Do History Channel, 9 de abril de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 13 de abril de 2021.
Em 1939, a Polônia foi invadida pelo oeste pelas forças nazistas e pelo leste pelas tropas soviéticas. Em algum momento da primavera de 1940, milhares de oficiais militares poloneses foram presos pelas forças da polícia secreta soviética, levados para a Floresta de Katyn nos arredores de Smolensk, massacrados e enterrados em uma vala comum. Em 1941, a Alemanha atacou a União Soviética e invadiu o território polonês que antes era controlado pelos russos. Em 1943, com a guerra contra a Rússia indo mal, os alemães anunciaram que haviam desenterrado milhares de cadáveres na Floresta de Katyn. Representantes do governo polonês no exílio (situado em Londres) visitaram o local e decidiram que os soviéticos, e não os nazistas, eram os responsáveis pelos assassinatos. Esses representantes, no entanto, foram pressionados por autoridades americanas e britânicas a manterem seu relatório em segredo por enquanto, já que não queriam arriscar uma ruptura diplomática com os soviéticos. Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim, a propaganda alemã atacou os soviéticos, usando o Massacre de Katyn como um exemplo das atrocidades russas. O líder soviético Joseph Stalin negou categoricamente as acusações e afirmou que os nazistas foram os responsáveis pelo massacre. O assunto não foi revisitado por 40 anos.
Em 1990, no entanto, dois fatores levaram os soviéticos a admitirem sua culpabilidade. Em primeiro lugar, foi a muito divulgada política de "abertura" de Gorbachov na política soviética. Isso incluiu uma avaliação mais franca da história soviética, particularmente no que diz respeito ao período de Stalin. Em segundo lugar estava o estado das relações polonês-soviéticas em 1990. A União Soviética estava perdendo muito de seu poder de manter seus satélites na Europa Oriental, mas os russos esperavam reter o máximo de influência possível. Na Polônia, o movimento Solidariedade de Lech Walesa estava constantemente erodindo o poder do regime comunista. A questão do Massacre de Katyn foi um ponto sensível nas relações com a Polônia por mais de quatro décadas, e é possível que as autoridades soviéticas acreditassem que uma admissão franca e um pedido de desculpas ajudariam a aliviar as crescentes tensões diplomáticas. O governo soviético emitiu a seguinte declaração: “O lado soviético expressa profundo pesar pela tragédia e a avalia como um dos piores ultrajes stalinistas”.
Processo de exumação, abril de 1943. |
Mão amarradas para trás, tiro na cabeça. Execução padrão da NKVD. |
É difícil determinar se a admissão soviética teve algum impacto. O regime comunista na Polônia ruiu no final de 1990, e Lech Walesa foi eleito presidente da Polônia em dezembro daquele ano. Gorbachov renunciou em dezembro de 1991, o que pôs fim à União Soviética.
Post-script: Visita do presidente do comitê central da LVF à Katyn
Fernand de Brinon (centro e capote claro), presidente da comissão da LVF e o terceiro homem do regime de Vichy visitando os túmulos de Katyn em abril de 1943. |
O Marquês de Brinon quando em visita à Legião de Voluntários Franceses (LVF) na União Soviética, à pedido das autoridades alemãs, visitou a exumação de Katyn em abril de 1943. Notam-se vários militares das Legiões Orientais (povos da União Soviética à serviço alemão) durante a filmagem, reconhecidos pelos casquetes em estilo soviético (pelo menos um porta a Medalha Ostvolk).
Filme: Katyn (2007)
Em 2007, o cinema polonês lançou o filme Katyn, que trouxe o caso do massacre da floresta de Katyn para o grande público. O filme choca pelo realismo das cenas, com o massacre em escala industrial e execução mecânica - como numa linha de processamento de uma fábrica.
Cena da execução de um general polonês. Os agentes da NKVD usaram pistolas Walther P38 alemãs, fornecidas durante o período de cooperação entre as duas ditaduras - nazista e soviética. |
Cena mostrando as execuções no filme "Katyn":
Vídeo recomendado:
Bibliografia recomendada:
FOTO: Soldado russo da Wehrmacht, 31 de outubro de 2020.
FOTO: O mais novo voluntário da Legião Francesa de Voluntários contra o Bolchevismo, 18 de dezembro de 2020.
Uma lição de história coercitiva de Vladimir Putin, 3 de novembro de 2020.
Os amantes cruéis da humanidade, 5 de agosto de 2020.
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