviética capturada por membros do 1º Grupo de Apoio e Serviço de Força (Force Service Support Group, FSSG) durante a Operação Tempestade do Deserto no Aeroporto Internacional do Kuwait, em 26 de fevereiro de 1991. Foi presenteada ao Major-General Francis X. Hamiliton Jr., comandante das Bases Logísticas do Corpo de Fuzileiros Navais e comandante geral, Base Logística do Corpo de Fuzileiros Navais, Albany, GA., pelo General-de-Brigada James A. Brabam Jr., general comandante do 1º FSSG em reconhecimento ao apoio de seu comando durante a Operação Tempestade do Deserto”.

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FOTO: Furão no Golfo, 26 de setembro de 2020.




FOTO: Xadrez QBN, 10 de fevereiro de 2020.



sábado, 7 de novembro de 2020

FOTO: Iraquianos se rendendo a sauditas no Kuwait

Tropas iraquianas emergem de um bunker fortemente protegido para se renderem a soldados sauditas, armados com fuzis HK G3, durante a Operação Tempestade no Deserto no sudeste do Kuwait, 1991. (Laurent Rebours/AP)

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FOTO: Um burro na Tempestade do Deserto

Um sentinela francês da Divisão Daguet acompanha um beduíno, que cavalga em um burro, através do posto de comando divisionário no Iraque, março de 1991.
(Yann Le-Jamtel/ECPAD)

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domingo, 27 de setembro de 2020

sábado, 26 de setembro de 2020

FOTO: Furão no Golfo

Ferret Mk 1/2 britânico, parte da Operação Granby.
(The Tank Museum/ Bovington)

Nem todo soldado britânico na Guerra do Golfo (1990-91) foi para a guerra em um Challenger ou Warrior fortemente blindado. O carro blindado Ferret Mk 1/2, usado para reconhecimento e ligação, já estava em serviço há 40 anos. A metralhadora L4 foi baseada no fuzil-metralhador Bren da Segunda Guerra Mundial.

Leitura recomendada:

O aprendizado chinês sobre a Guerra do Golfo, 9 de agosto de 2020.

FOTO: Libertação da Cidade do Kuwait, 5 de setembro de 2020.

COMENTÁRIO: 36 anos depois, a Guerra Irã-Iraque ainda é relevante24 de maio de 2020.

O Exército Britânico pode cortar tanques antigos como parte dos planos de modernização, 28 de agosto de 2020.

PERFIL: Khalid Bin Sultan Bin Abdulaziz Al Saud, príncipe Khalid bin Sultan, Arábia Saudita19 de janeiro de 2020.

Um século de propaganda do poder aéreo acaba de ser 'explodido' por um think tank da Força Aérea21 de setembro de 2020.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Um século de propaganda do poder aéreo acaba de ser 'explodido' por um think tank da Força Aérea

Por Dan Grazier, The National Interest, 19 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 20 de setembro de 2020.

Um estudo recente avaliou 21 desdobramentos de crise americanos desde a Segunda Guerra Mundial e analisou o tipo de forças enviadas e o resultado final com o objetivo de descobrir quais forças trabalharam melhor para convencer um estado agressor a se afastar da mesa antes de escalar a situação para um choque total. Os resultados são bastante interessantes.

Se um conceito geral orienta as decisões de segurança nacional em Washington, é aquele onde a tecnologia na forma de armas altamente complexas e, portanto, extremamente caras, nas linhas do caça furtivo F-35, o bombardeiro de ataque de longo alcance B-21 Raider, e o porta-aviões da classe Ford são necessários para cumprir nossos objetivos estratégicos. Vimos isso com o pedido presidencial do orçamento de defesa de US$ 705,4 bilhões, que inclui US$ 2,8 bilhões para o novo bombardeiro e US$ 11,4 bilhões para o caça problemático.

