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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Italianos da Divisão Brescia no Cerco de Tobruk

Ilustração de Steve Noon, Italian Soldier in North Africa 1941-1943.
(Osprey Publishing)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de outubro de 2022.

Em 12 de abril de 1941, quando as forças italianas e alemãs começaram seu Cerco de Tobruk, a Divisão Brescia junto com o 3º Batalhão de Reconhecimento alemão capturaram o porto de Bardia, tomando várias centenas prisioneiros e uma grande quantidade de saque. Mas o ataque parou e Rommel foi forçado a pedir reforços. Na noite de 30 de abril, uma poderosa força ítalo-alemã ataca as defesas de Tobruk novamente, e a Ariete, Brescia, o 8º Regimento Bersaglieri e Guastatori (engenheiros de combate) envolveram e capturaram sete pontos fortes (R2, R3, R4, R5, R6, R7 e R8). Na noite de 3 de maio, os australianos contra-atacaram mas os italianos, na forma das Divisões Trento, Pavia e alguns Panzergrenadiers repeliram o ataque e os atacantes só conseguiram recuperar um ponto forte das tropas italianas defensoras. Na noite de 16 de maio, a Divisão Brescia retalia com a ajuda de dois pelotões do 32º Batalhão de Engenharia de Combate e abre uma brecha no perímetro defensivo dos 2/9º e 2/10º Batalhões. Com os obstáculos removidos, as tropas da Brescia envolvidas, que trazem equipes de lança-chamas e tanques, capturam os pontos fortes S8, S9 e S10.

Os australianos reagem e o Oficial Comandante dos Guastatori, o Coronel Emilio Caizzo, é morto em um ataque de mochilas explosivas (satchel) e ganha uma Medalha de Ouro por valor póstuma (Medalha de Ouro ao Valor Militar, mais alta condecoração italiana). Embora a História Oficial Australiana admita perder três posições, ela afirma que os atacantes eram "alemães". No entanto, uma narrativa italiana registrou:

"Com grande habilidade e velocidade, os Guastatori abrem três pistas nas minas e obstáculos para permitir passagem aos Fucielieri da Brescia. Lado a lado com as tropas de assalto da Brescia, eles infligem grandes perdas ao inimigo e tomam outros pontos fortes com explosivos e lança-chamas."

O historiador militar australiano Mark Johnston afirma que havia uma "relutância em reconhecer os reveses contra os italianos" nos relatos oficiais australianos.

O Major-General Leslie Morshead estava furioso e ordenou que os australianos ficassem mais vigilantes no futuro. Entre os objetivos inicialmente selecionados durante o planejamento da Operação Brevity estava a recaptura dos pontos fortes S8 e S9, mas isso foi abandonado quando descobriu-se que os australianos os recuperaram.

Em 24 de maio, a Divisão Brescia, que assumiu a frente ocidental de Tobruk, repeliu uma força de infantaria atacante, apoiada por tanques. Em 2 de agosto, um outro ataque foi lançado para recuperar os pontos fortes perdidos, mas as forças atacantes dos batalhões australianos 2/43º e 2/28º são repelidos. Este foi o último esforço australiano para recuperar as fortificações perdidas. Como parte das forças assediadoras em torno de Tobruk, a Brescia resistiu contra a ofensiva britânica de 24 de novembro de 1941 até 10 de dezembro de 1941, quando a 70ª Divisão Britânica (Brigada Independente de Fuzileiros dos Cárpatos polonesa capturou a posição de White Knoll) finalmente atravessou a retaguarda da Brescia e levantou o cerco de Tobruk durante a Operação Crusader. Avançando em plena luz do dia em 11 de dezembro, um batalhão da Brescia chegou a 50 jardas do 23º Batalhão da Nova Zelândia, mas foi cortado pelas metralhadoras dos neozelandeses. A retirada inicial foi para o Ayn al-Ghazalah. Em 15 de dezembro, a Divisão Brescia manteve a sua posição no Ayn al-Ghazalah (Gazala) contra a 2ª Divisão Neo-zelandesa e a Brigada Polonesa, permitindo que uma poderosa força blindada ítalo-alemã contra-atacasse e derrotasse o 1º Batalhão Britânico, The Buffs. Em 18 de dezembro, presa às forças britânicas e flanqueado pelo sul, a divisão começou a se retirar para Ajdabiya e chegou às posições planejadas em 22 de dezembro de 1941.

Uma veterana da Guerra da Abissínia, a Divisão Brescia lutaria ainda em Gazala e Mersa Matruh, e depois nas batalhas de El-Alamein. Depois que a Segunda Batalha de El Alamein começou em 24 de outubro de 1942, a Brescia foi capaz de manter suas posições contra as unidades blindadas britânicas até 4 de novembro de 1942. Com a frente já em desordem, recuou pela rota Deir Sha'la - Fukah. A falta de meios de transporte resultou em unidades aliadas alcançando e aniquilando os remanescentes da Divisão Brescia em 7 de novembro de 1942, à vista de Fouka onde outras unidades do Eixo despedaçadas já se reuniram. A divisão foi oficialmente dissolvida em 25 de novembro de 1942.

Bibliografia recomendada:

Italian Soldier in North Africa 1941-43.
P. Crociani e P.P. Battistelli.

