O tanque Challenger 2 não foi atualizado desde 1998. |
Tradução Filipe do A. Monteiro, 28 de agosto de 2020.
A nação que inventou o tanque está prestes a abandoná-lo?
Mas oficiais graduados do Exército também confirmaram à BBC que recentemente estiveram considerando se poderiam passar totalmente sem eles. Embora eliminá-los também possa ser uma opção, não faz sentido armazenar tanques antigos - a menos que sejam para um museu.
Em 2018, o então Secretário de Defesa Gavin Williamson foi fotografado em um Challenger 2. |
Uma mudança de pensamento foi destacada pelo chefe do Exército, General Sir Mark Carlton Smith. Em um discurso recente, ele sugeriu que a ameaça do tanque estava diminuindo na guerra moderna. Ele disse: "A principal ameaça são menos mísseis e tanques. É o armamento daqueles elementos da globalização que até agora nos tornaram prósperos e seguros, como a mobilidade de mercadorias, pessoas, dados e ideias."
Os chefes da defesa falaram em investir em novas "capacidades do amanhecer", como a guerra cibernética e eletrônica, e reduzir as "capacidades do ocaso", sem especificar o que isso pode incluir. O Secretário de Defesa, Ben Wallace, também destacou as mudanças adiante. Ele prometeu investir mais nos domínios do espaço e cibernéticos e em novos sistemas não-tripulados em terra, mar e ar. Sem um aumento significativo nos gastos com defesa, isso exigirá o descarte de equipamentos obsoletos para investir nos novos.
Uma opção seria modernizar a torre e o canhão do Challenger 2. |
Uma combinação de pouco investimento, má gestão e longas campanhas de contra-insurgência no Iraque e no Afeganistão deixou o Exército com um excesso de equipamentos envelhecidos. Atualmente, ele possui 15 tipos diferentes de veículos blindados em serviço, alguns perto do fim de sua vida útil. Um programa para modernizar os veículos blindados 700 Warrior do Exército sofreu sérios excedentes de custos e atrasos.
O Reino Unido também não conseguiu acompanhar os avanços na artilharia, defesa antimísseis e poder de fogo. O Dr. Jack Watling, do Royal United Services Institute, um think tank de defesa, diz que agora enfrenta uma escolha dura entre modernizar seus blindados ou priorizar o poder de fogo e mobilidade. Ele diz que "[o Exército] não pode se dar ao luxo de fazer as duas coisas".
A Grã-Bretanha não seria o primeiro país a abandonar o tanque. O exército holandês quase desistiu dos seus blindados pesados, embora mantenha um pequeno número de tanques e tenha soldados embutidos nas unidades blindadas alemãs. O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA também está se afastando do tanque, pois concentra-se na mobilidade. A movimentação de tanques em todo o mundo, até mesmo na Europa, requer transporte e apoio logístico consideráveis. Mas, no caso da América, o Exército dos Estados Unidos ainda estará investindo em blindados pesados.
Soldados fizeram uma tentativa de estabelecer um novo recorde mundial ao puxar um tanque de batalha Challenger 2. |
Se o Exército abandonasse o tanque, teria que tranquilizar seus aliados de que estaria investindo em outra parte na defesa. Um aliado particularmente importante pode ter grandes preocupações. Quando os porta-aviões foram abandonados em 2010, o então secretário de defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, concluiu que o Reino Unido não era mais uma potência militar de "nível um" porque não tinha um "espectro completo de capacidades".
Embora os tanques possam estar saindo, a Marinha Real tem planos ambiciosos para dois novos porta-aviões. |
As revisões da defesa levam inevitavelmente a especulações sobre cortes nas forças armadas e seu equipamento. O governo prometeu que desta vez será diferente. Downing Street descreveu a recém-nomeada Revisão Integrada de Defesa e Segurança como a revisão de política mais abrangente desde o fim da Guerra Fria. Mas, como nas análises anteriores, os ministros e chefes da defesa ainda enfrentam pressões financeiras significativas e precisam descobrir o que podem pagar.
Não se trata apenas de tanques sendo examinados, mas dos tipos e números de navios de guerra e aeronaves e do tamanho total das forças armadas. Essa especulação se intensificará à medida que a revisão chegar a uma conclusão no final deste outono. No final, a decisão de sucatear os tanques será uma decisão política, não militar.
Bibliografia recomendada:
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