quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O caso dos submarinos: "Macron fez bem em agir com firmeza", defende Sarkozy


Por Wally Bordas, Le Figaro, 22 de setembro de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 22 de setembro de 2021.

O ex-Presidente da República considera que o incumprimento deste contrato internacional de mais de 56 bilhões de euros "não é admissível".

A quebra do "contrato do século" não foi digerida. Após as inúmeras reações de toda a classe política, após o torpedeamento da venda de submarinos franceses para a Austrália, é a vez de Nicolas Sarkozy se manifestar. “Acho que o presidente Macron teve razão em reagir com firmeza”, determinou o ex-presidente da República, poucos minutos antes da sessão de autógrafos de seu novo livro Promenades (Ed. Herscher), em Neuilly-sur-Seine.

“Entre aliados, isso não se faz. (...) Quando se é amigo, dá-se direitos e cria-se deveres, e agir assim não é inadmissível. Teremos que tirar as consequências”, acrescentou Nicolas Sarkozy.

“Macron estava certo em agir com firmeza”, disse Nicolas Sarkozy.

"Era uma mentira"

Durante vários dias, o cancelamento deste megacontrato esteve no centro das notícias. A França acusa os Estados Unidos de ter concluído uma nova aliança pelas suas costas, que fará com que a Austrália se equipe com submarinos americanos, o que afunda uma encomenda gigantesca de mais de 56 bilhões de euros feita pelos australianos aos franceses há alguns anos.

Jean-Yves Le Drian, ministro das Relações Exteriores, falou de uma "grave crise" entre os Estados Unidos, Austrália e França. O chefe da diplomacia anunciou a retirada dos embaixadores franceses em Canberra e Washington. Um primeiro “ato simbólico” na história das relações entre Paris e Washington.

“Chamamos de volta os nossos embaixadores para tentar compreender e mostrar aos nossos antigos países parceiros que temos uma insatisfação muito forte, que existe realmente uma grave crise entre nós”, explicou. E para acrescentar: "Houve uma mentira, houve duplicidade, houve uma grande quebra de confiança, houve desacato, então as coisas não vão bem entre nós".

O governo australiano defendeu-se, afirmando que a França tinha sido avisada "na primeira oportunidade possível, antes que o assunto se tornasse público". Por sua vez, os Estados Unidos indicaram que desejam continuar a trabalhar "em estreita colaboração com a França na zona do Indo-Pacífico". O presidente Joe Biden e Emmanuel Macron também concordaram em uma entrevista por telefone, incluindo "impaciente" para se encontrar com o presidente da República Francesa.

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