Leitura recomendada:


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

FOTO: Sniper da Brigada Judaica na Itália

Um soldado da Brigada Judaica prepara seu fuzil sniper para a ação.
(Colorização de Julius Jääskeläinen, @julius.colorization)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 22 de agosto de 2022.

Um sniper da Brigada Judaica com seu fuzil na cidade italiana de Mezzano, na região de Ravena, em 24 de março de 1945. A foto foi tirada pelo Corpo de Comunicações do Exército Americano, o fotógrafo identificado apenas com o nome de Levine. A legenda original diz:

"Um soldado da Brigada Judaica prepara seu fuzil sniper para a ação."

Fotografado está o cabo-anspeçada Jacob Feinbuch, originalmente de Essen, na Alemanha, que cuida do seu fuzil durante uma pausa nos combates. O seu posto é de lance corporal, entre soldado e cabo, e que seria o antigo anspeçada que não mais existe no sistema brasileiro. Ele usa uniforme camuflado, além de camuflagem ghillie na cabeça, como era comum aos snipers britânicos. A sua boina é o padrão da brigada com a insígnia da unidade. Ele está sentado ao lado de uma placa de trânsito com a insígnia da Brigada Judaica, uma Estrela de Davi dourada à frente de linhas azuis e uma branca.

Original em preto e branco,
mostrando a placa.

A região de Ravena abriga um cemitério militar da Commonwealth em Piangipane, onde estão enterrados 83 soldados judeus da brigada, que morreram em combate ou devido a ferimentos na fase final da guerra na Itália.

Os veteranos da Brigada Judaica foram usados - juntos com os regulares do Palmach - como a espinha dorsal do Haganá, o exército subterrâneo judeu que lutou na Guerra de Independência de 1948-49. Muitos veteranos da Brigada Judaica serviram com distinção, com um grande número servindo em postos de oficiais de alto escalão nas forças armadas israelenses, e 35 tornaram-se generais. A importância da brigada foi muito além da sua atuação na Itália, segundo Ben Gurion:

"Sem os oficiais e soldados da Brigada Judaica, é duvidoso que pudéssemos ter construído as Forças de Defesa de Israel em um período tão curto, em uma hora tão tempestuosa."

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper,
Martin Pegler.

Leitura recomendada:


FOTO: Presente para Hitler, 26 de junho de 2022.

sábado, 6 de agosto de 2022

FOTO: Partisan italiana na fronteira ítalo-francesa

A partisan Prosperina "Lisetta" Vallet no Vale de Aosta, na fronteira ítalo-francesa, em novembro de 1944.
(Colorização de Julius Jääskeläinen)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 de agosto de 2022.

Prosperina Vallet, codinome "Lisetta", era uma partisan da brigada partisan autônoma do Vale Vertosan, no Vale de Aosta, e foi fotografada enquanto sua unidade recuava para a França por falta de alimentos e munições. Prosperina está armada com a submetralhadora suíça Hispano-Suiza MP 43/44, usando o carregador em cofre.

A foto foi tirado entre 2 a 6 de novembro, quando Prosperina tinha 33 anos, e guardada no Museu Imperial de Guerra Britânico (British Imperial War Museum, IWM) em Londres.

Original em preto e branco.

A imagem era conhecida, mas a identidade da “mulher partisan” só foi encontrada em 2011 pelas jornalistas italianas Emanuela Rosari e Maria Teresa Zonca. Elas lançaram uma campanha no Facebook, e depois uma reportagem no Valle d'Aosta Tgr. No dia seguinte à transmissão do noticiário, receberam um telefonema de uma mulher dizendo “Quella giovane è mia mamma” (Essa jovem é minha mãe). Isso permitiu identificar a partisan famosa.

Ela é Prosperina Vallet, que em batalha foi chamada de Lisetta, esposa do partisan Rino Mion, que lutou ao lado dela sob o codinome Fulmine, relâmpago. Ambos faziam parte da brigada autônoma conhecida como Vetrosan.

Ela nasceu em 14 de abril de 1911 em Aymavilles, não muito longe de Aosta, e tinha 12 anos quando começou a trabalhar como cozinheira e ficou viúva quando sua primeira filha tinha apenas três meses. Ela então se casou novamente com Rino Mion, e teve outros dois filhos, um dos quais morreu. Após a guerra, ela administrou vários restaurantes junto com o marido, até tornar-se novamente viúva, e faleceu aos 87 anos em 1998.

Bibliografia recomendada:

Italian Partisan Weapons in WWII,
Ralph Riccio e Gianluigi Usai.

Leitura recomendada:


domingo, 26 de junho de 2022

FOTO: Presente para Hitler

"Presente para Hitler."

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 26 de junho de 2022.

O soldado Joseph Wald, da Brigada Judaica, segurando um obus de artilharia com a inscrição “Presente para Hitler” em hebraico e com uma Estrela de Davi, símbolo judaico), na Itália em 1944-45. Colorização por Refael Ben Zikri da Grafi Design - גרפי דיזיין, de Israel.

Original em preto e branco.

A inscrição de provocações em obuses (granadas de artilharia) era algo comum e praticado por ambos os lados. Abaixo, um artilheiro italiano carregando um obus com os dizeres "Buon Anno a Stalin", que se traduz como "Feliz Ano Novo a Stalin"; na Frente Oriental em 1942-3.

