segunda-feira, 13 de agosto de 2018

LEWIS MACHINE & TOOLS (LMT) L-129A1 SHARPSHOOTER Matador de talibãs

FICHA TÉCNICA
Calibre: 7,62X51 mm.
Operação: Aproveitamento de gás e ferrolho rotativo.
Comprimento: 0,90 m (Coronha rebatida); 0,99 m (coronha estendida)
Comprimento do cano: 406 mm (16 pol)
Capacidade:  Carregador com 20 munições.
Mira: Luneta Trijicon ACOG 6X48 (Exército Britânico) Mas aceita modelos diversos.
Peso: 4,5 Kg (standard)
Velocidade do projétil: 854 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 900 metros.


DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
As tropas britânicas que atuam no Afeganistão tem obtido muitas experiências de combate e aprendizados que só e possível adquirir em ação real. Um desses aprendizados foi a observação da necessidade de um novo fuzil de precisão que fosse operado em sistema semi-automático e que calçasse o potente calibre 7,62X51 mm, para ser usado pelos seus “designated marksman” ou “caçadores” como são chamados no exercito brasileiro os soldados que são responsáveis pelos tiros de precisão dentro do batalhão e são, normalmente, equipados com armamento especifico para melhor execução da tarefa. Essa necessidade se deu para poder fornecer um melhor poder de fogo a distancias de 800 a 1000 metros, pois os fuzis L-85A1 e A-2 em calibre 5,56X45 mm não conseguem efetividade nessas distancias. O fuzil que era, exclusivamente, usado para essa função, o L-96, em calibre 7,62X51 mm, operado por ação de ferrolho (bolt action) tem um natural reduzido poder de fogo em caso de necessidade de uma ação de assalto uma vez que a cada tiro o ferrolho precisa ser movimentado manualmente para liberar a câmara e colocar um novo cartucho para o disparo, fazendo com que o "caçador" fique em desvantagem nesse cenário.
Acima: As tropas inglesas desdobradas no Afeganistão estavam recebendo ataques executados com atiradores usando fuzis Dragnunov SVD em calibre 7,62X54 mmR (já descrito aqui no FMJ). O único armamento que podia responder no mesmo alcance era o fuzil L-96, de ação por ferrolho. Era necessário o mesmo alcance que o L-96 dava, porém com maior poder de fogo, que só uma arma semi automática pode dar.
Para essa necessidade do Exército Britânico foram avaliados o excelente fuzil alemão Heckler & Koch HK-417, o  belga FN SCAR-H MK-17 e o fuzil norte americano Lewis Machine & Tools (LMT) LM-7, todos em calibre 7,62X51 mm. A concorrência foi relativamente rápida uma vez que a necessidade desta nova arma era urgente e ao final de 2009 o ministério da defesa britânico escolheu o modelo LMT LM-7, que representa uma versão customizada do celebre fuzil de batalha Armalite AR-10, que deu origem ao famosíssimo fuzil AR-15/ M-16. O Exército Britânico solicitou algumas modificações na configuração do LM-7 e acabou por rebatizar a nova arma de L-129A1 Sharpshooter.
Acima: O fuzil civil LW308MWS  da Lewis Machine & Tool, foi escolhido para ser base de um fuzil militar para o Exército britânico, derrotando nomes consagrados do mercado de armas de fogo.
O L-129A1 opera através do mecanismo baseado no sistema de aproveitamento de gases do disparo que movimenta, através de um embolo (pistão), e com trancamento da culatra por ferrolho rotativo com 7 ressaltos, bastante confiável. Este modelo opera exclusivamente em regime semi-automático. O L-129A1 utiliza um carregador com capacidade para 20 cartuchos, uma capacidade comum para armas desse calibre.  O cano do L-129A1  é do tipo "flutuante "e tem 16 polegadas o que, somado com o potente calibre 7,62X51 mm, permite uma precisão elevada a distancia de 900 metros, e dependendo das condições atmosféricas, pode chegar até 1000 metros. O fuzil possui uma coronha retrátil, do mesmo modelo visto em carabinas de plataforma AR, como as M-4A1 que dispõe de regulagem que permite dar mais conforto ao soldado que for utilizar. O comprimento do L-129A1 é de 0,99 m, quando com a coronha estendida o que pode ser considerado relativamente curto considerando o tipo de armamento.
Acima: Com um cano flutuante, a precisão do fuzil L-129A1 é bastante adequado a função que lhe é dada. Notem a mira reflex da mira ACOG 6X48. Esse recurso permite o uso da arma de forma mais rápida em caso de uma combate de curta distancia que exija maior agilidade para uma visada instantânea. 
O L-129A1 possui, em sua parte superior, um trilho picatinny para acessórios como lunetas e outros tipos de mira, enquanto que na lateral e na parte de baixo do guarda mão (ou telha, como preferem algumas pessoas), há outros trilhos picatinny para acessórios que podem ser apontadores a laser, grips de apoio ou bipés para apoio em tiros que exijam maior precisão.
Falando de precisão ainda, não podemos deixar de comentar sobre a moderna mira escolhida para o L-129A1, que é a da marca Trijicon, modelo ACOG 6X48 com aumento de 6X e que, interessantemente, possui um pequeno trilho acima com uma mira reflex para engajamentos rápidos.
Um bom atirador consegue atingir precisão de 1 MOA a 800 metros, que, em se tratando de uma arma semi automática, é bastante relevante.
Acima: O lote inicial foi de 440 fuzis L-129A1. Atualmente a Nova Zelandia, também usa o L-129A1 em suas forças armadas.
O L-129A1 é, sem duvida, uma arma de extrema qualidade e capacidade testada sob rígidos parâmetros para ter conseguido ser preferido em cima de nomes tão consagrados como a HK e a FN, de forma que pode ser considerada uma excelente opção entre os grupos de operações especiais do mundo. O desenho e operação baseado na plataforma AR, extremamente popular entre forças armadas do mundo todo, também reflete em uma maior facilidade na adaptação de novos operadores com o armamento e familiarização com seus sistemas. Esse elevado padrão de qualidade coloca o fuzil L-129A1 Sharpshooter como um produto "premium" cujo custo varia entre U$ 3249,00  a U$ 5200,00 no mercado norte americano. Para quem não é familiarizado com preços de armas de fogo no mercado dos Estados Unidos, basta dizer que um fuzil AR-15 fabricado pela Colt tem custo em torno de U$ 1000,00. Ou seja, é claro que o L-129A1 não é para todos os "bolsos".


Acima: O L-129A1 tem forte influencia do fuzil AR-10 em seu projeto, porém com peças como o cano produzidos para garantir melhores precisão.

VÍDEO


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