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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

GALERIA: Atividades militares dos Cuirassiers na Planície dos Jarros

Soldados do 5º RC preparam um jipe ​​armado antes da missão na Planície dos Jarros.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 20 de agosto de 2021.

Equipado com jipes armados, um esquadrão do 5º RC (Régiment de Cuirassiers/Regimento Cuirassier) patrulha vários pontos de apoio na Planície dos Jarros, no Laos, em abril de 1953. O esquadrão foi fotogrado por Paul Corcuff para o SCA-ECPAD.

Os jipes estão armados com metralhadoras Chatellerault Mdle 24/29 e Reibel MAC 31/MAC 34 no estilo SAS, trazido pelos veteranos da África e Europa para a Indochina. A designação MAC significa Manufacture de Châtellerault (Fabricação da Châtellerault), denotando um projeto da fabricante estatal de Châtellerault, com as outras duas de Tulle (MAT) e Saint-Étienne (MAS) também fabricando tais armamentos. Ambas as metralhadoras eram calibradas em 7,5x54mm francês.

Pausa para almoço. À esquerda, de camiseta, o Tenente Franz Adam, comandando um dos pelotões de jipes armados do 5º RC.

A coluna de jipes durante uma parada em uma aldeia laociana. Um supletivo indochinês está sentado no banco de trás do jipe.

O FM MAC 24/29 foi a metralhadora leve de uso padrão dos franceses por décadas, vendo serviço quase ininterrupto por 50 anos, enquanto a Reibel foi desenvolvida para guarnecer a Linha Maginot; sendo readaptada para uso como fuzil-metralhador (arma portátil para grupos de combate e esquadras-de-tiro), com resultados mistos e um tanto insatisfatórios por conta do peso (mais de 11kg) e de problemas de alimentação na humidade da Indochina, apresentando algumas engripagens durante o uso. Nenhum desses problemas era presente na adaptação em jipes.

A Reibel, tendo sido criada para tiro sustentado em defesa fixa de bunkers, foi projetada com um carregador de tambor circular. Ela era colocada em montagens duplas (Jumelage de mitrailleuses Reibel, JM Reibel) nas cúpulas cloche nas fortificações da Linha Maginot; estas montagens gêmeas JM eram a colocação padrão em casamatas fixas, enquanto tanques e outros veículos usavam metralhadoras únicas. Na Indochina, o sistema logístico francês teve que se virar com o que tinha, e isso incluía uma mistura de armamento obsoleto dos arsenais coloniais franceses, armamento japonês capturado, armamento alemão capturado e trazido da Europa, armamento americano e britânico suprido aos franceses livres durante a guerra contra o Eixo, armamento francês em estoque pré-1940 e armamento novo fabricado no pós-1945 (como pistolas Luger e submetralhadoras MAT-49). Dessa forma, a adaptação de metralhadoras disponíveis na Linha Maginot, agora uma linha de defesa secundária atrás das Forças Francesas na Alemanha (Forces Françaises en Allemagne, FFA), foi uma solução natural - apesar dos problemas. A adoção da Reibel como FM foi visada desde o princípio como apenas temporária.


O Coronel Guillard, comandante das tropas engajadas no Laos, passa em revista um esquadrão do 5º RC e seus jipes armados. À esquerda, o Tenente-Coronel Le Hagre.

O Coronel Guillard inspeciona os jipes armados. Atrás dele, em camisa de manga curta, o Tenente Franz Adam, comandando um dos pelotões de jipes.

A ideia partiu dos veteranos da Meia-Brigada SAS (Demi-Brigade SAS) e a ação desses jipes armados atuando como colunas voadoras provou-se uma ação eficiente em operações de busca e em escolta a comboios.

Incursão do SAS contra o Aeródromo de Sidi-Haneish

Bibliografia recomendada:

Street Without Joy:
The french Debacle in Indochina.
Bernard B. Fall.

Leitura recomendada:

Armas vietnamitas para a Argélia, 14 de dezembro de 2020.