"Feliz Ano Novo a Stalin."

A mais famosa foto da Força Expedicionária Brasileira (FEB) é aquela do Soldado Francisco de Paula carregando um obus 105mm com os dizeres "A cobra está fumando...".

"A cobra está fumando...".
(Colorização de Marina Amaral)

Bibliografia recomendada:

The Jewish Brigade.
Marvano.

Leitura recomendada:

sábado, 18 de junho de 2022

FOTO: O gigante Fiat 2000 italiano

Carros de combate Fiat 3000, Renault FT-17, Schneider e Fiat 2000 no Forte Tiburtino, Roma, 1927.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 18 de junho de 2022.

Foto de propaganda mostrando os primeiros tanques italianos alinhados ao lado do gigante Fiat 2000, um projeto efêmero da indústria italiana. Os Renault FT-17 e Schneider foram carros de assalto comprados dos franceses, enquanto o Fiat 3000 foi uma evolução italiana do FT-17 com um motor mais potente e armamento italiano.

O FIAT 2000 era um veículo substancial, de dimensões comparáveis aos tanques britânicos Mark V e pesando 40 toneladas em comparação com as 28 toneladas do Mark V. O motorista estava sentado na frente, com uma visão geral muito boa consistindo de uma grande janela para a frente e pequenas brechas laterais. O gigante de aço ficou pronto apenas depois do armistício de novembro de 1918, que encerrou a Grande Guerra, e apenas dois protótipos foram feitos.


Após a guerra o FIAT 2000 foi exibido como uma das armas usadas 'para derrotar o inimigo' e os dois protótipos concluídos foram enviados para a Líbia para combater as forças de guerrilha, juntamente com outros tanques comprados da França, em uma unidade especial, a 1° Batteria autonoma carri d'assalto (1ª Bateria Autônoma de Carros de Assalto).

Protótipo nº 2.

Na Líbia, o tanque FIAT mostrou-se capaz de atingir uma velocidade média de 4km/h, e assim, após dois meses sua carreira terminou, sendo incapaz de acompanhar a rápida movimentação do inimigo. Um permaneceu em Trípoli e o outro foi enviado para a Itália na primavera de 1919, onde se apresentou diante do Rei no Estádio de Roma. O tanque fez uma exibição convincente: subiu uma parede de 1,1m, depois enfrentou outra parede de 3,5m, que derrubou com seu peso. Em seguida, uma vala de 3m de largura foi atravessada com sucesso e várias árvores foram derrubadas. Este desempenho impressionante não reavivou o interesse no tanque pesado, no entanto, e por isso o Fiat 2000 foi abandonado.

O FIAT 2000 sobrevivente em Roma foi deixado em um depósito por vários anos, até ser enviado por ordem do Coronel Maltese ao Forte Tiburtino, arriscando-se a pegar fogo durante a viagem. Em 1934 foi novamente visto num desfile do Campo Dux, tendo sido repintado e até rearmado, com duas metralhadoras 37/40mm em vez das metralhadoras dianteiras. Mais tarde, teria sido transformado em monumento em Bolonha; depois disso seu destino é desconhecido, tal como o outro tanque que fora deixado em Trípoli.


Vídeo recomendada: A indústria de tanques italiana

segunda-feira, 23 de maio de 2022

O Escudo da Sardenha da 90ª Divisão Panzergrenadier

Sardinienschild da 90ª Divisão Panzergrenadier (90 PzGrenDiv)
ao lado da caderneta registo.

Por Filipe do A.Monteiro, Warfare Blog, 23 de maio de 2022.

O Escudo da Sardenha (Sardinienshild) foi adotado pela 90ª Divisão após a sua reconstrução na ilha da Sardenha, criando assim o primeiro distintivo da 90ª Afrika. Ela era usada no quepe, no gorro com pala e no casquete. O distintivo era feito no formato da Sardenha, uma ilha italiana no Mediterrâneo, em alto relevo com uma espada cruzado por cima e a localização dos portos de Olbia e Cagliari. O reverso da insígnia era oco com um broche de fixação.

A 90ª Divisão Alemã teve muitas designações, começando como Divisão Africana de "Serviços Especiais" (Division z.b.V. Afrika, a abreviatura z.b.V. significa zur besonderen Verwendung, que se traduz como "para uso especial"), sendo imediatamente renomeada 90ª Divisão Leve África (90 .leichte Afrika Division) e lutando com o Afrikakorps até a rendição da Tunísia.

Um Kubelwagen com a insígnia da divisão.

Reverso do distintivo com grampo de fixação.

Durante sua existência na África, a 90ª teve algumas unidades exóticas como a Sonderverband 88 de infiltração de longa distância no deserto e um regimento formado por alemães da Legião Estrangeira Francesa. Os alemães vasculharam a Legião Estrangeira no norte da África francesa e recrutaram à força cerca de 2.000 legionários alemães para a Wehrmacht. A maior parte desses legionários seria arregimentada no Infanterie-Regiment Afrika (mot) 361, também conhecido como Verstärktes Afrika-Regiment 361 (361º Regimento Reforçado da África), como parte da 90ª Divisão Afrika.

