Último soldado americano a deixar o Afeganistão. |
"O último soldado americano deixa o Afeganistão.O General Chris Donahue, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada do Exército dos EUA, embarca em um avião de carga C-17 no Aeroporto Internacional Hamid Karzai em Cabul, Afeganistão."
If I remember correctly, the first images we saw of US troops in Afgh were of Rangers doing a raid at night. Alsi in night-vision green. Appropriate bookends, I guess. https://t.co/qHPzvngKGm
— Michael Shurkin (@MichaelShurkin) August 31, 2021
A postagem foi retuitada pelo professor Michael Shurkin, da RAND Corporation, com o comentário:
"Se bem me lembro, as primeiras imagens que vimos das tropas americanas no Afeganistão foram de Rangers fazendo uma incursão à noite. Também em verde de visão noturna. Finais de livros apropriados, eu suponho."
Um epitáfio interessante para a saída inglória dos americanos na calada da noite. A incursão citada pelo professor trata-se da Operação Rhino (Rinoceronte), onde uma tropa de 200 homens (um Chalk valor companhia) do 3º Batalhão Ranger fez um salto de combate, na noite de 19 para 20 de outubro de 2001, sobre uma pista de pouso abandonada nas cercanias de Kandahar, a segunda maior cidade no Afeganistão. O salto foi liderado pelo então Coronel Joseph Votel, comandante do batalhão e atualmente um general de quatro estrelas aposentado.
Rangers embarcando em um dos quatro Lockheed MC-130. |
A pista de pouso havia sido bombardeada por aviões de ataque AC-130 Combat Talon e outras aeronaves, causando algumas baixas (30-100 mortos) e dispersando os talibãs. Os Rangers saltaram em zero visibilidade sobre a pista de pouso deserta, com um único talibã tentando atirar nos paraquedistas, mas sendo rapidamente morto a tiros. Os Rangers tiveram dois feridos no salto, e mais tarde dois 2 Rangers mortos na queda de um helicóptero sobrevoando em volta da zona de lançamento (ZL) em missão de Busca e Resgate em Combate (Combat Search and Rescue, CSAR).
Rangers lançam-se no espaço durante a Operação Rhino na noite de 19 para 20 de outubro de 2001. |
O salto foi principalmente uma peça de propaganda, com um risco basicamente inexistente, com os únicos dois mortos por acidente de helicóptero - uma certa tradição americana, com as primeiras baixas ocorrendo dessa forma antes mesmo do início da invasão - e uma ZL virtualmente vazia.
A façanha foi repetida na invasão do Iraque, com o salto sem oposição da ZL Bashur sobre a pista de pouso de 2,1km de Bashur, classificada como "base aérea" no norte do Iraque, na Operação Northern Delay (Operação Atraso ao Norte, o que indica seu objetivo). Na noite de 26 de março de 2003, paraquedistas da 173ª Brigada Aerotransportada (173rd Airborne Brigade), partindo da Itália, saltaram sem oposição sobre a pista abandonada e fizeram a baliza dos vôos de re-suprimento em Bashur.
A operação foi classificada como salto de combate pelo Exército, embora a zona de lançamento já estivesse protegida por forças curdas aconselhadas por forças especiais americanas. O salto, comandado pelo Coronel William Mayville Jr., levou um total de 58 segundos, embora 32 paraquedistas não tenham conseguido saltar porque teriam pousado muito longe do resto da força.
Segundo o Comando americano, a presença dos paraquedistas forçou o Exército iraquiano a manter aproximadamente seis divisões na área para proteger seu flanco norte, fornecendo alívio estratégico para as Forças da Coalizão avançando em Bagdá a partir do sul. A força acabou espalhada em uma zona de lançamento de mais de 9km e levou 15 horas antes de estar completamente reunida. Nas semanas anteriores havia chovido forte e a lama criou problemas para quem saltava. Os paraquedistas protegeram a pista de pouso, permitindo que os aviões C-17 pousassem e trouxessem blindados pesados e os contingentes do 1º Batalhão do 63º Regimento Blindado.
O salto sobre Bashur
Uma força total de 996 ou 969 Sky Soldiers saltaram no dia em 10 Chalks ("Giz"), apelido para o grupo total dentro de uma aeronave. Um Chalk geralmente corresponde a uma unidade do tamanho de um pelotão para operações de assalto aeromóvel (helitransportado) ou a uma organização igual ou abaixo da companhia para operações paraquedistas. Para operações de transporte aéreo, pode consistir em uma unidade igual ou maior que uma companhia. Freqüentemente, uma carga de paraquedistas em uma aeronave, preparada para um salto, também é chamada de Stick.
O termo Chalk foi cunhado pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial para tropas aerotransportadas durante a Operação Overlord, a invasão aliada da Europa. O número de vôo da aeronave era colocado nas costas das tropas com giz. Mais tarde, foi usado durante a Guerra do Vietnã, quando era prática comum numerar com giz as laterais dos helicópteros envolvidos em uma operação. No 75º Regimento Ranger do Exército Americano, eles usam o termo Chalk desde uma formação do tamanho de uma companhia ou tão pequena quanto uma esquadra-de-tiro de quatro homens; a menor formação tática.
Bibliografia recomendada:
82nd Airborne. Fred Pushies. |
AIRBORNE: A Guided Tour of an Airborne Task Force. Tom Clancy. |
Leitura recomendada:
FOTO: Salto de amizade na Polônia, 30 de agosto de 2020.
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