A SpearUAV está tentando mudar a forma como os veículos aéreos não-tripulados (UAV) são usados no campo de batalha. (IDF) |
Por Dave Makichuk, Asian Times, 27 de agosto de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 3 de setembro de 2020.
O SpearUAV está tentando mudar a forma como os veículos aéreos não tripulados (UAV/VANT) são usados no campo de batalha.
Drones militares táticos, também conhecidos como “munições à espreita” (loitering munitions), entraram em cena em uma encruzilhada crucial da história militar. Após décadas de guerra global contra o terrorismo, as forças armadas americanas estão mudando a estratégia de defesa para enfrentar concorrentes semelhantes, como a Rússia e a China - o que significa menos medidas de contra-insurgência e mais tecnologia. No entanto, a próxima geração de drones não será de grandes drones armados empregados pelas forças aéreas. Muito pelo contrário, na verdade. Os drones táticos serão muito menores e mais fortes, capazes de serem carregados para a batalha pela infantaria e forças especiais, e facilmente desdobrados e operados e, mais importante, descartáveis.
O tubo do drone Ninox da SpearUAV pode ser carregado e disparado de um lança-granadas. (SpearUAV) |
A empresa israelense SpearUAV - que fabrica drones que são desdobrados a partir de uma lata de metal ou cápsula - acredita ter a resposta. Na verdade, está tentando “revolucionar” a maneira como os veículos aéreos não-tripulados (UAV) são usados no campo de batalha, relatou Seth J. Frantzman, da National Interest.
A SpearUAV fez uma linha de UAVs, chamada Ninox, que vem em vários tamanhos, desde o que chama de Ninox 40 até Ninox 103. O que é especial nisso é que eles podem ser desdobrados a partir de um lança-granadas de 40mm ou de tanques ou veículos. Uma vez disparados de sua cápsula, os drones se desdobram automaticamente e podem realizar suas missões sob o controle das forças terrestres.
De acordo com a SpearUAV, o Ninox 40, um UAV de 250 gramas que pode voar por quarenta minutos; o Ninox 66 feito para uso com tanques e outros veículos com tempo de vôo de cinquenta minutos, e o Ninox 103 que é projetado para cargas maiores com tempo de vôo de sessenta minutos. Vários problemas estão envolvidos quando se trata de drones táticos, mas a SpearUAV parece ter resolvido esses desafios colocando seus drones em uma cápsula, informou o National Interest.
O drone Ninox da SpearUAV pode ser disparado de um lança-granadas e controlado por um usuário no solo. (SpearUAV) |
Um problema é o custo. Os militares querem drones pequenos que os pelotões possam usar, mas esses tipos de drones precisam ser robustos ou descartáveis, porque a natureza das forças terrestres que caminham por montanhas ou lutam nas cidades é que seu equipamento é jogado de um lado para outro. Em segundo lugar, os pequenos drones táticos precisam ser fáceis de usar. O soldado em campo precisa usar seu fuzil e, potencialmente, pilotar um drone ao mesmo tempo, informou o National Interest.
Isso significa usar um tablet ou alguma tecnologia simples que os soldados já sabem usar na vida civil, como apontar e clicar em uma tela. A empresa prevê que o operador tenha uma tela facilmente dobrável incorporada a um colete tático.
Pense basicamente em lançar um drone de um tubo, como do tipo daquele das batatas chips Pringles. Isso tem a vantagem de que o UAV pode ser disparado para o céu como uma granada ou flare ou pode ser colocado em um tanque no lugar de uma lata de metal de fumaça, relatou o National Interest. Isso também significa que o drone pode ser facilmente embalado em campanha sem a preocupação de que possa entrar poeira, lama ou água.
O drone Ninox da SpearUAV tem um perfil muito fino, dificultando sua localização e neutralização pelas forças inimigas. (SpearUAV) |
“Estamos criando uma nova dimensão para o soldado de infantaria”, diz Boaz Ben-Haim, chefe de desenvolvimento de negócios e ex-piloto.
Para o soldado de infantaria comum ou guerreiro das forças especiais, a guerra não mudou muito em termos do equipamento básico ao qual eles tiveram acesso ao longo dos anos, informou o National Interest. Dar a eles drones, especialmente drones que podem carregar munições, o que é chamado de munição à espreita, aumentaria a sua letalidade.
“Para gerenciar o campo de batalha caótico de hoje, o soldado precisa de equipamento com preço conveniente, tamanho escalonável e uso acessível”, diz Ben-Haim.
O que isso significa é não deixar o custo desses drones subir. Em vez disso, esses UAVs encapsulados podem até ser descartáveis, o que significa que não é necessário que voltem à base e sejam reparados ou recarregados.
Bibliografia recomendada:
Military Drones. Matt Chandler. |
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