quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Islâmicos ligados ao Estado Islâmico decapitaram mais de 50 pessoas em campo de futebol em Moçambique

 

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 11 de novembro de 2020.

Militantes islâmicos decapitaram dezenas de pessoas antes de desmembrar os corpos em um ataque bárbaro em Moçambique. Os restos mortais de pelo menos 15 meninos, que participavam de uma cerimônia de iniciação masculina foram encontrados entre os mortos após militantes atacarem o vilarejo de Muatide no fim de semana passado. Os terroristas também seqüestraram várias mulheres.

A polícia soube do massacre cometido pelos insurgentes através de relatos de pessoas que encontraram cadáveres na floresta”, disse um porta-voz da polícia no distrito de Mueda. “Foi possível contar 20 corpos espalhados por uma área de cerca de 500 metros”.

Os militantes, ligados ao Estado Islâmico, teriam invadido várias aldeias na província de Cabo Delgado, rica em gás, durante o fim de semana, saqueando-as em busca de suprimentos antes de incendiar casas e desaparecer no mato, seqüestrando mulheres e matando quem resistisse.


Este é o mais recente massacre em uma onda de escalada da violência jihadista em Moçambique, localizado no leste africano, após um ataque em abril no qual 50 jovens foram massacrados e decapitados por não terem se unido aos islâmicos, que buscam estabelecer seu próprio califado. Nove pessoas também foram decapitadas em Cabo Delgado no início deste mês. Mais de 2.000 pessoas foram mortas desde o início da insurgência em 2017, enquanto cerca de 400.000 foram deslocadas por conflitos internos, das quais 10.000 fugiram para a capital provincial de Pemba apenas na semana passada.

O governo de Moçambique procurou assistência internacional para ajudar a combater a insurgência, embora grupos de direitos humanos tenham acusado as forças governamentais de cometerem seus próprios abusos, incluindo tortura e execuções extrajudiciais. O Grupo Wagner, uma companhia militar privada russa, é atuante no Moçambique, assim como mercenários sul-africanos do Dyck Advisory Group (DAG), que perderam um helicóptero em abril.

A notícia surge em meio a preocupações crescentes na Europa e na África sobre o ressurgimento do islamismo violento nos últimos meses, com uma série de ataques de alto perfil ocorrendo em ambos os continentes.

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