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sábado, 1 de maio de 2021

A Turma 31 de Treinamento UDT e os quatro brasileiros

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de maio de 2021.

Extrato do livro Combat Swimmer: Memoires of a Navy SEAL ("Nadador de Combate: Memórias de um SEAL da Marinha"), do Capitão Robert A. Gormly, que foi SEAL nos anos 60 e lutou no Vietnã. Ele menciona que em sua turma formaram-se muitos oficiais, além de quatro brasileiros.

"A Turma 31 de Treinamento UDT causa de nossa razão extremamente alta entre oficiais e praças; tínhamos mais de trinta oficiais no início, de uma classe total de cerca de cem pessoas. Dessa centena inicial, dez oficiais (incluindo dois brasileiros) e quinze praças (incluindo dois brasileiros) se formaram. Setenta e cinco homens não conseguiram, mas essa é a média do treinamento básico da UDT. Alguns diriam que a alta proporção de oficiais e praças não era boa, mas isso não importava no treinamento básico da UDT, porque todos fizemos as mesmas coisas e dividimos as cargas igualmente. Essa é uma das razões pelas quais os oficiais e praças SEAL têm relacionamentos próximos."

- Captain Robert A. Gormly, USN, Combat Swimmer: Memoirs of a Navy SEAL, pg. 37.

O posto de Capitão na marinha americana equivale ao Capitão-de-Mar-e-Guerra (CMG) no Brasil, equivalente a Coronel. Com 29 anos de serviço ativo, Robert serviu do delta do Mekong à invasão de Granada em 1983, sendo muito crítico da atuação dos SEALs. De comandante de pelotão em 1968 até sua missão como comandante da SEAL Team 6 em 1983, a trajetória Robert se confunde com a história dos SEALs.

Sistema atual das operações especiais da Marinha,
COMANF e GRUMEC.

Bibliografia recomendada:

Guardiões de Netuno:
Origem e Evolução do Grupamento de Mergulhadores de Combate da Marinha do Brasil.
Rodney Lisboa.

Leitura recomendada:

6 fatos selvagens sobre o criador mortal da SEAL Team Six, 25 de fevereiro de 2020.

Christopher Mark Heben ex-operador SEAL da Marinha fala sobre sua vida27 de fevereiro de 2019.

GALERIA: Operadores do GROM no porto de Umm Qasr, 17 de novembro de 2020.

FOTO: SEALs com um designador de alvo laser8 de agosto de 2020.


segunda-feira, 26 de abril de 2021

Sobre o adestramento do Exército Brasileiro na região Norte


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 26 de abril de 2021.

Em uma pesquisa feita em 2020 para a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) do Exército Brasileiro, foram entrevistados 99 militares da ativa (2 coronéis, 3 majores, 62 capitães, 5 tenentes e 27 sargentos) que serviram ou serviam no Comando Militar da Amazônia (CMA) e Comando Militar do Norte (CMN) nos 3 anos anteriores, perguntando-se caso acreditavam que suas tropas estivessem devidamente adestradas para operações convencionais (Ofensivas e Defensivas) em ambiente de selva.

A resposta deveria ser dada em notas de 1 a 5, onde cada cada nota representava um percentual de adestramento, onde 1 significa estar até 20% adestrada e 5 significa estar 100% adestrada. O autor da pesquisa, o Capitão de Infantaria Francisco José Carneiro, considerou que para a tropa ser considerada devidamente adestrada o nível de adestramento deveria ficar acima de 75%, ou seja, deveria ter nota 4 ou 5.

Dos entrevistados, 69,8% (ou 69 deles) responderam que consideravam a tropa no máximo 60% adestrada (notas 1 a 3), o que para o autor do trabalho implica que consideram a tropa carente de adestramento.



Sobre o adestramento da tropa para as Operações de Apoio a Órgãos Governamentais, como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Operações de Cooperação e Coordenação com outras agências, Operações de Faixa de Fronteira, e tendo como padrão de resposta o mesmo da pergunta anterior, 71,7% dos entrevistados indicaram que as tropas estão em condições de serem empregadas de imediato para esses tipos de operações.

O autor considera que esse efeito ocorre pela tropa ser empregada nesse tipo de operação quase que diariamente, coisa que não acontece com as Operações Convencionais.



A importância da criação do Centro de Adestramento da Amazônia no aperfeiçoamento do adestramento e a contribuição na formação da consciência situacional dos comandantes das tropas do ambiente de selva, pelo Capitão de Infantaria Francisco José Carneiro.

O PDF de 26 páginas está disponível no link.

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:




quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Marinha do Brasil lança novo plano de 20 anos

Por Victor Barreira, Janes, 18 de setembro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de dezembro de 2020.

A Marinha do Brasil pretende adquirir helicópteros de médio porte para uso geral e helicópteros de ataque, anti-submarino (ASW) e de reconhecimento de acordo com o mais recente Plano Estratégico da Marinha do Brasil, o Plano Estratégico da Marinha 2040 (PEM 2040).

O Plano Estratégico, que foi divulgado publicamente em 10 de setembro, apela para uma série de outras novas medidas a serem implementadas nos próximos 20 anos.