Os defensores desses programas muitas vezes justificam o custo associado a eles dizendo que sua mera existência mantém nossos adversários em potencial à distância. Orçamentos de defesa recordes são frequentemente vendidos em tais termos e promovem manchetes como "O orçamento proposto do Pentágono para 2021 se concentra em armas futuras para competir com a Rússia e a China".

Acontece que, quando precisamos enviar uma mensagem de dissuasão, nada funciona melhor do que o humilde tanque de batalha principal. Pelo menos essa foi a conclusão de um estudo recente do Arroyo Center da RAND Corporation, Entendendo o Impacto Dissuasor das Forças Ultramarinas Americanas. Tendo em mente que o Arroyo Center é a divisão de pesquisa do Exército da RAND, ainda é verdadeiramente notável que tal conclusão possa surgir com o imprimatur da RAND, considerando que a organização começou como uma colaboração entre o Comandante da Força Aérea do Exército, General HH "Hap" Arnold e o o fabricante de aeronaves Donald Douglas em 1945. A RAND lançou trabalhos como A Transformação do Poder Aéreo Americano, que tentam argumentar que a aviação de combate sozinha pode vencer guerras.

General Giulio Douhet (30 de maio de 1869 - 15 de fevereiro de 1930).
Teórico da "vitória pelo ar".

No espírito de abertura e transparência, servi como oficial de tanques do Corpo de Fuzileiros Navais e ensinei táticas de blindados na Escola de Blindados do Exército dos EUA. Por causa disso, alguns sem dúvida lançarão acusações de viés de confirmação em minha direção. Mas também sou um historiador militar com foco acadêmico na história do poder aéreo. Como resultado, sou igualmente versado nas idéias do teórico do poder aéreo Giulio Douhet, assim como naquelas do general panzer Heinz Guderian.

Os autores do estudo avaliaram 21 desdobramentos de crise americanos desde a Segunda Guerra Mundial e analisou o tipo de forças enviadas e o resultado final com o objetivo de descobrir quais forças trabalharam melhor para convencer um estado agressor a se afastar da mesa antes de escalar a situação para um choque total. Em alguns casos, os Estados Unidos apenas desdobraram aeronaves, como em 1983, durante o conflito chadiano-líbio, quando os Estados Unidos enviaram caças F-15 em um esforço para controlar a ocupação do norte do Chade pela Líbia. Em outros, o poder naval foi a opção preferida, como no Conflito do Setembro Negro de 1970, quando o presidente Richard Nixon reposicionou a Sexta Frota da Marinha no Mediterrâneo em uma tentativa malsucedida de dissuadir a Síria de invadir a Jordânia. O efeito dissuasor do poder militar americano foi mais aparente, no entanto, quando os Estados Unidos enviaram forças terrestres pesadas, como fizeram durante a crise de Berlim de 1961 e a Operação Vigilant Warrior (Guerreiro Vigilante) em resposta ao Iraque em 1994, que enviara duas divisões blindadas da Guarda Republicana a 20km da fronteira do Kuwait com ameaças de recapturar o minúsculo estado do Golfo.

Soldados americanos examinando um MBT iraquiano Tipo 69 destruído pela 6ª Divisão Leve Blindada francesa - Divisão Daguet - em combate terrestre durante a Operação Tempestade no Deserto. Foto de 2 de março de 1991.

Por forças pesadas, os autores se referem às equipes de armas combinadas do Exército e dos Fuzileiros Navais equipadas com tanques, infantaria mecanizada, artilharia, engenharia e uma pegada logística grande o suficiente para sustentar o combate terrestre - em oposição às forças aerotransportadas ou especiais, que são muito mais móveis e representam compromisso muito menor. No geral, os autores concluem que forças altamente móveis como forças aéreas, navais e terrestres  leves são inadequadas por si mesmas para dissuadir um estado agressor de suas ambições: “[Nós] encontramos a evidência mais clara para o impacto dissuasor de forças terrestres pesadas e pouca, ou nenhuma, evidência do impacto dissuasor das forças aéreas e navais”.