Destruída na Tunísia, com a maioria dos seus veteranos feitos prisioneiros na rendição de Túnis, os quadros remanescentes da divisão foram reformados na Sardenha com a incorporação dos homens da recém-criada Divisão Sardenha (Division SardinienGeneralleutnant Carl Hans Lungershausen). Esta fora criada em 12 de maio de 1943 na Sardenha a partir do estado-maior da XI Brigada de Assalto (Sturmbrigade XI). Com a ordem de 6 de julho de 1943 do chefe do OKH H Rüst e BdE AHA Ia(I) No. 3273/43 g.Kdos, a divisão foi incorporada à 90ª Divisão Panzergrenadier em 6 de julho de 1943. No entanto, o estado-maior continuou a usar o nome "Comando da Sardenha" (Kommando Sardinien) até 16 de setembro de 1943. A ordem de criação da nova divisão diz:

"Para preservar a tradição da 90ª Divisão de Infantaria, que permaneceu na África após uma luta corajosa, a Divisão da Sardenha será renomeada para 90ª Divisão Panzergrenadier".

Ordem de batalha da Divisão Sardenha:
  • Panzergrenadier-Regiment 1 Sardinien
  • Panzergrenadier-Regiment 2 Sardinien
  • Panzer-Abteilung Sardinien
  • Panzerjäger-Kompanie Sardinien
  • Artillerie-Regiment Sardinien
  • Nachrichten-Regiment Sardinien
  • Pionier-Bataillon Sardinien

Para evitar confusão ao lidar com unidades da 90ª Divisão de Infantaria Leve que ainda existiam até sua dissolução, as unidades da 90ª Divisão Panzergrenadier carregavam a designação "neu" ("nova") após a designação de tropa até 31 de dezembro de 1943. Os convalescentes da 90ª Divisão de Infantaria Leve, que ainda estavam com as tropas de substituição, seriam transferidos para a nova divisão depois de recuperarem a capacidade de serem usados ​em campanha.

Em 3 de setembro de 1943, os alemães foram pegos de surpresa pelo armistício italiano de Cassibile, e as tropas alemãs na Sardenha de súbito se viram superadas em número pelas unidades do Exército Real Italiano; então foi decidido retirar o contingente alemão. Um acordo entre o comandante divisional Generalleutnant Lungershausen e o general italiano Antonio Basso possibilitou a retirada quase sem luta entre 8 e 16 de setembro de 1943.

Panzer IV da 90ª Divisão Panzergrenadier na marina de Palau em sua retirada da Sardenha, setembro de 1943.

O escudo sobre a caderneta registro.

A 90ª Divisão Panzergrenadier foi enviada de Palau, no nordeste da Sardenha, para Bonifácio, na Córsega; e então absorveu a organização terrestre do comando da Luftwaffe na Córsega e acrescentou regulares vindos de recrutas Volksdeutsche (alemães não-cidadãos). Depois que a revolta contra os ocupantes italianos e alemães foi declarada em 9 de setembro de 1943 na Córsega, a divisão foi retirada ao longo da estrada costeira oriental de Bonifácio a Bastia. A divisão fez parte das 12.000 tropas alemãs enviadas para a ilha após o armistício italiano de 1943, lutando junto com a Sturmbrigade Reichsführer SS e 12º Batalhão de Paraquedistas do 184º Regimento FallschirmjägerA divisão foi evacuada para o continente italiano com perdas no início de outubro através da contestada cabeça-de-ponte de Bastia, enfrentando guerrilheiros do Maquis francês e tropas francesas livres desembarcadas, além de soldados italianos leais ao Reino da Itália (44ª Divisão de Infantaria Cremona e 20ª Divisão de Infantaria Friuli).

Aqui a divisão foi reorganizada para se tornar uma Divisão Panzergrenadier 43, ou seja, segundo a nova reorganização de 1943 que previa menos mão-de-obra e aumento do poder de fogo. Tendo sido transferida para o continente italiano da cabeça-de-ponte de Bastia em 3 de outubro de 1943, a divisão foi atribuída ao LXXXVII Corpo do Grupo de Exércitos C, sob o General der Infanterie Gustav-Adolf von Zangen.

Escudo da Sardenha visível no gorro de campanha do soldado à direita.
(Coleção de Antonio Scapini)


O Sardinienschild com a caixa.

A divisão foi então estacionada primeiro na Toscana perto de Pisa e depois na costa do Adriático em Gatteo a Mare. Em meados de novembro de 1943 foi transferido para a região de Abruzzo atrás da Linha Gustav. No início de dezembro, ela estava envolvida em pesados ​​combates defensivos ao sul de Ortona contra a 1ª Divisão de Infantaria Canadense do 8º Exército Britânico. Após a luta em Ortona, "Stalingrado da Itália", a 90ª foi recuada ao sul de Roma para descansar. Em janeiro de 1944, a divisão estava novamente na Linha Gustav entre Cassino e a costa do Tirreno. Desde o início de fevereiro ela lutou na Primeira e Segunda Batalhas de Monte Cassino em Monte Maiola e Monte Castellone. Após o fim da batalha, a 90ª foi transferida para a área de Roma-Ostia como reserva do grupo de exército no início de março. Em meados de maio, ela estava ao sul de Cassino, no Vale do Liri, perto de Pignataro-Pontecorvo, e participou da Quarta Batalha do Monte Cassino. Após o avanço dos Aliados, a divisão retirou-se para a Umbria antes de ser transferida para a área de Grosseto, na Toscana. Na Toscana, unidades da divisão foram usadas para combater guerrilheiros e estiveram envolvidas em batalhas defensivas contra o avanço das tropas do 5º Exército americano em Monte Amiata e perto de Volterra, entre outros lugares, antes da divisão se retirar para o Vale do Arno entre Pisa e Florença.