Por exemplo, a Marinha deseja aumentar significativamente a pesquisa e desenvolvimento (P&D) para desenvolver sistemas de bordo, como comunicações, detecção, navegação e guerra eletrônica. Os aumentos de P&D também têm como objetivo contribuir para o fortalecimento da Base Tecnológica e Industrial de Defesa (DTIB) do país.

A marinha também quer atingir um mínimo de 65% da disponibilidade operacional de navios e aeronaves, atualizar a estrutura organizacional de liderança da Força, criar um esquadrão de guerra cibernética e reforçar sua capacidade de satélite para interceptar comunicações marítimas, de acordo com o plano.

A Marinha vai agora se concentrar mais fortemente nas operações no Oceano Atlântico Sul, dando atenção especial às ameaças como pirataria, pesca ilegal, crimes organizados, conflitos urbanos, disputa de recursos naturais, guerra cibernética, terrorismo, o acesso ilegal ao conhecimento, pandemias, desastres naturais e questões ambientais, segundo o PEM 2040. A ideia é controlar o acesso marítimo ao Brasil.

O documento, que não descreve cronogramas exatos, também cobre uma série de projetos de modernização que foram planejados ou iniciados anteriormente, mas ainda não efetivamente implementados ou concluídos, como aquisição de navios de caça a minas, navios de escolta, porta-aviões, navio de apoio logístico, litoral e navios de patrulha offshore, navio de apoio à Antártida, navios de treinamento, navios de pesquisa, veículos aéreos não tripulados (UAVs), jatos de combate e treinamento leve e helicópteros utilitários; ampliar e modernizar os equipamentos do Corpo de Fuzileiros Navais; desenvolvimento dos mísseis anti-navio Míssil Anti-navio de Superfície (MANSUP) e Míssil Anti-navio Aéreo (MANAER); e a construção local do primeiro submarino nuclear do país, SN Álvaro Alberto.

Bibliografia recomendada:

Estratégia Naval Brasileira.
Arlindo Vianna Filho.

Leitura recomendada:

Irã envia a maior frota de petroleiros de todos os tempos para a Venezuela, 15 de dezembro de 2020.

VÍDEO: O Brasil poderia tomar a Guiana Francesa?12 de dezembro de 2020.

FOTO: Sargento da Marinha Vietnamita processando doações15 de dezembro de 2020.

GALERIA: Museu do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil29 de setembro de 2020.

sábado, 12 de dezembro de 2020

VÍDEO: O Brasil poderia tomar a Guiana Francesa?

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 12 de dezembro de 2020.

O canal de análises militares Binkov's Battlegrounds, apresentado pela marionete Camarada Binkov, publicou ontem (11/12/2020) um vídeo de análise sobre uma hipotética invasão brasileira à Guiana Francesa, com a reação da França e com o possível desenrolar da guerra com os meios militares de cada um.

A análise segue o procedimento de jogos de guerra, com a distinção dos "players" (jogadores, os combatentes), os objetivos e os meios; estes são o número de tropas no local, número disponível de tropas a serem movidas para o teatro, meios de transporte e equipamentos. Os equipamentos variam em qualidade mas são adotados como em condições de operação. Armas nucleares francesas e aliados para ambos foram excluídos.

Resumidamente, ambos os lados teriam dificuldades em mover tropas para o teatro de operações (TO) e os combates seriam de pequenas unidades na selva, com intervenções de artilharia e aviação. O Brasil iniciou a invasão com um assalto paraquedista de forças especiais e paraquedistas tomando o aeroporto de Caiena, se beneficiando de superioridade local. Essa força inicial seria reforçada por fuzileiros navais e tropas do exército aerotransportadas para a região. A marinha francesa moveria uma força-tarefa anfíbia para o Caribe, onde possui ilhas, e tomaria as águas ao redor, sendo incomodada por sortidas de submarinos brasileiros.

Legionários da 2ª companhia do 3e REI com o míssil AAe Mistral durante o lançamento do foguete Ariane 5 em Kourou, na Guiana Francesa, em 17 de novembro de 2016.

Os franceses lançariam paraquedistas na Guiana e estes seriam reforçados por desembarques anfíbios de fuzileiros apenas marginalmente mais equipados que os paraquedistas. Uma discussão interessante foi o uso de carros de combate na selva pelos dois lados, assim como artilharia auto-propulsada (o que Binkov nota, o Brasil estaria em vantagem). Uma coisa que Binkov não notou foi o uso de carros de combate sobre rodas, o que é comum nos dois exércitos.

A aviação francesa teria superioridade aérea no mar e sobre o TO, mas não conseguiriam manter um guarda-chuva anti-aéreo o tempo todo e as forças francesas seriam incomodadas por bombardeiros à hélice fazendo sortidas ocasionais. A marinha brasileira seria obliterada e a sua força aérea reduzida à metade, mas o território permaneceria nas mãos brasileiras.