O que um romance de 1963 nos diz sobre o Exército Francês, Comando da Missão, e o romance da Guerra da Indochina12 de janeiro de 2020.


PERFIL: O filho do general, 27 de julho de 2021.

GALERIA: Caçadores à Cavalo em reconhecimento na Indochina, 3 de março de 2021.

GALERIA: Blindados Anfíbios do 1er REC na Indochina2 de outubro de 2020.

GALERIA: Operações na região de Nghia Lo, com o 8e BPC e o 2e BEP, 5 de junho de 2021.

GALERIA: Operação Brochet no Tonquim, 3 de outubro de 2020.

FOTO: Couraceiros modernos, 14 de outubro de 2020.

FOTO: Um M24 Chaffee no Tonquim9 de julho de 2020.

FOTO: Crianças guerrilheiras no Tonquim, 13 de junho de 2021.

quinta-feira, 12 de março de 2020

A FEB e os jipes


Pelo Major Elber de Mello, 1957.

[A linguagem da época foi mantida]

Um dos fatos mais aborrecidos da guerra era a facilidade com que os americanos se apoderavam dos jipes uns dos outros.

Não havia possibilidade de um minuto de despreocupação para aquêles que viajassem pela ITÁLIA a serviço ou a passeio.

Qualquer descuido e lá se ía o jipe, trazendo transtornos, interrompendo umas merecidas férias, criando dificuldades, infernando as vidas dos combatentes.

Ordens severas eram dadas para que os motoristas se grudassem aos seus veículos e mil e uma artimanhas eram empregadas contra os perigosos ladrões.



Logo que o primeiro escalão da F.E.B. recebeu seu material vários jipes desapareceram. Não havia jornada sem que surgisse algum motorista em desespêro.

Era necessário pôr um fim àquele estado de coisas.

Constou então que um de nossos chefes (evidentemente em desabafo) coçando a cabeça, declarou que só se fazendo o mesmo com êles, isto é, furtando-lhes também em represália.

Tanto bastou. Em uma só semana uma dezena de jipes dos americanos foram furtados.

Contou-me um repórter de um jornal de Nova Iorque que deixara seu veículo à porta da casa de uma família italiana enquanto namorava na sala. Em dado momento pára uma viatura brasileira com guindaste, iça seu jipe e sai em disparada.

Mesmo no acampamento da Esquadrilha, um dos nossos “desapertou” um jipe, armou uma espaçosa barraca coletiva e lá dentro entocou o furto.



A polícia americana percorreu o acampamento, ficou “quente”, mas nada descobriu.

A surprêsa foi grande quando ao raspar a numeração e os emblemas do Exército de Tio Sam apareceram por baixo a numeração e os emblemas da Marinha dêles.

O brasileiro esfregou as mãos de contente: ladrão que rouba de ladrão tem cem anos de perdão.

Apesar das severas ordens emanadas do comando da D.I.E., muita viatura furtada do V Exército serviu aos brasileiros até o fim da campanha.

O mesmo se conclui quanto às nossas, anteriormente furtadas, que jamais foram encontradas ou restituídas.



Durante a Ofensiva da Primavera um dos pilotos da Esquadrilha achou uma viatura militar alemã, correspondente ao jipe americano e a utilizou oficialmente até embarcar para o BRASIL.

Positivou-se a sua superioridade ao similar do TIO SAM tendo maior maneabilidade, velocidade e, sobretudo, realidade.

A viatura alemã tinha as seguintes características:

Marca - Volkswagenkerk.

Modêlo - 1/4 tonelada.

Rodas - 4.

Indicativo - 103.

Para que uma viatura inimiga capturada pudesse trafegar era necessário a permissão oficial e a côr e os emblemas da tropa que a utilizava.

Major Elber de Mello HenriquesA FEB doze anos depois, 1957, pg. 200-202.

O Coronel Nestor da Silva desfilando em um jipe.


Bibliografia recomendada:


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