No final de julho de 1944, a divisão foi primeiro transferida para o Vale do Pó entre Módena e Parma e depois para a Ligúria ao norte de Gênova para descanso. Em meados de agosto, depois que os Aliados desembarcaram no sul da França, foi transferida para o Piemonte para garantir as travessias dos Alpes. A partir do final de setembro de 1944, ela estava novamente na Emilia-Romagna.

Oficial altamente condecorado da 90ª.
O Escudo da Sardenha é visível no lado esquerdo do quepe.
(Coleção LH./2012)

Outro oficial da divisão, um portador da Cruz de Cavaleiro, com o escudo claramente visível na lateral esquerda do quepe.

Em meados de dezembro de 1944, a divisão, inicialmente retida como reserva do exército, defendeu Faenza do ataque V britânico e II Corpo polonês, sofrendo pesadas perdas, mas finalmente teve que evacuar a cidade. Durante a ofensiva de primavera dos Aliados em abril de 1945, a 90ª Divisão Panzergrenadier foi novamente desdobrada como unidade de reserva. Unidades da divisão foram usadas para afastar as formações americanas da costa do Tirreno, perto de Massa, até os Apeninos Toscano-Emilianos. Após o colapso da frente alemã, os remanescentes da divisão capitularam aos Aliados ao sul do Lago de Garda no final de abril de 1945.

A divisão fora destruída próximo a Bolonha, mas alguns remanescentes dela se uniram à a 148. Infanterie-Division do Generalleutnant Otto-Fretter Pico. Blindados da 90ª em missão de reconhecimento trocaram tiros com tropas avançadas de reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na região de Collecchio-Fornovo di Taro, sendo capturados pela divisão brasileira na rendição de 29 de abril de 1945.

O Generalmajor Ernst-Günther Baade (esquerda), então comandante da 90ª, com um capitão em Rimini-Ancona, na Itália.
O capitão mostra o Sardinienchild no seu quepe.

Generalmajor Ernst-Günther Baade era popular entre as tropas, sendo notoriamente corajoso sob fogo e trabalhar com um estado-maior pequeno, focando os esforços na linha de frente. Ele era portador da Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro com Folhas de Carvalho e Espadas, e também foi premiado com um Distintivo de Destruição de Tanques (Panzervernichtungsabzeichen) pela destruição de um tanque inimigo com uma arma de infantaria (incomum para um oficial-general). Baade foi ferido em 24 de abril de 1945, quando seu carro da equipe foi metralhado por um caça britânico perto de Neverstaven, em Holstein. Ele morreu de gangrena em um hospital em Bad Segeberg em 8 de maio de 1945, o dia da rendição incondicional alemã.

O comandante da 90ª (de dezembro de 1943 a dezembro de 1944) ter o Panzervernichtungsabzeichen é bastante revelador do tipo de liderança e ethos da unidade. Ele era conhecido por sua bravura e era apreciado pelos soldados. Ele ganhou sua Cruz de Cavaleiro em Bir Hakeim (1942) contra a 1ª Brigada Francesa Livre na África. O general Sir William Jackson, o historiador governamental  responsável por documentar a história oficial britânica da guerra na Itália e autor do livro The Battle for Italy (1967), considerou a 90ª Divisão Panzergrenadier um "adversário digno".

Bibliografia recomendada:

Orders, Decorations and Badges of the Third Reich
(Including the Free City of Danzig).
David Littlejohn e Coronel C. M. Dodkins.

Leitura recomendada:

domingo, 6 de março de 2022

GALERIA: Qualificação da tripulação do novo Centauro II

Primeira tripulação do novo Centauro II.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 de março de 2022.

Qualificação da primeira tripulação do novo caça-tanques Centauro II MGS 120mm, com uma sessão de tiro como fase final do curso em 31 de outubro de 2021.

Na Escola de Cavalaria do Exército, as primeiras tripulações qualificadas na nova plataforma de combate. O 1º Curso “Istruttore per Operatore Blindo Centauro 2” ("Instrutor para Operador Blindado Centauro 2"), realizado por técnicos do Consórcio Iveco Oto Melara, a favor do pessoal dos Departamentos Didáticos e do Grupo de Esquadrões de Formação.

Treinamento de direção.

A posição do municiador, com joystick e tela.

A nova plataforma de combate, atualmente fornecida à Escola de Cavalaria, insere-se no programa de substituição do carro blindado “Centauro” em serviço desde 1992, para equipar os regimentos de Cavalaria da linha com um veículo de combate eficaz, moderno e versátil; está equipado com um canhão de 120mm, sistemas de comando e controle digitalizados e alta proteção balística, proteção contra minas e proteção contra dispositivos explosivos improvisados ​​(Improvised Explosive DevicesIED).

Nesta perspectiva de modernização, o Instituto, centro de formação e especialização do pessoal do Exército da arma de Cavalaria, em colaboração com os técnicos e engenheiros do consórcio Iveco-Leonardo, lançou um curso de qualificação dos 10 primeiros Instrutores; o mesmo constituirá a espinha dorsal da Força Armada para a reciclagem de todo o efetivo dos regimentos de Cavalaria da linha, que estão a receber a nova plataforma de combate.

