terça-feira, 7 de abril de 2020

Legionários e gendarmes destruíram um grande acampamento de garimpeiros ilegais na Guiana

Legionários do 3e REI executando fast hope.

Por Laurent Lagneau, Zone Militaire OPEX360, 3 de abril de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 7 de abril de 2020.

Dado que o valor de apenas 30 gramas de ouro representa 3 vezes o salário mínimo no Brasil, entendemos o interesse de garimpeiros brasileiros e surinameses em explorar veias desse metal precioso na Guiana. E as ações empreendidas para conter esse fenômeno [falhando em eliminá-lo] estão fadadas a serem constantemente reproduzidas, especialmente se, pela força das circunstâncias, a vigilância vier a relaxar.

Assim, após uma maior coordenação das administrações envolvidas e um envolvimento muito forte das Forças Armadas na Guiana [Forces armées en GuyaneFAG], o garimpo ilegal de ouro declinou em 2018. Somente no ano seguinte, e apesar dos esforços envidados no âmbito da Operação Harpie, subiu novamente [+10%], com 145 locais ilegais identificados em setembro de 2019, incluindo dois terços em Haut-Maroni, 33 no território Camopi e 5 no município de Saül, que passaram depois para "relativamente moderado".

É precisamente neste setor que as FAG e a Gendarmaria Nacional realizaram uma operação de "golpe de mão" contra os garimpeiros ilegais. Este último foi discutido na mais recente "atualização" do Estado-Maior das Forças Armadas [État-major des arméesEMA] para o período de 27 de março a 2 de abril. Mas, a priori, foi realizado no final de fevereiro/ início de março... O que não é mais "novidade". Mas seu registro é bastante eloqüente.


Por exemplo, um helicóptero Puma do esquadrão de transporte [escadron de transportET] 68 "Antilhas-Guiana" da Força Aérea desdobrou um "Destacamento Autônomo de Floresta" [Détachement autonome en forêtDAF] armado por legionários do 3º Regimento Estrangeiro de Infantaria [3e Régiment Étranger d’Infanterie, 3e REI], bem como por gendarmes da Caiena. Os soldados foram enviados "por corda lisa" da aeronave, sob a proteção de apoio de fogo de um EC-145 da Gendarmeria.

Esse procedimento surpreendeu os garimpeiros. "No local, cerca de sessenta pessoas trabalhavam com catorze motores e moto-bombas conectados por aproximadamente 1000 metros de tubo", indica o EMA. A mesma fonte especifica que a "destruição completa" do local foi assegurada pelos gendarmes, enquanto o DAF iniciou uma "busca aprofundada" do setor.

“A perseverança e um profundo conhecimento do terreno por parte dos legionários tornaram possível a alcançar certos locais. Foi nessa fase que o principal cais localizado no Mana pôde ser localizado", diz o EMA, que não diz se foram feitas prisões entre os garimpeiros clandestinos.

Por outro lado, essa operação permitiu apreender um triturador, 7 telefones [incluindo 3 via satélite e 4 GSM], 250 gramas de ouro, "alguns cristais" de um produto entorpecente, mercúrio e munição. A esta lista devem ser adicionados 16 motores com seus corpos de bomba, 10 mesas elevatórias, 2 geradores, 1.100 metros de mangueira, 220 litros de combustível, 30 litros de óleo, 1.370m² de lona, 128kg de alimentos e, especialmente 540kg de ferramentas. Finalmente, 14 carbetos foram destruídos.

"O equipamento necessário para o garimpo ilegal de ouro foi transportado sob o helicóptero Puma para uma área onde poderia ter sido destruído. Uma operação de golpe de mão que freia o garimpo ilegal de ouro na região norte de Saul", afirmou o 3e REI, por seu lado, por meio de redes sociais.

Leitura recomendada:


FOTO: Canadenses na Amazônia16 de fevereiro de 2020.

Nenhum comentário:

Postar um comentário