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domingo, 28 de março de 2021

FOTO: Fuzis FAMAS capturados no Senegal

Os fuzis capturados estavam em estado lastimável de manutenção.
(Twitter)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de março de 2021.

Encerrando duas semanas de combates do Exército Senegalês contra os rebeldes do Movimento de Forças Democráticas de Casamance (Mouvement des forces démocratiques de Casamance, MFDC) em Casamance, na fronteira senegalesa com a Guiné-Bissau (ex-Guiné Portuguesa), as imagens de um sarilho de fuzis FAMAS capturados foi postado no Twitter pelas forças governamentais em 9 de fevereiro de 2021.

Segundo o Exército os objetivos da operação foram cumpridos. Os acampamentos foram tomados e deixados desertos, campos de maconha foram queimados e armamento e munições foram capturados em grandes quantidades. O Exército também mencionou a captura de 15 bicicletas.

O acampamento abandonado e completamente revirado, 9 de fevereiro de 2021.
(Twitter)

O Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC) é o principal movimento separatista na região de Casamance do Senegal, fundado em 1982. Foi apoiado pelo Presidente da Guiné-Bissau João Bernardo Vieira até este ser deposto em 1999. Depende principalmente do povo jola. Seu braço armado foi formado em 1985 e é chamado de Atika (diola para "Combatente").

Seu líder era o padre Augustin Diamacoune Senghor, que morreu em 13 de janeiro de 2007. Senghor assinou um acordo de paz com o governo do presidente senegalês Abdoulaye Wade em 2004. No entanto, várias facções do MFDC se recusaram a participar do acordo de paz e continuaram na luta armada. Esta divisão dividiu profundamente o movimento de independência de Casamance e continuou as escaramuças esporádicas na região.

Tropas de choque senegalesas em ação de controle de distúrbios civis (CDC) na capital Dacar, 5 de março de 2021.
(Twitter)

Isso ocorre em meio a distúrbios civis envolvendo a prisão do popular opositor político, Ousmane Sonko, em antecipação à eleição de 2024. A aparição do FAMAS e outros armamentos franceses em sua ex-colônia não são, por si só, uma surpresa, mas a aparição desse armamento na mão dos rebeldes de Casamance é. A procedência destes fuzis bullpup não foi discutida ou mencionada pelo anúncio governamental.

Tropa de choque senegalesa disparando granadas de efeito moral de um fuzil MAS 49/56 francês, Dacar, 4 de março de 2021.
(Seyllou / AFP)

Bibliografia recomendada:

Chassepot to FAMAS:
French Military Rifles 1866-2016.
Ian McCollum.

Leitura recomendada:

sexta-feira, 5 de março de 2021

Confrontos no Senegal matam uma pessoa após a prisão do líder da oposição Sonko

A polícia senegalesa rechaça estudantes universitários durante um protesto em apoio ao líder da oposição Ousmane Sonko preso no centro de Chekh Anta Diop, em Dacar, em 4 de março de 2021. (Seyllou / AFP)

Da equipe do France24, 4 de março de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 4 de março de 2021.

A polícia senegalesa entrou em confronto nesta quinta-feira (04/03) com apoiadores do líder da oposição Ousmane Sonko preso, deixando uma pessoa morta no sul do país, disse um policial.

Foi a primeira morte confirmada em confrontos desde que Sonko foi preso na quarta-feira (03/03) por perturbar a ordem pública, enquanto os protestos eclodiram antes de sua audiência no tribunal sob a acusação de estupro. Sonko, líder do partido de oposição Pastef e ex-candidato presidencial, é considerado um dos principais adversários em potencial para o presidente Macky Sall nas eleições que ocorrerão em três anos.

Uma pessoa foi morta nos confrontos desta quinta-feira na cidade de Bignona, na região de Casamance, disse um policial. “Ainda não sabemos a causa, está sob investigação”, disse o responsável que pediu para não ser identificado. Quatro policiais também ficaram feridos no confronto.

A prisão de Sonko desencadeou a pior agitação vista em Dacar em anos, em um país da África Ocidental conhecido por sua estabilidade.

Dezenas de estudantes ainda estavam enfurnados na universidade Cheikh Anta Diop de Dakar na quinta-feira, de onde atiraram blocos de concreto contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e granadas de choque, disse um repórter da AFP no local. Sonko seria transferido na quinta-feira à noite para um tribunal de Dacar, onde seu caso será ouvido por um juiz. Mas seus advogados disseram que a audiência foi adiada para sexta-feira.

"Ousmane Sonko é agora objeto de um mandado. Ele será levado ao juiz de instrução amanhã, de boa vontade ou pela força", disse Abdoulaye Tall, um de seus advogados, à AFP. As autoridades regulatórias senegalesas também suspenderam na quinta-feira o sinal de dois canais de televisão locais, Sen TV e Walf TV, acusando-os de transmitir imagens "in loop" dos protestos após a prisão de Sonko.

Popular entre os jovens

Centenas de pessoas seguiram sua carreata na quarta-feira, tocando buzinas e cantando antes que os confrontos estourassem e Sonko fosse preso antes de chegar ao tribunal. O ministro do Interior, Antoine Félix Abdoulaye Diomé, disse que Sonko foi preso por causa da proibição de reuniões por causa do coronavírus e por violar um plano de trânsito estabelecido. "Todos têm que obedecer. Outros fizeram o mesmo. Eu me pergunto por que haveria uma exceção", disse ele à rádio RFM.

Sonko também nega as acusações de estupro feitas contra ele no mês passado por um funcionário de um salão onde ele recebeu massagens. Muçulmano devoto de 46 anos, Sonko costuma criticar a elite governante do Senegal e é popular entre os jovens. Ele acusa Sall de conspirar para afastá-lo antes das eleições de 2024.

A violência também estourou na quarta-feira em outras áreas, incluindo Casamance, de onde vem o pai de Sonko e onde ele tem muitos seguidores. Sonko concorreu contra o presidente na votação de 2019, mas terminou em terceiro lugar em uma disputa que deu ao titular um segundo mandato.

Os presidentes da ex-colônia francesa estão limitados a dois mandatos consecutivos, mas Sall lançou uma revisão constitucional em 2016, levantando suspeitas de que pretende concorrer novamente.

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