Cúpula do comandante.

Treinamento de tiro.

O curso foi dividido em aulas teóricas e atividades práticas. Em particular, as aulas teóricas, divididas em três fases de estudo, designadas “Chassis”, “Torre" e “TLC”, respectivamente, tinham como objetivo capacitar os instrutores para conduzir o veículo, utilizar o armamento principal (torre Hitfact – 2), sistema de Comando, Controle e Navegação (Sistema di Comando Controllo e Navigazione, SICCONA) e os subsistemas de telecomunicações.

O processo de formação do corpo de instrutores terminou com um exercício de tiro em que foi possível apreciar as características do novo sistema de armas e o nível de preparação alcançado pelo pessoal qualificado.

Concessão do diploma.
Ao fundo, três MBT Ariete.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

FOTO: Enfermeiras da FEB

Enfermeiras da FEB nos Estados Unidos, 19 de setembro de 1944.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 13 de fevereiro de 2022.

Enfermeiras do Exército Brasileiro, Unidade 2890-A (Primeiro Esquadrão de Caça Brasileiro com Destacamento Médico) no Píer 5 prestes a embarcar para serviço no exterior, 19 de setembro de 1944. Fotografia Oficial Corpo de Comunicações do Exército dos EUA, Porto de Embarque de Hampton Roads, Newport News Virginia.

Esse grupo de enfermeiras havia se formado no Rio de Janeiro e passado dois meses nos Estados Unidos antes de embarcar para o exterior. As enfermeiras serviram com o restante da Força Expedicionária Brasileira na campanha do Norte da Itália, que durou até maio de 1945.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

O Corpo Expedicionário Francês em Monte Cassino


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de novembro de 2021.

O Corpo Expedicionário Francês (Corps Expéditionnaire Français, CEF), foi uma força expedicionária do Exército Francês Livre. Criado em 1943, o corpo lutou na Campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial, sob o comando do General Alphonse Juin - futuro Marechal da França. O CEF foi fotografado por George Silk para a LIFE Magazine.

O Corpo era composto de 112.000 homens divididos em quatro divisões, três das quais unidades coloniais, principalmente compostas de soldados marroquinos e argelinos oriundas do Exército da África (Armée d'Afrique, em maio de 1944 contando 60% de norte-africanos) e liderados por oficiais franceses, e equipado com 12.000 veículos e 2.500 cavalos e mulas.

O Corpo se destacou nas batalhas no setor de Monte Cassino, varrendo cadeias de montanhas com velocidade e eficiência surpreendentes, abrindo o flanco alemão e os forçando a abandonarem as elevações ao redor da abadia beneditina de Monte Cassino; e assim capturando grande número de prisioneiros da 71ª Divisão de Infantaria alemã.

No entanto, esse sucesso foi manchado pelo grande número de saques, estupros e assassinatos cometidos contra a população italiana local, especialmente pelos goumiers marroquinos; gerando a expressão italiana para os episódios como Marocchinate.

Duas Mulheres (La Ciociara, 1960).
Filme italiano sobre o Marocchinate estrelando Sophia Loren.

A campanha da Itália começou com as operações na Sicília em julho de 1943 e o desembarque ao sul de Nápoles em setembro de 1943. O objetivo dos Aliados anglo-americanos, sob o comando aliado do marechal britânico Alexander, era Roma. Em sua rota, a Linha Gustav, defendida pelos 10º e 14º Exércitos alemães sob o comando do Marechal Kesselring, cortou a Itália através do maciço de Abruzzo e bloqueou qualquer avanço aliado.

O CEF desembarca a partir de 43 de novembro e é engajado em duas fases:
  • Inverno 44: Batalha de Monte Cassino (janeiro de 1944), marcada pela captura do Belvedere, pedra angular da Linha Gustav. A linha Gustav é perfurada mas a falta de reservas impede a exploração deste sucesso.
  • Primavera 44: Batalha do Garigliano, durante a qual o confronto mais violento é em Pico. O CEF rompeu a Linha Gustav em maio de 1944 e permitiu aos Aliados retomar o avanço rumo a Roma, alcançada em 4 de junho de 1944.
O Coronel Rudolf Böhmler, dos paraquedistas alemães, assim mencionou o CEF dentre as demais unidades aliadas diante do Monte Cassino:

"Se, entre as numerosas tropas aliadas, naquele exército composto de americanos, britânicos, franceses, de indianos, neozelandeses e poloneses, de canadenses e sul-africanos, devêssemos ressaltar, de maneira particular, algumas unidades, em primeiro lugar mencionaríamos, de direito, o Corpo Expedicionário Francês, seguindo-se as 3.ª, 36.ª e 88.ª divisões americanas e as tropas polonesas do general Anders."