O que é particularmente interessante neste relatório não é necessariamente a conclusão com respeito à dissuasão, mas o que ela diz sobre nossa estrutura geral de força e os investimentos militares que fazemos. Se as forças aéreas e navais não impedem um ator mau de suas intenções malignas, o que isso diz sobre seu valor geral? Nesse contexto, o poder naval em questão não é exatamente o que o teórico naval Alfred Thayer Mahan tinha em mente sobre o controle das rotas marítimas e a destruição das frotas inimigas. A ameaça inerente fornecida por grupos de ataque de porta-aviões no cenário considerado neste estudo é a capacidade de lançar aeronaves para atacar alvos em terra. Nesse sentido, os porta-aviões são pouco mais do que o que o analista de defesa britânico Lawrence Freedman chamou de "base aérea móvel".

A sabedoria convencional - sustentada por filmes, comerciais de recrutamento lustrosos e pilhas de livros - afirma que a eficácia do poder aéreo americano é amplamente indiscutível. Imagens de jatos lustrosos voando pelo céu e vídeos granulados de ataques precisos dão a impressão de que todo exército estrangeiro teme mais que tudo a Força Aérea dos Estados Unidos. Uma única frase do relatório da RAND, com base em documentos capturados após a invasão do Iraque em 2003, quebra esse mito: “Embora o poder aéreo dos EUA claramente tenha causado estragos no Iraque na Guerra do Golfo e várias vezes depois disso, Saddam mostrou indiferença em relação às campanhas aéreas, já que as experiências anteriores o levaram a acreditar que o poder aéreo sozinho era incapaz de efetuar uma mudança de regime”.

Soldados do 1º Batalhão, 623º Regimento de Artilharia de Campanha da Guarda Nacional do Kentucky durante a Operação Tempestade do Deserto, 1991.

Poucos historiadores militares sérios achariam tal proposição muito surpreendente. Muitas promessas foram, e continuam sendo, feitas sobre os resultados decisivos que podem ser alcançados somente pelo poder aéreo. Depois de mais de um século de experiências caras, as guerras ainda são decididas por soldados que lutam no domínio onde os seres humanos realmente vivem. O historiador T.R. Fehrenbach entendia muito bem a realidade da guerra. No livro This Kind of War (Neste Tipo de Guerra), sua história do conflito coreano, ele escreveu:

"Os americanos em 1950 redescobriram algo que desde Hiroshima haviam esquecido: você pode voar sobre uma terra para sempre; você pode bombardeá-la, atomizá-la, pulverizá-la e varrê-lo completamente de vida - mas se você deseja defendê-la, protegê-la e mantê-la para a civilização, deve fazer isso no solo, como as legiões romanas fizeram, colocando seus jovens na lama."

Colocar blindados no solo demonstra determinação e comprometimento, um fato reconhecido pelo grupo RAND. Mesmo as aeronaves mais avançadas abrindo buracos no céu não enviam a mesma mensagem que um batalhão de tanques de batalha principais posicionados na linha de partida.

Carros de Combate Challenger britânicos aguardando na Arábia Saudita durante a Operação Escudo do Deserto, 1990.

As implicações dessa conclusão para os formuladores de políticas são profundas. Isso questiona as decisões tomadas por gerações de nossos líderes de defesa nacional, particularmente no que diz respeito à aviação. A grande maioria do dinheiro que gastamos no desenvolvimento e compra de aeronaves de combate produz plataformas projetadas para conduzir campanhas aéreas independentes no interior do território inimigo sob o pretexto de operações “combinadas”. Essas operações são, na realidade, em grande parte divorciadas das campanhas terrestres, conforme demonstrado durante a Guerra do Golfo de 1991. Pagamos uma fortuna para comprar aeronaves furtivas para penetrar nas redes de defesa aérea inimigas muito à frente das forças terrestres. Isso é melhor ilustrado pelo fato de que toda a produção de 715 aviões A-10 custou menos do que três bombardeiros B-2 Spirit.