O veredicto foi a França tomando todas as ilhas brasileiras no saliente nordestino mas perdendo a Guiana para o Brasil. Esse resultado é muito otimista e assume que os brasileiros não teriam problemas de suprimentos, mas é provável que os militares brasileiros teriam dificuldade em negociar suas próprias linhas internas, demorando para trazer reforços e suprimentos (comida, munição, peças de reposição, etc) para o campo de batalha. Já a França, trazendo material pelo mar com depósitos posicionados na Martinica teria um acesso mais fácil. Seria interessante que o Camarada Binkov fizesse um segundo vídeo tratando das considerações logísticas de ambos os combatentes.

Vídeo:


A França como adversária do Brasil

Essa idéia veio com a publicação do Livro Branco da Defesa de 2020 que apontou a França como a principal ameaça ao Brasil na região. Essa decisão ecoou no mundo todo, trazendo surpresa à França, que sempre viu o Brasil como aliado. O anúncio não foi tomado como uma agressão vinda do Brasil e não teve maiores repercussões exceto uma "guerra de memes" na internet.

A última vez que o Brasil teve problemas diplomáticos reais com a França foi na "Guerra da Lagosta", uma ocasião onde as duas marinhas se encararam e uma marinha brasileira quase incapaz de fazer a navegação de cabotagem do Rio de Janeiro para o nordeste conseguiu defender os interesses nacionais pelo blefe. A última vez onde forças brasileiras de fato chegaram "às vias de fato" com os franceses foi na intrusão francesa no Amapá, em 1895. Tropas francesas comandadas pelo Capitão Lunier invadiram território brasileiro, sendo repelidos pelo general honorário do exército brasileiro Francisco Xavier da Veiga Cabral. Após a defesa do Amapá, Veiga Cabral se tornou um dos maiores heróis da história do estado. Na época, uma frase foi dita que acabou marcando o sentimento do povo do Amapá em relação a Veiga Cabral:

“Se é grande o Cabral que nos descobriu, maior é o Cabral que nos defendeu!”

Um enfrentamento de maior relevância ocorreu na invasão da Guiana Francesa em 1809, no âmbito das Guerras Napoleônicas. Nessa ocasião, a Brigada Real da Marinha desembarcou nas praias da Caiena, capital da então colônia francesa, sendo seguida por regulares da colônia brasileira e tropas portuguesas e britânicas, ocupando a Guiana Francesa até 1817.

Desembarque em Caiena, 1809.
Óleo sobre tela de Álvaro Martins.
Essa operação é considerada o batismo de fogo dos Fuzileiros Navais do Brasil.

As forças luso-brasileiras na operação contaram 550 fuzileiros navais (fuzileiros-marinheiros da Brigada Real da Marinha) e 2.700 regulares do exército colonial, e parte da guarnição de marinheiros e fuzileiros navais britânicos do HMS Confiance, enfrentando a pequena guarnição francesa de 450 regulares e 800 milicianos.

Depois das Guerras Napoleônicas, o Brasil e a França têm uma história de estreita amizade, desde o reconhecimento do Brasil por Paris logo cedo até três missões militares de instrução francesas no Brasil (duas na Força Pública de São Paulo e uma no Exército Brasileiro). Aliados nas duas guerras mundiais, a França novamente mandou equipes de instrução durante o regime militar, até mesmo o Brasil recebendo o General de Gaulle durante o governo Castello Branco. 

Os dois países também vêm de uma longa história de compras militares e exercícios conjuntos (especialmente entre as duas marinhas). Culturalmente, a França vê o Brasil como o país sul-americano mais interessante e trata com surpresa os turistas brasileiros na França. O Brasil, sempre muito ligado à cultura francesa, vê a França como um país de sofisticação e progresso.

Uma fonte de estudo interessante é o livro do General Aurélio de Lyra Tavares sobre as relações dos dois países até a década de 1970.

Bibliografia recomendada:

Brasil França: Ao longo de 5 séculos.
General A. de Lyra Tavares.

Leitura recomendada:

O Estado-Maior Brasileiro considera a França a principal ameaça militar até 20409 de fevereiro de 2020.

PINTURA: Desembarque anfíbio em Caiena, 18094 de fevereiro de 2020.

FOTO: 14ª Reunião de Estados-Maiores entre o Brasil e a França2 de maio de 2020.

FOTO: Equipe de míssil anti-aéreo Mistral durante o lançamento do foguete Ariane 515 de janeiro de 2020.

A geopolítica do Brasil entre potência e influência13 de janeiro de 2020.

Relatório Pós-Ação de participação na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro5 de janeiro de 2020.

Legionários e gendarmes destruíram um grande acampamento de garimpeiros ilegais na Guiana7 de abril de 2020.

Chineses buscam assistência brasileira com treinamento na selva9 de julho de 2020.

VÍDEO: Estágio Jaguar na Guiana Francesa19 de setembro de 2020.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

GALERIA: Paraquedistas brasileiros em 1957

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 19 de novembro de 2020.

Paraquedistas brasileiros fotografados por Dmitri Kessel da LIFE Magazine, na publicação Brazilian Essay, de 1957.











Exercícios no arnês






















Preparação para o salto





























Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:

Leitura recomendada:

O primeiro salto da América do Sul, 13 de janeiro de 2020.