"Mas a grande surprêsa foi o comportamento em combate do Corpo Expedicionário Francês. A campanha de 1940 havia lançado um véu lúgubre sôbre o exército francês. Não se acreditava que êle pudesse refazer-se daquela completa derrota. E, agora, as divisões do general Juin se mostravam extremamente perigosas. A razão disso não era apenas a experiência de montanha dos marroquinos e argelinos. Três fatôres contribuíram para isso. Ao lado da experiência de montanha, havia o ultramoderno equipamento americano do Corpo Expedicionário Francês, que lhe conferia tanta potência de choque. Por último, e sobretudo, essas tropas eram comandadas por oficiais franceses que conheciam maravilhosamente bem sua profissão. Dêsses três elementos básicos, Juin fizera um magnífico amálgama. Daí  diante, seu Corpo Expedicionário sempre se mostrou à altura de tôdas as suas missões. E o marechal Kesselring pessoalmente me afirmou que a presença do Corpo Expedicionário de Juin num setor do fronte sempre lhe trazia sérias preocupações. disse-me êle que se o general Clark, nos combates do fronte de Cassino, tivesse dado mais ouvidos a Juin, provàvelmente não se teriam registrado as sangrentas batalhas do Monte Cassino."

"Foi Juin que, apoderando-se do Monte Maio e irrompendo no vale do Liri, reduziu a migalhas a Porta de Roma."

Monte Cassino,
Rudolf Böhmler, 1966.

O General Mark Clark, comandante do 5º Exército Americano, que no seu livro de memórias referiu ao General Juin dizendo que "Nunca houve melhor soldado", assim qualificou a ação francesa:

"Entrementes, as forças francesas, transpondo o [rio] Garigliano, haviam-se deslocado para norte, penetrando o terreno montanhoso que jazia ao sul do rio Liri. Não foi fácil. Como sempre, os veteranos alemães reagiram fortemente e houve luta encarniçada. Os franceses surpreenderam o inimigo e capturaram sem demora áreas-chave como os Montes Faito e Cerasola e as alturas vizinhas de Castelforte. A 1ª Divisão Motorizada [Francesa Livre] ajudou a 2ª Divisão Marroquina a tomar o ponto capital de Monte Girofano e, a seguir, avançou rapidamente para o norte até S. Apollinare e S. Ambrogio. A despeito da renitente resistência inimiga, a 2ª Divisão Marroquina penetrou na Linha Gustav em menos de dois dias de combate.

As próximas quarenta e oito horas na frente francesa foram decisivas. Os Goumiers, manejando destramente a arma branca, esparramaram-se nas montanhas, particularmente à noite, e toda a tropa do General Juin mostrou uma agressividade hora após hora que os alemães não puderam agüentar. Cerasola, San Giorgino, Mt. D'Oro, Ausonia e Esperia foram conquistados num dos mais brilhantes e audaciosos avanços da guerra na Itália, e no dia 16 de maio [de 1944] o Corpo Expedicionário Francês havia jogado seu flanco esquerdo a umas dez milhas para a frente, até Monte Revole, enquanto se verificava um reentrante no resto da linha de contato, para de algum modo ser mantida a ligação com o Oitavo Exército Britânico.

Somente o mais cuidadoso preparo e uma extrema resolução tornaram possível o ataque, mas Juin era desse tipo de combatente. Transporte logístico à base de mulas, peritos em guerra de montanha e homens com energia bastante para realizar marchas noturnas demoradas em terreno traiçoeiro, eis o que foi necessário ao sucesso naquelas escarpas praticamente inexpugnáveis. Os franceses patentearam tudo isso no seu sensacional avanço, que o General-de-Exército Siegfried Westphal, chefe do estado-maior do Kesselring, descreveria depois como uma surpresa completa, tanto em termos de rapidez, quanto em agressividade. Por essa realização, que haveria de constituir a chave do sucesso para a arremetida inteira sobre Roma, serei sempre um admirador agradecido do General Juin e de seu magnífico CEF."

General Mark ClarkRisco Calculado, 1950 (1970 em português), pg. 360 e 362.

Em agosto de 1944, o corpo foi retirado e absorvido pelo Primeiro Exército francês sob o comando do General de Lattre de Tassigny (também futuro Marechal  da França) para a invasão da Provença (sul da França).

Sua ordem de batalha era:

1ª Divisão Francesa Livre (1re Division Française Libre, 1re DFL), General Diego Brosset
Também chamada de 1ª Divisão Motorizada de Infantaria, chegou na Itália em abril de 1944.
  • 1ª Brigada
    • 13ª Meia-Brigada da Legião Estrangeira e 22º Batalhão de Marcha Norte-Africano
  • 2ª Brigada
    • 4º, 5º e 11º Batalhões de Marcha
  • 4ª Brigada
    • 21º e 24º Batalhões de Marcha, Bataillon d'Infanterie de Marine du Pacifique (BIMP)
  • 1º Regimento de Artilharia Colonial (RAC)
  • 1º Regimento de Fusiliers-Marins (RFM)

2ª Divisão de Infantaria Marroquina, General André Dody
Chegou à Itália no final de novembro de 1943.
  • 4º Regimento de Tirailleurs Marocains (RTM)
  • 5º Regimento de Tirailleurs Marocains (RTM)
  • 8º Regimento de Tirailleurs Marocains (RTM)
  • 3º Regimento de Spahis Marocains (RSM)
  • 63º Regimento de Artillerie d'Afrique (RAA)