As decisões de investimento militar em Washington devem prosseguir com o entendimento de que forças terrestres convencionais pouco glamorosas dissuadem adversários em potencial, que sabem que as guerras só podem ser vencidas ou perdidas no solo. Saddam Hussein não foi convencido a sair de seu esconderijo por causa de uma bomba caindo. Soldados americanos literalmente o arrastaram daquele buraco. Em vez de desperdiçar dinheiro nos B-21 e F-35, programas com pouco valor militar real, poderíamos gastar apenas uma fração disso para manter uma força de armas combinadas desdobrável e capaz.

Os autores do estudo da RAND são cuidadosos em observar que não estão defendendo o caso de desdobramento permanente de forças ao redor do mundo para dissuadir atores maus estatais, e o público deve ter cuidado com qualquer um que argumente que eles o fazem. O estudo mostra que o rápido envio de grandes forças terrestres em crises pode alcançar o mesmo efeito dissuasor de uma base permanente dessas forças no exterior. Transportar uma força combinada de blindados e artilharia para o teatro não é pouca coisa. A maior parte do hardware deve ser transportada por navio, o que significa que o poder naval na tradição de Mahan e Julian Corbett permanece relevante se os Estados Unidos quiserem manter o controle dos mares.

Dois M1A2 Abrams do 1º Batalhão de Tanques, 1ª Divisão de Fuzileiros Navais, desembarcam de uma LCU (embarcação de desembarque utilitário) durante o ataque à Red Beach (codenome Praia Vermelha) durante o exercício KERNEL BLITZ '97, em 28 de junho de 1997.

Existem várias oportunidades para cortar custos e aumentar nossa eficácia militar. Por exemplo, o Exército deve tomar medidas para tornar a mobilidade estratégica e operacional o mais fácil possível. Em vez de gastar aproximadamente US $ 22 milhões por atualização de veículo para produzir pouco mais do que um tanque mais pesado, o Exército deve trabalhar para tornar a força pesada o mais leve possível. Este não é um sonho impossível. O Exército reduziu o peso de suas peças de artilharia rebocadas em 44% quando mudou do M-198 para o M-777 a partir de 2005. Embora a versão atualizada custasse o dobro do modelo anterior, um tubo de artilharia custa muito menos que um B-21. Os tomadores de decisão de Washington poderiam reduzir a compra de aeronaves e usar apenas uma parte do dinheiro economizado para realizar medidas semelhantes de redução de peso em toda a força de armas combinadas. Essa força mais leve seria capaz de se desdobrar em pontos de crise ao redor do globo com maior velocidade e, como mostra o estudo da RAND, com maior efeito.

Dan Grazier é um membro militar do Projeto de Supervisão do Governo (Project on Government Oversight, POGO). Ex-capitão do Corpo de Fuzileiros Navasi dos EUA (USMC), participou de duas turnês de combate no Iraque e Afeganistão durante a Guerra Global ao Terror com os 2nd Tank Battalion de Camp Lejeune, NC, e o 1st Tank Battalion de Twentynine Palms, CA. Ele escreveu extensivamente e deu palestras sobre questões de reforma militar e guerra de manobra. Seu trabalho foi publicado no Marine Corps Gazette, Fires Bulletin e no Small Wars Journal. Ele se formou em 2000 pela Virginia Commonwealth University, em 2012 pela Marine Corps Expeditionary Warfare School e em 2019 pela Norwich University com um mestrado em História Militar.

Bibliografia recomendada:

Battleground:
The Greatest Tank Duels in History.
Steven J. Zaloga.

Concrete Hell:
Urban Warfare from Stalingrad to Iraq.
Louis A. DiMarco.

A Estrutura de Defesa do Hemifério Ocidental.
Stetson Conn e Byron Fairchild.

Faklands War: April to June 1982.
Operations Manual.

The Operators:
The wild and terrifying inside story of America's war in Afghanistan.
Michael Hastings.

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