Por Laurent Lagneau, Zone Militaire OPEX360, 30 de outubro de 2021.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de outubro de 2021.
Desde 2018, no acampamento militar Adazi na Letônia, a OTAN tem organizado a competição de tiro "Iron Spear" (Lança de Ferro) com unidades dos quatro batalhões multinacionais destacados como parte de sua presença avançada reforçada [eFP] nos países Bálticos e na Polônia. Esta competição tem duas categorias: tanques de combate pesados e veículos blindados de combate de infantaria, estes últimos envolvidos no exercício "Iron Wolf" (Lobo de Ferro).
O subgrupamento tática interarmas "Lynx" [sous-groupement tactique interarmes, S/GTIA] francês fez seu nome na edição de 2019 do Iron Spear, com uma tripulação de tanque Leclerc em primeiro lugar, à frente de seus colegas noruegueses e americanos. Os competidores foram solicitados a mirar e atirar, dia e noite, levando em consideração a velocidade e a precisão.
“A vitória francesa não é apenas dos cavaleiros do S/GTIA, mas também um motivo de orgulho para todo o destacamento Lynx 6. É em particular uma grande recompensa para as equipes de manutenção do elemento de apoio nacional que trabalham diariamente para manter a plena capacidade operacional dos tanques Leclerc”, sublinhou o Estado-Maior das Forças Armadas na época.
Mas este desempenho não se repetiu depois, a tripulação de um tanque norueguês Leopard 2A4 tendo superado os participantes no "challenge" Iron Spear 2020.
Atualmente, o S/GTIA Lynx 11 está armado por um pelotão do 1er Régiment de Chasseurs [tanque Leclerc], uma seção do 35º Regimento de Infantaria equipada com VBCI, outra do 3º Regimento de Engenheiros e uma equipe de observação e coordenação do 68º Regimento de Artilharia da África. Mas ele perdeu o pódio no Iron Spear de 2021, que aconteceu de 16 a 22 de outubro.
"É uma competição que pode parecer amistosa, mas penso que todos desejam vencer e mostrar que o seu equipamento é o melhor da OTAN", afirmou o Capitão "Christophe" do 35e RI.
Do lado da "infantaria mecanizada", os veículos blindados com lagartas aparentemente se saíram melhor do que os com rodas, como o VBCI. De fato, os três primeiros lugares foram conquistados pelos militares noruegueses [CV-90], holandeses [também equipados com CV-90] e americanos [M2A3 Bradley].
Desenhado pela Hägglunds/Bofors [e produzido pela BAE Systems Hägglunds], o CV-90 é um veículo blindado pesando 23 a 35 toneladas [dependendo da versão], armado com um canhão de 40mm e uma metralhadora coaxial de 7,62mm. Capaz de transportar até 11 soldados de infantaria [incluindo a tripulação, nota], ele entrou em serviço com as forças norueguesas a partir de 1996. A Holanda adquiriu 192 exemplares, antes de revender parte deles para a Estônia.
Quanto à competição entre tanques, foi a tripulação holandesa de um Leopard 2A6 que surpreendeu, superando os 23 participantes. Aquela de um Leopard 2A4 norueguês ficou em segundo lugar. O terceiro lugar veio da tripulação de um Leopard 2A6 alemão.
O desempenho dos militares holandeses é de fato surpreendente, dado que os Países Baixos não engajaram nenhum tanque de batalha principal em uma operação estrangeira por mais de vinte anos. Além disso, eles haviam renunciado a essa capacidade por motivos orçamentários, em 2011, ao revenderem seus últimos 60 Leopard 2.
No entanto, o Koninklijke Landmacht [exército holandês] foi capaz de recuperá-lo em parte graças à cooperação com seu homólogo alemão, através da integração de um esquadrão de 18 Leopard 2A6 no Panzerbataillon 414 do Bundeswehr [que foi então integrado ao 43ª Brigada Mecanizada holandesa, nota do editor].
"O fato dos tanques holandeses ficarem imediatamente em primeiro lugar em uma competição internacional é, portanto, uma conquista especial", afirmou o Ministério da Defesa holandês.
Como um lembrete, desde agosto passado, o contingente holandês da eFP foi destacado para Rukla, na Lituânia, onde a Alemanha é a nação-quadro.
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