3ª Divisão de Infantaria Argelina, General Joseph de Goislard de Monsabert
Chegou à Itália em dezembro de 1943.
  • 3º Regimento de Tirailleurs Algériens (RTA)
  • 4º Regimento de Tirailleurs Tunisiens (RTT)
  • 7º Regimento de Tirailleurs Algériens (RTA)
  • 3º Regimento de Spahis Algériens de Reconnaissance (RSAR)
  • 67º Regimento de Artillerie d'Afrique (RAA)

4ª Divisão Marroquina de Montanha, General François Sevez
Chegou à Itália em fevereiro de 1944.
  • 1º Regimento de Tirailleurs Marocains (RTM)
  • 2º Regimento de Tirailleurs Marocains (RTM)
  • 6º Regimento de Tirailleurs Marocains (RTM)
  • 4º Regimento de Spahis Marocains (RSM)
  • 69º Regimento de Artillerie de Montagne (RAM)

Reservas Gerais
Comando dos Goumiers Marroquinos, General Augustin Guillaume
  • 1º Grupo de Tabors Marocains (GTM)
  • 3º Grupe de Tabors Marocains (GTM)
  • 4º Grupe de Tabors Marocains (GTM)
  • 7º Regimento de Chasseurs d'Afrique (RCA)
  • 8º Regimento de Chasseurs d'Afrique (RCA)
  • 64º Regimento de Artillerie d'Afrique (RAA)

Um regimento de infantaria norte-africano (tirailleurs nord-africains) compreendia pouco mais de 3.000 homens (incluindo quase 500 oficiais e suboficiais) e 200 veículos. A proporção de norte-africanos chegava a 69% para o regimento, 74% para o batalhão, 79% para a companhia de fuzileiros-volteadores (fusiliers-voltigeurs), 52% para a companhia anti-carro e 36% para a companhia de canhões de infantaria.

Um regimento de infantaria do tipo montanha compreendia quase 4.000 homens (incluindo quase 600 oficiais e suboficiais) e 170 veículos. A proporção de norte-africanos chegava a 77% para o regimento, 79% para o batalhão, 82% para a companhia de fusiliers-voltigeurs e 77% para a companhia motorizada.

Um grupo de tabors marroquinos compreendia cerca de 3.000 homens (incluindo cerca de 250 oficiais e suboficiais) e 170 veículos. A proporção de norte-africanos chegava a 77-78%.

Um regimento de reconhecimento tinha cerca de 900 homens (incluindo 150 oficiais e suboficiais) e 220 veículos. A proporção de norte-africanos chegava a 15% para as tropas e 13% para todo o regimento.

Um regimento de caça-tanques (chasseurs de chars) tinha cerca de 900 homens (incluindo 140 oficiais e suboficiais) e 220 veículos. A proporção de norte-africanos chegava a 27% para as tropas e 25% para todo o regimento.

A divisão ainda possuía um elemento de enfermeiras motoristas de ambulância, apelidadas de Rochambelles (exército) e Marinettes (marinha).

Depois da guerra, seis nomes de batalha são atribuídos para lembrar a Campanha Italiana e fazer parte das dobras das bandeiras de unidade: Abruzzo, Le Belvédère, Garigliano, Pontecorvo, Roma e Toscana.

As enfermeiras motoristas de ambulância











Motorista com um mascote.










Mistura de peças francesas e americanas.
O capacete é o modelo Jeanne d'Arc francês para tropas motorizadas.




Colunas de tropas pelo terreno acidentado italiano















Observatório de artilharia argelino.


Ao fundo, o Monte Fammera.

Tirailleur senegalês.


Tirailleurs argelinos passam por uma coluna mecanizada alemã capturada.
O blindado à frente é uma peça de assalto italiana Semovente da 75/18, designada StuG M42 mit 7,5 KwK L 18(850)(i) em serviço alemão.












Bombardeio de artilharia alemão na estrada

Em 17 de maio de 1944, em Esperia, no mesmo local onde uma coluna alemã havia sido aniquilada pela artilharia aliada no dia anterior, uma coluna francesa foi bombardeada pela artilharia alemã e destruída.





Padre Emilien Prosper Badouin, capelão militar da 3ª Divisão de Infantaria Argelina (3e DIA).
Morreria em 23 de Maio de 1944 perto de Monte Leucio, em Pico.


O capelão militar padre Emilien Prosper Badouin na coleta dos feridos.




Soldado francês morto em uma vala em frente a um Sherman.

Soldado magrebino morto enquanto conduzia uma mula, que também morreu.



O capelão militar padre Emilien Prosper Badouin carregando uma padiola com um ferido.


Blindados do CEF

Carros de combate Sherman de modelo mais antigo.























Quepe francês, capacete de aço Brodie M1917 americano e capacete de couro americano para tripulações de blindados.


Visita do General de Gaulle

O General Juin, com boina, e o General de Gaulle.

O General de Monsabert mostrando o mapa para o General de Gaulle.

Generais de Monsabert, Juin e de Gaulle.




General de Monsabert, futuro libertador de Marselha.



Posto médico

Prisioneiros alemães carregando um companheiro ferido.






Condessa de Luart Leïla Hagondokoff, "la Circassienne" (a circassiana).
Madrinha do 1º Regimento Estrangeiro de Cavalaria (1er REC).


A nobre russa, também conhecida como Gali Hagondokoff, acompanhada por duas enfermeiras francesas.



Prisioneiros alemães







Cemitérios francês e alemão





Cemitério alemão na estrada próxima à vila de Esperia.